Camp Hogwarts escrita por Drica O shea


Capítulo 10
Finally Turns - Day 6


Notas iniciais do capítulo

Ai gente aulas começaram e eu to ficando maluca, nem dei uma revisada no capítulo.
Digam o que acharam!
Beijos

Nessie.



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(Lílian)

Não foi preciso muito para decretar a expulsão permanente de Lucius do acampamento de Hogwarts. O vídeo de Dorcas era prova mais que suficiente e, pra ser sincera, estava na cara que o senhor Potter não aguentava mais aquele assunto. Nate seria indenizado pelos prejuízos e tudo acabaria bem. Ou quase bem.

Era nossa última noite no acampamento daquele ano, e encerraria com a tradicional chave de ouro: a festa na fogueira. Mais uma vez a enorme fogueira era montada no centro do acampamento, e tínhamos um vasto repertório de música acústica à beira do fogo: os participantes com algum talento tocavam a noite toda, sem parar. Era como um show particular.

Assim como algumas pessoas que estavam por ali, eu e Lene segurávamos longos gravetos com marshmallows brancos e fofos nas pontas, que tentávamos esquentar aproximando-os das chamas. Para ser sincera eu odiava o gosto daquilo, mas eu sentia que tinha algo de especial no ato de tostar marshmallows na fogueira, então eu nem me importava. Lene tentava me convencer a tirar o curativo branco da testa, sem sucesso. Ela estava com uma cara emburrada a noite toda, e eu sabia muito bem o porquê: estávamos ali sozinhas e Dorcs e Aluado se divertiam em algum canto, enquanto Almofadinhas não falava com ela desde nossas acusações falsas contra os garotos.

– Calma. – Tentei tranquilizá-la, soprando o marshmallow para retirá-lo do graveto. – Ele vai vir falar com você, mais cedo ou mais tarde. Não foi culpa sua, Lene. Qualquer uma pensaria o mesmo com tudo aquilo que estava acontecendo.

– Você não pensou. Você defendeu Pontas até o ultimo segundo, e nem ao menos havia se tocado que gostava dele.

Era isso, então? Aparentemente todo mundo sabia dos meus sentimentos com relação a Pontas, menos eu. Todos sabiam, antes de mim mesma, que se eu gostasse mesmo de Nate nunca teria inventado aquela história de seduzir outra pessoa. Queria ser para mim mesma assim, tão fácil de se ler, como eu era para os outros. Isso me pouparia de muitos problemas e de muitas perguntas, como: onde estava Nate para que eu pudesse finalmente conversar com ele sobre como eu realmente me sentia? Voltando a realidade, percebi que Almofadinhas sentou-se num tronco logo atrás de Lene, sem que ela percebesse, e trocou um olhar confidencial comigo.

– Mas e você? – Decidi que era hora de brincar com ela. – O que sente por Almofadinhas, afinal?
Percebi que ele se ajeitou para ouvir melhor a resposta, curioso, e ela deu um longo suspiro.

– Eu gosto dele desde a primeira vez que ficamos. Quando dei um tapa na cara dele logo depois, porque bem, ele era um Shark e estava me beijando, eu já sabia que gostava dele. Só de olhar para seu sorriso eu já estava apaixonada. – Ela cruzou os ombros, sonhadora. – Eu espero todo verão para ter a chance de ver aquele sorriso mais uma vez. É o que me sustenta durante todo o ano: quando as coisas estão ruins, eu lembro desse lugar, lembro de Almofadinhas, e sei que tem alguém me esperando para fazer meu ano valer a pena. Eu acho que o acusei de tudo aquilo, porque achava que o conhecia muito bem. Mas a verdade... É que eu não conheço. Ele sempre vai ser maior e melhor do que eu imagino.

Lene percebeu que eu olhava o tempo todo para algo que estava por trás dela e virou-se, curiosa, sendo surpreendida com um puxão de Almofadinhas para um beijo apaixonado. Comecei a rir e aplaudir, mas chorosa por dentro. Queria saber falar daquele jeito, com aquela certeza que Lene tinha, mas nem mesmo sabia quais eram meus sentimentos com relação a Pontas, quanto mais defini-los em palavras. Tudo o que eu sabia, era que era ele. Em todos aqueles anos, eu só precisava de uma oportunidade de aproximação como a que eu tive aquele dia, na beira do lago, para saber que ele me conquistaria no primeiro segundo. E que todos pareceriam segunda opção se comparados a Pontas Potter.

