PRISCILLA: Angie, não me diga nada, só me escute. Nós só brigamos ultimamente, isso tem prejudicado muito nosso relacionamento. Me pergunto se fiz o certo ao me apaixonar por você. Tudo isso foi um erro que não devia ter sido cometido. Não tenho certeza se deveríamos continuar nosso amor, ou que nos resta dele. Nosso amor esfriou. Isso não está fazendo bem para mim. Eu pensei que seria feliz mas não sei se é isso que está acontecendo. Precisamos conversar.

No momento em que Angie ouviu aquilo ficou abalada, ela não acreditava que German tinha dito que o amor deles era um erro pois apesar das brigas ela sabia que o amor deles era mais forte que tudo. Ela não conseguia assimilar as duras palavras de German, simplesmente não podia.

Nesse momento, Ludmila chegou na praça onde Angie estava e a encontrou chorando.

Ludmila não queria ter que fazer o que sua mãe disse, ela sabia como o amor machucava e nem Angie nem German mereciam sofrer, mas afinal o que ela poderia fazer? Ir para a África e ter que abandonar tudo o que amava?

Com dor no coração, ela se aproximou de Angie e disse:

LUDMILA: Oi Angie, você não está bem não é?

ANGIE: É, Ludmila eu estou mal.

LUDMILA: Sofrendo de amor?

ANGIE: É sim. — Respondeu, ttiste.

LUDMILA: Não se preocupa, você e o Germán vão se resolver um dia.

ANGIE: Disso eu não tenho tanta certeza, ele disse que nunca deveria ter se apaixonado por mim. — Contou, sentindo uma dor terrível no fundo de seu coração.

LUDMILA: O amor não é um erro, então não fica assim. Acredite o amor ultrapassa barreiras.

ANGIE: Eu acho melhor eu conversar com ele.

LUDMILA: É, talvez seja melhor mesmo. — Concordou, torcendo para que o plano de sua mãe desse errado. — Angie, você não acha melhor ligar para Vilu e avisar que você está bem? Você sabe como ela é, ela deve estar preocupada procurando você.

ANGIE: É, acho melhor eu ligar para ela.

LUDIMILA: Se você quiser eu posso ligar para ela e avisar que eu acabei me encontrando com você e você está bem porque se você falar com ela, ela pode perceber pela sua voz que você estava chorando. — Explicou, sentindo-se mal por ter de mentir para alguém tão bom quanto Angie.

ANGIE: É, você tem razão. — Disse e entregou o celular para Ludmila. Afinal, tudo que ela menos queria era preocupar a sobrinha.

Ludmila pegou o celular, se afastou um pouco de Angie, baixou o aplicativo, ligou para German e disse tudo o que sua mãe queria que dissesse. O que ela tinha que dizer para German era a mesma coisa que sua mãe tinha dito pra Angie.

Depois disso, Angue se despediu de Ludmila e seguiu em direção a mansão.

A dor tomava conta de Angie, ela simplesmente não acreditava no que acabara de ouvir, era como se nada mais tivesse sentido. Ela não queria ter de ir para mansão, mas ela achava que era melhor conversarem logo de uma vez mesmo que acabassem brigando de novo e mesmo ela sabendo que o pior poderia acontecer.

                        (…)

Quando German ouviu a ligação ficou mal, ele achava que o amor deles era a coisa mais certa que existia, não conseguia acreditar que Angie achava que tudo não havia passado de um erro. Tudo o que haviam vivido não era de maneira alguma errado. Era uma das coisas mais certas que já tinha feito em sua vida. Ele a amava mais que a sua própria vida essa era uma de suas únicas certezas. Mas ele não conseguia compreender o porque ela havia dito tudo aquilo. Por causa de suas brigas? Ele se sentiu isolado, não sabia mais o que fazer.

Ele deixou uma lágrima sorrateira escapar.

                          (…)

                 POV ANGIE

Eu não tenho idéia do porque German falou tudo aquilo e muito menos porque depois de tudo isso ele ainda quer conversar comigo. Nesse momento estou aqui fora esperando alguém abrir a porta. Eu não queria vir mas é melhor resolvermos tudo de uma vez . Estou segurando as lágrimas o que é quase impossível.

Então, alguém abriu a porta.

