Camp Hogwarts escrita por Drica O shea


Capítulo 8
Day 6 - Last Competitions Day


Notas iniciais do capítulo

Gente, me desculpa mesmo a demora, meu pai cabeça dura esqueceu de pagar a internet, e só foi pagar hoje de manhã. Mas sem mais delongas, ai está! Comentem o que acharam.

Beijos
Amo vocês!

Nessie



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(Lílian)


Acordei com dor e cansaço em todas as partes do meu corpo. Era o último dia de jogos no acampamento, a véspera de nossa despedida, e dia da grande final do futebol masculino: Sharks e Tigers. As cenas do dia anterior na sala do senhor Potter rodavam minha mente sem parar, e eu ainda não acreditava que as coisas tinham tomado aquela proporção imensa. Tudo aquilo me fez questionar que tipo de amigos eram os garotos, com tantos segredos pelas costas, e que tipo de amizade eu e as meninas achávamos que tínhamos, também escondendo coisas bobas umas das outras. Eu estava arrependida de ter omitido o beijo do lago. Se eu não pudesse confiar nelas, em quem mais seria? Tentei pensar em Nate e Pontas, mas a sensação era de que meu cérebro latejava só de imaginar o rosto de ambos. Decidi que devia dar tempo ao tempo - eu não estava preparada para encarar nenhum dos dois em uma conversa séria.

Levantei-me e percebi que estava sozinha no quarto, provavelmente atrasada para o café da manhã. Tentei tomar banho e me vestir o mais rápido possível, chegando ao refeitório quando este já estava lotado e atraindo todos os olhares, de todos os times, para mim. Decidi que não demonstraria emoção alguma, apenas pegando uma bandeja com uma omelete e uma caixinha de suco. Virei-me para as mesas dos Tigers e pensei: com quem iria me sentar? Lene e Dorcas estavam juntas, mas não sabia se era bem vinda ali. Decidi ir andando, procurando um lugar vazio.

– Lily! Onde você pensa que vai? – Ouvi Lene gritar e olhei para o lado com um grande sorriso, me sentando junto a ela e Dorcs.

– Me desculpem. – Abri a boca e desembestei a falar. – Eu não contei sobre Pontas sem nenhum motivo aparente, não há justificativa alguma para eu ter feito o que fiz. Só quero que vocês sejam minhas amigas pra todo o sempre se for possível e, principalmente, preciso de vocês agora, porque estou metida numa puta encrenca. – Suspirei, e elas começaram a rir.

– Lily, nenhuma de nós foi cem por cento sincera nesses últimos dias. Não se preocupa. Hoje é o penúltimo dia de acampamento. Você acha mesmo que terminaríamos tudo isso brigadas? – Dorcas acariciou minha mão. – Além do mais, realmente, você está num grande problema. Já pensou no que vai fazer? Quer dizer... Vai pedir desculpas ao Nate, ou ao Pontas? Acho que você não vai conseguir terminar essa situação sem ressentimentos com os dois.

– Olha, eu venho pensando seriamente que nenhum dos dois vai aceitar minhas desculpas. – E era verdade. Eu beijei Pontas enquanto estava com Nate, e logo depois entrei num jogo idiota de sedução mesmo ele não concordando com a ideia. Era como se eu não tivesse respeito nenhum pelo cara que estava do meu lado. Por outro lado, o que fiz com Pontas foi, como ele mesmo havia dito, a coisa mais baixa do mundo.

– Se algum deles gosta de você de verdade, acho que vai passar por cima disso e tentar seguir em frente. – Lene deu um sorriso fraco. – Pelo menos espero que Almofadinhas pense assim de mim.
Perdi um pouco do foco na conversa escutando Lucius na mesa ao lado, ele era um garoto do nosso time, era incrivelmente chato mas jogava muito bem, por sinal ele que fizera quase todas as passadas de bola para Nate no último jogo. Ele estava debruçado sobre a mesa, papeando com Severus Snape e falando sobre os acontecimentos de ontem, provavelmente como todas as pessoas daquele local.

