— O que está fazendo aqui mãe? – Alison perguntou passando as mãos no cabelo nervosamente. A mulher pareceu que ainda estava em choque.

— O que você acha Alison? – disse olhando seriamente para filha. Emily virou-se de costas, envergonhada.

— Bem, seja lá o que for... Agora você já pode ir, não acha? – Alison tentou fazer o que ela saísse dali mais rápido possível. Mas a sua mãe era persistente, ainda queria entender o porquê da filha está aos beijos com Emily.

— Não Alison, você vai me explicar muito bem, isso que eu acabei de ver– cuspiu as palavras olhando para a garota. Emily se virou sorrindo.

— É melhor eu ir embora, já está tarde – Emily disse se aproximando da porta – Boa noite Sra.Dilaurentis

— Emily, ficar mais um pouco – Alison segurou seu braço. Jessica deu dois passos para trás, erguendo as mãos em sinal de rendição.

— Tudo bem, sua família sabe que você está aqui Emily? – a Emily não respondeu apenas se soltou do aperto de Alison e caminhou a passos largos de encontro à porta.

— Emily, não vai, por favor – a garota pediu mais uma vez quando notou que a Emily não ficaria mais ali, naquela situação desconfortável. Segurou o braço novamente – Eu quero conversa com você – Emily voltou novamente, mas o que queria mesmo era sair dali.

Jessica resolveu sair, pisando duro para um lugar qualquer, não queria admitir, mas aquela cena a incomodo, porém sabia que a filha iria namorar quem ela bem entendesse.

— Calma, minha mãe não vai fala nada. Eu prometo – disse Alison passando as mãos nos braços de Emily.

— Será? – olhou para ela – eu não quero ficar longe de você – Ali abriu e fechou a boca algumas vezes.

— Eu não sou muito boa com palavras, meu negócio é ameaças – sorriu passando os dedos no cabelo dela – eu já te perdi você para aquela pele de porco uma vez, e não vou deixar que aconteça novamente.

— E ainda diz que não é boa com palavras – Emily sorriu, passando os braços por pescoço dela, pressionando seus lábios nos de Alison, num beijo singelo – É melhor eu realmente ir.

— Fica só mais um pouco – disse beijando a palma da mão de Emily. Ela ficou observando o rosto da garota a sua frente, e apreciando suas caricias, nunca pensou que Alison fosse capaz de tocar alguém dessa forma.

— Preciso ir... Mesmo

— Tudo bem, mas quando nos veremos? - Emily sorriu.

— Eu acho que em breve – disse saindo dali, uma das ultimas pessoas que poderiam vê-las juntas, as viu, e isso não era bom.

Duas semanas depois...

A relação entre Alison e Emily estava cada vez mais forte. Ninguém sabia além da Mãe de Ali, o que era um bom sinal, ela não havia contado nada ainda.

Emily estava jantando com sua “família” no restaurante Gene & Georgetti, ela não gosto da idéia, já que Paige trabalhar lá mesmo assim tudo parecia normal, Paige chegava algumas vezes para tentar puxar assunto, mas Spencer logo dava um fora na garota.

—Toby, dá pra soltar a milha filha? – o pai das meninas falou. O garoto estava abraçando Spencer e distribuindo beijos no rosto dela.

— Desculpa, é que eu só tava aproveitando a minha namorada. Ou o senhor prefere estar no meu lugar? Eu acho que a respostar é negativa, não é mesmo?! – o garoto respondeu.

— Mas esse seu namorado é muito abusado. Eu vou dar uns tabefes nesse Garoto – o homem se levantou irritado, arrancando uma gargalhada de todos da mesa. Emily olhava para Toby e não conseguia parar de rir, ele era a única pessoa que a fazia se sentir assim, tão leve.

Povo Emily

Sempre que nossa “família” se reúne, se é que eu posso chamar isso de família, rola alguma confusão, por menos que seja sempre acontece. Depois que a Spence começou a namorar com o Toby, pensei que tudo seria mais fácil, mas ao invés disso, só piorou.

