Era Uma Vez escrita por annaLI


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Quero agradecer aos que tinham deixado reviews nesse capítulo, o problema é que eu sou uma desastrada incurável e consegui deletar a fic sem querer '.Tinha lido todos eles e até deixei respostas... :( Fazer o quê né? É a vida...



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          Era uma vez num reino chamado Crysalis (Juro que não sei de onde tirei esse nome), um belo príncipe que, às vésperas de seu 17º aniversário, se preparava para assumir seu lugar como rei. O mais jovem representante da longa linhagem de monarcas da família Li, Syaoran, no entanto, não era exatamente o que se pode esperar de um bom governante. Sua mãe, a atual rainha, se arrependia muito de não ter participado mais ativamente na educação do rapaz, já que depois da morte de seu marido, quando seu filho era ainda um bebê, passara grande parte de seu tempo ocupada com os afazeres reais.
    Só há pouco tempo tinha percebido o quanto havia falhado em seu papel de mãe, ao se dar conta de que o futuro herdeiro da coroa acabara por se tornar uma pessoa sem escrúpulos para lidar com o povo e que só se importava com seus próprios interesses. Desesperada com a proximidade da data da coroação, resolveu chamar a única pessoa que ela considerava capaz de ajuda-la, sua amiga e conselheira real: Yuuko Ichihara.
    -Mandou me chamar majestade?
    - Sim, Yuuko. Preciso urgentemente de sua ajuda.
    - O que deseja?
    - Minha amiga, acabo de perceber que meu filho Syaoran não está qualificado para assumir o trono. Meu falecido marido teria se envergonhado da pessoa que ele se tornou...
    - Onde pretende chegar?
    - Quero que faça algo para mudar isso...
    - Sabe que isso é muito difícil... vai exigir um preço alto... e não há sequer garantias de que dê certo... tudo que posso fazer é dar-lhe uma oportunidade, quando e se uma mudança ocorrerá só dependerá dele... Mesmo assim...?
    - Vou arriscar. Sei que meu Syaoran no fundo não é mau...
    - Não se importará com os métodos que eu usar?
    - Absolutamente.
    - O preço será a espada de seu marido, tudo que foi encontrado dele depois da batalha que tirou sua vida. Para você, o bem mais precioso de sua sala de tesouros...
    A rainha respirou fundo e disse:
    - Tudo bem.
    Um tempo depois, Yuuko encontra o príncipe num corredor vazio do palácio.
    - Ichihara, estava com minha mãe?
    - Sim, há algo que ela pediu que eu fizesse. – Ela respondeu, entregando a ele um cordão com um pingente no formato de um círculo mágico (o círculo mágico da Yuuko) que parecia de bronze, mas tocando, Syaoran sentiu uma textura diferente, além de ser muito leve.
    - O que é isso, hein?
    - Sem responder à pergunta dele, Yuuko abriu suas mãos com as palmas para frente na altura do pescoço, os indicadores encostados, fechando os olhos, ela começou a falar baixinho, o mesmo circulo mágico do pingente surgia aos pés do jovem e um vento forte o envolvia enquanto ele exigia explicações, nervoso.
    -...não poderá ser reconhecido por aqueles que o conhecem agora e também não poderá contar a ninguém sobre esse feitiço que só será desfeito quando o símbolo desse feitiço desaparecer... agora... VÁ!
    E o vento tornou-se mais forte, envolvendo todo o corpo de Syaoran, que sentiu-se absorvido pelo chão e fechou os olhos para só reabri-los quando a ventania tinha passado e ele acabara de sentir seu corpo cair. Ao reabrir os olhos, percebeu-se numa rua que ele nunca tinha visto e onde não parecia haver ninguém além dele, deu um salto ao notar que usava roupas velhas e rasgadas, suas mãos estavam enrugadas e, tocando seu rosto, sentiu que ele também estava assim, desesperado dirigiu-se à uma poça de água mais à frente e achou que teria sido melhor ficar sem saber que estava com a aparência de um velho de uns 70 anos. Sabia que Yuuko era uma pessoa muito poderosa, uma das únicas que podiam usar magia em seu país, pensou que aquilo tudo só podia ser algum plano dela para roubar a coroa. Em sua mão direita ainda segurava o cordão que ela lhe dera, apertou-o com força sentindo ainda mais a estranha textura do pingente.
    - Desgraçada, você me paga! – Ele gritou bem alto no meio da rua onde ainda estava, em frente à poça.
