#Alguns dias depois - Véspera do Dia dos Pais

                      POV ANGIE

Hoje eu acabei acordando mais cedo. O que era realmente um milagre, considerando que eu odeio ter que acordar cedo. 

Que bom que hoje eu não senti enjôos matinais, o que ultimamente vinha virando rotina no meu dia a dia. Eu estava fazendo um bom trabalho em esconder de German a gravidez. Sem dúvida ele não desconfiava de absolutamente nada. Eu já tinha tudo planejado de como eu contaria que estava grávida a ele. Eu contaria amanhã depois do jantar que tínhamos organizado para o Dia dos Pais. 

Me arrumei e desci.

Encontrei German concentrado analisando alguns papéis. Quando me viu me aproximar sorriu docemente para mim. Fui até ele e depositei um selinho em seus lábios e me sentei ao seu lado. 

GERMAN: E então o quê aconteceu para você já estar acordada? Caiu da cama? — Perguntou sorrindo. 

ANGIE: Sei lá. Acordei mais cedo do nada. — Disse retribuindo seu sorriso. — Mas e você por que já está acordado tão cedo se hoje é sábado? 

GERMAN: É que surgiu uma reunião de última hora. — Disse segurando minha mão enquanto falava. 

ANGIE: E você não ia me avisar sobre essa reunião?

GERMAN: Sim. Mas é que eu não queria te acordar. Você parecia muito cansada ontem. Decidi que era melhor deixar você descansar. Me desculpa, meu amor. Infelizmente por causa dessa reunião não vai dar para nós almoçamos juntos hoje. 

ANGIE: Tudo bem. Não precisa se preocupar com isso. A Brenda me convidou ontem para irmos almoçar juntas hoje. Então eu vou almoçar com ela já que não vai dar para almoçarmos juntos hoje. — Disse enquanto tomava meu café da manhã. 

                           (...)

Quando nós dois terminamos nosso café, German foi até o seu escritório para pegar seu notebook, enquanto eu fiquei esperando ele encostada no piano para nos despedirmos. 

Eu já estava absorta em meus pensamentos, quando ele me abraçou por trás. Eu simplesmente amava cada vez que ele me abraçava dessa forma. Me sentia segura em meio aos seus braços, como se com ele nada pudesse me atingir. Como se eu fosse invencível. Cada célula do meu corpo o amava. 

Suas mãos repousaram em cima de minha barriga, o que me fez sorrir. Se ele ao menos soubesse em que ele estava colocando a mão em cima. Provavelmente ele nem imaginava que aquele toque representava muito mais do que ele poderia imaginar. 

GERMAN: No que está pensando?

ANGIE: Em nada. Eu só me distrai enquanto te esperava. — Respondi sorrindo. 

GERMAN: Demorei tanto assim? — Perguntou com uma expressão divertida. 

ANGIE: Não. Você nem chegou perto de demorar o tanto que eu demoro para me arrumar. — Respondi sorrindo e me virando para ele. 

GERMAN: Bem, nisso eu tenho que concordar. Quando nós vamos sair em família, você e as meninas fazem eu e o Federico ficarmos esperando por quase três horas. 

ANGIE: Eiii! Não precisa exagerar também. — Disse dando um tapinha de leve em seu braço. — Vocês homens não entendem dessas coisas de mulher. 

GERMAN: Não sei porque você se preocupa demais em se arrumar tanto, se já é assim, tão linda ao natural. — Disse me fazendo corar.
 
          ANGIE: Agradeço pelo elogio. Mas eu acho que não sou tudo isso. 

GERMAN: Claro que é. Você é incrível, meu amor. 

ANGIE: Não tanto como você é. — Disse e colei os meus lábios aos dele. Eu nunca me cansaria disso. Ele quem era incrível, não eu. Ele era meu porto seguro. Tudo o que o meu coração desejava para sempre. Eu sabia que o mundo poderia desmoronar, mas que com ele comigo tudo ficaria ainda assim bem. 

O beijo era doce e suave, mas ao mesmo tempo intenso e avassalador. Meu pulso estava acelerado. Eu estava mergulhada até a cabeça em um mar de sensações. As quais faziam meu coração bater cada vez mais descontroladamente. 

        Ele passou os braços ao meu redor. Ao mesmo tempo que me beijava, me abraçava. Espalmei uma mão em seu peito e com a outra afaguei seu cabelo. Minhas pernas estavam bambas. Totalmente bambas. A minha sorte era que ele me segurava firmemente. 

Nos beijávamos como se nossas vidas dependessem daquilo. Seus beijos me deixavam em êxtase. Eu sempre precisaria do toque suave de seus beijos em meus lábios. Desfocando todos os meus pensamentos. 

Encerramos o beijo com selinhos suaves. Ele me puxou carinhosamente para seus braços e ficamos assim até nossas respirações voltarem ao normal. Eu podia sentir sua respiração contra os meus cabelos e aposto que ele podia sentir o mesmo.

Quando ambos nos recuperamos do nosso beijo de tirar o fôlego, me virei para ele e disse, ainda enquanto suas mãos estavam contornando a minha cintura:

ANGIE: Acho que acabei te atrasando. — Disse e ele sorriu. 

