Sangue de Semi-ninfa escrita por shameeka
Era estranho eu não poder discernir quem ou o que era aquela figura. Meus hábeis olhos conseguiam ver qualquer coisa mesmo na escuridão. Essa era a vantagem de nunca ver o sol. A figura estava encapuzada e eu não podia vê-la. Seu corpo estava coberto por uma longa capa preta. Só o que eu podia dizer é que ela era mais baixa do que eu.
Quem quer que fosse, adentrou o porão apressada. Eu ainda estava de joelhos em frente à parede que constatou a data de hoje. Ela não parecia evitar a escuridão; adaptava-se a ela. Corria rapidamente para mim, como se pudesse me ver, como se soubesse que eu estava ali. Mas era impossível, o porão era escuro demais.
Então eu vi que alguma coisa brilhava na mão da figura. Uma faca. Eu me encolhi, mas a figura parecia olhar diretamente para mim. Ela ia tão rápido que mal percebi quando ela saltou minhas correntes e se postou atrás de mim.
Tremi. Eu não podia vê-la e ela tinha uma faca. Não é a combinação mais legal do mundo. Então ela começou a atacar furiosamente minhas correntes e eu pude ver seus braços.
Eles eram mirrados, mas fortes e esbeltos. Como os meus. Mas não eram pálidos, como os meus. Eram morenos.
Com um barulho agudo que ressoou em meus ouvidos, finalmente as correntes se partiram.
-Vamos sair daqui.
Falou a figura encapuzada. Sua voz soou baixa e fria, como um sibilar. Pelo que eu conseguia lembrar, era bonita – e feminina. Uma garota viera em meu socorro.
Eu tive que pensar para entender o que ela queria dizer. Depois eu percebi. Estava livre.
Pus-me de pé e tentei correr, mas caí. Fazia tempo que eu não corria. Tentei de novo. Levantei-me e dei um passo hesitante. Fui andando cada vez mais rápido até conseguir correr de novo. A garota corria ao meu lado.
Estava correndo na minha maior velocidade de quando eu era mais nova, mas agora sentia que podia fazer mais. Acelerei.
Nossa, eu era rápida. Todo o porão se tornou um borrão enquanto eu corria. A menina não ficou para trás. Dentro de segundos, eu e ela atravessamos o portal e eu me inundei em luz.
Tinha me esquecido como a luz era forte. Pisquei algumas vezes até meus olhos se acostumarem novamente. Eu estava livre!
Dei um pulo no ar e quase gritei de felicidade, mas a garota tapou minha boca com a mão a acenou em direção a casa de meu pai.
Eu assenti. A garota deixou o capuz cair e eu pude ver seu rosto. Ela era morena, seu cabelo era preto e liso. Seus lábios eram cheios e ela era linda. Seus olhos eram grandes e vermelhos.
Dei um passo para trás ao ver seus olhos. Ela franziu os lábios, desgostosa.
-Eu liberto você, e é assim que me agradece?
Baixei o rosto, corando.
-Desculpe. Hm... Quem é você?
Não era isso que eu queria perguntar. Eu queria perguntar “o que é você”, mas achei que pareceria grosseiro.
-Meu nome é Kayla Went. E quem é você?
Ela falou isso como se fosse uma grande questão. Eu dei ombros.
-Me chamo Naya Bronks.
Kayla Went me olhou de cima a baixo. Eu segui seu olhar, e corei. Ainda usava os trapos que meu pai me jogara há tanto tempo.
-Naya Bronks, - ela falou, sua articulação perfeita. – Você completou dezessete anos hoje, estou correta?
Assenti, estupefata. Tinha acabado de conhecer Kayla.
-C-como sabe? – gaguejei.
Kayla apontou para uma mecha de meu cabelo liso. Eu a toquei e estava azul. Mas era só essa mecha do meu cabelo. Eu não sabia por que.
Então ela pegou uma mecha do seu próprio cabelo e me mostrou. Era azul.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
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entaaao, alguém aê se importa de deixar Review, gente?