Tokyo (Klaroline) escrita por Jenniffer


Capítulo 2
Quase


Notas iniciais do capítulo

Oi.
Ahm.
Gente, não me matem tá. Eu simplesmente acordei no meio da noite com uma sensação e pensei:

" ah vou escrever aquela fic lá, aquela que não é de amorzinho. Não exactamente pelo menos".

Só depois que eu fui ler o capitulo anterior, e inclusive só aí percebi que a ideia dessa fanfic era ser um capitulo só, inclusive é possível que essa segunda parte não adicione nada de bom e inclusive estrague um pouco a estória uma vez que não pensei muito no desenvolvimento dela. Dito isso, leiam se quiserem.

:* :* :*



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O sangue dele grudando nas minhas mãos. A sensação de não conseguir colocar nenhum ar para dentro do corpo. O sangue quente, vivo, ativando minha sede, minha fúria.

O arrependimento imediato.

Angústia.

O limite do controle se esvaindo. A expiração de um ar que eu não sei de onde vem.

Eu posso sentir tudo chegando. Tomando seu lugar em mim. Me preenchendo. Me sugando.

Cada célula do meu ser morrendo junto com ele.

Eu matei o Tyler.

O amor da minha vida.

Meu parceiro.

Meu amigo.

Meu vizinho.

Meu colega da escola.

Meu pedaço de vida.

Minha razão.

Eu não sei como nem porque, exatamente.

Mas eu fiz isso.

É isso que todos têm escondido de mim.

É isso que Klaus tem escondido de mim mesma. Ele acha que eu não posso lidar com o que eu fiz.

Ele tem razão.

Eu não posso.

– Caroline. – Ele me chamou apertando meus braços. Me acordando. Me tirando do transe. Eu nunca entendi como um vampiro pode sentir tantas coisas, e não sentir nada ao mesmo tempo. Aqui deitada na neve, meu corpo torpe, minha mente flui. Foi um pesadelo. Claro. Mas no fundo eu sei que foi real. Mais uma memória perdida. E pelo olhar de Klaus em mim, ele sabe também. Em algum momento tudo vai voltar. E vai me destruir. Já está me destruindo. Eu consigo ver borrões enquanto estou sendo carregada, eu preciso me alimentar. Tem muitos dias que não consumo sangue. Estou fraca, ele está me carregando de novo. Eu não canso de ser a donzela em perigo não é mesmo? Poderia ser engraçado se não fosse trágico e tão clichê, e um pouco ridículo também...

– Eu sei. – eu murmurei, sabendo que ele entenderia.

– Ok.

– Klaus. Você acha que eu sou uma covarde por não querer saber porque eu o matei de uma vez?

– Não. Alguns de nós são, de facto, feitos de carne e osso Caroline, não é mito. Algumas pessoas tem até um coração. Totalmente desnecessário, eu diria. Isso faz as criaturas fracas. Hesitantes. As faz sentir medo da perda, as vezes até de perder o que elas nunca possuíram de verdade. Vocês humanos são um pouco estranhos. Mas o que eu sei sobre isso? Eu tenho sido um vampiro por tanto tempo que eu nem lembro mais como é me sentir assim.

Eu sorrio de modo fraco, sentindo dor. O meu sangue voltando a circular nos membros. Se espalhando dolorosamente como pequenos pedaços de vidro estilhaçado nas minhas veias. Existir doí. Eu nunca pensei nisso. Por um segundo a sensação do coração de Tyler na minha mão me fez encolher, retorcer meu corpo buscando acordar. Mas eu estava acordada. Enjoo. Essa era uma sensação conhecida agora. Sempre que alguma memória voltava era tão dolorosa que me fazia querer vomitar, limpar aquilo de mim de alguma forma.

– Você sabe Klaus, eu também sou uma vampira. – afirmei, nem eu mesma acreditando totalmente. Lutando contra as sensações dentro de mim. Sabendo que ele estava consciente do que estava acontecendo dentro de mim e tentando desviar a sua atenção clinica.

– Nem tanto Caroline. Você se transformou à pouco tempo, você não começou nem a engatinhar no que é ser vampiro. Toda você, seus padrões, suas atitudes, seus sentimentos, ainda são humanos. Por isso você é fraca, mas não covarde. Você é até bem corajosa.

– Para uma humana claro, eu conclui. E ele sorriu concordando.

– Eu não teria amado você se eu não fosse assim. Nada disso teria acontecido. A minha fraqueza nos fez fortes. De alguma forma, em algum momento pelo menos. Eu continuei. Desacreditando a mim própria no final da frase.

– Você me faz forte em mim em mesmo Love. Mas fraco perante todo o resto.

– Você tem medo de me perder Klaus?

– Até para você mesma. Principalmente para você mesma. Você nunca entenderia. Talvez num milhão de anos você entenda. Talvez noutra vida até.

– Eu sou uma fraqueza para você?

– Sim.

– Você poderia me matar e voltar a ser o todo poderoso invulnerável. - Eu estou sendo estúpida, eu sei, mas não recuo.

– Eu te mataria Caroline. Só para nunca mais me sentir impotente . Eu te mataria se eu pudesse te esquecer. Eu te mataria para tirar de mim esse pedaço de humanidade que você enfiou aqui e eu não consigo arrancar.

– Mas você não me matou.

– Bom, não foi por falta de tentativa.

– É não foi.

Ele sorriu mais uma vez, fechando a porta ao entrar e me colocando no sofá. Não na cama. No sofá. Ele me olhou de um jeito estranho. Me amando e me matando ao mesmo tempo. Afinal, ele acreditava que deixar que eu fosse me lembrando aos poucos fosse o mesmo que me matar lenta e agonizantemente. Ainda assim ele não me negou isso. Ele não ia me ajudar, mas também não ia me impedir. Eu posso ver que isso machuca a ele também, eu devia parar. Eu sei que nada de bom pode sair disso. Mas eu não posso parar. Eu não quero viver sendo reprogramada para esquecer minha dor. Em algum momento as coisas vão voltar completamente, eu só quero que até que esse momento eu seja capaz de engolir a verdade e guarda la dentro de mim. Uma pequena caixinha de escuridão que eu vou guardar para toda a vida. Mas contida. Eu quero que isso seja uma redenção. Não destruição. Principalmente se isso significar que Klaus vai comigo para esse escuro que ele tanto teme. Klaus assustado. Difícil de ver. Mais difícil ainda de lidar. Eu quero ser forte ao lado dele, não fraca e dependente. Eu não quero ser a fraqueza. Eu quero ser a força. Talvez seja como ele diz...

“ Você teria que viver outras vidas, Love”.

Eu fecho os olhos e rezo baixinho para só dessa vez eu não lembrar de nada, não sentir. Eu quero ter tudo de volta, sim, mas eu não estava preparada. Não hoje. Talvez eu nunca vá estar. Não realmente.


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Notas finais do capítulo

Se alguém tiver achado muito nonsense, nada a ver, mal escrito, ignorem ok? E culpem a Érica porque ela que pediu pra postar mesmo que não tivesse muito sentido. #Aquelas