GERMAN: Acho que por esse tipo de coisa vale a pena se atrasar. Concorda? — Disse com uma expressão divertida. 

ANGIE: Engraçadinho. Bem que eu queria debater isso com você, mas como você está atrasado, fica para uma próxima. 

GERMAN: Acho que se eu me atrasar mais alguns minutos não tem problema, não é? — Disse me puxando para mais perto e deixando nossos rostos a apenas alguns centímetros de distância um do outro. 

Eu sabia que deveria fazê-lo ir para o trabalho e eu estava ciente de que ele deveria já estar muito atrasado, mas se ele queria ficar mais um tempo comigo, mesmo que fosse por pouco tempo, quem seria eu para impedir ele de fazer isso?

Então me aproximei e nos beijamos novamente. 

                            (...)

Passei a manhã ajudando Vilu, Ludmila e Federico a comporem uma música para um exercício que eu havia passado. Quando deu a hora de eu ir almoçar com Brenda, eu peguei meu carro e fui até o restaurante onde tínhamos combinado de nos encontrarmos. 

Ao entrar no restaurante já a avistei e fui até ela, que sorriu e me abraçou.

Fizemos nossos pedidos e minutos depois o garçom os trouxe e começamos a colocar a conversa em dia. 

BRENDA: E então Angie, como vão as coisas? — Me perguntou sorridente. 

ANGIE: Tudo está às mil maravilhas. E as coisas entre você e o Pablo, como estão?

BRENDA: Tudo está perfeito, Angie. O Pablo faz eu me sentir a mulher mais feliz do mundo. — Contou suspirando e com um sorriso enorme estampado no rosto.

ANGIE: É bom mesmo que ele esteja te tratando bem, porque se ele não estivesse fazendo isso, eu mataria ele. — Disse fazendo ela rir com o meu comentário. 

BRENDA: Acho que já vou deixar o Pablo avisado sobre isso. — Falou entrando na brincadeira. 

ANGIE: Isso mesmo. É melhor ele já ficar avisado. — Disse sorrindo. Mas nesse mesmo momento, eu me senti um pouco tonta e fechei os olhos esperando que a tontura passasse, como fiz da última vez.

Brenda se apressou em perguntar:

BRENDA: Você está bem, Angie? — Perguntou me lançando um olhar de preocupação.

ANGIE: Claro. Eu estou bem, Brenda. É só uma tontura que já vai passar. — Disse numa tentativa de acalmá-la.

BRENDA: Você tem certeza? Você vem sentindo bastante tontura ultimamente. 

ANGIE: Eu te garanto que eu estou bem. 

BRENDA: Acho que não. Você já foi no médico? 

ANGIE: Já e eu te garanto que eu estou perfeitamente bem.

Acho que eu não estava conseguindo convencer ela a acreditar em mim. Brenda era muito rápida para perceber as coisas.

BRENDA: E o que ele disse?

ANGIE: Que eu não tenho nada de mais. — Respondi dando de ombros.

BRENDA: Eu sei muito bem quando você está mentindo, Angie. Ou você me conta o que está acontecendo com você, ou eu ligo para o German.

ANGIE: Não precisa fazer isso, Brenda. E pela milésima vez eu estou bem.

BRENDA: Ninguém se sente tonta do nada. Vou ligar para o German e mandar ele te levar num médico agora. — Disse já discando o número de German no seu celular.

ANGIE: Tudo bem, tudo bem. Eu conto. Mas não liga para ele.

BRENDA: Tudo bem. Mas então me conta.

ANGIE: Bem, eu queria que o German fosse o primeiro a saber, mas como você é a amiga mais incrível e teimosa do mundo eu vou te contar.

BRENDA: Então conta. Você já está me deixando preocupada com você.

ANGIE: Eu estou sentindo bastante tontura ultimamente porque eu estou grávida. 

BRENDA: Nossa! Parabéns, Angie! Eu não acredito que a minha melhor amiga vai ter um bebê! — Disse sorrindo animada, me abraçando.

ANGIE: Nem eu mesma acredito que estou grávida.

BRENDA: Quando você descobriu?

ANGIE: Semana passada.

BRENDA: Alguém além de mim já sabe?

ANGIE: Por enquanto não contei para ninguém.

BRENDA: Você já sabe como vai dar a notícia ao German?

ANGIE: Eu já tive uma idéia. Mas eu não sei se ela é boa o suficiente.

BRENDA: Então me conta e eu digo o que eu acho e se eu puder eu te ajudo. — Disse compreensiva e animada com a notícia. 

ANGIE: Tudo bem, vou te contar. — Falei também empolgada. 

                      (...)

Brenda adorou a minha idéia e passamos o resto do nosso almoço falando como eu executaria a idéia e de como ela mimaria o bebê quando ele nascesse. 

O resto do dia foi especial e normal como sempre.

German e eu aproveitamos bastante o resto do nosso dia juntos e depois nós fomos para cama e German me abraçou e acabei adormecendo enquanto ele brincava carinhosamente com meus cachos. 

                        (...)