Remember Me - Extras escrita por mywriterside


Capítulo 5
V. Faça um pedido!


Notas iniciais do capítulo

Lembram do último extra? Então, o de hoje trará o que aconteceu horas antes daquele vídeo ser produzido :)

Boa leitura!



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Eu conseguia escutar vozes altas vindo da sala do nosso apartamento. Meu sono havia sido interrompido e eu odiava quando isso acontecia. Tudo bem que eu estava de férias da faculdade, mas o último período se aproximava e junto com isso as provas de fim de semestre, o que me fazia ficar nervoso e ao mesmo tempo ansioso para a formatura.

Mas o dia de hoje era especial, meu menino estava completando o primeiro aninho. Deus, fazia um ano que eu era pai, ainda era meio surreal pensar que aquele pedacinho de gente gorducho e babão era metade meu. O tempo realmente voou, um dia eu estava fugindo para a casa dos meus pais com medo de ser pai e hoje eu estava comemorando uma primavera que aquele pequeno ser entrou em minha vida, e eu não mudaria isso por nada no mundo. Era maravilhoso tê-lo conosco, alegrava nosso dia depois de uma manhã na faculdade e a tarde trabalhando, chegar em casa a noite e receber aquele sorriso banguela e passinhos cambaleantes vindo até mim recompensava tudo. Rachel não se sentia diferente disso. Mesmo no início ela temendo o futuro, hoje ela era uma mãe ótima, a melhor mãe que Nate poderia ter. Ela amava aquele menino como a vida dela, até mais que isso, e eu também, é claro. Nosso filho era tudo para nós. Podíamos perder casa, emprego, nossos amigos, mas se tivéssemos nosso filho conosco tudo estaria bem.

Escovei os dentes e vesti uma roupa antes de caminhar até a sala. Rachel estava na cozinha em frente ao fogão enquanto conversava com minha mãe, que estava sentada à mesa tentando entreter o neto sentado sobre o tampo, que queria engatinhar para longe.

— Vocês falam muito alto, hein. — falei com uma careta, indo até a geladeira beber água. O dia estava quente demais.

— Já estava mais do que na hora do senhor levantar. — Rachel retrucou.

— Qual é, hoje o dia é especial. Mereço dormir até tarde porque não vou dormir agora tão cedo.

Rachel me deu língua e eu revidei, rindo em seguida e lhe dando um beijo de bom dia. Fui até minha mãe e beijei sua cabeça, logo pegando meu garoto no colo, que assim que me viu sorriu e soltou um gritinho animado.

— Esse menino é apaixonado pelo pai. — minha mãe riu nos observando.

— É que ele sabe que tem o pai mais legal, lindo e forte do mundo. Não é, campeão? — o joguei para o alto uma vez e ele gargalhou com a mãozinha na boca — Quem tá fazendo aniversário hoje? Quem tá fazendo aniversário?

Eu o jogava para o alto ganhando gargalhadas e gritos, ele adorava aquela brincadeira. O aproximei de meu rosto e dei um longo beijo em sua bochecha antes de devolvê-lo à minha mãe. Rachel me estendeu um prato com ovos e duas torradas e eu lhe dei um selinho em agradecimento.

— Temos que sair em uma hora. Minha mãe está nos esperando. — Rachel avisou se sentando com um prato também.

— Eu vou com vocês lá pra Shelby para ajudar a organizar tudo. Chris vai mais tarde. — mamãe informou deixando o neto brincar com seu colar.

— Meu pai sempre fugindo do trabalho pesado. — ri servindo suco em meu copo.

— Ele deu mil desculpas, ainda teve a cara de pau de falar que ia antes da festa começar pra dar uma mão. Uhum, acredito.

Terminamos nosso café e eu fui tomar um banho enquanto Rachel trocava nosso filho. Me vesti e fiquei encarregado de olhar o menino enquanto ela se arrumava, minha mãe fazia alguma coisa que eu não fazia ideia na cozinha e eu tinha Nate em pé sobre minhas coxas deixando que ele fizesse o que quisesse com meu cabelo. Ele estava fofo usando somente um body de mangas curtas com o número 1 estampado na frente e os pés gordos descalços. E estava muito esperto também, já andava tudo e se não ficássemos de olho, perdíamos ele de vista em um piscar de olhos.

