Days Gone Bye escrita por brenda


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Eu realmente espero que gostem pessoal!
Boa leitura!



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"Oi amigão. Ainda estamos aqui. Estamos esperando...

Desculpe cara. Falo sempre a mesma coisa...

Isto aqui é de todo mundo. Pediram para trazer. Mandaram lembranças e... Esperam que volte logo... Vou colocar em cima da mesa, está bem?"

(...)

O único barulho ouvido foi a respiração de Rick naquele quarto de hospital.

Um som abafado se passa pelos seus ouvidos.

Ele desperta.

Abre os olhos ainda fechando-os devagar.

Sem se mexer completamente, Rick consegue olhar ao lado, onde vê um vaso de flores, com flores já recentes. Sente uma pontada na lateral, ao tentar se mexer.

Já com os olhos completamente abertos, se sente confuso. Ele soube que tinha que sair dali. Ignorou a pequena dor, e se levantou aos poucos.

Retirou tudo o que o prendia ali na cama naquele quarto.

– Não. –suspirou- Não. Não. Não pode ser. – Levou uma das mãos ao rosto como se o limpasse, ou sentisse uma dor de cabeça, o que viera ao caso.

Ele não acreditou no lugar que estava quando finalmente o reconheceu.

“O que posso estar fazendo aqui?” –pensou. “Pode ser possível?"

Certamente milhões de coisas se passaram em sua mente tornando-a embaraçosa.

Rick firmou seus dois pés ao chão, se levantou e pressionou sua mão ao machucado, já cicatrizado, onde estava com um pequeno curativo. Como da primeira vez, se lembrou.

Encarou a porta que dava acesso ao corredor de um hospital.

Aquele mesmo hospital.

Temeu ao colocar sua mão sobre a porta para empurra-la. Pois se lembrava do que viu, ao caminhar quando a abriu.

A mente de Rick continuava embaraçosa, ele não sabia o que o esperaria ao abrir aquela porta.

Pensava em coisas como: o que estaria se passando ali? No que ele realmente deveria acreditar, tudo estaria acontecendo outra vez? Aquela desgraça toda finalmente teria acabado? E as pessoas que conheceu estariam ali, o esperando? Mas essas coisas, por um acaso não poderiam ser verdade. Por um outro acaso deveriam ser impossíveis, ele não se lembrava de nada. Apenas dos últimos instantes em que estava lá, com os sobreviventes que no momento eram sua única família.

Rick empurrou a porta, pensando em qualquer uma dessas possibilidades.

Deveria estar sonhando, deveria ser um devaneio, e ele iria acordar.

Dizem que provavelmente algo curioso deve acontecer quando se está partindo.

Alguns dizem que a sua vida ou suas melhores lembranças, provavelmente se passam diante de seus olhos, outros dizem que as pessoas veem uma luz muito forte. Não se sabia bem. Mas no que Rick acreditava agora, se caso estivesse partindo, você veria pessoas mortas, te comendo vivo e provavelmente, você voltaria.

E que Todos estavam infectados por um vírus. Todos carregavam esse vírus.

Era nisso que ele acreditava. E era disso que tinha medo.

Ao abrir a porta, Rick fechou os olhos, pois colocava naquele momento em sua mente, que veria a tal cena. Como sabia do lugar, pensou que deveria achar a saída, como certamente o fez,

Então Rick, pode abrir os olhos.

E não pode acreditar no que viu.

Após uma forte claridade, tinha toda a certeza que veria aquela mesma cena quando acordou ali, pela primeira vez, mas não a viu.

Rick pode enxergar o movimento ali.

E finalmente pode sorrir.

Então o fez.

Sorriu, sorriu para mostrar os dentes. Embora ainda sentisse dor e sua mente continuava confusa, a esquecia em segundos quando viu a cena que os seus olhos puderam alcançar.

Viu pessoas.

Muitas pessoas.

Viu médicos, enfermeiros. Pessoas.

O corredor completo de sangue, escuro e desgrenhado, buracos de balas na parede, acompanhadas de sangue... Não. Jamais.

