Angie acordou sentindo-se bem melhor. Ela não sabia bem o porque, mas acordara mais disposta.

Ela começou a lembrar do dia anterior. Lembrou-se de como German estava sendo tão amável e cuidando dela. 
Breves lembranças do dia anterior começaram a invadir sua mente. Ela lembrou de quando German a consolou, levou ela para comer maçãs carameladas só para fazê-la se sentir melhor, quando prendeu aquela flor em seu cabelo e disse que ela estava linda e de quando eles assistiram um filme juntos.

          Ela sorriu, lembrando de tudo isso.

Ela não se lembrava muito bem de quando assistiram o filme, apenas lembrava que assistiu algumas partes de um filme com German.

                 POV ANGIE

Não sei se foi isso mesmo que aconteceu, mas acho que eu devo ter dormido e German me trouxe para o meu quarto.

Acho que deve ter sido isso mesmo, porque toda vez quando a gente ainda namorava quando nós assistiamos filmes de noite, eu sempre acabava dormindo. Tem coisas que nunca mudam. Inclusive o que eu sinto pelo German, quanto mais eu tento me afastar mais eu me aproximo.

Eu não entendo como pode mesmo nós estando separados um do outro eu o amar a cada dia mais.

                          (…)

#Na sala de jantar

Angie sentou-se de frente para German, que estava sozinho na mesa.

ANGIE: Bom dia! — Cumprimentou sorrindo.

      GERMÁN: Bom dia, Angie! — Disse retribuindo o sorriso. — Estou vendo que você acordou melhor hoje. Dormiu bem? 

ANGIE: Tem razão, eu estou muito melhor hoje. E eu dormi bem. Obrigada.

GERMÁN: Que bom, fico feliz em saber. — Falou, feliz em ver que Angie parecia muito melhor.

                           (...)

Depois que eles terminaram de tomar café, German recebeu uma ligação e depois de atendê-la, voltou-se para Angie e disse animado:

GERMÁN: Angie, eu tenho uma notícia para te dar. — Anunciou.

ANGIE: Qual? 

GERMÁN: Me ligaram do hospital.

ANGIE: Minha mãe está bem? — Perguntou preocupada.

GERMÁN: Calma, Angie. A notícia que eu tenho para te dar é boa. Sua mãe acordou do coma.

ANGIE: Nossa, eu nem acredito! — Disse emocionada e abraçou German, que instintivamente retribuiu o abraço com carinho. 

GERMÁN: Se você quiser, posso te levar para vê-la.

ANGIE: Claro, eu adoraria.

                          (...) 

Quando eles chegaram no hospital, Angie conversara com o médico responsável por sua mãe e logo fora encaminhada para o quarto em que Angélica estava.

      ANGIE: Oi, mamãe. Como está se sentindo? — Perguntou com lágrimas nos olhos, logo que adentrara o quarto.

ANGÉLICA: Eu estou bem, filha, só estou me sentindo fraca.

ANGIE: Eu achei que eu ia te perder, mamãe. — Disse chorando e abraçou a mãe.

ANGÉLICA: Por favor, não chore, filha. Eu já estou bem. — Disse retribuindo o abraço e sorrindo.

ANGIE: Por favor , nunca mais me dê um susto desses, mamãe. Se o pior tivesse acontecido eu nem sei o que teria acontecido comigo.

ANGÉLICA: Mas agora eu estou aqui, não estou? — Olhou carinhosamente para a filha. — Mesmo que o pior tivesse acontecido você teria a Violetta, o Pablo e também o German.

ANGIE: É, o German tem me apoiado tanto. Desde quando a senhora sofreu o acidente ele tem estado do meu lado e tem me animado. Ele tem se preocupado tanto comigo, ele até me levou em uma praça para comer maçã caramelada. — Contou sorrindo e lembrando de tudo o que German fizera por ela.

ANGÉLICA: Nossa, filha. Eu preciso agradecer o German por ter cuidado de você. 

ANGIE: É, ele foi tão carinhoso comigo. — Disse dando um sorriso bobo.

ANGÉLICA: Você ainda gosta dele não é filha?

ANGIE: Er ... Se a senhora quiser eu posso chamar ele aqui para, como a senhora disse, agradece-lo por ter cuidado de mim. — Falou fugindo do assunto.

ANGÉLICA: Claro, filha, se você puder chamá-lo para mim.

ANGIE: Tudo bem, vou ir chamá-lo.

Angie beijou o topo da cabeça da mãe, saiu da sala e foi chamar German.

German entrou na sala onde Angélica estava e conversou com ela.

GERMÁN: Olá, Angélica. — Cumprimentou, feliz em vê-la bem e acordada. — Como se sente?

ANGÉLICA : Estou bem melhor, obrigada.

GERMÁN: Angie disse que você mandou me chamar. Precisa de algo?

ANGÉLICA: Eu só queria te agradecer por ter cuidado da Angie. Ela disse que você ficou do lado dela o tempo todo.

GERMÁN: Nem precisa me agradecer, Angélica. Eu só fiz o que tinha que ser feito. Ver a Angie daquele jeito me deixou muito mal. Era minha obrigação ficar com ela.

ANGÉLICA: Ela ainda te ama, German. É só olhar para ela quando ela fala de você. 

GERMÁN: Comigo não é diferente. Eu também a amo. Sinto falta de quando namorávamos. — Confessou verdadeiramente.

