Sangue de Semi-ninfa escrita por shameeka


Capítulo 18
Cerimônia




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-Anda logo, Naya!

Reclamou Tory, que me empurrava para um espécime de vestiário.

-Sabe Tory, se me explicassem o que eu devia fazer, eu pudesse ser mais rápida.

Retorqui. Dentro do cubículo chamado de quarto que ela me empurrara, era tudo feito de madeira, pois estávamos no interior de uma árvore. De uma árvore tão grande que eu não podia estimar seu tamanho. Uma daquelas que ficam no meio da floresta, daquelas centenárias. Daquelas que as samambaias e cipós estão pendurados nos galhos.

Havia uma espécie de bacia, onde eu supus que devia tomar banho, e também um lugar para que eu lavasse a roupa. Essas coisas, explicou-me Rah, fazíamos no rio, mas era uma ocasião especial.

Meu banho não foi demorado, eu estava ansiosa demais para isso. A noite já havia caído e todas as Semi-Ninfas do meu clã estavam reunidas lá fora, esperando por mim.

Saí, e me vesti com a roupa não totalmente seca.

-Até que enfim!

Tory reclamou. Lembra a história de desejar que ela fosse a anciã sábia? Esquece.

Eu revirei os olhos para ela enquanto ela me empurrava em direção a uma elevação de pedras, sobre as quais Kayla estava de pé.

-Semi-Ninfas aqui reunidas, vocês já conhecem a mais nova de nós, Naya Bronks. – Kayla começou assim que me viu, e eu caminhei para perto dela, hesitante. – Ela passou por todos os testes impostos a ela, e arranjou amigas entre nós. Mas será que Naya Bronks realmente pertence ao nosso mundo?

Perguntou Kayla, e todos ficaram em silêncio. QUE TIPO DE PERGUNTA ERA ESSA?

-Eu não sei. Afinal, como todos nós conhecemos nossas crenças e tradições, não somos nós que decidimos o que virá a acontecer.

Eu olhei para Kayla questionando, e ela parecia se divertir divinamente. QUER DIZER QUE EU PASSEI POR TODAS AQUELAS PROVAS PRA NADA?

-Então, Naya Bronks, eu pergunto, você está pronta para se submeter ao julgamento perante Eywa?

-Sim.

Respondi, tentando passar confiança, mas com a voz trêmula. Uma emoção forte passava-se por mim, e eu não sabia nomeá-la. Além disso, senti uma poderosa presença em mim, pouco depois das minhas palavras, e uma imensa sensação de paz.

-Que comece, então.

Kayla falou, e começou a cantar. Era uma canção diferente, as vozes mais sóbrias, sérias, e logo todas as vozes do recinto entoavam as mesmas notas. A presença se agitava dentro de mim.

A canção alcançava limites inimagináveis. Era lindo, e assustador.  Quando a música atingiu um timbre tênue, a geysa Eywa começou a brilhar na testa de Kayla, assim como uma bela marca trançada que iam de suas têmporas a sua testa, que agora eu sabia ser a marca de Calypso. Era a marca mais bela que já vi, incluindo a geysa Eywa. Mas as das outras Semi-Ninfas também brilhavam, assim como as outras marcas que tinham.

E minha testa também estava brilhando. Eu podia sentir. Agora, eu era definitivamente uma Semi-Ninfa.

Eu podia sentir conexões com a natureza agora, conexões muito mais fortes do que eu já mais senti. Gostava de poder sentir a terra em meus pés, as rochas, a vida pulsando em todos os lugares. E podia sentir uma ligação invisível ligando Murilo a mim.

Eu podia sentir uma transformação transcorrendo, senti minhas forças serem esgotadas, e quando as marcas finalmente pararam de brilhar, eu desmaiei.


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