Rick pensou que talvez fosse um sonho. Já que um pesadelo havia se tornado real. Caso fosse sonho, desejou nunca acordar.

Mas dentre todas as coisas que Rick tinha em mente, algo o incomodava mais: Procurar pelos outros e Carl. Talvez, Judith.

Os médicos passavam de pressa. Até que um senhor, o tocou no ombro.

– Meu Deus! O que faz aqui? Você... Você acordou?! Como? – O homem foi aos poucos empurrando Rick de volta ao quarto, Rick, que ainda sorria, mas logo reconheceu aquela voz.

Aparentava ser um senhor de idade, quando finalmente o olhou.

– Oh, não! Não! Hershel? – Rick não pôde acreditar.

– Sim, sim. Sou Hershel, agora entre e descanse, veremos sua alta em seguida. –Rick já estava de volta ao quarto quando percebeu.

– Meu Deus Hershel! Eu... Eu... Como nós saímos? Como saímos daquele apocalipse? Onde está Carl? Judith? Onde estão? E os outros? Eu preciso...Saber...

– Por favor Rick, fique calmo.

– Hershel... Não... Entendo – Hershel o deitou na cama, que o mesmo se levantou. -

Rick tentou arrancar respostas de Hershel, mas ele não o respondia. Como se ele fosse um desconhecido.

– Hershel, fale. Por favor! Sou eu, Rick. Rick Grimes! –Exclamou enquanto agarrou o uniforme de Hershel.

– Controle-se, ou terei de chamar enfermeiros!

– Tá... Tudo bem... Tudo... – Rick foi desistindo aos poucos. Estranhou o velho homem não lembrar-se dele, mas, continuou tentando:

– Não... Se lembra de mim?

Hershel, o olhava como se fosse uma pessoa que estaria passando por delírios. Mas pensou: "Se realmente tivesse delirando, ele não diria seu nome nas coisas que falava".

Mas, ignorou-o. Até que, ao colocar sua mão na porta para sair, foi impedido pelas palavras do homem:

– Maggie! Maggie, Beth? –Murmurou Rick.

– Conhece minhas filhas? –Hershel virou-se imediatamente a Rick assim que ouviu tais nomes.

– Sim. Conheço. Conheço você. Ouça-me, por favor.

Hershel se aproximou de Rick.

– Onde estão os outros? Hershel, onde eles estão? –O médico ainda mantia-se em silencio, enquanto Rick, estava alterado.

– Não sei do que está falando, filho. Deve estar confuso.

– Não, não, não! Mas que droga! Eu não estou confuso, entendeu? –Rick perdeu o controle de sua voz. - Não! Eu sei o que aconteceu, está bem? Eu conheço você, conheço suas filhas! Conheci algumas pessoas de sua família, todos vocês. Você... Você viveu conosco, você... – Rick olhou para ambas as pernas de Hershel e arregalou os olhos. Viu que ele possuía as duas. – Sua perna... -respirou pesadamente. -... Você foi mordido, você... O que diabos está havendo aqui?

Um enfermeiro, que passava por ali, ouviu a voz alterada de Rick, entrou e tentou dar-lhe um sedativo.

– Hershel! –Gritou. – Por favor... Fale comigo!!!

Rick aos poucos, adormeceu. O enfermeiro estranhara o fato de que ele não se debateu devido a força que usou para acalmá-lo, para então dar-lhe o sedativo.

O efeito do remédio serviu como um alivio imediato.

O médico ficou paralisado com todas as coisas que o paciente havia dito, sobre ele, sobre suas filhas, e da forma que falou de sua perna. Ficou um tanto curioso.

– Senhor, Hershel, - disse o enfermeiro que havia controlado Rick. – O senhor já pode sair, eu cuidarei dele.

– Não. – Hershel mantia o olhar em Rick. – Deixe que eu mesmo cuido dele.

– Tem certeza? Eu posso ficar. Ele parece... Descontrolado.

– Não. Ele só deve estar confuso com o que viu. E parece que também, com quem viu.