Minha vida pareceu mudar da água por ácido nesses últimos dias, meu relacionamento com o Alison, que ainda estava em segredo, nem sei se é um relacionamento, terminei com o Paige há tão pouco tempo que tudo ficou confuso na minha cabeça. Ela era engraçada às vezes, fofa, gentil, atenciosa... Já a Alison é mais dura, não gosta de demonstrar sentimentos, com ela me sinto mais frágil, como se necessitasse da presença dela de agora em diante, o que eu nunca quis, precisar de um garota pra tudo.

Meu celular vibra em meu bolso, ignorando todos os pedidos do meu pai para não atender, o telefone na mesa, eu o pego, mas é só uma mensagem, não uma simples, é da Alison.

“Quero te mostrar uma coisa. Vem aqui em casa? Estou sozinha dessa vez”

— Mãe pai, eu vou ali, já volto – levantei rapidamente, assim que me virei, Jenna estava ali, com um sorriso nos lábios, parecia uma maníaca.

— Vai encontrar com Alison? – ela pegou o telefone da minha mão e leu a mensagem em voz alta. Como ela podia saber disso?

Emily ficou olhando para a garota, tentando se segurar para não fazer besteira. Onde já se viu se meter dessa forma em assuntos alheios?

Spencer estava sem reação, sabia que Jenna era mentirosa, mas ela leu a mensagem, mas a mensagem poderia nem existir. A garota se levantou.

— Isso é verdade, Emily? – a nadadora olhou para todos na mesa procurando uma boa desculpa. Tomou o telefone das mãos da outra, e como ela conhece bem as funções do aparelho, deletou a mensagem sem olhar para o mesmo.

— Claro que não, essa garota que não tem nada melhor pra fazer e fica perturbando as pessoas. Olha, se você continuar assim, vou ser obrigada a ir para ignorância – ameaçou se aproximado de Jenna.

— Eu não quero você brigando Em – repreendeu a mais nova – Quanto a você Jenna, vai perturbar outra pessoa.

— Mas Spencer, é só olhar o celular dela – disse sorrindo vitoriosa.

— Jenna, vai embora, você não é bem vinda – Veronica falou se levantando.

— Toma aqui, olha – Emily entregou o celular a Irmã. Ela pegou o telefone, passou a mão nos cabelos perfeitamente arrumados, como sempre fazia quando ficava nervosa e procurou a mensagem, mas não achou nada.

— Viu só? – Jenna falou convencida de que a outra se daria mal.

— Vi sim, mensagens da operadora – disse irritada. Jenna abriu a boca e tomou o celular das mãos da garota.

— Você apagou, sua... Sua – vociferou para nadadora, que sorria vitoriosa.

— Sua o que? Pode fala.

— Eu vou conseguir provas do seu romance com a Alison, aí sim você vai ver só – Emily sorriu e pegou um copo de refrigerante em cima da mesa e jogou no rosto de Jenna. A ira da garota era quase palpável, suas pupilas pareciam dilatadas, qualquer um que não a conhecesse diria que a mesma era algum tipo de fera desconhecida pela humanidade. Sem contar que os demais clientes que estavam no restaurante tentavam conter o riso.

— Isso é pra você lembrar-se do dia em que quase ferrou a grande Emily – a nadadora sussurrou sorrindo, assistindo a outra sair furiosa do local. Todos na mesa caíram no riso, principalmente Spencer.

— Com homenagem ao grande seriado Glee e tudo, hein Em – Toby brincou – Mando bem irmãzinha.

— Irmãzinha? – Peter se surpreendeu. Toby Emily se acostumaram a se chamarem de irmãos, começou numa brincadeira, mas depois ficou.

— Esquece. Viu só Spencer? É assim que se coloca vadia no lugar – disse voltando a se sentar.

— Essa foi boa, Em. Mas eu não acho que ela vá deixar barato.

— Ela que não venha me incomoda mais uma vez.

