Ela então começou atravessar a rua distraída por conta de seus pensamentos, quando de repente um carro veio em sua direção. Prevendo seu impacto com o carro, ela fechou os olhos esperando a dor vir. Mas ela não veio.

Angie sentiu braços fortes puxando-a contra si, para depois aterrissar na calçada ao lado de seu salvador.

Angie então abriu os olhos, que imediatamente chocaram-se com os olhos castanhos do homem que a salvara.

ANGIE: Ger... Germán? — Perguntou, ainda aturdida pelo momento que presenciara a pouco.

GERMÁN: Você está bem? — Quis saber, um tanto agitado e preocupado com a possibilidade de Angie estar ferida.

ANGIE: Eu... Eu estou bem. — Respondeu, ainda tentando acalmar as batidas frenéticas de seu coração.

GERMÁN: Tem certeza de que está bem? — Fitou a loira.

ANGIE: Sim, eu tenho.

GERMÁN: Você tem que tomar mais cuidado, Angie. — Disse, os olhos demonstrando preocupação pelo que poderia ter acontecido se as coisas tivessem ocorrido de maneira diferente. — Você não se machucou?

ANGIE: Germán, é sério eu estou bem. — Ela sorriu, tentando tranquiliza-lo.

Angie tocou delicadamente o rosto de German, em uma carícia rápida e suave.

GERMÁN: Me desculpa. É que você me deixou preocupado, Angie.

ANGIE: Eu sei, mas não se preocupe mais. Tirando o susto, eu estou ótima. - Explicou.

Ele sorriu aliviado, e logo trocou de assunto:

GERMAN: O que você estava fazendo aqui? Pensei que estivesse na sua casa.

ANGIE: E eu estava. — Respondeu, colocando atrás da orelha uma mecha que caia em seu olho.

GERMAN: Mas pra onde você estava indo com tanta pressa? — Interressou-se.

ANGIE: Eu estava indo falar com você.

GERMAN: Comigo?

ANGIE: Sim, com você. - Confirmou, séria. — Acho que precisamos conversar.

GERMAN: Eu também acho.

ANGIE: Mas e você o que estava fazendo aqui? — Verbalizou a pergunta que martelava em sua mente.

GERMAN: Eu estava indo até a sua casa para poder conversar com você. — Revelou. — Na verdade eu ia te pedir desculpas.

ANGIE: Eu também.

Ambos sentiam-se péssimos pelo que haviam dito e precisavam se redimir.

GERMAN: Olha Angie, me perdoa, eu não deveria ter falado daquela maneira com você. — Pediu, chateado consigo mesmo por ter sido tão idiota com a mulher que amava.

ANGIE: Eu também te devo desculpas, eu não devia ter ajudado a Violetta. Principalmente depois de você ter deixado clara sua decisão. — Desculpou-se. Ela sabia que fora errada também ao passar por cima da autoridade de pai de German.

GERMAN: Eu te tratei mal. Me portei como o velho German. — Ele acaraciou o delicado rosto de Angie, olhando profundamente em seus olhos esverdeados.

ANGIE: Você teve motivos para ficar assim. Eu mais do que ninguém deveria saber o quanto mentir só piora as coisas. — Balançou a cabeça, chateada consigo mesma.

GERMAN: Mas mesmo assim isso não era motivo para eu ter te tratado daquela maneira.

ANGIE: Mas a culpa também é minha.

GERMAN: E minha também. — Falou. — Você me perdoa?

Angie estava prestes a responder a pergunta que ele lhe fizera, quando German continuou:

GERMAN: Mas se você precisar de tempo pra pensar, tudo bem, não tem problema.

ANGIE:Eu não preciso de tempo pra pensar. Eu te perdôo. Mas e você me perdoa? — Perguntou, já que também tinha sua parcela de culpa.

Angie uniu suas mãos as de German e o encarou, esperando por sua resposta.

GERMAN: Mas eu não tenho o que te perdoar. — Ele sorriu lindamente para ela.

ANGIE: É claro que tem.

GERMAN: Tudo bem, você está perdoada.

Ao ouvir as palavras que tanto precisava, Angie se jogou nos braços de German, e eles se abraçaram.

Em um momento durante o abraço, Angie desequilibrou-se, mas German segurou-a com mais firmeza. E consequentemente, seus rostos ficaram mais próximos, ao ponto em que suas respirações se cruzavam.

Sem mais delongas, se entregaram a um beijo. Um beijo de reconciliação, que ambos necessitavam naquele momento. Para eles era como se o tempo parasse e nada mais importasse, ao não ser o momento que compartilhavam.

