O Reino de Carleon escrita por Meh_Kiryuu


Capítulo 5
Capítulo 5




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            Três meses já haviam se passado desde que os homens foram para o sul, Meagan estava próxima de entrar em trabalho de parto e daria a luz a uma criança sadia e muito bonita, ela havia tido muitas dores e enjôos durante os últimos dias e repousava na cama. Uma das criadas da rainha cozia roupas de bebê em um caldeirão na lareira.


            Nos últimos meses a barriga de Meagan cresceu tanto que ela não tinha roupas para se vestir, por isso foram emprestadas algumas roupas de uma das mulheres que havia tido um filho no ano passado.


            A cada dia que passava Andrea ficava mais radiante e feliz, alguma coisa me dizia que ela daria a luz a uma criança saudável e bonita como ela e o marido.


            - Boa tarde – disse Meagan quando entrei em seu quarto.


            - Como vai, irmã? – perguntei com um sorriso na face.


            - Bem. – respondeu ela meio amuada.


            Meagan mudara muito o seu comportamento comigo, ela ficara mais dócil e fácil de lidar, ela ainda continuava fazendo suas brincadeiras infantis, mas agora eram mais gentis e sem ofensas.


            Aproximei-me de sua cama e segurei a sua mão, fazíamos isso todas as tardes durante aquele mês, e conversávamos.


            Observei que aquela tarde ela não estava muito disposta, ela fazia caretas e sentia muita dor.


            - O que foi, querida? – perguntei preocupada.


            - Estou com muitas dores – respondeu fazendo outra careta e apertando o útero.


            - Chamarei uma parteira para ver o que passa.


             Retirei-me do quarto e deixei-a com Carla, a mais nova dama da rainha vinda da corte de um dos amigos de Willian. Voltei minutos depois com a parteira e Andrea.


             - Menina, como você não pôde avisar ninguém? – falou a parteira espantada – Ainda bem que Elaine foi me chamar... Você entrou em trabalho de parto faz uma hora, preciso da ajudas de vocês!


            - O que desejar é só pedir – disse Andrea em uma voz suave como uma criada fala coma sua superiora.


            - Um jarro de água morna e uma de água fria – pediu a parteira e a mais nova saiu do quarto para providenciar o que foi pedido – Um manto e panos – E agora foi a vez de Andrea – Vamos Elaine! Desamarre o cabelo dela e todos os nós que tiverem em suas roupas – Era uma superstição, todas as mulheres que davam a luz tinham que fazer tal coisa para que seu filho nascesse sadio e permanecesse assim até o fim da vida.


            Fiz o que foi pedido, e segurei a mão dela, era tão grande perto da minha e a cada contração ela apertava mais firma.


            - Levante menina – disse a parteira.


            Então eu e Andrea ajudamos a levantá-la e a ficar de pé.


            - A dor passa um pouco e a criança desliza mais rápido se você andar um pouco.


            Já tinha visto alguns partos antes, mas nunca tinha ajudando em um.


            Meagan começou a andar de um lado para o outro da sala e parava muitas vezes para gritar, sabíamos que essas eram as contrações. Andrea e eu a ajudávamos a caminhar, carregando-a pelos braços como tínhamos feito no dia que Willian estava bêbado.


            - Rainha, minha senhora... – disse a parteira chamando a atenção dela – Peço para que Camille suba aqui e nos ajude, você não pode carregar a senhora Meagan de uma lado para o outro, você carrega o herdeiro.


            Andrea abriu a boca para protestar, mas logo a fechou concordando com que a outra dizia. Agora, era a parteira em quem ficará no lugar de Andrea. Já havia se passado uma hora, eu nunca vi um parto tão difícil. – pensei. Camille subiu correndo alguns minutos depois e trocou de lugar comigo que molhei algum pano na água gelada e limpei o suor de Meagan.


            - Será... será que Louis vai me perdoar? – perguntou Meagan sem forças no intervalo de uma das contrações – Ele me perdoará se meu filho não nascer vivo?


            - Não diga isso! – protestei – Você está louca – E corri abraçá-la, afastei-me e olhei naqueles olhos cores de mel, eram tão lindos! – Ele nascerá sadio!


             Horas já haviam se passado e a noite caía, revisávamos para carregá-la, limpá-la e esquentar a água.


            - Deixem-me deitar, meus pés doem. – pediu ela quase sem voz.


            Ajudamo-la a deitar e a parteira se pós ao seus pés, a dor que ela sentia até eu conseguia sentir, suas mãos apertavam as minhas. Camille foi buscar mais água morna e gelada.


            - Vamos menina, eu consigo ver a cabeça! – disse a parteira.


            Novamente ela gritara e fazia caretas, seus cabelos estavam ensopados de tanto suor e seu vestido tinha rasgado, pois uma hora ela havia pisado nele e o rasgado.  Ela empurrava e respirava com muita dificuldade.


            -Vamos irmã! Você vai conseguir! – animei-a.


            E ela sorriu para mim, seus olhos cor de mel se encontraram aos meus e ela sussurrou algo que não pude ouvir e nem ler seus lábios. E novamente ela repetiu, mas dessa vez eu a ouvi:


            - Você vai cuidar da criança para mim, Elaine?


            - Meagan, você cuidará dela, eu prometo que você vai sobreviver para carregá-la em seus braços e ouvi-la a chamar de mãe.


            Ela sorriu novamente e apertou a minha mão com ainda mais força, pensei que ela já tinha quebrado a minha mão faz tempo, pois eu não a sentia mais. E, finalmente, conseguimos ouvir o som de um choro, sim era a criança que havia nascido!


            - É uma menina! – a parteira gritou.


            Novamente Meagan sorriu e estendeu os braços para segurar a filha em seu colo.


            - Escolha um nome, Elaine, estou pedindo -  disse ela com os olhos cheios de lágrimas.


            - Não, eu não poderia!


            - Eu insisto...


            - Não, Meagan... É a sua primeira filha e desejo que você escolha o nome.


            Ela olhou para a criança em seu colo e disse:


            - O nome dela será Isotta!


            Tiraram a criança de seu colo e a levaram para ser lavada e amamentada por uma das amas. Meagan também foi se lavar e colocar uma roupa mais confortável e trançar os cabelos. A criança tinha os olhos dela, cores de mel e era linda como ela. Como eu a invejo!


            Meagan entrou no quarto e algumas frutas e um remédio a esperava. Ela andou até mim e me abraçou, sua cabeça encostou-se a meu ombro e lágrimas molhavam meu vestido já sujo.


            - Obrigada... – disse ela no meio de tantas lágrimas – Você me fez ser forte até o final, obrigada mãe!


            - Mãe...? – ri afastando delicadamente de meus braços – Você não acha que está um pouco grandinha para me chamar de mãe ou me considerar uma.


            - Elaine, minha mãe, você sempre foi tão boa para mim, será que posso te chamar de mãe?


            - Não a proibirei, Meagan, minha filha.


            Algo dentro de mim, àquela hora, me fez chorar, não sei o que, mas era uma sensação tão boa e confortável. Beijei a sua testa e depois a abracei. Ela deitou em sua cama depois de comer alguma coisa, fiquei em seu lado a noite toda como uma mãe fazia com a filha.


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Notas finais do capítulo

n/a: Estou tão emocionada de estar postando o cap. 5... obrigada por estare lendo!
bjs. Dedico esse capítulo a minha beta!



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