— Vamos parar? Emily, eu não quero saber de violência, se ela não tem nada mais importante pra fazer na vida, você não tem que dar, por favor, não se misture com essa garota – Veronica advertiu, arrancando um sorriso da menina.

No jardim dos Dilaurentis, Alison arrumava algumas flores de costas para a rua, só espera Emily para poder entrar em casa. Ouviu passos atrás dela e se virou com um sorriso no rosto.

— Pensei que... – sua expressão escureceu quando viu que não era a “namorada” que entrara, e sim sua ex sei lá o que, coberta de refrigerante – O que você faz aqui?

— Olha o que aquela sua namoradinha fez comigo? – abriu os braços com cara de choro. Alison a examinou, coçando o pescoço, ela não se importava mais, não como antes.

— Pelo o que sei você deve ter dado algum motivo para ela fazer isso. Mas agora eu fiquei curiosa, conte mais – disse divertida, sentando-se numa cadeira alta.

— Alison, ela me agrediu, será que você não vê?! – falou manhosa, caminhando para ela – Aquela nadadorazinha vai fazer pior, eu sinto isso.

— A Emily nunca faria isso se não tivesse motivos, porque diferente de você ela tem um coração, ela é boa. Não adianta você ficar com essa cara de cachorrinho que saiu da mudança se daqui a pouco vai mostrar quem realmente é.

— Mas eu gosto de você, por isso eu falo essas coisas – ameaçou chorar. A garota se levantou, andando para o outro lado do balcão, não queria muita proximidade com Jenna, mas ela insistia demais. Seguiu Alison, parando bem próxima dela.

— Jenna, já tivemos o nosso momento, agora eu to – ele parou antes de terminar a frase, ainda não estava preparado para admitir em vos alta – acontece que eu não quero mais me envolver com você, eu to com a Emily, e vou continuar com ela mesmo que o mundo inteiro esteja contra isso.

— Como você pode gostar dela? – perguntou indignada.

— Olha, é melhor você ir embora, não to com paciência para suas crises – disse apontando para a porta. A garota passou a mão no rosto, tentando se apaziguar. Passou vagarosamente pela loira, sua vontade era de abraçá-la como antes, se arrependeu de todas as vezes que deixou de encontrar ela por medo de descobrirem.

Alison ficou observando ela sair, pensando em Emily, quando ele teria coragem de falar a ela tudo que sente?

Sentiu o celular vibrar e o olhou, era uma mensagem da garota: ”Não deu pra ir, a Jenna fez um escândalo, sorte que eu apaguei a mensagem antes da Spencer ver. Desculpa” ela respondeu:

“A maluca teve aqui coberta de refrigerante. Mas tudo bem, amanhã eu te encontro”. Alison sorriu.

“Como? ah, e eu que joguei o refrigerante nela”

“Surpresa”

“Agora eu tenho que dormir. Boa noite”

“Boa noite”

Emily estava deitada na cama trocando mensagens com Ali, queria ir encontrá-la, mas era muito arriscado ir depois do que a Jenna fez.

[...]

No dia seguinte, a menina foi jogar hoquei com a irmã, Spencer não perguntou nada sobre a denuncia de Jenna, confiava na irmã, mesmo que a mesma vivesse aprontando, como no dia que machucou o ombro e tomou remédio escondido. Spencer a via como uma bonequinha, bonequinha essa que não existia, Emily era forte e decidida assim como a irmã, mas havia algo diferente nela, algo que Spencer não conseguia decifrar, mesmo sendo muito próxima da irmã. Talvez fosse só coisa da cabeça dela.

Depois do treino de hoquei, Emily correu para casa para não se atrasar para o colégio. Tomou banho, se arrumou e saiu de casa, lembrando das mensagens que trocara na noite anterior com Alison.

— Precisa de uma carona? – uma voz familiar a assustou quando dobrava a esquina. Vinha de um carro que ela conhecia muito bem.

— Deu pra me seguir agora? – brincou se aproximando do veiculo. Alison abriu a porta do carona e a menina deu a volta no carro, entrando em seguida.