Angie sentia-se protegida em meio aos braços de German. Enquanto ele sentia-se totalmente completo junto dela.

Aquele beijo selava o amor deles que a cada dia crescia mais.

Nenhum dos dois conseguia imaginar a vida sem o outro. Não depois de tudo pelo qual haviam passado. Se amavam e não era uma briga que mudaria isso.

Durante o beijo, seus corações batiam no mesmo ritmo acelerado, batendo cada vez mais forte o amor de um pelo outro. Era como se tudo tivesse desaparecido e só restasse eles e o amor que nutriam um pelo outro. Eles não trocariam aquele momento por nada. Era um momento único.

Beijaram-se até o ar se fazer necessário e eles terem que se separar, com a respiração ofegante depois de um beijo tão longo.

ANGIE: Sabe, hoje eu passei o dia todo tentando tirar você da minha cabeça. — Confessou, um sorriso formando-se em seus lábios.

GERMAN: Ah, é mesmo? — Quis saber curioso, e Angie balançou a cabeça em afirmativa. — E você conseguiu?

ANGIE: Não e olha que eu tentei várias maneiras de tentar fazer isso. — Admitiu.

GERMAN: Eu tentei me distrair trabalhando, mas toda hora eu me pegava pensando em você. — Contou.

ANGIE: É mesmo? — Piscou para ele.

GERMAN: Sim. — Confirmou, devolvendo a piscada. — É muito complicado te tirar da minha mente.

Ela sorriu, gostando da resposta.

ANGIE: Aliás, obrigada por me salvar. — Agradeceu, envolvendo o pescoço de German com seus braços.

GERMAN: Não foi nada.

ANGIE: Claro que foi, você salvou a minha vida. — Disse emocionada.

GERMAN: E salvaria quantas mais vezes precisasse. — Ele olhou bem dentro daqueles olhos que o encaravam com tanto amor. — Eu daria a minha vida para salvar a sua.

ANGIE: E eu faria o mesmo por você.

GERMAN: Mas se você fizesse isso eu morreria de qualquer jeito. Você é minha vida. — Confessou. Angie era uma parte essencial de sua vida, da qual viver sem tornara-se impossível.

ANGIE: E você a minha. — Ela completou, deixando algumas lágrimas rolarem.

GERMAN: Está tudo bem, Angie? Por que você está chorando? — Perguntou, acariciando o rosto dela e ao mesmo tempo enxugando as lágrimas que haviam caído.

ANGIE: Sim. Mas é que você disse coisas tão lindas que acabou me emocionado.

GERMAN: Não gosto de te ver chorar. — Ele disse, as mãos ainda acariciando o rosto delicado de Angeles.

ANGIE: Mas são lágrimas de felicidade, German.

Sorriram um para o outro.

GERMAN: Eu senti sua falta. — Colou suas testas.

ANGIE: Você não imagina o quanto é horrível ficar brigada com você.

GERMAN: Eu imagino sim. Porque as horas pareciam intermináveis depois que brigamos. — Falou verdadeiramente.

ANGIE: Me promete uma coisa? — Pediu, elevando seu olhar ao do amado.

GERMAN: Claro, meu amor.

ANGIE: Promete que da próxima vez que nos desentendermos, vamos resolver a situação na conversa e não brigando? — Perguntou.

GERMAN: Eu prometo e você me promete?

ANGIE: Sim, eu prometo. — Prometeu e German inclinou-se e beijou a testa de Angie.

GERMAN: Que tal irmos pra casa agora? — Estendeu uma mão para ela. — Vamos?

ANGIE: Vamos — Concordou, aceitando de bom grado o pedido.

Então, eles caminharam abraçados até a mansão.

#Na Mansão

Angie e German entraram abraçados e Violetta que estava na sala preocupada, logo pronunciou-se:

VILU: Papai, Angie. Onde vocês estavam? Espera aí, vocês se resolveram? — Perguntou, percebendo a proximidade entre eles.

ANGIE: Sim, Vilu. — A tia confirmou, para a alegria da sobrinha.

VILU: Sabia que não conseguiriam ficar separados por muito tempo. — Sorriu, feliz por o pai e a tia terem se reconciliado.

GERMAN: Você está certa. — Falou e os três riram.

Continuaram conversando, até dar o horário e eles irem buscar Federico no aeroporto, já que ele voltava de viagem naquele dia. 

                         (…)

6 meses depois...