GERMÁN: Olá, Angie. — Disse secamente.

ANGIE: Oi, German. Melhor sairmos para conversar. — Respondeu da mesma forma, tentando não olhar nos olhos dele.

GERMÁN: É. — Concordou.

Os dois então caminharam um pouco, até ficarem em frente a mansão.

ANGIE: Por que você fez isso? — Foi logo dizendo.

GERMÁN: Isso o quê?

ANGIE: Ah Germán, não se faça de bobo.

GERMÁN: Eu não estou me fazendo de bobo. — Falou, aumentando o tom da voz.

ANGIE: Não sei como você teve coragem. — Ela devolveu, no mesmo tom.

GERMÁN: E você pensou muito em como eu iria ficar depois do quê você disse! — Exaltou-se.

ANGIE: Mas eu não disse nada demais!

GERMÁN: Agora é você quê está se fazendo de boba!

ANGIE: Você acha que eu não tenho sentimentos?!

GERMÁN: E eu?!

ANGIE: Você diz aquelas coisas, parte o meu coração e depois eu sou a culpada! — Falou, ironicamente.

GERMÁN: Então eu sou o culpado?!

ANGIE: É e como você tem coragem de negar tudo?!

GERMÁN: Eu não fiz nada!

ANGIE: Você acha que tudo que aconteceu entre nos dois foi um erro?!

GERMÁN: Claro que não!

ANGIE: Você está mentindo!

GERMÁN: Como você acha que eu iria mentir sobre isso?!

ANGIE: Ultimamente não fazemos nada além de brigar!

GERMÁN: É, se você não desse tanta atenção para aquele tal de Milton não iríamos brigar tanto!

ANGIE: Eu já te disse um milhão de vezes que você não tem motivos para ter ciúmes do Milton!

GERMÁN: Pois não parece!

ANGIE: E você que sai do nada abraçando a Priscilla!

GERMÁN: Isso não tem nada a ver!

ANGIE: Ah não?!

GERMÁN: Não!

ANGIE: Sabe, eu não quero ter um amor baseado em brigas! — Gritou.

GERMÁN: É, isso não está mais dando certo! — Gritou de volta.

ANGIE: Acho que é melhor acabar com isso já que tudo foi um erro segundo você!

GERMÁN: Segundo eu? Você que falou isso!

ANGIE: Acho melhor terminarmos!

GERMÁN: Concordo!

ANGIE: Nunca mais me procure. — Disse com a voz embargando.

Angie saiu chorando, mas antes de seguir seu caminho, deu uma última olhada para German e foi embora.

German pensou em ir atrás dela, mas desistiu após se lembrar de tudo o que acontecera.

Ele entrou na mansão.

Qualquer um que olhasse para German, mesmo que não o conhecesse não precisaria de muito para falar que ele estava muito mal. O que iria acontecer mais para frente? Ele amava Angie, chegara até a falar que daria a própria vida por ela. Sinceramente não entendia o porque de ela ter dito tudo aquilo. Por causa das brigas? Mas mesmo com elas ele ainda a amava, claro que as brigas atrapalhavam, mas não faziam com que a amasse menos. Por que ela disse que ele achava tudo aquilo um erro? Ele não achava aquilo um erro e sim um de seus maiores acertos.Mas se era o que Angie queria ele não iria negar. Iria respeitar a decisão dela.

Logo que entrou na mansão, Violetta o encheu de perguntas: O que aconteceu lá fora? Porque os dois estavam gritando? Onde esta a Angie? Vocês terminaram?

German explicou tudo a ela, o que foi uma das coisas mais difíceis que fizera.

Ele foi para o seu escritório e ficou quase o dia inteiro trabalhando.

                        (…)

Angie estava com o rosto vermelho de tanto chorar. Não entendia como German pudera ter sido tão frio ao fazer a ligação. Ela sabia que precisaria esquecê-lo, mas não sabia como, pois amava Germán com todas as suas forças. Ele era o motivo de seus sorrisos, do brilho em seus olhos cada vez que o via. Tudo o que ela queria era poder sair correndo para tentar afastar a dor. Nunca se sentira tão mal e tão impotente. Não podia ser, seu sonho ir por água abaixo.

