Diana's The Adventures escrita por LivWoods


Capítulo 15
Capítulo 14 - Revelações.


Notas iniciais do capítulo

Olá gente! Aqui vocês conhecerão o passado da guerreira mais sádica de toda a história. Será que ela tem motivos para ser o que é hoje?



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Sapphire fala...

 

Lembro-me do meu último momento de liberdade, ou devo dizer de prisioneira, afinal não era tão diferente da situação a qual me encontrava. Estava sendo como uma aia da princesa nobre, seguindo-a por todos os lugares. Íris provava um vestido atrás do outro, enquanto minha mente estava em outro lugar, em outra pessoa. Não acreditei que ela havia realmente partido sem mim e nem se desculpado pelo que me fez sentir. Diana era incompreensível e de certo não era familiarizada com situações amorosas. Eu estava admirando um belo vestido turquesa, era lindo, pensei em voltar com ele para mostrar para Diana, o que eu estava pensando? Depois de tudo que ela fez, eu queria seduzi-la? Minha cabeça e meu coração não estavam harmônicos naquela manhã. Mas um toque me despertou dos devaneios que tinha. Nutri a esperança de ser ela, voltando para me buscar e dizer que sentia muito, que não poderia continuar a viajar sem a minha presença, que sentia a minha falta como eu estava sentindo a dela. Pude notar as sombras daquela cabelo esbranquiçado dançando com o vento, era Diana, ela havia voltado por mim. Me virei com um sorriso enorme no rosto e aqueles olhos azuis não eram os da minha guerreira e sim de Valquíria que sorria de forma felina. 

 

— Nunca em toda a minha vida, minha vítima sorriu tão amorosamente como você sorriu para mim. Normalmente sou recebida com gritos - ela comentava de forma sussurrada em meu ouvido, me fazendo virar o rosto.- Achou mesmo que fosse Diana? Que tolinha. 

 

Eu nada respondi e ela prosseguiu:

 

— Acho bom você vir comigo - eu neguei ferozmente, sabia lutar e conseguiria fugir dali com Íris, ela sorriu mais uma vez. Podia se parecer por fora com Diana, mas por dentro, eram pessoas totalmente diferentes.- Sapphire, correto? Meus homens estão ao lado da sua doce irmã que está distraída com... coisas de princesas. Antes mesmo de você pensar em fugir ela estará morta. Venha comigo, você será de grande utilidade.

 

Fui levada a contra gosto por aquela mulher que emanava uma energia tão sinistra, opressora e sanguinária. 

 

Eles cobriram minha cabeça com um capuz e notei que não estava mais em Corinto, quando senti a mudança drástica de temperatura. Estava frio e eu começava a tremer com aquelas roupas leves. Nem um xale possuía para me proteger. Tiraram o capuz de meu rosto e me empurraram violentamente para uma masmorra. Havia cinco a oito pessoas feridas, estavam arfando e cansados. Pareciam ter saído de uma guerra lendária. Eu me aproximei deles tentando ajuda-los e um homem magro, com cabelos sujos de algo que não pude deduzir o que era, disse para não tocar neles. Estavam melhor assim do que ficariam se recebesse cuidados, me informou. Não compreendi o que ele dizia. Como alguém estaria bem ferido do que se curando? Ele se apresentou a mim, parecia ser o único que pudesse andar e falar sem gemer lamúrias de dor. 

 

— Sou Diomedes, fui feito prisioneiro pelo clã da Valquíria a dois dias.

 

— Sou Sapphire - disse retribuindo o aperto de mão.- Não há uma saída desse local?

 

— Está brincando? Mesmo que consiga escapar da masmorra, há cães lá fora e o chão é coberto por armadilhas, alguns soldados da própria Valquíria esquecem onde se localizam e são gravemente feridos. Aqui não existe saída, senão sendo morto.

 

Eu engoli em seco. Como não poderia haver saída? Pela primeira vez eu senti um medo devastador desse rapto, Valquíria não parecia ser como o Darius e os outros que queriam recompensa por eu ser nobre, nem como na Ilha de Hera que eu deveria servir como um sacrifício para a deusa. E o pior de tudo, eu estava sem Diana, ela não sabia no que eu estava metida e com certeza não faria o menor esforço para me salvar se soubesse. Estava sozinha e sem armas para lutar. Aos poucos os oito homens que estavam presos comigo e Diomedes foram levados um a um para seu destino. Todas as noites escutávamos gritos horrorosos que duravam até o alvorecer, com sorte alguns duravam cinco horas e não sofriam tanto. Perguntei sobre o que ele sabia sobre Valquíria e ele me contou que a ascensão de Valquíria começou a muito tempo atrás nessas montanhas do norte. Basicamente nesta mesma base oriental fortificada. 