– Sirius Black, quer parar de agarração e vir aqui? – Ouvi a voz mais doce do mundo falando no microfone destinado aos participantes que fossem cantar alguma coisa na roda da fogueira.
Lá estava Pontas. Com um olho roxo, constatei. Se ele me dissesse que uma manada de elefantes havia invadido o acampamento e o pisoteado, eu teria acreditado. Não duvidava de mais nada que pudesse acontecer naquele acampamento depois dos recentes eventos. E, enquanto Almofadinhas soltava Lene e ele, Aluado e Luke o esperavam, ele olhava diretamente para mim. Tentei dar um sorriso ou um aceno de cabeça, mas me sentia totalmente paralisada.

– É... Boa noite, gente. – Ele disse, um tanto tímido. – O senhor Potter mandou pedir desculpas pela mudança na programação. O anúncio do resultado final do acampamento deveria ser hoje à noite, mas ele teve de ir resolver uma coisa na cidade. Me pediu para dizer que o anúncio será amanhã depois do café. – Todos aplaudiram, animados. Percebi que os quatro estavam munidos de instrumentos: dois no violão, um no cajon, uma daquelas caixas de batucar, e um deles com uma meia-lua, apenas para fazer uma graça.

– Espero que vocês gostem de Plain White T’s. – Pontas falou. - A música se chama A Lonely September e eu queria dedicar a uma garota especial.

Senti um arrepio pelo corpo todo quando a voz de Pontas preencheu o ambiente. Eu conhecia aquela música havia alguns anos, e de uma forma ou outra sabia que era para mim. Cada verso era presenteado com uma troca de olhares de James e eu. Estávamos nos confidenciando sem precisar de muito esforço, e sabíamos que a letra daquela música era praticamente uma doce narração da nossa história. Eu nunca havia parado pra prestar muita atenção na letra, mas agora o refrão fazia todo o sentido.

– Well I didn't mean for this to go as far as it did… And I didn't mean to get so close and share what we did. And I didn't mean to fall in love, but I did. And you didn't mean to love me back, but I know you did…
(Bem, eu não pretendia que isso fosse tão longe quanto foi... E não pretendia me aproximar tanto, e dividir o que nós dividimos. E eu não pretendia me apaixonar, mas me apaixonei. E você não pretendia corresponder, mas eu sei que correspondeu.)

Deixei que cada verso entoado por Pontas e os garotos me preenchesse. Dorcs juntou-se a Lene e eu, roubando o marshmallow de meu graveto, mas eu nem percebi. Estava mais preocupada com outra coisa.

– I’m sitting here trying to convince myself that you’re not the one for me, but the more I think, the less I believe and the more I want you here with me. You know the holidays are coming up I don’t wanna spend them alone...
(Estou sentado aqui tentando me convencer que você não é a pessoa certa pra mim. Mas quanto mais eu penso, menos eu acredito, e mais eu quero você aqui comigo. Você sabe que as férias estão chegando, e eu não quero passá-las sozinho...)

Comecei a me lembrar da primeira vez em que pisei em Camp Hogwarts. Eu era tão criança, tão imatura. Lembro-me de haver ficado muito triste com Luke porque ele não quis se inscrever em meu time, preferindo juntar aos amigos de Hogwarts. A rivalidade já era antiga e, quando optei por ficar nos Tigers junto com todos os outros garotos de Manchester, um pequeno Pontas virou-se para mim e disse, com uma voz desafiadora: “Tem certeza, Evans? Vai realmente se inscrever nos Tigers? Ainda dá tempo de você mudar, é só não assinar. Não acredito que você vai deixar de ficar no melhor time desse lugar, só porque você conhece a maioria dos Tigers. Seu irmão só conhece eu, Aluado e Almofadinhas, e nem por isso ele escolhe a segunda opção.

A verdade era que desde aquele momento eu não suportava James Potter, e nem o fato de ele, meu irmão e seus amigos ficarem babando pela Lauryn, que desde pequena já era encantadora. Não era obrigada a ficar vendo aquilo, e nessa época nem imaginaria que as coisas tomariam um rumo tão dramático.

– I know it's not the smartest thing to do, we just can't seem to get it right… But what I wouldn't give to have one more chance tonight?
(Eu sei que não é a coisa mais inteligente a se fazer, parece que nós simplesmente não conseguimos dar certo... Mas o que eu não daria para ter mais uma chance hoje à noite?)


Como dizia a música, não estava nem nos meus últimos planos gostar de Pontas, mas aconteceu. Começou com uma brincadeira de verdade ou consequência, e se concretizou naquele beijo à beira do lago. Depois disso, tudo não passou de uma desculpa para chegar mais perto.