Fomos de táxi até a casa dos meus sogros. Shelby, assim que viu Nate, o tomou dos meus braços e o levou para algum canto fazendo aquela voz de avó babona. Um cheiro muito bom empesteava a casa e a bancada da cozinha estava recheada de aperitivos, cupcakes azuis e verdes com o número 1 feito de massa americana, pãezinhos para cachorro-quente e mini hambúrguer, pão recheado, frutas cortadas em potinhos e copos coloridos. Will colocava algumas bebidas na geladeira e se virou sorrindo para nós.

— Onde está o aniversariante?

— Mamãe já se apossou dele.

— Ele amou os enfeites. Sorriu para tudo, acho que ele aprova. — Shelby apareceu na cozinha com um Nate risonho.

— Se ele não destruir tudo até o fim da festa. — falei rindo.

— É só não deixá-lo chegar perto. — minha mãe falou como se fosse óbvio.

— Rá, tenta a sorte. Larga ele no chão e vira por dois minutos para a senhora ver, mamãe.

— Enfim, chega de papo. Temos que começar a arrumar tudo porque daqui a pouco o pessoal começa a chegar. — Rachel apressou todo mundo — Mãe, o cercadinho dele ainda está montado?

— Seu pai montou hoje de manhã.

— Então pode deixar ele lá dentro, eu trouxe alguns brinquedos e a gente liga a TV. Solto por aí que ele não pode ficar, senão a gente não tem sossego.

Nate foi posto dentro do cercadinho e eu vi a careta que ele fez, eu sabia que aquilo não duraria muito tempo. Meu filho não era bobo, ele sabia que ali seu espaço era limitado. Shelby ligou a TV em um canal de desenhos irritantes e Rachel jogou os brinquedos em volta do bebê, ele sorriu nos primeiros segundos com a atenção da mãe, mas assim que ela se virou devagar para sair de perto dele, suas sobrancelhas claras se uniram.

— Isso não vai dar certo. — murmurei para Rach quando ela passou por mim.

— Daqui a pouco ele se distrai. Vem, vamos trabalhar.

Depois disso eu fui escalado para pendurar balões de gás hélio azuis e verdes e faixas por todo o quintal. Will carregava mesas as espalhando por todo o gramado nos lugares que Shelby apontava que era perfeito. Rachel e minha mãe estavam na cozinha organizando as comidas e vez ou outra checavam o menino na sala. Desci da escada depois de pendurar os últimos balões normais e suspirei cansado, quando vi Will surgir com milhões de cadeiras empilhadas.

— Onde achava que os convidados iriam sentar? — ele riu e acenou para que eu colocasse as cadeiras em volta das mesas espalhadas.

— Finn, está ocupado? — Rachel surgiu na porta que dava para o quintal.

— Estou organizando as cadeiras, por quê?

— Nate fez cocô e sua mãe, minha mãe e eu estamos com as mãos na massa, literalmente. Pode fazer isso, por favor?

Deixei meu trabalho de lado e fui atrás do cagão número um da casa. Ele sorria em pé no cercadinho me encarando enquanto eu me aproximava.

— Bela hora, hein, filho? Onde sua mãe colocou sua bolsa, hm?

— Tá lá em cima, amor. No meu antigo quarto. — Rach gritou da cozinha.

Subi as escadas e fui até o conhecido quarto que foi da Rach na adolescência. Coloquei o menino na cama e puxei uma fralda limpa, lenços umedecidos e a pomada da bolsa dele. Por mais que eu o trocasse todos os dias, eu nunca me acostumava com o cheiro forte que meu filho defecava, a criança fazia uma bela obra de arte.

— O que você comeu ontem, hein? — falei limpando a sujeira de seu bumbum e ele me olhava com o dedinho na boca, como se soubesse a besteira que tinha feito. Coloquei a fralda limpa e fechei os botões de seu body — Prontinho, seu cagão.

Descemos e eu fiz uma careta encarando aquele cercadinho, e como se soubesse que seria colocado ali, Nate agarrou meu pescoço e deitou a cabecinha em meu ombro. Tive dó dele. Dei de ombros e caminhei com meu filho agarrado a mim até a cozinha.

— Fez muito? — Rachel questionou arrumando alguns doces em uma bandeja.

— Põe muito nisso. Podemos levar nosso filho para expor o cocô dele em uma galeria de arte.

