A garota Winchester escrita por Ella


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!!



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8.

Samantha gritou, a bala passou raspando por sua cabeça e acertou na de Christian.

Fechei os olhos, Samantha começou a chorar e praticamente se jogou em meus braços, eu deveria tira-la dali, estava acostumada com pessoas choronas se jogando em mim, mas eu não conseguia andar e nem abrir os olhos.

– Cassie, ele tá morto?

– eu não sei... Acho que sim.

– solta a arma, Cassie, ai a gente pode sair daqui.

Deixei o revolver cair no chão, Samantha praticamente me tirou do beco, só abri os olhos quando chegamos à rua da frente, aparentemente, o barulho do tiro atrairá as pessoas, porque elas se avolumaram na entrada do beco.

– garotas, o que aconteceu?- uma senhora perguntou quando nos viu saindo. - vocês estão sangrando!

Levei a mão ao olho que Christian acertara e pude sentir o corte e o sangue.

– chamem a policia!- alguém gritou. - e uma ambulância.

Eu estava em outro universo, via formas e ouvia vozes, mas não entendia nada muito bem, só voltei a mim quando tropecei em alguma coisa e quase cai, mas Samantha, que continuava abraçada comigo, me segurou.

– preciso ligar para meu irmão. - falei pra mim mesma. - Vem Samantha, vou te tirar daqui.

Ela me olhou espantada, estranhando o fato de eu ter me recuperado tão rápido, mas não questionou quando eu a levei para longe da multidão.

– eu tô de carro. - ela apontou para uma caminhonete perto do boliche.

Entramos no carro, mas não saímos de lá, peguei o telefone em meu bolso e liguei para Dean, que logo atendeu.

– alô?

– Dean, sou eu, eu... - olhei para Samantha, que chorava, e comecei a chorar também.

– Cass, o que foi?

– você pode vir até o boliche? Aconteceu algo, eu acho que matei uma pessoa, uma pessoa, Dean!

– Cassie, não saia dai, eu já tô indo.

– tá.

Desliguei o telefone, Samantha se encolheu no banco e me encarou.

– é verdade que seu pai matou os pais de Christian?

– claro que não. - olhei pelo retrovisor as viaturas que acabavam de chegar. - Samantha, eu salvei sua vida lá dentro.

– é, salvou.

– sabe que fica me devendo uma né?

Ela estreitou os olhos para mim.

– o que você quer?

– você não pode contar para ninguém sobre o que Christian disse sobre meu pai, tem que esquecer.

Samantha assentiu, limpando o rosto com a manga da blusa.

Batidas na janela do carro nos assustaram, era um policial, que batia no vidro da minha porta, abaixei-o.

– vocês foram as garotas atacadas?- o policial perguntou.

– sim. - respondi.

– vocês estão bem? Precisam de um médico?

– não. - Samantha e eu respondemos juntas.

– precisam me acompanhar até a delegacia.

– ele tá morto?- Samantha questionou.

– está.

Fechei os olhos, eu matara uma pessoa, alguém como eu! Como que eu posso passar o resto da minha vida pensando que se não fosse por mim, Christian também teria o resto da vida?

– liguem para seus pais.

O policial continuava a falar, me concentrei no Impala que se aproximava, quando me dei conta que era Dean, sai do carro correndo, quase atropelando o policial, e corri até Dean que sairá do Impala.

– Dean!

O abracei finalmente me senti segura, meu irmão era meu porto seguro.

– o que houve Cassie?- Sam, que também viera, perguntou ao sair do carro. - tá sangrando!

Apertei Dean mais forte, e ao olhar a multidão em volta, pude ver uma maca com o corpo coberto sendo levado.

Era Christian.

...

– Christian tentou me atacar, Cassie apareceu bem na hora e me salvou. - Samantha terminou seu depoimento, ela manterá a palavra e não dissera a história toda.

Eu contara a Dean, Sam e papai toda a história, Dean se sentiu terrivelmente culpado, papai me culpou de ter sido descuidada, mas depois de uma bronca de tio Bobby nele (fomos para sua casa assim que pudemos.). Ele me pediu desculpas.

Christian foi cremado, Bobby conhecia alguém que conhecia alguém que deu um jeito para que isso acontecesse.

