Hazel POV´s

Harpias. Harpias demais para eu contar. Um pouco diferente das que eu conheci. O corpo em formato de galinha com a penugem cinza não assustava, porém, o rosto cruel delas quase me fazia chorar. Ella me mostrou que nem todas as harpias são monstros, assim como Tyson me mostrou sobre os ciclopes, mas eu tinha que entender que eles eram uma exceção. Ferozmente, uma harpia voou em minha direção, mostrando seus dentes afiados, pronta para devorar um meio-sangue, mas com minha spatha, desviei o ataque. Vi Jason sendo atacado, mas minha situação deixou de ser diferente. Tentei me aproximar de Jason, e acho que ele tentou o mesmo, pois nos esbarramos. Encostamos nossas costas e começamos uma luta em que tínhamos mais chance. Dois semideuses contra umas sessenta harpias. Algumas pessoas gritavam e corriam, mas poucas eram atacadas, pois as harpias as afastavam com suas expressões ameaçadoras. Em um momento, harpias venciam a luta, em outro, elas ficavam no chão comendo milho. Olhei para frente e vi uma harpia, mas ela era diferente das outras. Era mais doce e me lembrava Eco, a garota que foi amaldiçoada . Tinha uma expressão triste no rosto, e o olhar carregado de sofrimento e solidão. Diferente das outras, não tinha o corpo de galinha, mas sim um corpo humanoide. As pernas dela não se esticavam completamente e boa parte era revestida por penas cinzentas. O corpo era escamoso, também cinzento, e saindo dos braços, penas compridas em degrade de cinza à preto.

– Quem é você? – perguntei

– Íta. Sou mãe e rainha das harpias cinzentas. – Íta tinha a voz rouca e baixa

– Suas harpias não são nada amistosas – disse Jason

– É claro que não, somos atacadas diariamente por... pessoas, como vocês – ela se esforçou muito para falar “pessoas” - Vão embora!

– Mas... Nós podemos ajuda-la... – falei

– Me ajudar em que? Matar minhas harpias? Não, obrigada! – agora ela levantava o tom de voz. Um som agudo e estridente soou e me fez tampar os ouvidos – Querem me ajudar? Saiam daqui e salvem o máximo de harpias possíveis. Só um time sobreviverá...

Frank POV´s

– Pode repetir, por favor? – pediu Annabeth

– Isso não fazia paetê do acordo, mas... Quatro homens estão na fila, cada um com um chapéu. O chapéu do número um e o do número três, é preto, do dois e do quatro, é branco. O número quatro, que está no fim da fila, vê o chapéu do número três e o do número dois, pois uma parede os separa do número um. O número três vê somente o número dois. Os números dois e um não veem nada. Os rapazes sabem que tem dois chapéus brancos e dois pretos, portanto, qual rapaz é capaz de saber a cor do seu chapéu?

Annabeth por um segundo pavoroso ficou pensando no que dizer, mas então ela focou os olhos na Esfinge e disse...

– O terceiro. Como o número quatro não soube a resposta, ele sabia que o dele não poderia ser branco, pois se o do dois é branco e o dele também fosse, o quatro saberia que o dele é preto... Mas se ele não sabe, significa que o terceiro tem o chapéu preto! – a Esfinge ficou em silencio – Então?

– Ah! – a Esfinge gritou – Não vou deixa-la sair!

– Esse era nosso acordo... – gritou Annabeth

Pensei por um segundo e então me transformei em uma barata. Calipso não tinha visto a transformação, então gritou. Seu grito agudo e alto faziam qualquer um perder o foco, e assim aconteceu com a Esfinge. Annabeth tampou os ouvidos atordoada e tentou passar. Passei por trás de Calipso e a segui, para encaminha-la até a saída. A Esfinge tentou me esmagar, mas então eu virei um leão e rugi para ela – que por uma acaso tem corpo de leão, então deduzi que ela não se sentiu intimada -. Rapidamente me transformei em dragão e Calipso e Annabeth subiram em mim. Voei o mais alto que pude e o mais depressa também. Nossa ultima visão da Esfinge era enquanto ela gritava e clamava por vingança.