 

— Dizem - começou ele -, que nessas montanhas havia um grande rei poderoso, Álvaro, que em nossa terra significa, nobre guerreiro ou guerreiro protetor. Ele foi um grande gênio, tático e brilhante estrategista em batalha. Travou inúmeras lutas e jamais perdera uma única sequer. Ele sempre carregava uma lança em mãos, muitos acreditavam que fora um presente dos deuses para ele ou havia sido enfeitiçada pelo povo pequeno, as fadas. Pois nunca errava um tiro. Seu exército o adoravam como um verdadeiro deus, era invencível. Sua fama se alastrou por todos os reinos, seu nome era falado, houveram histórias com seus feitos. Era o herói que as montanhas do norte precisava. Porém, essa fama inabalável do guerreiro chegou aos ouvidos da comandante Valquíria que ficou curiosa e animada em saber mais do guerreiro e seu exército imbatível. Ela caminhou para o norte com poucos homens em comparação ao grande exército de Álvaro com mais de 45.000 mil homens. Dias depois os lendários guerreiros que nunca haviam perdido uma luta, foram facilmente dizimados, seu orgulho fora dilacerado como grãos de areia. Os soldados foram enterrados vivos nos campos e podiam ouvir os gritos a mais de uma milha de distância, quando os gritos cessaram, os corpos que foram encontrados haviam sido crucificados faltando seus membros, eles eram expostos como troféus. E quanto ao lendário rei você deve estar se perguntando - ele sorriu sem vontade. Umedeceu os lábios para retomar a fala:

 

— Valquíria o acorrentou como um de seus cães, Álvaro, o grande guerreiro, maior estrategista, era apenas um bichinho de estimação nas mãos da comandante Valquíria que o decapitou com um chute. Suas palavras foram: "Esse era o grande rei do norte? O lendário guerreiro que nunca havia perdido uma luta sequer? Diziam que os próprios deuses haviam o agraciado com uma lança tão letal que nunca errava um arremesso. Que decepcionante, e pensar que era chamado de grande herói. Ele me enoja. Afinal, só há um adversário digno da minha espada." Os gritos que escutamos todas as noites é porque Valquíria construiu uma enorme sala de tortura, onde ela vai analisar as técnicas de tortura que são utilizadas. Seus soldados arrancam um a um os olhos das vítimas. Dizem que existem cadeiras com espinhos nos assentos, cerca de 1.500 pontas em toda a sua superfície e tiras para conter a vítima, há uma roda de tortura, onde as pessoas são presas nelas e giradas dentro d'água até afogarem-se. Se você for apenas chicoteado mil vezes, pode se considerar alguém de sorte. E o brinquedo mais recente dela, o grande caldeirão construído por Hefestos do mais puro ferro e metal celestial já encontrado. Seus soldados mergulham os prisioneiros em olho fervendo. Os gritos são ensurdecedores ali dentro. Um dos soldados foi punido pela própria Valquíria, pois ela disse que ele não sabia praticar a arte da tortura, suas palavras eram: "A tortura é uma arte que não deve ser apressada, deve fazê-la lentamente e apreciando cada som produzido pelo momento. É necessário prolongar a dor!" - ele parou por um momento. Achei que não retornaria a falar mais e ele prosseguiu.- Valquíria é uma sádica, uma desumana, um monstro que os deuses soltaram do tártaro para a terra. Sua alma e seu coração são mais frios do que os picos de gelo dessa montanha. Contam que para fazer parte do exército dela, os homens passam por um treino terrível que a maioria morre sem finaliza-lo. Seu leal soldado e braço direito, Gerad, demorou anos para alcançar sua atual posição. Ela é como uma hidra, ou como as sereias e seus cânticos. Valquíria deixa seus homens fazerem de tudo livremente e eles são tão leais a ela como cachorros são aos seus donos. Morreriam por ela. Ela não se importa com o ouro, com as jóias que consegue dos inúmeros saques, seu amor é pela carnificina, pela destruição, pelos corpos entulhados, ela ri da morte. O amor para ela não passa de um instinto primitivo e bestial. Valquíria não é nada, nada, além de um comissário da morte.

 

Suas palavras finais, causaram-me um arrepio tão gelado na espinha. Como alguém poderia ser tão destrutivo? Tão doentio a esse ponto? Um dos soldados me levaram ao encontro da comandante e ali estava ela. Num grande assento talhado a ouro ao lado do seu cão de guarda, Gerad. Ela parecia entediada, os homens lutavam entre si e festejavam. Desde que havia chegado aquele local, não acontecia nada diferente de: torturas, festas, gritos e lutas. Ela fez um gesto com a mão para dispensar Gerad e me puxou pelas correntes, como um cão. Eu estava vestida por trapos imundos, rasgados e manchados pelo meu próprio sangue. As algemas me machucavam, eu já estava sofrendo com isso, me pergunto se conseguiria sobreviver quando ela começar a me torturar? Seu rosto era duro como marfim, me olhava de cima a baixo, fez um gesto com as correntes que me fizeram ajoelhar bruscamente. Ela inclinou seu corpo até mim.