– Você acredita que a Lauryn, aquela gostosa dos Sharks, traía o Pontas com o Luke? – Lucius contou a “novidade” a Snape, e ambos começaram a rir. – É claro que os caras não estão nem se falando. E sabe o que mais? Acho que a gente deveria se aproveitar disso no jogo contra eles hoje. Com o time daquele jeito, eles não vão ter nem chance. – Lucius estralou os dedos, confiante. – Sabendo aproveitar isso, eu vou ser o verdadeiro salvador dos Tigers. Espere pra ver.

Curvei uma das sobrancelhas, não acreditando que tive a chance de pescar justamente aquela conversa. Agora sim eu sabia como Pontas me perdoaria.

– Preciso ir, gente. Encontro vocês no jogo? – Nem esperei por uma resposta, passando os olhos pelas mesas dos Sharks. Enquanto os outros garotos estavam todos juntos, ainda que longe de estarem em seu melhor humor, Pontas estava sentado sozinho, do outro lado do salão. Corri até ele e sentei-me em sua frente sem pedir permissão.

– O que você acha que está fazendo aqui? – Ele perguntou sem olhar para mim. – Não, sério. Quem te deu o direito de chegar perto de mim de novo, Lílian?

Suspirei prendendo a respiração, sentindo que se eu não me controlasse as lágrimas viriam mais uma vez.

– Só vim pedir para que você aceite minhas desculpas. Sei de uma coisa que pode te interessar. Lucius Malfoy disse que vai se aproveitar do fato de que você e os garotos não estão se falando para vencer o jogo.

Pontas ficou alguns segundos em silêncio, tirando pedaços de uma fatia de pão.

– Não acredito em você. – Ele disse, jogando o pão em sua bandeja. – Foi Luke quem te pediu pra falar isso? Só para que eu desculpasse ele e os outros? Lamento, Lílian, mas não é assim que as coisas funcionam. E também não acredito que você viria até aqui só para contar uma estratégia que prejudicaria o meu time. É a final mais clássica desse lugar. Sharks e Tigers no futebol masculino. E você realmente quer que eu pense que você veio fazer uma boa ação e ajudar meu time a se defender contra o seu? Ao contrário do que você tentou provar todos esses dias, eu não sou idiota. Agora saia daqui, por favor. E vê se não fala mais comigo.

Abri a boca duas ou três vezes para tentar falar alguma coisa, mas sabia que nada adiantaria. Decidi deixá-lo sozinho de uma vez e ocupar a minha cabeça até a grande final, preocupada com o que poderia se desenrolar dali. Eu não confiava em mais ninguém.


(James)

Eu estava irritado demais para me concentrar no jogo: os Tigers estavam ganhando de 2x1, e ainda estávamos no primeiro tempo. O único gol que tínhamos em nossa conta havia sido feito por pura sorte. Claro que os jogos entre Sharks e Tigers eram sempre os mais esperados, e por isso, ano após ano, a rivalidade aumentava ainda mais. Até mesmo os torcedores dos Falcons e dos Bulls estavam visivelmente nervosos, todos calados e prestando atenção num jogo que nem mesmo era deles. O goleiro dos Tigers lançou a bola, que acabou caindo próxima a mim. Consegui o domínio dela e fui driblando cada jogador que estava na minha frente, observando que Luke era quem estava mais próximo ao gol e livre de qualquer marcação. Eu nunca imaginei que um dia pensaria assim, mas foda-se os Sharks! Eu não passaria a bola pra ele de jeito nenhum. Tentei driblar um dos zagueiros do time adversário, mas ele conseguiu roubar a bola de mim. Almofadinhas gritou alguma coisa, mas tudo o que eu fiz foi ignorá-lo e, logo depois, o juiz apitou o fim do primeiro tempo - eu senti a revolta e a tristeza de toda a torcida dos Sharks em meus ombros. Não que tivesse ido mal sozinho, mas eu era o mais revoltado em campo. E o mais injustiçado também. Por puro hábito, quase puxei assunto com o Aluado enquanto saía de campo, mas então me lembrei que as coisas não estavam como deveriam estar.

– Eu quero todos, eu disse todos, sem exceção, dentro do vestiário. Agora! – Nosso "Técnico" gritava, enquanto apontava para o vestiário. Obedecemos a sua ordem, bastante cabisbaixos.

Todos se acomodaram naquele pequeno espaço, e foi a vez de o técnico dar a palavra ao time. E caralho, que palavra...