— Que nojo, Finn. — minha mãe fez careta.

— É verdade.

— Ele dormiu? — Rachel franziu a testa observando o menino quieto em meu colo.

— Que nada, está é com medo que eu ponha ele no cercadinho. Ficou traumatizado, coitado.

— Mas ele precisa ficar lá senão a gente não trabalha.

— Vou ver se consigo fazer ele dormir então.

Voltei pra sala e peguei a chupeta dentro do cercadinho, coloquei em sua boca e o deitei em meus braços, batendo em seu bumbum. Ele ficou quieto por alguns segundos, me encarando com seus olhos castanhos esbugalhados.

— Você não vai dormir não, moleque? Para de me olhar com essa cara e fecha os olhos.

Ele piscou devagar e continuou me encarando. Balancei para um lado, balancei para o outro, sentei na poltrona, levantei e nada, aquela criatura não dormia. Voltei pra cozinha desistindo, com ele totalmente desperto.

— Desisto.

— Me dá ele aqui, vou dar um pouco de mamar pra ver se adianta.

— Isso, e você, Finn, vem me ajudar aqui fora. — Will gritou da porta.

Rolei os olhos dando Nate para a mãe e marchando para fora como se caminhasse à forca. Arrumei mais cadeiras e mesas e aquilo não tinha fim.

— Quantas pessoas virão, hein?

— Não faço ideia, mas conhecendo Shelby e Rachel, não duvido que ainda faltem lugares.

E olha que Rachel havia dito que não seria nada grandioso. “Algo íntimo e só para a família”, ela disse; “Não quero gastar tanto dinheiro”, ela disse; “Você é um otário por acreditar em mim, Finn”, eu entendi ela dizer.

Quando enfim todas as mesas e cadeiras estiveram organizadas, me joguei sobre uma suspirando cansadamente e sentindo o suor descer por minhas costas e têmporas.

— Olha quem veio fazer companhia pro papai e pro vovô. — Shelby apareceu na porta com um Nate completamente acordado e enérgico em seu colo.

— Essa criança não ia dormir, gente? — Will indagou.

— Rach tentou, mas ele não quer. Agora ele veio ficar com vocês porque ele chora se colocamos no cercadinho.

Nate usava um chinelinho com elástico e a avó o colocou no chão, e assim que se viu livre, ele saiu cambaleando pelo gramado. Toda hora se desequilibrava e apoiava as mãozinhas no chão ficando com o bumbum para o alto, então levantava e batia uma mãozinha na outra para limpar. Ele estava bastante esperto agora, Rachel às vezes inventava umas atividades estranhas com ele quando estava em casa, dizia ela que eram educativas e estimulavam a coordenação, e eu não questionava porque quem era eu, né?

Perto da hora dos convidados chegarem, Nate já estava imundo por ter corrido todo o quintal e Rachel subiu para dar um banho nele. O quintal já estava todo decorado e um mundo dos Monstros S.A. enfeitava todo o ambiente. Eu já estava vestido despojadamente para uma tarde animada e ajudava minha mãe e Shelby a organizar a mesa de comidas, Will conectava uma caixa de som para tocar durante a festa e Rachel ainda não havia aparecido com o aniversariante. A campainha tocou finalmente e eu atravessei a lateral da casa para atender, recebendo meus amigos animados.

— Hey, Huddie Man. — Puck me cumprimentou com um abraço, seguido de uma grávida Quinn.

— Você está realmente vestido como um pai. — a loira brincou rindo, me dando um abraço em seguida.

— Entrem aí, pessoal. A festa é lá nos fundos. Tem bebida para todos. — debochei e recebi um olhar atravessado de Quinn — Desculpa, mamãe.

— Fala aí, Frankie. — Santana entrou atrás de Quinn carregando uma sacola de grife infantil e me deu um empurrão no ombro antes de me abraçar — Se sentindo velho?

— Ah, claro. Daqui a pouquinho estarei me despedindo porque ele estará indo para a universidade. — ironizei.

— Não brinque. O tempo voa, GiganFinn.

— Finny! — Brittany foi a próxima a me cumprimentar e eu abracei a loira sorridente.

— Hey, Britt.

— Com licença que queremos cumprimentar o pai do ano. — Kurt empurrou Brittany delicadamente e me abraçou.