Hershel permaneceu ali, de pé enquanto via Rick dormir a efeito do remédio. Ele tentou reconhecer o homem que estava ali em sua frente, mas não conseguia. Era algo tentador. Ele acreditava que tinha que reconhece-lo. Por tudo o que acabara de ouvir. Mas não se lembrava de maneira alguma. Achou inútil da sua parte.

Mas não, não mesmo. Não o reconheceu e não se lembrou. Apenas permaneceu ali, até Rick acordar.

O que demorou cerca de quarenta minutos, mais ou menos, e logo o velho o ouviu tossir.

Rick tossiu por alguns segundos. Piscava os olhos aceleradamente para acordar.

Sua visão estava clara, pode ver Hershel. Novamente.

– Hershel... – Sibilou.

Tossiu mais uma vez.

– Espero que esteja melhor. – O médico foi logo se sentando ao lado de Rick. E Continuou:

– Fiquei curioso sobre aquelas coisas que me disse... A forma de como agiu.

Rick o olhava, balançando a cabeça positivamente. Sim, aquilo tudo era muito curioso.

O que estou fazendo aqui? - Rick perguntou, mantendo-se calmo.

– Bom, pelo o que eu acompanhei você foi baleado. -explicou - E ficou em coma por mais de um ano.

– O que? - franziu a testa. - Como isso é...

– Sim filho, você dormiu por todo esse tempo.

– Mas... E o apocalipse? E todos aqueles errantes? Aqueles sobreviventes? Isso aconteceu!

– Eu não sei se isso é algo com o que você deva se preocupar, mas, nada aconteceu enquanto esteve aqui. Digo, a um apocalipse.

– Não pode ser. -Rick levou a mão em seu rosto esfregando-a como um tipo de suor. - Foi... Foi real! –Rick inclinou-se a Hershel, levantando-se.

– Ou, ou. Acalme-se. – O médico levou as mãos ao peito de Rick, colocando-o de volta a deitar-se. – Pode ter sido um sonho.

– Não, não. Isso não foi um sonho! Foi real, eu vivi aquilo. Eu vivi aquela desgraça, você também viveu!

– Ei, vá com calma. Você acordou depois de tanto tempo, mantenha-se calmo.

Ele esperou alguns segundos, tentando pensar em algo para dizer ou usar contra aquilo que ouvira. Mas a unica coisa que ele podia, era aceitar que ele estava naquele hospital, e que Hershel, não o conhecia. Nunca o conheceu. Pelo menos não em um apocalipse como viveu, ou achou que tinha vivido.

– Isso... Isso de “sonho” pode acontecer? Pode alguém sonhar em um coma?

– Foi o que aconteceu com você, não? – Ambos se silenciaram por segundos. – Agora Rick, eu sei que tem muitas coisas que você quer ou precisa entender. Posso te ajudar, talvez.

Rick não esperou meio segundo, precisava entender provavelmente tudo o que estava acontecendo, embora talvez já fizesse ideia. Então mandou-lhe perguntas das quais precisava saber rapidamente:

– Preciso que me conte. Conte-me o que faz aqui? Se aquilo foi um sonho, porque é que está aqui...

– Sou médico. Isso não o ocorreu? –Disse ironicamente.

– Você era um veterinário. – Tossiu.

– Certo filho, eu era um veterinário. Mas isso á muito tempo... Como pode saber disso?

– Você salvou o meu filho. – Ambos trocaram um olhar tenso.

O quarto voltou a ficar silencioso.

– Você fala de certo apocalipse. – Hershel tomou a fala. – Que tipo?

– Zumbis.

– Zumbis?

– Sim. Mortos vivos. Pessoas que morrem, e voltam logo depois como criaturas que tem fome de carne humana... Uma aberração.

– Me diga Rick, gostava de ficção científica?

– Isso não é uma piada. -o encarou- Isso saiu do mundo da ficção, tornou-se realidade. Eu sei por que eu vivi naquilo de algum jeito. Eu perdi pessoas... - A imagem de Lori passou pela sua mente fazendo sua respiração ficar pesada. Rick fazia gestos e sempre levava a mão ao rosto, limpando-o.

