Era Uma Vez escrita por annaLI


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Cap postado às pressas... desculpem qualquer erro



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    A manhã seguinte era de natal e não foi muito diferente das manhãs anteriores em relação ao frio e os ventos fortes. Asuka e D. Hoshido, com aventais por cima de seus melhores vestidos, amanheceram na cozinha e pediram a Kotaru e Syaoran que cortassem a lenha que estava no quintal. O príncipe, que nunca tinha pegado num machado, estava irritado com aquilo. Sora não ajudava muito sentado perto deles e falando sem parar.


    - Estou ansioso para conhecer a princesa Tomoyo, dizem que ela chega a ser tão bonita quanto nossa Sakura. Já pensaram nisso?... A mãe da princesa Tomoyo é prima da nossa rainha aqui de Clow, dizem que ela não gosta do nosso rei por ter se casado com ela.


    - Sora, você não está com frio? – Kotaru perguntou.


    - Muito, porquê?


    - Cuidado que sua língua pode congelar só com o vento...


    Depois de terminarem a tarefa, Kotaru e Syaoran foram direto pra frente da lareira com uma xícara de chá fumegante nas mãos. Um cheiro maravilhoso vindo da cozinha se espalhara pela casa toda, já passava das onze, quando o barulho de uma carruagem à porta fez D. Hoshido e Asuka saírem da cozinha.


    A porta se abriu e a princesa Sakura entrou tirando o pesado casaco e revelando um vestido da cor de seus olhos, a seu lado uma outra moça da mesma altura tinha os cabelos longos e negros amarrados numa trança e sorria ao ser apresentada às outras, que se curvavam dizendo que era uma grande honra tê-las ali. Atrás das princesas vinha um homem alto coberto por uma capa negra pesada e segurando um barril enorme com a maior facilidade.


    - A honra é minha de conhecer vocês. Sakura fala muito de vocês. – A princesa Tomoyo era realmente muito bonita. Sora também foi apresentado e ficou totalmente vermelho ao ouvi-la dizer que ele era muito bonitinho.


    Satsuki e Amaya pareciam um pouco envergonhadas quando desceram. Como se de repente tivesse notado Syaoran e Kotaru sentados ao lado da lareira, D. Hoshido disse:


    - Ah e esses são Syaoran e Kotaru... ei, não vão cumprimentar as princesas?


    Os dois se levantaram e também fizeram uma reverência.


    - Kurogane – A princesa Tomoyo dirigiu-se ao homem que as acompanhava – Porque ainda está aí?... Este é Kurogane, ele faz parte da guarda real no meu país, toda vez que saio, minha mãe insiste que ele vá junto. Faz o papel de uma escolta inteira... – Ela concluiu com um risinho.


    Ele fungou alto de onde estava e começou a tirar a capa preta depois de depositar o barril que trazia no chão.


    - Ah sim, eu trouxe esse vinho para a nossa comemoração.


    - Vocês produzem os melhores vinhos do mundo, não é? – Sora perguntou aproximando-se da princesa.


    - Bom, nós tentamos. – Ela disse com um sorriso gentil.


    - Por favor, sentem-se e fiquem à vontade. – D. Hoshido falou – O almoço está quase pronto.


    - Nós vamos ajudar.


    - Mas é claro que não, são nossos convidados. Sentem-se que daqui a pouco estará servido. – Ela e Asuka voltaram à cozinha e Sakura e Tomoyo sentaram-se lado a lado num sofá enquanto Kurogane acomodou-se numa poltrona com sua expressão aparentemente irritada e de braços cruzados. Syaoran e Kotaru tinham voltado para perto da lareira, Satsuki e Amaya sentaram-se no outro sofá e Sora pegou um banquinho para ficar bem de frente às princesas.


    - Soube que vocês duas já recusaram vários pedidos de casamento. - Ele falou, de repente.


    - Nossa, você é bem informado... – Tomoyo comentou.


    - Para não dizer fuxiqueiro. – Kurogane resmungou.


    - Kurogane! É só uma criança.


    - Eu não sou criança, sou um rapaz...


    Nesse instante, ouviram uma batida na porta. Kotaru se adiantou e foi atender.


    - Olá!


    - Fay!? – Reconhecendo a voz, a  princesa Sakura exclamou levantando-se.


    - Oiê, sou eu mesmo! – Kotaru deu espaço para o homem loiro que vestia um longo casaco azul como seus olhos.


    - Algum problema? – Sakura perguntou.


    - Não mesmo, eu só fiquei sabendo que você vinha pra cá, pensei no quanto as festas na corte são chatas e que a princesa Tomoyo provavelmente traria vinho... enfim, está muito frio, não há jeito melhor de se esquentar! – E,concluindo com um sorriso. – Posso me juntar a vocês?


    - Se D. Hoshido não fizer objeção... – Sakura começou a dizer.


    - Então, tá. – Ele pendurou seu casaco junto com os outros e foi até as pessoas sentadas. – Olá pra todos, pra quem não me conhece eu sou Fay D. Flowright, podem me chamar de Fay, sou conselheiro do rei. – Ele demorou um pouco observando Syaoran à beira do fogo – Como vai princesa Tomoyo? – Ele disse com uma reverência para a moça. – E.. Ah! Claro que o Kurolara também veio! Oi!


    - Olha aqui seu filho da... – Kurogane tinha levantado e agarrara Fay pela gola da roupa. Nesse momento, as mulheres que estavam na cozinha chegaram para anunciar que o almoço estava pronto e ficaram muito assustadas com a cena.


