Diana's The Adventures escrita por LivWoods


Capítulo 17
Capítulo 16 - Jogo de Esconde-esconde.


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Mais um capítulo para vocês!



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A NOITE CAÍA, os soldados de Valquíria continuavam no salão comemorando seus saques e montanhas de dinares que possuíam. Gerad mantinha o olhar severo para seus companheiros. Ele possuía seu próprio passatempo e não incluía bebidas alcoólicas ou violentar alguma meretriz, não era apreciador do ópio como a maioria ali. Gerad tinha um passatempo peculiar no qual somente a comandante tinha conhecimento. Antes de entrar para o clã da Valquíria, ele era um mero servente de taberna. Porém, era muito desajeitado para o trabalho. Esquecia os pedidos dos clientes e quando não esquecia trocava as mesas. Um dia esse erro ocorreu com um criminoso que ficou irritado com ele, mandando ser mais prestativo. Gerad se desculpou alertando que não iria acontecer novamente, eu acho bom, disse o criminoso. Algumas luas se passaram e Gerad esqueceu do criminoso irritado. Em uma noite, quando voltava para casa após o serviço, encontrou a porta aberta e estranhou. Chamou pela avó que não respondeu, a casa parecia ter sido invadida, dirigiu-se até o quarto da idosa e a encontrara jazida na cama. Gerad fora criado por sua avó, já que sua mãe fugiu com outro homem quando o teve. Era nova e acreditava que ninguém a quisesse por causa de um filho bastardo. Ele cuidava da avó viúva que sofria de alguns problemas cardíacos. Quando a viu morta, chorou sobre o seu leito, inconsolável. O sangue de sua avó manchara os lençóis e suas mãos que repousavam sobre ela, não percebeu quando uma mão o tocou e era o criminoso da taberna, ele parecia feliz e sorridente com uma faca empunhada em mãos. Se dirigiu para atacar o jovem Gerad que desviou rapidamente, não parecia aquele menino desligado e esquecido, que trocava os pedidos das mesas. Ele correu para pegar uma faca de cozinha e enfrentou bravamente o homem a sua frente. Ele o matara, porém, por mais que fosse sua primeira morte, estava tão lucido quanto jamais estivera em toda sua vida. Ele retalhou o assassino de sua avó sem qualquer sentimento de culpa, sentiu-se até bem com o que fazia, sua mente estava clara. O conselheiro de sua vila, o julgou e declarou inocente, alegando autodefesa. Alguns dias se passaram e os companheiros do criminoso vieram atrás dele clamando vingança por ter matado o seu chefe. Gerad os matou sem dó nem piedade. Ele percebeu que não poderia continuar vivendo como antes naquela vila pacata e antes pacífica. Então decidiu se juntar a alguns assassinos. Foi então que Valquíria viu o seu potencial como retalhador e informou que procurava por guerreiros fortes e capazes como ele. Perguntou se ele não gostaria de se juntar ao seu exército. Ele respondeu que não sabia, e ela o persuadiu alegando que não estaria no meio de porcos grotescos sem habilidades, em seu exército ele pegaria o que quisesse, e aumentaria seu poder. Venha comigo, não vai querer ficar ao lado desses perdedores para sempre, disse Valquíria. Naquele momento a energia daquela mulher, o poder que ela emanava, ele começou a adora-la como um deus. Foi aí que ela o fez passar por vários treinos e teste, tornando-se o seu braço direito. Voltando ao que importa. Gerad sempre achou as mulheres criaturas magníficas, ele as admirava mais do que qualquer um. Principalmente seus estilos de cabelos. Algumas com cabelos curtos, outras com longos cabelos que passavam das coxas, algumas loiras, outras ruivas ou morenas. Cabelos, ondulados, lisos ou cacheados. Ele as achava como divindades. Quando matava mulheres, ele as escalpava e cuidava de seus cabelos como se ainda estivessem vivas. Pensava que qualquer cabelo daquele, poderia ser o de sua mãe, a genitora que uma vez o abandonara. 

 

Gerad não entendia a graça que os outros homens viam em violentar ou algo do tipo. Ele adorava cuidar de suas vítimas, dar-lhes esperança e depois mata-las lentamente como meros insetos. Era o que Valquíria o ensinara. Sempre aproveite a tortura, faça dela sua arte, era o que ela dizia e ele fazia como um bom pupilo. Naquela noite, Valquíria não se encontrava no salão principal.  Estava descendo as escadas de pedra por um túnel secreto abaixo de seu forte. Tinha em mãos um archote para iluminar o caminho totalmente escuro. Era demasiado longo o túnel. Nenhum dos seus soldados possuía permissão para irem para aqueles lados. Somente ela continha a chave. Continuou andando até chegar em uma sala redonda onde todos os archotes se acenderam misteriosamente. Ela ajoelhou-se como uma reverência e invocou seu senhor.

 

— Comandante Valquíria à sua disposição, meu senhor.

 

— Seus planos tem se mostrado excelente, Valquíria.

 

Disse uma voz máscula. A figura logo fora iluminada e encontrava-se sentado. Era um homem de rosto nobre e belo, de cabelos acastanhados e olhos cinzentos, austeros e severos. Suas vestes eram luxuosas, possuía uma capa negra e botas de mesmo tom. Seus cabelos lisos estavam cortados na altura dos ombros largos e de armadura peculiar. Encarava Valquíria sem muita expressão. Ele a mandou ficar de pé.

 

— Agradeço senhor. Acredito que logo Diana aparecerá. É uma questão de tempo - disse Valquíria.

 

— Soube que ela recusou sua oferta de liderar um exército.