– Meninos, eu não sei se vocês sabem, mas eu também participei de Camp Hogwarts há muitos anos. – O nosso técnico Lewis, deu a introdução e alguns suspiraram: lá vinha história... – Antes do seu pai se tornar dono disso aqui, James, ele era apenas mais um competidor, assim como qualquer outro. Eu, ele e outros amigos fomos as estrelas de nosso time, e muitas vezes isso subia à nossa cabeça. Mas não importa o que acontecesse, a amizade era sempre o que nos impulsionava a continuar e dar o nosso melhor. Seja dentro ou fora de campo: nós fazíamos merda também, e muitas vezes fomos punidos...

– Senhor, mas nós não fomos os culpad... – Almofadinhas interrompeu e foi interrompido ao mesmo tempo.

– Cala a boca, Black. Eu ainda não pedi a sua opinião! – O treinador gritou. Caramba, o Almofadinhas não sabia guardar aquela língua não?

– Eu não quero saber quem foi o culpado ou quem foi a vítima. Eu quero o meu time de volta. O time que faz esse acampamento tremer quando entra em quadra. Não quero que vocês vençam sempre, ninguém é perfeito, mas quero que deem o melhor. Não só o melhor de si, mas o melhor em conjunto. – Enquanto o treinador dizia isso, eu e meus amigos trocávamos pequenos olhares. Olhares de culpa e de acusação. – Às vezes nós não entendemos por que nossos companheiros tomam certas atitudes, mas é sempre bom lembrar que muitas das vezes é para o nosso bem. Algumas delas são erradas? Sim, são. Mas ninguém está livre de erros. É muito fácil apontar o dedo na cara de alguém, dizendo que o que ele fez foi errado e criou feridas, mas é difícil entender, e principalmente aceitar, que talvez aquela não tenha sido a intenção. Vou parecer um personagem de filme antigo ao dizer isso garotos, mas amores vêm e vão. A amizade é que é levada para sempre, pois é ela que nos sustenta em muitas situações. Os gatinhos metidos a sucrilhos Kelloggs perderam um jogador e ainda assim estão vencendo. Esse é o melhor exemplo. – Aquela comparação nos fez rir pela primeira desde que entramos em campo. – Meninos, unam-se e destruam esse jogo, mas lembrem-se que o objetivo desse lugar é gerar memórias boas que serão lembradas para sempre.

Cada palavra dita pelo Sr. Lewis pulsava dentro de mim. Mesmo que a ideia de esconder as coisas tenha sido muito escrota, e ainda me doesse o fato de ter sido trocado pelo meu melhor amigo, eu sabia que meus amigos haviam escondido isso de mim sem a intenção de me magoar - pensando em mim, ainda que de um jeito que me deixasse totalmente puto. Pensei no treinador, meu pai, e em mim: os três sempre movidos pela razão, buscando fazer a coisa certa. O intervalo já havia acabado, mas eu precisava tomar uma atitude de capitão e principalmente de amigo. Levantei-me e subi no banco em que estava sentado, respirando fundo e tirando todo o peso dos ombros através de palavras.

– Caras, eu queria pedir desculpas pelo egoísmo e falta de profissionalismo no jogo de hoje. Eu estava, e confesso que ainda estou, muito puto. – Deixei que as palavras saíssem de minha boca sem medi-las muito bem, apenas querendo que elas alcançassem todos ali, em especial Almofadinhas, Aluado e Luke. – Mas eu finalmente entendi. Saibam que de longe não foi a atitude mais correta, mas as pessoas têm direito de errar, não é mesmo? Esse acampamento é onde eu me entrego cem por cento todo ano, para que cada ano seja melhor que o outro. Não são as festas, as competições, os rivais e nem mesmo o troféu. São essas histórias que eu sei que vou lembrar, como hoje: o dia em que o técnico Lewis deu uma lição de moral super gay em todo mundo. – Eu ri. - Eu lembro o primeiro dia em que a maioria de nós se conheceu: nós ficávamos olhando os mais velhos jogando e sendo aclamados, e sonhávamos com aquilo. Queríamos o dia em que iríamos competir de verdade. Bem, aqui estamos nós. Vamos conquistar isso juntos. – Dei um grande sorriso e coloquei toda a força que existia dentro do meu corpo em uma só frase. – Sharks?

