“Sozinho.

Ele estava sozinho.

Ele andava sozinho. Andava e andava, a ponto de seus pés doerem e seus joelhos fraquejarem, de sentir seu coração não parecer o mesmo.

Ele estava sozinho ao ponto de querer chorar. Na verdade, ele estava perdido, mas ele queria encontrar o caminho qual deveria atravessar. Não queria ficar a andar pelo caminho errado o tempo todo.

Queria palavras. Palavras com ou sem significado? Bem, ele definitivamente não se importava com isso.

Queria atenção. De quem? Ele também não se importava com isso. Realmente não se importava.

Mas o que mais queria..., era uma razão para viver, lutar e se sacrificar. Uma razão para querer vencer e destruir todas as barreiras possíveis, apenas para que essa razão sempre estivesse livre e consigo.

E ele encontrou. A razão, a atenção, as palavras e a estrada correta. E o que era? Tão óbvio, o amor.

O amor tão profundo e intenso, tão bonito e verdadeiro, tão incondicional...

E, de repente, ele não estava mais sozinho. Ele sentia seu coração pular dentro do peito, suas mãos tremerem e seu rosto corar a cada frase dita.

Ele sentia seu peito se encher de uma paz que nunca pensou que encontraria, a cada toque, beijo ou carinho.

Porque ele amava.

E amando, ninguém nunca está sozinho."

- Takao, apaga a luz, está tarde. – O murmúrio bravo atravessou o quarto silencioso, chamando a atenção do garoto de cabelos negros. – O que está fazendo aí? – Procurou pelos óculos, ao perceber ele estar sentado.

- Nada. – Soltou a folha do resto do caderno e a dobrou, desligando a luz e se deitando para se abraçar ao outro. – Estava só fazendo a lição de casa. – Mentiu e riu, porque provavelmente ele perceberia a falha. – Shin-chan...

- O quê? – Indagou.

- Eu te amo.

- Vá dormir, idiota.

- Eu sei que você me ama também.

- Takao...

- Ok, ok! Heh~