    - Ah... D. Hoshido, Asuka...esse é Fay D. Flowright... -  Sakura falou, com um sorriso amarelo.


    Fay acenou para elas do jeito que estava com um risinho.


    - Podem me chamar de Fay.


    Kurogane o soltou e Sakura continuou a falar:


    - Ele quer saber se pode se juntar a nós...


    - É claro, seja bem vindo... é uma honra... sempre ouvimos falar muito do senhor...– Ela respondeu com uma leve reverência.


    - Juro que é tudo mentira. – Ele disse assumindo um ar de defesa que fez as crianças rirem.


    Sem saber o que responder, D. Hoshido apenas deu um meio sorriso e disse a todos:


    - Vamos logo, está tudo quentinho.


    - Hummm, pelo cheiro deve estar maravilhoso! – Sakura disse enquanto todos se dirigiam à sala de jantar.


    Nesse momento, uma voz fez-se ouvir vinda do andar de cima:


    - Que bom ver tanta gente feliz reunida na manhã de natal.


    Ninguém parecia conseguir acreditar que a dona daquela voz era a vó de D. Hoshido, que colocara um casaco comprido de lã e descia as escadas, bem devagar com aquele seu jeito meio curvado de ficar de pé.


    Ela já tinha quase atingido o último degrau quando Kotaru correu para tentar ajuda-la. D. Hoshido ainda estava em estado de choque ao vê-la ali à sua frente. Demorou um tempo para recuperar a voz e conseguir gaguejar:


    - V-vovó... a senhora... o quê...?


    - Vim comemorar o natal com minha família, se quer saber o que estou fazendo aqui. - Ela disse com um ligeiro sorriso olhando todos que se encontravam ali.


     Ela envolveu a senhora em um abraço longo que a outra tentou retribuir na mesma intensidade. As duas tinham os olhos marejados de lágrimas quando finalmente se separaram.


    - Isso é bom... isso é muito bom... – Foi tudo que D. Hoshido conseguiu dizer com uma voz chorosa. – Vamos, vamos todos. – Ela disse, pondo os braços ao redor do ombro de sua vó e conduzindo-a até a mesa da sala de jantar. Perguntando como ela se sentia e esta respondendo que se sentia muito bem. Todos os presentes sentiram-se tocados com a cena. Até o príncipe estava emocionado e feliz, apesar de não entender naquele momento o que era o calor que ele sentia em seu coração pela primeira vez na vida.


    Só quando estavam se acomodando à mesa, perceberam que não haviam cadeiras suficientes para tanta gente. A mesa era de oito cadeiras, sabendo que a princesa Tomoyo viria, tinham colocado mais uma. No entanto, agora eles eram doze.


    - Oh. – Foi o que D. Hoshido disse ao perceber o prblema.


    - É, acho que temos um problema... – D. Hidemi falou baixinho.


    - Temos aquelas cadeiras no sótão... mas são bem pesadas...e estão lá em cima... – D. Hoshido pensava em voz alta.


    - Ah, não se preocupem porque o Kurinho aqui consegue trazer as três que faltam só de uma vez! – Fay falou dando tapinhas nas costas de Kurogane.


    - COMO É QUE É? – Kurogane seguiu Fay até um canto da sala com os punhos fechados e uma cara assustadora.


    - Ai, controle-se Kurinho, temos crianças e mulheres aqui.


    Acabou que Kurogane teve mesmo de carregar as cadeiras, (não as três de cada vez, claro! Mas ele tirou a coisa de letra) sob intermináveis pedidos de desculpas de D. Hoshido.


    - Pare de se desculpar. – Ele disse com ar de pouco caso.


    Daí, todos puderam finalmente sentar e aproveitar o delicioso almoço de natal que havia sido preparado.


    Depois de quase toda a comida ter sumido das travessas e todos estarem satisfeitos, eles foram até a sala, onde continuaram a beber vinho, continuando a conversa animada da hora do almoço. Em algum momento,alguém comentou que estava com vontade de ouvir canções de natal, então a princesa Sakura comentou que Tomoyo tinha uma voz linda e esta concordou em acompanhar Asuka no piano com sua voz.


    Era isso que estavam fazendo agora. A princesa Tomoyo, com voz de veludo, entoava a letra de uma canção lenta e suave. Syaoran, em pé perto da escada, tinha um ótimo ângulo da cena: Kotaru e as crianças no sofá acompanhavam alegres a melodia, na poltrona perto da lareira, D. Hidemi estava sentada sorrindo de leve com sua neta em pé ao seu lado acompanhando a letra só movimentando os lábios . No outro sofá, Kurogane estava de braços cruzados pensativo, parecendo alheio à situação, em contraste com Sakura, a seu lado, que sorria parecendo extasiada com o que via. Syaoran olhava para ela, quando uma voz atrás dele o sobressaltou:


    - Admirando a princesa? – O conselheiro real do país de Clow se aproximara sem que ele percebesse e o fez corar com a pergunta. Fay deu uma risadinha e bebeu um gole de vinho da taça que segurava. – Sakura é realmente uma garota admirável... – O príncipe virou o rosto, agora realmente vermelho, e não escondeu sua irritação, embora não conseguisse dizer que o outro estava errado e Fay continuou: - É... com isso acho que você deve estar querendo mais do  que nunca se livrar de seu probleminha...


    Syaoran voltou imediatamente a encarar o homem, com os pensamentos à mil. “O quê!?”.


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