– Ah meus deuses, você era a barata! – disse Calipso

– Frank, foi muito inteligente da sua parte! – elogiou Annabeth

– Obrigado! Eu lembrei de quando isso aconteceu quando procurávamos Hazel...

– Você sabe que esse bicho é horrível!

– E a Calipso que vive ao lado de Leo falando que baratas são nojentas... Ao menos elas não são sujas de graxa... – brincou Annabeth – Frank, pode nos levar ao Argo?

– É claro, mas não sei para que lado está!

Calipso cantou e aquele prateado sutil surgiu a minha frente, indicando para fazermos a volta... Depois de alguns minutos, eu sabia que não aguentaria a forma de dragão por muito mais tempo, mas finalmente vi o Argo. Quando aterrissamos, ouvi os grunhidos de Festus e Héfia vindo da sala de máquinas – a qual ninguém além de Leo ia -.

– Leo? – chamou Calipso – Onde você está?

– Ah, já estou indo! – falou Leo, então ele apareceu – Preparei as balistas! Ainda bem que chagaram, precisarei de ajuda!

– Quem o chamou? – perguntou Annabeth

– Quem você menos gostaria que precisasse da minha ajuda...

– Percy! Eu sabia que devia ter ficado...

– Annabeth – chamei – você me contou como derrotaram a outra vez, e as balistas são a melhor opção... – ela assentiu

– Tudo bem! Leo, preciso que venha comigo, vai me ajudar com as balistas! Frank, tire o foco do máximo de cabeças possíveis! Ca, preciso que posicione o navio, acha que consegue?

– Farei o possível, annie!

Quando chegamos mais perto e pude avistar o monstro, vi que só uma pessoa lutava contra a Hidra. Percy! Piper estava encostada em uma árvore, quase caída no chão. Me transformei em águia, pois era mais ágil que um dragão. Voei o mais perto que pude e desviei a atenção de algumas cabeças. Percy estava machucado e suado. Se ele estava nessa briga desde que saímos, era com mais de razão... Reparei que ela tinha duas cabeças a mais, ou seja, Percy cortou algumas cabeças... Depois de deixa-la irritada, pensei em pegar Percy, pois ele não aguentaria muito tempo mais, mas não podia deixar Piper sozinha...

Pousei e fui correndo até Piper. Não demoraria muito para que a Hidra viesse até mim, então com muito cuidado, tentei algo diferente. Coloquei Piper nas minhas costas e disse que se segurasse. A Hidra veio com tudo e me transformei em dragão. Eu poderia ter feito algo melhor, mas não consegui pensar em nada. Desviei a Hidra e peguei Percy pelos braços. Contracorrente caiu, mas ele me disse para não voltar. Ouvi uma explosão e soube que era Annabeth e Leo. Quando desci ao chão do Argo III, olhei para trás e vi a Hidra virando pó.

– Percy! – gritou Annabeth – Você está bem?

– Sim. Talvez eu... ai! Talvez eu tenha quebrado umas costelas...

– Desculpe, eu devia ter ajudado! – murmurou Piper

– Você apanhou demais. Vai ficar sem levantar o dedo por uns três dias! – falou Percy

– Eu... E-eu fui tão mal assim? – Perguntou Piper

– É claro que não, boba, só que você...

– Eu sei, estou queimada! – Piper levantou a cabeça e mostrou os braços e a região do peito, onde a roupa fumegava

– Deuses, ela foi atingida por ácido ou fogo? – perguntou Calipso

– Um pouco de cada – disse ela, mostrando então a parte de trás do cabelo que agora estava curto no local

– O ácido foi no cabelo, não foi? – perguntou Annabeth e Piper assentiu – Venha, vou cuidar de você! Ca, por favor, mande uma Mensagem de Íris para Will Solace e pergunte o que temos que fazer!

– O.K.

Carreguei Piper até a enfermaria e Annabeth foi logo atrás. Desci novamente e Leo acelerou o motor. Calipso cantou e mostrou a direção de Jason e Hazel, então nós seguimos.