ANGÉLICA: Não entendo. Se vocês se amam por que não se resolvem e voltam a namorar?

GERMÁN: É que às vezes eu não tenho coragem o suficiente para fazer o que o meu coração quer. — Contou. — E não quero fazê-la sofrer outra vez.

ANGÉLICA: Mas às vezes é necessário se arriscar em busca da felicidade. — Aconselhou.

GERMÁN: Você tem razão, Angélica. Preciso concertar os meus erros. Angie merece ser feliz. E eu quero fazê-la feliz.

ANGÉLICA: Isso mesmo. — Ela sorriu para o homem a sua frente. — Vocês dois merecem ser felizes. 

GERMÁN: Você não se oporia contra nosso relacionamento?

ANGÉLICA: Mas é claro que não. Vocês se amam, German. Eu nunca vou me opor a isso. Você faz bem para Angie.

GERMÁN: Obrigado, Angélica, fico feliz que se estivéssemos juntos você apoiaria nosso relacionamento.

                         (...) 

Depois de German conversar com Angélica, ele e Angie voltaram para mansão, já que sua mãe precisava descansar.

ANGIE: Muito obrigada, German, por ter se preocupado, me apoiado, me animado, me feito ter esperanças. Se não fosse por você eu teria ficado dentro da minha casa trancada no meu quarto chorando o dia inteiro. — Agradeceu sorrindo levemente.

GERMÁN: Não precisa me agradecer, Angie.

ANGIE: Claro que preciso. O que eu posso fazer por você como agradecimento?

GERMÁN: Não precisa fazer nada por mim. — Disse sorrindo.

ANGIE: Claro que precisa. — Falou fazendo uma carinha fofa.

GERMÁN: Pensando bem, acho que tem algo que você pode fazer por mim.

ANGIE: O quê?

GERMÁN: Aceitaria sair para almoçar comigo hoje? — Disse dando um sorriso que faria com que Angie aceitasse qualquer coisa que lhe pedisse.

ANGIE: Tem certeza?

GERMÁN: Sim e por que eu não teria? — Perguntou confuso.

ANGIE: É que eu acho que a Priscilla não ia gostar muito disso.

GERMÁN: Mas não tem nada de mais. Nós somos amigos lembra?

ANGIE: Sim, amigos. — Falou tentando disfarçar sua tristeza em relação a palavra amigos.

GERMÁN: Vamos então?

ANGIE: Claro. — Falou sorrindo.

                        (…)

#No Restaurante

Logo que eles entraram no restaurante, se acomodaram em uma das mesas, fizeram os pedidos e dentro de alguns minutos os pedidos chegaram.

Durante o almoço eles pouco se falaram. German até tentou puxar assunto, mas percebeu que Angie não estava tão afim de conversar.

German então pagou e os dois sairam do restaurante e German, como estava incomodado por Angie ter permanecido calada quase o almoço todo, resolveu perguntar:

GERMÁN: Angie, você esta bem? — Perguntou.

Os dois pararam de andar.

ANGIE: Sim. Mas por quê? Eu não pareço bem? — Falou fazendo de tudo para não se concentrar nos olhos castanhos de German.

GERMÁN: Sim. Ahn... quer dizer, não. É que você ficou quase o almoço inteiro calada.

ANGIE: Eu estou ótima, German. — Disse ainda desviando o olhar.

GERMÁN: Mas você parecia estar incomodada. 

ANGIE: Não, eu não estou incomodada.

GERMÁN: Então por que você não quis conversar comigo lá no restaurante?

ANGIE: Porque eu não estava com vontade. — Desconversou.

GERMÁN: Angie, dá para você olhar para mim enquanto eu falo? — Pediu num tom de voz calmo e encostando levemente uma de suas mãos no cotovelo de Angie, fazendo uma onda de choque elétrico percorrer o corpo dela, o que fez com que imediatamente ela olhasse para ele.

ANGIE: Sim, eu já estou olhando. — Falou olhando dentro dos olhos de German, o que era o que ela mais queria evitar.

GERMÁN: Eu não acredito no que você me disse. Tem algum motivo para você não querer olhar para mim. — Afirmou.

ANGIE: Você não entende, German.

GERMAN: Não entendo o que? — Perguntou se concentrando nos olhos verdes de Angie.

ANGIE: O porque de eu estar assim.

GERMAN: Então me conte, assim eu posso te entender. — Pediu compreensivo.

ANGIE: Você está certo, eu me sinto incomodada. Não acho certo o que estamos fazendo. — Revelou com a voz triste.

GERMAN: Mas nós não estamos fazendo nada de errado.

ANGIE: Eu sei, mas não podemos ficar mais saindo juntos. Tenho certeza de que a Priscilla não iria gostar nem um pouco disso.

GERMAN: Angie, não tem nada de mais nisso.

ANGIE: Claro que tem, German. Se fosse eu não gostaria que o meu namorado saísse com outras mulheres.

GERMÁN: Mas nós só almoçamos e nada mais.

ANGIE: German, eu não posso ser sua amiga como você tinha dito. — Declarou, para a surpresa de German.

GERMÁN: E por que não? — Quis saber, intrigado.

ANGIE: Porque duas pessoas que já namoraram e ainda sentem algo uma pela outra, ou pelo menos uma dessas pessoa ainda sente algo, não podem ser amigas. — Explicou.

GERMÁN: E você sente...?

                    (...)