    - Ei velinho, quê tu tá fazendo aí?
    Syaoran se virou e viu um grupo de homens vestidos de preto que se aproximava, à frente dos outros estava um baixo e gordo quase totalmente careca que se aproximou dele e disse, percebendo o objeto que ele segurava:
    - Olha só isso! Que velinho mais pilantra, onde foi que roubou isso? Passa pra cá!
    O velinho que era o príncipe tentou dar uma rasteira no gordo, mas suas pernas não eram mais tão fortes como costumavam ser, ele acabou se machucando mais que o outro, que foi amparado pelos homens que o acompanhavam.
    - Ah, então tu tá querendo briga, né?
    Ele pegou o velinho pela gola da camisa rasgada que ele usava e deu um soco bem forte, o senhor caiu no chão, os outros homens foram pra cima dele e começaram a chuta-lo. À essa altura, o príncipe só tentava proteger o pingente precioso que tentavam tomar dele. Uma outra pessoa entrou na luta, tentando ajuda-lo, mas os homens de preto eram muito fortes. A briga prometia ficar ainda mais feia, até que uma voz feminina, de repente gritou:
    - O que é isso? O que pensam que estão fazendo?
    - Nós só... nós só... - O gordo que aparentava ser o líder do grupo ficou completamente sem fala e a moça que falara foi na direção do senhor cujo nariz e boca sangravam e que já estava quase desmaiado.
    - Onde já se viu! Pobre senhor...
    Syaoran sentiu um perfume invadir suas narinas e mãos gentis que o ajudavam a se levantar. O rapaz que intercedera por ele também estava um pouco ferido, mas ainda o ajudou.
    - Ele é um ladrão, veja só o que ele tem na mão...
    - Não quero ouvir mais nada. Não acredito em nenhuma palavra.
    O príncipe não conseguia ver direito aonde estava indo, seus ouvidos zumbiam, ele nem conseguia distinguir as palavras que os dois que o guiavam falavam. Sentiu-se adentrar uma porta que alguém abrira e até ser impelido por uma escada, a última coisa que sentiu foi ser depositado numa cama antes de apagar completamente.
    Seus olhos abriram lentamente, todo seu corpo estava dolorido, doeu muito para ele poder se apoiar no encosto da cama, estava deitado ao lado de uma janela que estava aberta, mas uma cortina a cobria por completo, inundando o quarto com uma luz opaca. Não era um lugar grande e duas camas, cada uma com um criado-mudo dividiam o aposento com um guarda-roupa e algumas prateleiras. Alguém tinha tirado as roupas que ele estivera vestindo e colocara um pijama que ficava um pouco frouxo nele.
    A porta, na extremidade oposta à janela abriu-se de repente e uma mulher de meia-idade meio gorda apareceu, sorriu ao vê-lo ali e disse:
    - Ah, que bom que acordou, você tem visita.- E ela abriu espaço para uma moça de cabelos curtos cor de mel com um vestido longo de manga comprida lilás que abriu um grande sorriso ao vê-lo também, dirigindo-se ligeiramente ao lugar onde ele estava.
    - Olá, você está se sentindo melhor?
   Ele reconheceu a voz da pessoa que o salvara... quando mesmo?
    - Há quanto tempo estou aqui?
    - Você chegou aqui noite passada, já passa das três agora. – A mulher respondeu da porta.
    - Mas me diga, você está bem? – A moça voltou a perguntar com olhos verde-esmeralda que demonstravam extrema preocupação ao fita-lo.
    - Mas que droga de pergunta é essa? – Ela se assustou com o tom zangado dele e deu um passo para trás – Será que eu estou com cara de quem está bem? Eu estou... – Nesse momento sua língua pareceu prender no céu da boca, ele sacudiu a cabeça agitado sem emitir nenhum som e, num acesso de raiva pegou o travesseiro e jogou fora da cama com força.
    - Droga!
    - O que é isso? O que houve? – A mulher agora se aproximava da cama, a moça se abaixou calmamente, pegou o travesseiro e ficou segurando.
    - Por favor, D. Hoshido, se importaria de trazer uma tigela de sopa ao nosso doente?
    -Mas... – A outra quis protestar.
    - Não se preocupe, vai ficar tudo bem.
    - ...Tudo bem. – D. Hoshido se retirou e a moça voltou a fitar o senhor que estava com as mãos na testa, parecendo chorar.
