Team escrita por Diego Jacomussi


Capítulo 1
The announcement in the ruins


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Desde já, obrigado por lerem. Espero que gostem dessa história leve e descompromissada que me ocorreu, feita com carinho para entreter a quem desejar. Sigam a fanfic para os próximos capítulos. Boa leitura! :D



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Ouvia-se apenas o vento e alguns pássaros por entre aquelas ruas, cheias de casas cheias que habitavam seu relevo plano, por mais que não parecesse haver atividade humana ali, naquele horário. Donas de casa com seus afazeres, maridos a trabalhar, filhos na escola. Era uma tarde normal e pacata, quase padronizada. As ruas eram perfeitamente cruzadas e paralelas umas às outras. As casas, parecidas, com garagens, jardins e cercas. Típica cidade interiorana, daquelas sobre as quais não se ouve falar na TV. Aquelas que apenas seus próprios dois mil e poucos habitantes conhecem.

Nos corredores da única escola daquela região, ouvia-se o quase-silêncio. Era uma sexta-feira, motivo para causar alvoroço entre os alunos em qualquer outro lugar, mas para quê, numa cidade tão movimentada-só-que-ao-contrário? Sem muitas opções sobre o que fazer, os garotos, em maioria, praticariam algum esporte entre amigos no fim da tarde, e as garotas, discípulas das mães, preparavam-se para dar continuidade ao perfil de boas esposas, donas de casa que cuidam da roupa da vizinha, do carro novo da colega, dos filhos da casa ao lado e de qualquer outra coisa alheia, menos de suas próprias casas.

Mas, claro, há de haver sempre os que não se encaixam, de outra forma, como poderiam os fofoqueiros exercer sua função? E um perfeito exemplo desses (que, no total, somam três, na escola sobre a qual falamos) é Julius, ó, pobre coitado Julius. O magricela baixote, de cabelos curtos e castanhos, olhos castanhos, pele branca, camiseta sem estampa e calças retas. Resumindo-o, um zé-ninguém. Aliás, seria um zé-ninguém em paz, não fosse sua murmurada fama por entre aquelas salas de aula. Mal sabia ele. Era opaco fisicamente, mas de trejeitos duvidosos, voz duvidosa e gostos duvidosos. Falava pouco e com poucos, ou melhor, poucas. Não gostava de educação física, aluno nota dez em gramática e artes, apesar de levar bem todas as outras matérias. Era assunto-ambulante para os mal-intencionados e os mal-intencionados-sem-saber-que-o-são.

— Será que falta muito pra acabar? — perguntava-se, baixinho, quase deitado numa das últimas carteiras da fileira mais próxima às janelas. O tédio comia-o de dentro para fora. Precisava aprender aqueles exercícios de matemática, mas seu cérebro se recusava, e permitia-se apenas em colocá-lo a fantasiar sobre sua tão sonhada primeira ida à Nova Iorque, para assistir seu musical favorito da Broadway. Ah, como queria ele ser diretor e mostrar, pelo menos ao público pagante e interessado daquele meio, todo o talento escondido dentro daquele metro e pouco mais de meio do seu corpo. Como queria mostrar o brilho de dentro da sua mente para clarear as outras, clarear seus sorrisos, receber seus aplausos... Mas o que ouviu foi, graças a Deus (interjeição tão interiorana quanto si), o som da liberdade. Se é que sair de uma prisão-escola para uma cidade-buraco pode ser considerado liberdade. Tanto faz, pelo menos poderia sonhar acordado em seu quarto, ouvindo musicais pela internet e criar outros projetos que, esperava, viriam a tornar-se grandes clássicos teatrais um dia.

Mal começara a caminha de saída pelo corredor e pode sentir uma bofetada que o desequilibrou, longe de ser a primeira, mais longe de ser a última, em sua cabeça. Apenas parou, levou o braço esquerdo às costas e arrancou uma folha de papel colada com fita adesiva, jogando-a na primeira lata de lixo à vista, sem nem ler, já que sabia tão bem o que estava escrito, mas não se fazia de vítima, sabia não ser o único, e, quem sabe, os tapas não ajudavam as boas ideias a explodirem? Ouviu risos ácidos e já sabia a quem pertenciam. Fred, um tanque humano, alto, grande, não gordo, mas de tamanho nada condizente com sua idade, passava ao seu lado, junto de seu braço direito, Clayton, e de seu zero à esquerda, George. Riam, junto de alguns alunos que presenciaram a cena.

— O que é isso, Juju? Vai cair? Essa sua muralha não aguenta o tranco? — riam mais, os três, e continuavam a andar, sumindo ao mesmo tempo em que suas gargalhadas maldosas dissipavam no ar.

Enfim, ajeitou-se e seguiu, o pobre Julius. Já estavam no segundo ano, logo acabaria, era só ter paciência enquanto não se mudava a Nova Iorque. Seguiu o caminho para sua casa. Esperaria pelo próximo tapa numa outra oportunidade.


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Notas finais do capítulo

Capítulo curto de apresentação, mas ainda há muito a vir. Obrigado por lerem, até o próximo! ;)



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