A única coisa que poderia fazer com que ela se sentisse melhor era o abraço aconchegante de German, mas ela sabia que aquilo ela não poderia ter, teria que achar outra forma pra se sentir bem.

Quando ela chegou em casa, deitou no sofá para tentar dormir e esquecer a dor por um momento. Ela não conseguiu dormir, então foi tomar banho para ver se as lágrimas iriam escorrendo junto com a água levando toda aquela dor e aquele sofrimento embora.

Depois de tomar banho e se vestir, ela foi para o seu quarto e deitou-se em sua cama. Ela começou a refletir sobre tudo.

                    POV ANGIE

Então todas as palavras lindas, as juras de amor, os abraços, os beijos e todos os nossos momentos não valeram nada para ele? Eu preciso tentar esquecer ele mesmo que seja impossível, eu tomei a decisão de ficar uns 2 ou 3 meses fora para eu colocar meus pensamentos em ordem.

#3 Meses meses depois

                     POV VILU

Bom, desde que a Angie foi embora tudo piorou. Ela era a alegria dessa casa. Meu pai arrumou uma namorada, a Priscilla. Não sei como ele consegue namorar ela sendo que foi culpa dela e de Milton Angie e ele terem terminado, ela não aparenta ser uma pessoa ruim, mas a Angie é um milhão de vezes melhor. E o Milton foi despedido.

Eu senti muito a falta de Angie, dos seus conselhos, de tudo. Eu fui visitar ela uma vez e falei o que estava acontecendo e também da nova namorada de papai. Ela aparentou ter ficado bem triste com a notícia. Ela estava morando com a vovó na Espanha, mas voltou para Buenos Aires há uma semana atrás, mas ela tem evitado vir aqui em casa.

O papai até que parece estar feliz com a Priscilla, mas está cara que ele seria muito mais com a Angie. Tenho certeza de que os dois ainda se amam e muito.

O papai nunca olhou para Priscilla como olhava para Angie, tenho certeza de que ele esta com a Priscilla para tentar esquecer minha tia.

Sempre que posso, ajudo o papai com o projeto do orfanato, que foi uma coisa que a Angie me pediu para mim fazer por ela.

Agora estou aqui no Studio com o meu pai. Angie volta hoje a trabalhar aqui no Studio e meu pai continua cuidando da parte financeira do mesmo.

                       (…)

#Sala dos Professores

Na sala estava German, Pablo, Gregório e Beto.

Alguém bateu na porta e Pablo foi abrir.

ANGIE: Surpresa! — Angie disse, feliz em reencontrar o amigo.

PABLO: Angie, que surpresa! — Pablo falou feliz e abraçou a amiga. — Como você está?

ANGIE: Eu estou bem.

      Ela então cumprimentou animadamente Beto e Gregório. E logo após isso, os dois e Pablo foram dar suas aulas do dia, deixando Angie e German sozinhos.

ANGIE: Oi. — Disse timidamente.

GERMÁN: Oi. — Disse, evitando olhar muito para ela.

ANGIE: E então, como andam as coisas? — Puxou assunto.

GERMÁN: Bem, obrigado. — Mentiu, sua vida nunca mais fora a mesma depois que ela fora embora. — E como você está?

ANGIE: Estou bem. — Mentiu também.

GERMÁN: Pensei que você fosse ficar mais tempo fora.

ANGIE: Eu ia, mas minha mãe quer se mudar para cá, então eu vim mais cedo para arrumar tudo. — Explicou, forçando um sorriso.

GERMÁN: Eu decidi seguir em frente. — Disse, pouco orgulhoso de si mesmo.

Angie não respondeu, só concordou com a cabeça.

Priscila entrou na sala.

PRISCILLA: Ah, oi Angie. — Falou, falsa.

ANGIE: Olá, Priscilla.

PRISCILLA: Olá, meu amor.

GERMÁN: Oi, Priscilla.

Os dois deram um selinho e Angie, se sentindo-se mal em ver aquilo, desviou o olhar deles, fazendo com que German percebesse que Angie ficou mal em ver aquilo.

ANGIE: Bom, eu já vou indo, vou ver meus alunos. — Falou e saiu da sala.

                        (…)

Angie estava em sua sala de canto, distraída, até que Violetta entrou na sala.

VILU: Oi, tia! — Cumprimentou, alegre.