 

— Ela não é mais a garota que servia a você Némesis - Valquíria o fitava. - Essa Diana não é nada além de uma pobre coitada em busca de rendição pelo que fez e claro, atrás de vingança contra você.

 

Ele gargalhou alto.

 

— Deixe que venha ao meu encontro, irei gostar de lembrar dos velhos tempos. Você já conseguiu o que mandei?

 

— Sim, claro. Ele está treinando no alto da colina. 

 

— Excelente. Será bastante divertido.

 

Némesis sumiu envolto de uma cortina de fumaça vermelho escuro e Valquíria regressou todo o caminho até o salão principal onde seus soldados estavam. Havia um alvoroço grande, Sapphire havia conseguido fugir de sua cela. Um dos homens informou a comandante que abriu um enorme sorriso. Finalmente ela percebeu a falha na fechadura, pensou.

 

— Hora da caça rapazes - todos sorriram alegres levantando suas armas. Os cachorros foram soltos e vários grupos se separaram. O jogo era "esconde-esconde", mas Valquíria preferia chamar de "Encontre o preso". Ela criou esse jogo em um dia que estava entediada e resolveu deixar um preso escapar, as emoções de alívio, de esperança em seus rostos a satisfaziam. Tornava a brincadeira mais empolgante. Os presos eram guiados a "única" saída que achavam que existia, porém seguiam para uma floresta sem saída cercada por armadilhas que eles deveriam enfrentar. O grupo ou pessoa que achasse deveria deixar uma marca no corpo do preso e deixa-lo ir e se "esconder". No final, quem alcançasse cinco marcas primeiro, poderia tortura-lo à sua maneira ou estupra-lo, ficavam as condições do ganhador. Como sempre Valquíria preferiu ir sozinha contra dois grupo de dez homens com cães de caça altamente treinados e com faros incríveis. A comandante só deveria contar com suas técnicas de rastreamento. Era um jogo desequilibrado entre a comandante e os soldados, porém, ela preferia assim, adorava a dificuldade e supera-la era ainda melhor. A anos não encontrava um desafio e graças a essa princesa, poderia ter a chance de duelar com Diana mais uma vez. E dessa vez uma delas não sairia viva. Estava caminhando calmamente seguindo o rastro que Sapphire havia deixado na floresta, galhos pisados, esfarelados e o principal, seu suave aroma de avelã. Sapphire corria desesperada sem encontrar nenhuma saída, ouvia os latidos dos cães ainda longe, porém, sabia que cedo ou tarde eles estariam bem em seu encalço.

 

— Preciso fugir daqui! Preciso fugir daqui - repetia a si mesma. Seu corpo estava sujo de terra, algumas partes do seu trapo estavam mais rasgadas do que antes e mais sujas também. Parou, pondo as mãos no joelho e recobrando o folego.

 

— Já está cansada? - disse Valquíria. Sapphire olhou para todos os lados e não viu ninguém. - Tolinha, aqui em cima - disse ao acenar para a garota logo abaixo.

 

A princesa olhou para cima e em um galho grosso viu a mulher sentada, comendo algum doce elegantemente. Sapphire voltou a correr o mais rápido que podia e em todos os lugares que chegava, Valquíria a esperava.

 

— Achei que você me daria trabalho para encontra-la, porém, é como os outros. Decepcionante. Darei uma boa dianteira de três minutos. 

 

Sapphire retomou a corrida e podia escutar lá atrás Valquíria contar: 1, 2, 3, 4, 5... parou de escutar no número seguinte e encontrou um bom esconderijo, onde ficou ali parada. Havia corrido tanto e parecia ter andado em círculos, não havia saída ali. Se caso não tivesse sido treinada por Diana naquela época poderia já estar morta, não sabia se fora sorte ou se fora ela mesmo que desviou dos ataques. A floresta havia ficado silenciosa, os cães não latiam mais, podia ouvir os barulhos das cigarras e grilos, ao menos era o som da natureza, pensou. Pensou em dormir ali e recomeçar a fugir logo cedo, porém, seus pensamentos foram interrompidos quando Valquíria a puxou.

 

— Você não sabe mesmo se esconder - queixou-se. - Talvez na próxima você tenha uma sorte melhor.

 

— Deixe-me ir. Eu não serei de grande ajuda!

 

— Ah você já é de grande ajuda! Agora fique quieta, você é meu prêmio e minha garantia para um bom duelo.

 

Valquíria pegou seu punhal e riscou Sapphire, escrevendo seu nome, o que a fez rir de forma felina.

 

— Diana adorará ver isso. Vamos, infelizmente, não posso me divertir com você do jeito que quero! alguém será torturado no seu lugar, isso eu posso garantir.

 

 

Bastante longe dali, Diana, Argalad e Nine se aprontavam para fazer a viagem em busca da espada dos Elfos. Todos os suprimentos estavam sendo colocados dentro da sacola. Porém, algo incomodava o sacerdote que teve que perguntar se era seguro deixar Sapphire ainda nas mãos de Valquíria.

 

— Sim, ainda é seguro. Valquíria sabe que Sapphire vale mais viva do que morta, ela precisa de algo para me atrair até ela - respondeu a guerreira. - Enquanto tiver Sapphire, ela sabe que cedo ou tarde eu irei até ela.

 

— Me pergunto, que tipo de pessoa é essa tal de Valquíria para todos ficarem assustados com suas intenções? - indagou Nine.

 

— Valquíria é uma maníaca, uma homicida que adora a carnificina e ver os sofrimentos dos outros como uma peça de comédia. É uma sádica de coração e alma e está em busca de reviver o duelo que tivemos anos atrás, é uma vingativa! Esse é o tipo de pessoa que ela é.

 

— Melhor nos apressarmos - concluiu Nine.


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