ANGIE: German, eu... — Angie nem conseguiu terminar de falar, pois Olga entrou no quartinho nesse exato momento.

OLGA: Ai, me desculpem! Eu me esqueci que vocês estavam trancados aqui.

GERMAN: Não se preocupe com isso, Olga.

ANGIE: É, nós deveríamos te agradecer por você, de certa forma, tirar a gente daqui. — Falou, um pouco desapontada por estar adorando passar um tempo à sós com German.

German e Angie saíram do quarto e deram de cara com Frederico, León e Violetta.

ANGIE: Aí estão vocês. Acho que precisamos ter uma conversinha. — Falou, focando seu olhar em Violetta, pois ela sabia que uma ideia dessas só podia ser da sobrinha.

GERMAN: É verdade, mas vamos para a sala para conversarmos melhor. — Falou, também olhando para Violetta.

Todos eles desceram as escadas e se sentaram no sofá, German e Angie de um lado e Vilu, Léon e Frederico do outro.

ANGIE: E então, podem começar a se explicar.

VILU: Mas nós não fizemos nada de mais. — Deu de ombros com um sorriso travesso no rosto.

GERMAN: É, mas não precisava prender nós dois no quartinho.

ANGIE: De quem foi a ideia de nos prender no quartinho? — Perguntou, mesmo tendo quase certeza de quem era a ideia.

VILU: Tudo bem, eu admito. A ideia foi minha e os meninos só me ajudaram. - Admitiu.

LEÓN: É, nós dois demos uma pequena ajudinha.

ANGIE: Apenas uma ajudinha? Sei.

FREDERICO: É Angie, só demos uma ajudinha pra você e pro German.

GERMAN: Uma ajudinha? Em quê?

VILU: Não fijam que não sabem do que estou falando. — Ela tinha certeza de que o pai e a tia estavam se fazendo de desentendidos de propósito.

ANGIE: Mas eu não estou entendendo mesmo. — Fingiu.

VILU: Não mesmo? — Perguntou desconfiada.

ANGIE: Não mesmo, Vilu.

FREDERICO: Nossa León, eu esqueci que hoje nós temos ensaio da banda. É melhor nós irmos. — Disse prevendo uma discussão de família a caminho.

LEÓN: Nossa, é verdade. Eu já tinha me esquecido disso também.

Os dois se despediram e foram se reunir com a banda.

GERMAN: Você não deveria ter nos prendido no quartinho, Violetta. — Falou, sério.

ANGIE: É Violetta, e se seu pai tivesse uma reunião ou algo parecido? — Perguntou, pensando nas possibilidades.

VIOLETTA: Mas que bom que ele não perdeu, não é?

GERMAN: É, mas você não pode contar tanto assim com a sorte.

VILU: Só vocês dois mesmo! Se não lutassem tanto contra o que sentem aposto que já estariam casados. — Falou ela subindo para o seu quarto bufando. Não entendia qual era o problema da tia e do pai. Apesar de serem adultos às vezes se comportavam como crianças.

ANGIE: Então, com licença Germán eu vou ir preparar as minhas aulas do Estúdio. — Falou, olhando para baixo com as bochechas coradas.

GERMAN: Tudo bem, até depois. Vou ir para o meu escritório. — Respondeu meio sem jeito.

ANGIE: Er... German? — Chamou.

GERMAN: Sim…

ANGIE: Obrigada por ter sido tão compreensível e legal comigo. Às vezes é bom poder desabafar com alguém. — Sorriu.

GERMAN: Nem precisa me agradecer. Eu é que te agradeço por escolher desabafar comigo. Estarei a sua disposição sempre que precisar. — Retribuiu o sorriso.

ANGIE: Obrigada, isso significa muito pra mim. Até mais tarde.

Cada um foi fazer o que tinha dito.

German foi para o escritório e começou a revisar alguns contratos que tinham sobre sua mesa. Não demorou muito e ele recebeu uma ligação.

              ~ Ligação ON ~

GERMAN: Olá Fernando, como vai? — Atendeu, logo após de ver que era Fernando, um amigo seu de longa data, quem estava ligando.

FERNANDO: Oi German. Estou bem. Como vão as coisas aí em Buenos Aires?

GERMÁN: Tudo ótimo. Já fazia um tempo que não nos falávamos. Ao que devo essa ligação?

FERNANDO: É que estou precisando de alguém de confiança para me ajudar aqui em Madrid. E pensei em você. O que você acha?

GERMAN: Se eu aceitar, por quanto tempo terei que ficar em Madrid? — Perguntou, pois não queria ter que ficar longe de Violetta por muito tempo.

FERNANDO: Apenas por duas semanas. Só até as coisas se estabilizarem.

GERMAN: Por mim tudo bem. Só preciso conversar com a minha filha.

FERNANDO: Tudo bem. Pode ser, German.

GERMAN: Se eu aceitar, quando terei de viajar?

FERNANDO: Seria bom se você pudesse viajar amanhã mesmo.