Era véspera de natal e estávamos decorando uma pequena arvore na casa de Bobby, eu passara um bom tempo trancada no quarto e só sai de lá quando Sam disse que precisávamos decorar a arvore.

Bobby estava sentado no sofá bebendo sua cerveja, observava Sam e eu decorando a arvore com um sorriso no rosto, Dean estava em pé atras da arvore, derrubava as bolinhas de proposito e Sam queria soca-lo por isso.

– Dean!- Sam gritou perdendo toda a paciência, ele pegou as bolinhas no chão e as atirou em Dean, que ria.

– Parem com isso!- falei sorrindo, fazia um tempo que eu não sorria. - Dean, Sam!

– idiota!- Sam jogou a ultima bolinha em Dean.

– tá bom, desculpa!- ele se rendeu e começou a pegar as bolinhas no chão.

– teremos ceia?- olhei para Bobby, que sorriu ainda mais.

– que pergunta idiota, é claro que teremos!

Voltei a decorar a arvore, sem a interrupção de Dean, logo terminamos.

A porta da frente se abriu e papai entrou, era meio dia e ele saíra bem cedo, parou na porta da sala e olhou para a arvorezinha.

– vamos. - ele disse por fim.

Entreolhamo-nos.

– vamos aonde, pai?- Dean perguntou.

– caçar, temos um caso de fantasmas do outro lado do país, se partimos agora chegamos lá à meia noite.

– mas... É natal. - Sam apontou para a arvore.

– caçadores não comemoraram natal, Sam, peguem suas coisas e vamos.

– John, deixe-os ficar. - Bobby se levantou e andou até papai. - é natal, teremos até ceia.

– que se dane sua ceia, Singer, eu já lhe disse para não se meter na criação dos meus filhos!

– eu vou continuar me metendo até você aprender a valorizar a família que tem Winchester, e não aumente a voz comigo.

– não fale o que eu tenho ou não que fazer!- papai gritou. - vamos, garotos.

– a escolha é de vocês, podem ficar se quiserem e teremos um ótimo natal.

– eles são meus filhos, eu decido se ficam ou não...

– cala essa boca, idiota. - Bobby resmungou. - eles decidem.

Olhei para Sam e Dean, se ficássemos papai ficaria chateado, mas se fossemos Bobby ficaria chateado.

Senti-me mal ao perceber que não dava a mínima pelo que papai sentia, mas ele não deu a mínima pelo que eu senti quando Christian morreu.

– eu fico. - falei.

– eu também. - Sam concordou, olhamos para Dean, meio que já sabendo sua resposta, me adiantei para falar.

– por favor, Dean, fica, depois de tudo que aconteceu, vou me sentir mais segura com você por perto. - sei que é errado ter feito chantagem emocional, mas aquilo não deixava de ser verdade.

– Han... - Dean olhou do pai para mim.

– fique Dean, eu vou sozinho.

Papai falou e sem esperar resposta saiu por onde entrara.

Segundos de silêncio se passaram até que Bobby pigarreou.

– então, quem vai me ajudar a pôr o peru no forno?

– eu ajudo. - falei. - mas é melhor deixar agua por perto, porque eu mais fogo é igual incêndio.

– com certeza!- Sam riu. - lembra-se daquela vez que você tentou fazer pipoca e colocou fogo nas cortinas da cozinha?

– essa foi ótima!- Dean soltou uma gargalhada e imitou minha voz. - Dean, as cortinas estão queimando!

– hey, a culpa não foi minha! Quem coloca cortinas em uma cozinha?- me defendi.

– aham, claro. - Sam e Dean se entreolharam, rindo, e Bobby os acompanhou.

(...)

– feliz natal!- gritei, abraçando Sam, que tentou escapar dos meus braços, sem sucesso.

– solta, Cassie!

– ok. - me afastei dele e abracei Bobby, que devorava um pedaço do peru. - obrigada por tudo.

– não por isso.

Abracei Dean, que estava meio bêbado, acho que ele estava triste por não ter ido com papai, ou por ele não ter insistido mais para que fossemos com ele.

Sentei-me em minha cadeira e comecei a encher meu prato, olhei para a janela, uma neve fininha caia, deixando tudo branco, e, pela primeira vez desde que eu atirara contra Christian, eu me senti bem.


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