Aquele grupo não mudava nunca. E eu os amava do jeito que eram. Blaine entrou atrás do namorado, mais tímido como era sua natureza, e me cumprimentou. Depois veio Artie e eu me abaixei para cumprimentar o nosso baixista.

— Fiquem à vontade, pessoal.

Fomos para o quintal dos fundos e meus sogros vieram ser os anfitriões para o grande grupo que havia chegado. Meu pai chegou minutos depois e logo o quintal estava abarrotado de pessoas rindo, comendo e conversando e crianças correndo para lá e para cá. O dono da festa ainda não havia descido, e eu já estava cogitando ir atrás dos dois que faltavam. Deixei meu copo vazio na mesa de bebidas e entrei em casa, subindo rapidamente até o primeiro quarto do corredor. Encontrei Rachel já pronta terminando de pentear os fios loiros do nosso filho, que se distraia com a gravatinha azul de bolinhas brancas em seu pescoço. Como estava muito calor, decidimos que ele vestiria apenas aquilo e uma cuequinha por cima da fralda fazendo conjunto, além do chapéu de festa sobre sua cabeça. Rachel passava a escovinha delicadamente pela cabecinha dele e tinha a feição pensativa.

— O pessoal já está todo aí. Vocês estão prontos?

Ela pareceu sair de um transe e sorriu, pegando o bebê e o sentando sobre suas pernas, na cama. Me aproximei e sentei ao seu lado.

— Já podemos descer.

— Ei, o que houve, babe?

Ela suspirou olhando nosso filho brincar com a gravata.

— Passou tão rápido. — sussurrou — Parece que foi ontem que eu o sentia pela primeira vez, que eu soube que o carregava, que eu sentia medo. E agora ele está com a gente, há um ano, e ainda é meio inacreditável isso pra mim. Só quis ter esse meu tempo sozinha com ele e refletir sobre isso tudo.

Sorri e a abracei pelos ombros, beijando seus cabelos.

— É, somos pais há um ano. — disse meio nostálgico — Dá pra acreditar? A gente sobreviveu a isso. É surreal e incrível ao mesmo tempo.

Rachel riu e balançou a cabeça concordando.

— Nós fizemos o nosso melhor, não é? — balbuciou inclinando a cabeça para o lado.

— Fizemos. Fizemos o nosso melhor.

Nate enfim esqueceu a gravata e nos encarou com os olhos arregalados, curioso. Sorrimos ao mesmo tempo o observando e ele abriu um enorme sorriso, mostrando seus quatro dentinhos para nós. O sorriso mais lindo do mundo.

— O que foi, hein, meu bebê? Você está feliz, é? — Rachel fez uma voz de bebê enquanto o punha em pé sobre suas pernas, segurando-o pela cintura — Fala pra mamãe: eu to, mamãe. Eu to feliz por estar aqui com a mamãe e o papai.

Ele gargalhou balançando os bracinhos.

— Já que esse meninão está feliz, que tal ele descer e receber todos os convidados dele, hein? — falei segurando uma de suas mãozinhas.

— Será que ele não vai se assustar com tanta gente, amor?

— Não vai, não. Ele vai adorar todo o paparico que vai receber, eu tenho certeza. — sorri para encorajá-la — Temos o filho mais simpático e aproveitador do mundo.

Descemos juntos levando o pequeno e praticamente todos vieram cumprimentá-lo quando surgimos na porta que dava para o quintal. E o que eu esperava aconteceu, meu filho se deu com todos e passava de colo em colo, amando aquela bajulação toda. Certo ponto da festa, uma pessoa vestida de palhaço apareceu e imediatamente todas as crianças fizeram uma roda em volta dele, querendo atenção todas ao mesmo tempo. Eu senti pena do coitado, na verdade eu nem fazia ideia que teria um palhaço. Aposto que foi obra dos avós. No entanto, quando minha mãe, que estava com Nate no colo, o levou para perto do palhaço, meu filho fez uma careta e abriu o berreiro, escondendo o rosto no pescoço da avó e empurrando a mão enluvada da pessoa fantasiada para longe.

Mais uma descoberta: Nate tinha medo de palhaços.

— Parece que alguém não gostou do animador da festa. — mamãe cantarolou se aproximando de mim e Rachel, que conversávamos em uma mesa com nossos amigos.