    - Por favor, não fique zangado, só vai lhe fazer mal, me desculpe– Ela se sentou na beira da cama cautelosamente e tocou de leve o ombro dele que virou o rosto, contemplando a cortina que balançava de leve com a brisa, seus olhos estavam vermelhos e úmidos.
    - Há lago que eu possa fazer por você? Família ou simplesmente alguém que queira chamar?
    - Não – Ele respondeu depois de um tempo, mais calmo – Que lugar é esse?
    - É o abrigo da cidade, aquela que acabou de sair é a D. Hoshido é a responsável pelo lugar.
    - Eu não me referia a esse lugar em si, quis dizer essa cidade esse... país, qual é?
    - Ahn? Você não sabe? – Ela dirigiu as mãos à testa enrugada dele – Não parece ter febre... é algum viajante? – Sem obter resposta, ela continuou: - Bem, esse é o país de Clow. Você é de algum país vizinho?
    - Não. – “Nunca tinha estado aqui antes, o que a Ichihara queria me mandando pra cá? Porque justo aqui? Se eu ia ficar assim e sem poder contar a ninguém sobre o feitiço, porque me mandar para tal longe?”. Lembrar-se de Yuuko fez com que ele se lembrasse repentinamente do objeto valioso que trouxera consigo, que ele sentia ser a chave para que tudo voltasse ao normal. Voltou a ficar agitado, perguntando:
    - Ei, onde é que está?- Ele revirava toda sua roupa procurando.
    - Estaria falando disso? – A moça retirou de uma bolsinha que carregava o cordão com o pingente precioso. Ele tomou das mãos dela rapidamente, respirando aliviado.
    - Desculpe, também tinha achado que era roubado... mas não houve nenhum roubo no reino...
    Antes que ela terminasse de falar, a dona do abrigo voltou com uma bandeja de sopa e paezinhos, a moça levantou-se e pegou a bandeja.
    - Hummm, o cheiro está delicioso! – Ela levou a comida até a cama dele.
    - Não quero comer nada.
    - Nada disso, você precisa comer, deve estar fraco. Sua mão direita está ferida, posso ajuda-lo.
    - Eu posso fazer isso – D. Hoshido adiantou-se até a cama – Você não deve se preocupar com isso.
    - De jeito nenhum, sei o quanto a senhora está ocupada lá em baixo, não se preocupe, eu cuido disso.
    - Mas...
    - Por favor, D. Hoshido...
    - Ah, tá bom, então. Fique à vontade - ela se curvou ligeiramente e saiu. A moça voltou a sorrir para Syaoran e ajeitou um guardanapo na gola de seu pijama, depois encheu uma colher com a sopa e levou até a boca dele. Meio relutante ele aceitou, só depois que começou a comer foi que percebeu o quanto estava faminto. Depois de um tempo, ela perguntou, um tanto cautelosa:
    - Será que posso perguntar... Qual é o seu nome?
    - Syaoran.
    - Realmente não é um nome comum desse país... Você pode me chamar de Sakura, tá?
    - Você mora aqui?
    - Não, eu só venho às vezes, ajudar a D. Hoshido, ela uma grande amiga minha...
    A fala dela é interrompida pelo som de badalar de sinos, Sakura pula da cama e fala:
    - Ai, ai, ai, minha nossa! – Já de pé deu a ele, a última colher de sopa – Eu preciso ir agora, voltarei em breve. – Pegando a bandeja, ela se dirigiu até a porta, andando de costas – Por favor se cuide... Tchauzinho! – E foi embora acenando e sorrindo.
    Syaoran voltou a olhar o vazio, nunca se sentira tão impotente em toda sua vida. Nada lhe ocorria que pudesse salva-lo daquela loucura. O único meio que ele conhecia de quebrar um feitiço era matar quem o fizera, mas não era tolo o suficiente para acreditar que conseguiria isso, não em seu atual estado. Lembrava de ter ouvido Yuuko dizer que se aquele pingente sumisse, o feitiço seria desfeito, será que se ele quebrasse...? Ele não acreditava que conseguiria isso também...
    A porta do quarto voltou a se abrir e desta vez quem entrou foi um homem de aparentes sessenta anos, mas com um ar extremamente jovial. Dirigiu-se à outra cama, sentando-se de frente pro príncipe.
    - Olá, meu nome é Kotaru, você se chama Syaoran, né?
    Syaoran apenas assentiu com a cabeça.
    - Parece que você realmente preocupou a princesa...
    -Ahn?


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