 

— Não consigo entender como alguém tão simplória, tão insípida pode despertar a atenção de uma assassina como Diana - ela segurava meu queixo virando meu rosto para lá e para cá, como uma analise, buscava compreender algo que nem eu entendia.

 

— Está enganada se acha que desperto a atenção dela - a imagem de ser rejeitada por ela naquela noite no castelo invadiu a minha mente e não passou despercebido pela mulher a minha frente.

 

— Mas ela despertou algo em você - disse ela. - Você é bem tolinha para não perceber o óbvio. Conheço Diana e ela não aguentaria uma pirralha como você por pena. Você deve significar algo para ela e eu vou tirar proveito dessa fraqueza. - seu sorriso felino brilhava.

 

Alguém que não reparei, serviu um vinho para Valquíria e pelos deuses, como eu sentia sede, fome. Não lembrava da última vez que havia comido. Ela notou meus olhos em seu cálice e sorriu novamente, aquele sorriso vitorioso me irritava. Virei o rosto para o outro lado e ela derramou no chão, perto de suas botas o líquido vermelho de seu cálice, mandou que eu lambesse, pois seria tudo que eu ganharia dela hoje. Eu estava sendo humilhada, aquilo não era modos de uma princesa ser tratada, mas eu já não era uma princesa a muito tempo. Abri mão de tudo quando decidi seguir Diana, foi o que ela me disse uma vez. Eu não possuía mais orgulho e estava com tanta sede que lambi aquele líquido naquele chão e a gargalhada de Valquíria ecoou pelo salão despertando a atenção de alguns homens que sorriram ao me ver desesperada tomando aquele líquido. Novamente fui puxada pelas correntes para perto dela e ela falou:

 

— Não fique com raiva de mim, só irá me dar mais prazer.

 

Eu nada respondi.

 

— Ouvi dos meus guardas que seu amiguinho de cela sabia muitas histórias a meu respeito. Se estava tão interessada no meu passado era só ter me perguntado. Ao contrário de Diana, não escondo o que realmente faço e sou. Eu não nasci nessas terras gregas, sou de terras nórdicas e geladas por isso dificilmente me verá com frio. Eu me criei em uma aldeia longe do centro do distrito nórdico. Aprendi a arte da guerra com o chefe da aldeia, meu pai. Minha mãe foi morta quando me deu à luz. Fui qualificada como a melhor matadora prodígio quando ainda era jovem. Em uma noite, quando voltava de caçadas com ciclopes, minha aldeia havia sido totalmente aniquilada por orcs devoradores de carne humana e eu fui a única sobrevivente. Segui seus rastros, apesar dos orcs terem um faro como de um cachorro, não são bons em despistar os inimigos. Eu os matei e arranquei o olho de um por um ainda vivos, eu adorei ouvir os gritos deles, eram bestas que cantavam como ninfas para meus ouvidos. Um bom velhinho me levou para o clã dos assassinos, fui a única integrante a entrar por livre vontade sem ter sido comprada como uma escrava como sua amiguinha foi. Ao contrário dela, eu queria está lá. Quando perdi minha primeira batalha que foi para Diana, eu reconheci que havia alguém mais forte do que eu. Desde aquele dia eu jurei para mim mesma ficar mais forte. Mais tarde - com a queda do clã dos assassinos - eu criei meu próprio exército sanguinário, elevando-se por onde eu passava, até conquistar o título da guerreira mais forte. Para ser um assassino brilhante, é preciso experiência. Caso contrário você se torna uma decepção como Diana.

 

— Diana não é uma decepção! ela não é como você! - eu gritei.- Você não sabe nada sobre ela e eu não permitirei que fale dela assim!

 

— Tolinha, você que não conhece a mulher com quem dividiu a estrada. Ela contou alguma coisa sobre o passado dela? Contou que foi ela que matou o próprio irmão Deimos? E sem falar que voltou para sua aldeia e torturou seu pai. Aquelas técnicas usadas por ela contra o pai, nunca vou esquecer, me causam até arrepios. Uma tortura por vingança é como atingir o êxtase supremo.

 

— É mentira! - levantei com esforço.- Você mente! Você está dizendo isso para me confundir, me manipular! Eu sei que Diana já matou muitos quando ainda era assassina. Mas ela não matou seu próprio irmão, ela o amava. Ele retornou para casa deles!

 

— Foi isso que escutou? Você não sabe das atrocidades que sua guerreira fez. 

 

— Você é um monstro! - gritei tentando me libertar das correntes.

 

— Ao menos não escondo o monstro que sempre fui - ela disse por fim.


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Notas finais do capítulo

Hoje postei capítulo duplo para vocês, porque tudo indica que demorarei um pouco para os próximos. A coisa está ficando feia e é necessário um baita preparo para os capítulos seguintes.



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