– And I didn't mean to meet you then, when we were just kids, and I didn't mean to give you chills, the way that I kiss. And I didn't mean to fall in love, but I did, and you didn't mean to love me back but I know you did… Don't say you didn't love me back 'cause you know you did! No, you didn't mean to love me back… But you did.
(E eu não pretendia te conhecer ali, quando nós só éramos crianças, e não pretendia te dar arrepios com o jeito que eu beijo... E eu não pretendia me apaixonar, mas me apaixonei, e você não pretendia me corresponder, mas eu sei que correspondeu... Não diga que você não correspondeu, porque sabe que sim... Não, você não pretendia me amar de volta... Mas amou).

A música acabou, arrancando vários aplausos de todos ali presentes, e risadinhas irritantes por Lene e Dorcas. Foi realmente incrível, meu irmão e todos os outros tinham um talento nato quando se tratava de música. Os garotos passaram a vez para uma dupla dos Falcons que queria se apresentar, e eu vi Pontas me chamando com um aceno de cabeça. Fui até ele.

– Parabéns! – Eu disse, quando cheguei mais perto. Meu impulso era de abraçá-lo, mas não sabia a que nível estavam as coisas para fazer isso. Então apenas dei o meu melhor sorriso, que foi retribuído.

– Obrigado. – Ele respondeu, tão sem jeito quanto eu. – Quer sair daqui? – Ele perguntou, apontando os olhares curiosos que nos observavam perto da fogueira. Assenti com a cabeça.

Enquanto andávamos sem rumo, ficamos em silêncio. Mas pela primeira vez não era nem um pouco constrangedor. Percebi que ele me levava até o lago, mais uma vez. Sorri comigo mesma enquanto me sentava à beira do deque, com Pontas sempre ao meu lado. Decidi tomar a palavra primeiramente.

– O que aconteceu com o seu olho? – Perguntei, curiosa. Por incrível que pareça, não estava feio. Me sentia como se ele ficasse bonito de qualquer jeito.

Ele hesitou por alguns momentos, o que me deixou intrigada.

– Foi Luke? Eu juro que se foi, eu vou matá-lo. – Falei, preocupada, ao que Pontas deu apenas uma risada longa.

– Não, foram outros problemas. – Ele disse, simplesmente, evitando se estender sobre o assunto. – Meu pai me avisou que Nate foi embora logo depois do jogo. – Ele não quis ficar até o final.

Olhei para baixo, um tanto triste por tudo que havia feito àquele garoto. Ele merecia coisa melhor.

– Eu já imaginava. – Decidi mudar o foco da conversa. – Gostei mesmo da música. – Dei um meio sorriso.

– Foi pra você. – Ele finalmente disse, segurando minha mão e me deixando nas nuvens. Mas sabia que antes de tudo precisávamos falar de coisas mais sérias.

– Eu... Acho que ainda não tive a chance de me desculpar com você, Pontas. Por todas as coisas horríveis que eu fiz. Eu não mereço o perdão de ninguém, muito menos o seu, de Luke e de Nate, e sei que isso não torna as coisas melhores de modo algum, mas só fiz tudo aquilo porque não sabia que gostava de você. Era tudo uma desculpa pra me aproximar, para ter você mais perto de mim. Mas nada justifica ter mexido nas suas coisas, invadido sua privacidade, acusado você, meu irmão e seus amigos de uma coisa tão repugnante. Era Lucius, sabia? O tempo todo. – Mordi o lábio e ele colocou o cabelo que caía em meu rosto atrás de minha orelha.

– Sim. Fiquei sabendo que Dorcas fez um ótimo trabalho como jornalista investigativa. – Ele riu. – Eu também te devo um pedido de desculpas. Você tentou me avisar sobre ele hoje de manhã, na melhor das intenções, e eu simplesmente ignorei e duvidei. Mas sabe que, no fim das contas, eu agradeço Lucius por ter quebrado a perna daquele babaca. – Ele trincou o maxilar, nervoso. – Se não fosse ele e Nate, eu e os caras teríamos um segredo por sabe-se lá quanto tempo mais. E eu e você terminaríamos mais um ano do mesmo jeito de sempre. À distância.

Senti meu rosto corar.

– E também terminamos com dois hematomas combinando. – Tentei fazer graça, tirando o curativo de minha testa e revelando o roxo que, naquela hora, já estava bem melhor do que quando o consegui. – Nunca mais vou ser goleira na minha vida.

– Temos todo o tempo do mundo pra aperfeiçoar isso. – Ele disse, segurando meu queixo e puxando-me para um longo beijo.

Finalmente percebi que eu e Pontas nos encaixávamos muito melhor do que as peças de qualquer mistério de acampamento.


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Notas finais do capítulo

Comentem. Próximo capítulo é o último. Buaaaaaaaaaaaaaaa.

Nessie



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