Sangue de Semi-ninfa escrita por shameeka


Capítulo 10
A tribo dos macaquinhos




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Minhas pernas se esticavam enquanto eu corria pela planície e observava os campos verdes e a diversidade de animais ali.

As Semi-Ninfas me observavam cuidadosamente, e algumas delas se empoleiravam em árvores mais próximas. Suas visões aguçadas as permitiam me ver de muito longe e com minha velocidade sobrenatural – é isso que é ironia – eu voava por sobre a grama verde-oliva. Meus pés mal tocavam o solo e eu já era lançada a quilômetros de distância.

Aquela roupa ajudava muito na corrida. Era tão natural quanto meu cabelo vermelho voando atrás de mim. E eu finalmente entendi por que Kayla me deu aquela roupa. Minha apreciação pela Semi-Ninfa cresceu e mais uma vez eu me perguntei o que a marca lilás em sua testa significava.

Eu já havia percorrido metade do caminho quando alguma coisa me parou. Era alta e marrom e um rugido gutural saia dela. Seus olhos pequenos eram famintos, seu focinho estava sujo de sangue e suas presas afiadas estavam à mostra. Um frio percorreu minha espinha quando eu encarei o urso pardo que rugia furioso a minha frente.

A primeira coisa em que pensei foi em sair correndo, com os braços levantados e gritando que nem uma louca, em direção a cidade mais próxima que eu visse. Mas alguma coisa me avisou que podiam estar me testando, e eu fiquei congelada em meu lugar.

A segunda coisa que pensei foi tão honrosa quanto a primeira. E tão idiota quanto uma chuva de vacas. Talvez eu pudesse vencer o urso.

Você machucaria a natureza?

Alguma coisa em minha mente perguntou, e eu pensei, furiosa.

Que escolha eu tenho? Tenho certeza que a “natureza” está com fome.

A voz idiota não respondeu. Não sei o que eu fiz para merecer isso. Eu devo ter jogado biscoito na cruz quando era criança e o cara lá de cima não gostou do sabor. Tudo bem, senhora-voz-que-sabe-tudo! Eu não vou bater no seu filhinho inocente que quer me matar.

A terceira coisa foi a mais imprudente, mas eu não estava nem aí. Eu pensei em contornar o urso.

Fui andando devagar, contornando o urso, enquanto falava:

“está tudo bem, seu urso, fica na boa, na boinha...”

O urso continuou me encarando enquanto eu andava, mas finalmente eu contornei o urso. Foi aí que ele deu um rugido de explodir os ouvidos e saiu me perseguindo

Eu não pensei o que eu ia fazer. Eu olhei para frente, para longe do urso, e corri o mais rápido possível, gritando: “Salve-se quem puder! AAAAAA”

Só parei quando não ouvia nada atrás de mim, além de risinhos histéricos das Semi-Ninfas. Olhei para trás e não via nada. E o céu estava escurecendo, mas eu não descansar até achar a maçã que eu devia pegar.

Eu corri mais e mais, cansei, fiquei exausta, mas não parei. Finalmente, depois de muitas horas e o crepúsculo já estava acabando, eu pude ver uma macieira ao longe, no horizonte. Eu forcei minhas pernas a correrem e elas se arrastaram em ritmo humano para a macieira.

Eu estava a quinhentos metros da macieira infernal quando uma nuvem escura cobriu minha visão. Parecia... Uma pequena montanha. Não, um batalhão de anãozinhos com rabos peludos. Não, aquilo era... aquilo era... aquilo eram macacos?

Um batalhão de macacos se estendia a minha frente. Eu fui adiante, temendo encontrar outra fera que quisesse me matar. E aí eu adentrei n’a tribo dos macaquinhos.

Havia macacos de todos os tamanhos, mas a maioria eram tão pequenos que poderiam ficar empoleirados no meu ombro, como um papagaio. Um filhotinho chegava a ser menor que a minha mão. E de repente, todos eles atacaram.

Nããão! Estou sendo atacada por malignos macacos possuídos! Que droga, todos queriam defender a maldita maçã! O que é que ela tinha demais afinal?

Aí a voz sem-noção da minha mente resolveu se manifestar.

Converse com eles.

Sinceramente, você acha mesmo que vou conversar com macacos? Pensei. Sem resposta.

– Então macacos... – Comecei, enquanto eles se aproximavam berrando. A louca, parte II. – Por que vocês querem me matar? Nada se resolve com violência, e...

Mais berros. E então, um grito angustiado surgiu no meio dos macacos e eles pararam. E eu pude me aproximar. Era a chance perfeita para eu escapar. Mas eu fiquei.

Um macaquinho minúsculo havia machucado a pata em uma farpa. Quando eu me aproximei, o bando fez uma barreira protegendo o macaquinho, mas eu os afastei com a mão, sem me importar com as mordidas enquanto me agachava.

Estiquei a mão e puxei a farpa do macaco pequeno enquanto ela lamuriava. E aí, ele parou e olhou para mim com curiosidade. Eu sorri e estiquei a mão para ele.

O macaco subiu pelo meu braço e se alojou no meu ombro.

E foi assim que eu fiz um amigo macaco. Sorri quando ouvi os aplausos de Semi-Ninfas atrás de mim.


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Notas finais do capítulo

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Quero dedicar esse cap. á Rah Minucci, e também vou fazer uma surpresinha no proximo cap. para ela... vcs sabiam q o nome dela é Raphaella? Poise neh, o q é a vida se nao a arte de aprender coisas novas (filosofei, ó, morram de inveja)...
E tbm tenho uma surpresa para Murilo, o Elfo Emo, que vai ser transferido a.... nao vou dizer. Mas vou adiantando que vai ficar mto tempo com a Naya e q ela vai gostar mto do seu ersonagem, rsrsrs...
té mais!