— Hey, garotão. Não precisa chorar, ele já foi embora. — falei calmamente enquanto o puxava para os meus braços. No mesmo instante ele se aconchegou no meu colo e ficou ali encarando tudo ao redor, como se procurasse onde estava o perigo.

— Não precisa ter medo, meu amor. É amiguinho. — Rachel tinha a voz também suave enquanto fazia carinho na cabeça do filho.

— Também não gosto de palhaços. — Puck falou com uma careta engraçada — Eles sorriem demais. Ninguém é feliz o tempo todo. Isso me assusta.

— Não seja um bebê chorão, Puckerman! — Santana debochou — Quero só ver se os personagens preferidos da Beth forem palhaços.

— Minha filha não vai nem saber da existência deles.

— Amor, relaxa, ok? — Quinn fez um carinho no rosto do namorado e o beijou.

— Promete agora, Quinnie, que a Beth não vai saber que palhaços existem.

— Nossa filha ainda nem nasceu, Puck, eu não posso controlar o que ela irá gostar ou não. É tudo por ela mesma.

— Veremos. — ele murmurou contrariado.

Ri da bobeira deles e voltei minha atenção para minha namorada, que ainda tentava acalmar nosso filho.

— Agora você está melhor, hm? Ele já foi, querido. A mamãe e o papai estão aqui com você. — ela falava baixinho perto da orelha dele, que tinha a cabeça agora deitada em meu ombro, e beijou os fios claros.

— Coitadinho, deve ter se assustado com a maquiagem. Ou talvez a peruca. — Kurt falava, condolente.

— Ele nunca mostrou medo de nada. A gente nem imaginava que seria assim. — Rachel explicou — Bem, agora sabemos que palhaços sempre longe do Nate.

— Quem contratou ele? — perguntei, franzindo a testa.

— Acho que é um amigo do meu pai. Ele tinha comentado comigo que tinha um amigo que animava festas e que talvez o chamaria para hoje. Só não sabia que ele era um palhaço. — Rach riu.

Ri também e observei Puck, que encarava o palhaço longe da nossa mesa com uma feição engraçada, parecia medo. Cutuquei Rachel e ela gargalhou quando viu.

— Se tem medo, por que tá encarando? — ela questionou risonha.

— Nunca ouviu dizer que não se deve dar as costas ao inimigo? — respondeu dramático, arrancando risada de todos na mesa.

— Que namorado corajoso o meu, não? — Quinn rolou os olhos, bebendo sua limonada.

As crianças gritavam e riam animadas com as brincadeiras do palhaço, que sempre fazia coisas idiotas como se estivesse em problemas. A cada momento, ele chamava uma criança diferente e a usava em suas estripulias. Em certo ponto, ele resolveu que chamaria um adulto dessa vez e olhou em volta do espaçoso quintal, coçando a cabeça e escolhendo sua vítima. Seu olhar parou em nossa mesa e Puck rapidamente se virou tentando se esconder.

— Aqui, ó. Aqui tem um voluntário. — gritei apontando para o garoto de moicano e vi o palhaço nos encarar feliz, vindo quase correndo em nossa direção.

— Finn, seu filho da- — a fala de Puck foi interrompida quando o palhaço chegou até ele e tocou seu ombro. Ele se virou num átimo e depois levantou da cadeira, saindo desesperado de perto do palhaço, que ficou confuso.

A mesa toda gargalhava acompanhada de quem assistia de longe. Quinn tinha a cabeça abaixada com a mão no rosto enquanto ria e ao mesmo tempo não acreditava que aquilo estava acontecendo.

— Isso foi maldade, amor. — Rachel me encarou, ainda rindo.

— Queria ver a reação dele.

Meu amigo ainda escapou por alguns minutos do rapaz fantasiado, que ficava confuso cada vez mais. Por fim ele desistiu e foi atrás de outro voluntário.

— Eu vou te matar, Hudson! — Puck voltou para nossa mesa, suado e ofegante, tomando o resto da limonada de Quinn — Eu tenho fobia de verdade, porra.

Eu não conseguia parar de rir, até mesmo Nate havia levantado a cabeça e encarava Puck com uma expressão curiosa.

— Puck, você precisava ver a sua cara. — Santana se contorcia na cadeira pelas risadas — Meu Deus, minha barriga vai explodir.