GERMAN: Ok, por mim está ótimo.

FERNANDO: Tchau German. Muito obrigado e me ligue depois para dizer se você vai aceitar minha proposta.

GERMAN: Pode deixar quando eu resolver se vou viajar eu te aviso.Tchau.

           ~ LIGAÇÃO OFF ~

                          (...)

Na hora do jantar, todos já estavam na mesa, menos Federico, que ainda estava ensaiando com a banda.

GERMAN: Bem, hoje eu recebi uma ligação de um amigo meu, do Fernando. Acho que você se lembra dele, Vilu. Ele me pediu que viajasse para Madrid amanhã para ajudá-lo com alguns negócios e estou pensando em aceitar. — Começou, esperando pela reação da filha.

VILU: Mas papai por quanto tempo o senhor vai viajar? — Perguntou, preocupada.

GERMAN: Não precisa se preocupar filha, serão apenas por duas semanas. Passa rápido. — Tentou tranquilizá-la.

VILU: Vou sentir saudade papai. Mas por mim tudo bem, o senhor pode ir sossegado. — Sorriu, confirmando que o pai não precisaria se preocupar com ela.

GERMAN: Eu também filha. Vou sentir muito a sua falta. Ramalho quero que você cuide de todos os negócios da construtora enquanto eu estiver fora. — Olhou para o amigo.

RAMALHO: Tudo bem, German. Pode deixar, vou cuidar direitinho dos negócios enquanto você estiver fora. Mande lembranças para o Fernando.

GERMAN: Obrigado Ramalho, e Angie e Olga eu queria pedir para vocês ficarem de olho na Violetta o tempo todo.

ANGIE: Ok, vou ficar de olho nela 24 horas por dia. — Piscou para a sobrinha, que riu.

OLGA: Eu também, não vou tirar os olhos dela nem por um segundo, senhor German.

GERMAN: Obrigada Angie e Olga, e você Violetta vê se se comporta filha. — Piscou para filha.

VILU: Sim senhor, capitão. Pode deixar, vou me comportar que nem um anjinho. — Respondeu fazendo continência com as mãos. Fazendo com que todos rissem do comentário. — Mas papai que horas o senhor vai para o aeroporto?

GERMAN: Às nove horas da manhã filha. — Falou e todos terminaram o jantar.

                          (…)

No dia seguinte pela manhã, German acordou, se arrumou, arrumou a sua mala e ligou para Fernando pra dizer que ele iria aceitar a sua proposta de ir para Madrid por duas semanas. Depois ele desceu para a mesa, onde todos já estavam esperando ele para tomar café.

Todos tomaram café e foram acompanhar German até lá fora.

GERMAN: Bom, acho que é melhor eu ir, se não vou perder o meu vôo. — Conferiu as horas em seu relógio.

VILU: Papai, vou sentir muito a sua falta. — Falou com lágrimas nos olhos. Ela e o pai nunca tinham ficado separados por tanto tempo.

GERMAN: Eu também filha. Mas vai passar rápido. Você vai ver. — Respondeu, abraçando carinhosamente a filha e depositou um beijo em sua testa.

VILU: Então tchau papai! — Disse se desfazendo do abraço.

GERMAN: Tchau meu amor. — Sorriu.

FEDERICO: Tchau German. — Abraçou German.

GERMAN: Tchau Frederico.

OLGA: Tchau senhor German. — Despediu-se Olga lhe dando um de seus abraços de urso no patrão.

GERMAN: Tchau Olga. — Falou ao se desfazer o abraço.

ANGIE: Tchau German. — Falou estendendo a mão para eles darem um aperto de mão, mas German a puxou para um abraço. — Vou sentir sua falta. — Sussurrou para que só ele a escutasse.

GERMÁN: Eu também vou sentir sua falta. Você não imagina o quanto. — Sussurou de volta, o que a fez estremecer.

ANGIE: Por favor, se cuida. — Pediu e olhou nos olhos dele, um gesto que ele achou muito doce.

GERMAN: Prometo que voltarei são e salvo. Não se preocupe. — Sorriu. — Te vejo daqui duas semanas. — Falou ao se desfazer do abraço.

ANGIE: Tá bom até daqui duas semanas. Vai passar rápido, não vai? — Perguntou com um sorriso acanhado.

GERMAN: Vai sim, não vai dar tempo nem de você lembrar que eu fiquei longe.

ANGIE: Duvido. — Sorriu.

RAMALHO: German, temos que ir. — Falou de dentro do carro, porque era ele que iria levar German para o aeroporto. Não queria atrapalhar o momento fofo entre German e Angie, mas se não intervisse, seu chefe perderia o vôo.

Ele deu um beijo na bochecha de Angie e entrou dentro do carro.

GERMAN: Então tchau, até daqui duas semanas.
 
           TODOS: Tchau!

Então Ramalho levou German ao aeroporto e ele viajou para Madrid.

                        (…)

2 SEMANAS DEPOIS...