— Você vai sempre para o colégio, assim tão bonita? Devo me preocupar?

— Boba – disse segurando o rosto dela, dando um beijo estalado – senti sua falta – falou baixinho enquanto acariciava seu rosto.

— Eu também senti. Mas agora eu tenho que te levar para colégio – virou para frente, ligando o carro. A garota soltou um muxoxo de frustração, não estava nenhum pouco a fim de assistir aula, era segunda-feira, o pior dia da semana — Se sua irmã, ficar sabendo que Jenna não estava mentido, Spencer iria me mata, e se ainda por cima descobri que te ajudei a matar aula, tenho certeza de que ela se certificará pessoalmente de que nem reencarnar eu vou.

— Você com medo da Spencer, serio?

— Antes eu podia acabar com aquela petulante, agora não, tecnicamente ela é minha cunhada – disse dando a partida.

— Que eu saiba a gente não está namorado. Então ela não é sua cunhada, ainda – comentou olhando para Alison. A garota riu pensativo.

— O que foi? – perguntou confusa.

— Acho que hoje vamos matar aula – anunciou virando numa esquina, a mesma em que ela a encontrou no dia em que terminou com Paige.

— Porque mudou de idéia, assim do nada?

— Muito curiosa a senhorita – Emily riu. Era incrível como Alison era completamente diferentes quando estavam com ela.

Alison virou mais umas duas vezes até entrar na estrada, que agora durante o dia era realmente linda, desacelerou o carro, para Emily poder contemplar melhor a paisagem que não conseguiu naquela noite.

— Esse lugar é ainda mais bonito durante o dia – comentou olhando pela janela. Alison parou o carro e olhou para ela.

— Você merece. Agora vem cá – abriu a porta, esperando por ela. Emily saiu do carro, juntando-se á ela pouco à frente, a loira segurou sua mão e começou a caminhar floresta adentro. Era um lugar que transmitia muita paz, os pássaros cantando, o vento balançando as enormes e velhas arvores, as folhas secas no chão.

— Já veio aqui quantas vezes? – perguntou enquanto andavam cautelosamente, o caminho agora era coberto por pedras e limo.

— Quatro. Descobri por acaso, parece que ninguém vem aqui – respondeu parando na frente de um monte de mato. Olhou para um lado e puxou, era uma espécie de cerva viva – Precisei cercar pra ter certeza de que permaneceria intacto.

— Você que fez a cerca? Isso é crime, não é? – estendeu a mão para Ali, que a segurou com força ajudando-a a passar pelo matagal.

— Não se ninguém souber – Alison sorriu perversamente, os dois passaram por um caminhou fechado por plantas, mas a loira sabia onde pisar ou tocar. Ouvia-se um forte barulho de água, que logo a menina percebeu se tratar de uma cachoeira, como a que a sua família a levara quando era criança. Alguns passos depois, já dava para vê-la, era mais bonita do que qualquer outra, um riacho esverdeado cercado por pedras, a queda d’água era fina, porém forte.

A garota saltou uma pedra, erguendo os braços para pegar a garota, Emily se aproximou da beirada e se lançou nos braços suave de Alison, deixando assim seus corpos unidos.

— É bem bonita – comentou olhando fixamente para ela.

— Eu ou o riacho? – perguntou dando-lhe um beijo na testa.

— Você, claro! – sorriu beijando-a. Um beijo calmo queria aproveitar aquele momento ao máximo.

— Em – Alison disse se separando, olhando nos olhos dela – Depois que eu a gente se beijou na casa da arvore, alguma coisa dentro de mim mudou completamente, eu não sabia o que era até aquele dia em que eu te vi beijando a Paige, eu queria te ver feliz sim, mas que fosse comigo, eu queria ser a razão do seu sorriso todos os dias, queria você só para mim...

— Porque está falando isso?

— Eu não sou muito boa com palavras, então, vou ser bem direta – ela respirou fundo.

— Fala...

— Aceita namorar comigo?