— Foi demais. — Blaine concordou.

— Vai ter volta. — ele murmurou cruzando os braços. Depois encarou a namorada que agora tentava a todo custo esconder que estava rindo — Até você, Quinn?!

— Desculpa, amor. Foi hilário.

— Isso, riem mesmo. Quem rir por último, ri com mais força.

— Puck, o ditado não é assim. — Kurt falou.

Ele então bufou e virou o rosto, ignorando todos que riam de sua cara.

— Ei, cara. Foi uma brincadeira. — tentei argumentar.

— Aguarde, Hudson. Aguarde.

— Bem, acho que podemos cantar parabéns, não? Estou vendo que Nate está com soninho já. — Rachel informou e se levantou, pegando o menino dos meus braços.

Todos se levantaram também e vi Quinn beijar o rosto do namorado e o puxando pelo braço. Me aproximei do meu amigo e passei meu braço por seus ombros.

— Vai ficar igual uma moça de cara amarrada? É o aniversário do meu filho, porra!

— Vai se foder, Hudson! — ele me empurrou e deu um soquinho em meu ombro, já rindo de novo — Só não faça isso de novo, dude. — ele ficou sério de repente e eu concordei rindo.

Nos juntamos todos em volta da mesa do bolo azul e verde e eu acendi a vela colorida enquanto Rachel segurava Nate no colo, contamos até três e então todos começaram a cantar. Meu filho encarava a vela fascinado, e se inclinava vez ou outra tentando pegar o fogo. Então se distraiu com o barulho das palmas e olhou em volta de olhos arregalados.

— Happy Birthday, dear Nathan. Happy Birthday to you. Yeeeeeey!

Rachel e eu nos inclinamos juntos e assopramos a vela, com nosso filho entre nós. Tiramos algumas fotos e então ela começou a falar.

— Bem, pessoal, antes de irmos para a próxima parte, gostaria de dizer algumas coisas. — ela então encarou nosso filho e beijou sua bochecha antes de continuar — Eu queria na verdade agradecer a todos por estarem aqui hoje e por estarem conosco nesse tempo até agora. Esse pequeno príncipe aqui em meus braços é um verdadeiro presente, totalmente inesperado, mas é o nosso presente. Não sei se inesperado agora é a palavra correta, posso mudar talvez para não planejado, porque assim que eu soube que o tinha dentro de mim, ele foi bastante aguardado. — ela tinha a voz embargada — Nós só temos a agradecer desde que esse milagre chegou a nossas vidas, e hoje completa um ano que ele faz parte de nós. É só felicidade. Muito obrigada a todos, e principalmente, ao amor da minha vida, que sem ele isso não seria possível. — nesse momento ela puxou meu pescoço e nos beijamos em meio aos aplausos e assobios de todos.

— Obrigado, meu amor. Eu te amo. — sussurrei perto de seus lábios.

— Também amo você, querido.

— E nós amamos esse pequenino. — beijamos as bochechas de Nate ao mesmo tempo.

— Então, pessoal. — ela se voltou para todos novamente — Agora...

— Ataque ao bolo! — todos gritaram ao mesmo tempo.

Agora era aquele momento maravilhoso onde entregávamos um bolo menor cheio de glacê às mãos do aniversariante, que fazia o que quisesse com ele. Colocamos ele em um cadeirão de alimentação e colocamos o bolo em sua frente. No início, Nate ficou meio intrigado com o bolo, cauteloso ao passar a mãozinha pelo glacê. Depois tudo virou farra, ele colocava as duas mãozinhas com vontade na cobertura com corante azul e depois levava à boca, rindo feliz com tamanha sujeira.

Desde que aquele pequenino nascera, eu mal esperava para ele completar um ano. Mas agora que o momento chegou, eu queria que ele passasse mais devagar. Eu não queria ver meu menino crescer. Olhando para ele de longe, se lambuzando com cobertura de bolo e sorrindo, eu queria tê-lo assim para sempre.





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Notas finais do capítulo

A imagem do Nate sujo de bolo é a coisa mais gostosa do mundo! Quem não viu, ela está em "Nate 1st Birthday" em Remember Me!

Bem, quanto ao medo do Puck, é mais ou menos eu quando vejo palhaço. Sério, é fobia!

Vejo vocês no próximo :)



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