As duas se abraçaram.

ANGIE: Ah, Oi Vilu! — Respondeu, feliz em ver a sobrinha. — Como você está?

VILU: Estou bem, melhor agora aqui com você.

ANGIE: Está precisando de alguma coisa.

VILU: Sim, quero te pedir uma coisa.

ANGIE: E o que seria? — Perguntou, curiosa.

VILU: Janta lá em casa hoje. — Pediu.

ANGIE: Desculpa, Vilu, mas é melhor não.

VILU: Mas por que, Angie? Você faz parte da família.

ANGIE: Seu pai está com a Priscilla e eu não quero causar problemas.

VILU: Por favor, Angie.

ANGIE: Vilu, por favor, não insista, não quero complicar as coisas. — Confessou, triste.

VILU: Você é minha tia. Um dia você vai ter de ir na minha casa.

ANGIE: Vilu, isso me dói. — Revelou, cabisbaixa.

VILU: O que te dói? Ver o papai com a Priscilla? — Perguntou delicadamente.

ANGIE: Sim. — Confirmou, ainda com a cabeça baixa.

VILU: Você está certa, eu não vou insistir. — Ela sorriu para Angie.

ANGIE: Você está é que está certa. — Falou, uma hora ou outra ela teria de enfrentar a realidade. — Eu vou ir, mas por você.

VILU: Eu não quero te obrigar a ir.

ANGIE: Mas eu vou. Quero passar mais tempo com você.

VILU: Obrigada. — Agradeceu animada.

ANGIE: De nada. O que eu não faço por você, hein? — Olhou carinhosamente paraa sobrinha.

As duas se abraçaram.

Horas depois, Violetta e Angie foram juntas para mansão.

Chegando lá, encontraram Germán, Priscilla e Ludmila e todos jantaram juntos.

Na mesa, o clima estava horrível, Violetta percebendo isso até tentou puxar assunto para ver se conseguia tirar aquele clima tenso, mas sem sucesso.

German e Angie evitavam se olhar.

Depois do jantar, não demorou muito para que Priscilla e Ludmila fossem embora. Depois disso Violetta também foi para o seu quarto, deixando propositalmente German e Angie a sós.

ANGIE: Eu acho que já vou indo. Amanhã tenho que acordar cedo. — Falou, querendo sair dali o mais rápido possível, pois era horrível olhar para German depois de tudo que havia acontecido.

GERMÁN: Já está a noite, se quiser posso te levar até a sua casa. — Sugeriu.

ANGIE: Não, está tudo bem, minha casa é aqui perto.

GERMÁN: Tem certeza?

ANGIE: Tenho, eu sei me cuidar, mas obrigada mesmo assim. — Disse, forçando um sorriso. — Tchau.

GERMÁN: Tchau.

Ela já estava saindo, quando virou-se para German.

ANGIE: Espera, eu tenho que te dar uma coisa. — Falou tirando uma caixinha da bolsa e entregando a ele.

GERMÁN: O que é isso? — Perguntou, pegando a caixinha.

ANGIE: Você vai ver. — Disse, triste.

Ele então abriu a caixinha e lá dentro encontrou o anel de compromisso que ele dera a Angie quando a pediu em namoro.

ANGIE: Eu queria ter te devolvido antes, mas eu acabei esquecendo. — Falou mentindo porque o único motivo de não ter o devolvido, era não querer ver German.

GERMÁN: Mas você não precisa me devolver, ela é sua. — Disse com a voz triste.

ANGIE: É que como nós não temos mais nada, esse é o certo a se fazer. — Esforçou-se para terminar a frase.

GERMÁN: Tudo bem. — Respondeu melancólico.

ANGIE: Eu já vou indo.

Ele só assentiu com a cabeça e ela foi embora.

Ele pegou o anel e colocou-o dentro da sua carteira.

                    POV ANGIE

Quando vi German pela primeira vez após termos terminado, meu coração se acelerou, começou a bater mais rápido que o normal. É horrível ver ele com a Priscila, isso realmente foi muito doloroso, mas ele fez bem em seguir em frente. Ele já me esqueceu e eu tenho de fazer o mesmo. Mesmo que isso signifique esquecer todos os momentos que tivemos juntos.

                        (…)