– Sharks! - Todos responderam, pulando e socando os armários. Meus amigos vieram até mim e me abraçaram, provavelmente pela primeira vez na vida, o que nos fez dar muitas risadas constrangedoras. Não precisamos trocar nenhuma palavra. O treinador me deu um tapinha de aprovação nas costas, e partimos em direção ao campo. Estávamos atrasados.

O placar estava dois a dois. Assim que entramos, Luke fez um gol de letra, deixando a torcida alucinada. Faltavam dez minutos para o jogo acabar e tudo o que eu queria era que marcássemos mais um gol. Vencer dos tigres de virada. Aluado tocou a bola para mim e eu saí em disparada na direção da rede: seria o gol da vitória... Se não fosse pelo filho da puta do Severus Snape. Na tentativa de recuperar a bola, ele me passou um carrinho, quando eu já estava na pequena área. Por sorte ele não me machucou, mas eu havia conquistado um pênalti. Eu conseguia ouvir a torcida gritando, provavelmente todos os times que estavam ali passando por severos momentos de tensão. Enquanto o juiz discutia com alguns jogadores do Tigers que reclamavam, dizendo que aquilo não havia sido pênalti, eu caminhava até a marcação. Quando me abaixei para pegar a bola e colocar em cima da marca, vi uma sombra tomando a bola para si, antes que eu pudesse pegar. Era o tal do Lucius, e ele sorria vitorioso demais para quem estava prestes a perder o jogo. O que aquele babaca queria?

– Lucius, será que dá pra você me dar a porra da bola? – Eu disse, incomodado.

– O que foi, Potter? Ainda está puto porque perdeu a Lauryn pro seu melhor amigo? – Ele estava me provocando, justamente como Lily falou. Aquilo não iria acabar bem.

– Cara, por que você não toma conta da sua vida? Já estou resolvido quanto a isso. – Eu já estava ficando estressado com aquele sorriso do Lucius de virgem quando vê prostituta.

– Vocês tubarões são uma piada mesmo. Um come a namorada do outro, o outro come a irmã de um. E depois fazem o quê, se comem? – Eu estava prestes a acertar a cara daquele imbecil. Por sorte o juiz chegou e pediu que eu me preparasse para bater o pênalti. Mas antes que eu fizesse isso, ouvi Lucius rosnar mais palavras, o que me fez cerrar os punhos de ódio. – Relaxa, Potter... Quem é corno uma vez, pode ser corno duas. Porém, melhor do que ser corno do amigo, é ser corno do pior inimigo. E se Lílian Evans quisesse brincar de me seduzir, a minha atitude seria de um autêntico Tiger: eu comeria.

Bastou menos de um segundo para que aquele imbecil caísse no chão, com o nariz jorrando sangue.

Meus amigos vieram por trás de mim, me segurando, mas não havia necessidade: eu já sentia a adrenalina se esvaindo de meu corpo. Obviamente eu fui expulso de campo, e por incrível que pareça, saí aplaudido pela torcida do Sharks. O treinador me recebeu no banco de reservas com uma cara de poucos amigos, mas no fundo ele sabia que eu tinha motivos para ter feito aquilo. Lembrei-me do que Lílian dissera pela manhã e me senti culpado por não ter dado ouvidos a ela. Ela realmente colocou seu amado time em segundo lugar, tentando me ajudar. Ouvi um apito. Fim de jogo. Pela primeira vez, depois de muitos anos, eu presenciei uma derrota dos Sharks para os Tigers. Claro que nós já havíamos perdido para eles, mas era raro isso acontecer no futebol masculino - confesso que meu orgulho estava muito ferido. Recebi meus amigos no banco, que chegavam do campo putos e tristes, revoltados pela sacanagem que Lucius fizera e pela falta de um empenho maior na reconquista de um gol. Ficamos sentados e nos consolando, apenas assistindo os Tigers comemorando.


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Notas finais do capítulo

Eita, tadinhos, perderam, mas não se preocupem que tem leitoras aqui que são doidas pra estender um ombro amigo pra você... HAHA.

Comentem!
Bjs

Nessie



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