– Desculpe-me. Só acho que isso seja...

– Impossível? –Terminou a frase poupando-o. – Eu também achava.

– Mas, conheceu-me no meio desse apocalipse? Me conte. - O médico parecia cada vez mais curioso com cada palavra que aquele homem dizia.

– Sim, você e sua família abrigou a mim e ao meu grupo em sua fazenda. Você tinha... Alguns desses zumbis em seu celeiro, como pessoas normais... -Rick olhava para o nada, tentando se lembrar de cada detalhe. - Depois partiram conosco, tentando achar um lugar seguro. –Continuou com sua tosse.

Hershel não fazia ideia do que responder. Por isso, não tentou. Apenas continuou a olha-lo.

– Então tudo isso... Pode ser a droga de um sonho? – Perguntou Rick, tentando concluir.

– Certamente.

O velho "conhecido" deixou o quarto, para que Rick pudesse processar algo ou para que ele pudesse tentar aceitar que tudo aquilo, foi enquanto esteve em coma.

Talvez ele realmente entendesse que tudo o que viveu, foi algo pelo tempo em que passou ali. Um sonho, ou um pesadelo... Nada a mais. Não houve errantes, não houve perdas, sobreviventes, não houve alguém que quisera acabar com ele e seu grupo... Principalmente, não houve nenhum apocalipse. Só houve um tiroteio. Uma pessoa baleada, que ficou em coma. Mas o que Rick também se perguntava era o porque de ter ficado em coma por tanto tempo, se apenas tinha sido baleado. O que teria acontecido?

Então Hershel voltou ali, em alguns minutos. Rick podia perguntar o que também queria muito saber sobre seu coma.

– Porque estive em coma? Digo... Por que por tanto tempo? Pelo que eu sei... -quis falar a palavra "sonho", mas não se atreveu a cita-la. -... Eu fiquei apenas em alguns dias...

– Veja Rick, isso sim é algo surreal.

– Como assim?

– Você apenas ficou inconsciente, em coma, por alguns dias, mas logo depois se passou meses. Ninguém entendeu. Era como se você não quisesse ou conseguisse acordar. Por isso acho que de alguma forma, o que viveu pode ter sido real. Como se você estivesse vivendo em outro lugar, como se precisassem de você... Em outro mundo, em outra vida...

– Isso sim é ficção. –Rick tentou um sorriso com ironia.

– Pois é Rick. Foi/Parece algo ficcional. Vivemos isso aqui. Tentando reanima-lo vários dias... Mas, já estava na hora de acordar, certo?

Rick soltou um sorriso frouxo.

Já sabia o que precisava saber. Mas tinha duvidas sobre sua esposa, e filho. De algum jeito, era impossível não acreditar no que tinha vivido, como acreditar que aquilo nunca fora real. Mas nunca, poderia esquecer-se do que viveu. Porque ele viveu aquilo e como ele viveu, e nada o faria mudar de ideia. Ele havia perdido pessoas importantes no qual não poderia conviver sem, pessoas que teve de matar... Um pesadelo, que com certeza iria levar para a vida toda, sendo verdade, ou não. Agora, ele esperava por qualquer coisa depois que saísse dali, mas entre essas coisas, queria poder ver Carl. Imaginou a hipótese de que sua filha, Judith não existisse.

– Tem alguém esperando por você.

Rick não pensou exatamente em alguém, poderia ser qualquer um. Mas as pessoas no qual viveu até o ultimo momento, se passou pela sua mente. Uma por vez.

Rapidamente, olhou em direção a porta do quarto. Rick não evitou o sorriso. Não pode acreditar na pessoa que estava ali. Já se fazia muito tempo desde a última vez.

– Ei xerife, vamos pra casa? - Shane, escorado na porta, possuía um grande sorriso.


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Notas finais do capítulo

É isso ai, obrigada por lerem! E o que vocês achariam se isso realmente acontecesse na série?Se quiserem, deixem comentários com as ideias de vocês ou o que acharam da história! Vou adorar ler, de verdade.