Sugawara deu uma olhada de relance para o seu amado que estava andando ao seu lado. Ele não parava de falar dos treinamentos de vôlei, da evolução que o seu time teve, que o Karasuno iria ser forte futuramente. O capitão do time fala tão animadamente, que deixava o Sugawara com certo sentimento de ciúmes. Ciúmes pelo fato dele elogiar o Kageyama, não que o garoto não reconhecesse a habilidade do seu kouhai*, mas ele não estava gostando disso, não estava gostando do seu namorado ficar elogiando outros caras. O garoto deu um pequeno suspiro. Já estava em novembro, o ano estava terminando e o pessoal do terceiro ano iriam se formar.

-Suga, aconteceu alguma coisa? – O capitão do time perguntou ao perceber que o seu companheiro havia dado um pequeno suspiro.

- Nada não. Só estava pensando que daqui a pouco nós vamos nos formar.

-Sim. Esse foi o nosso último ano.

Aconteceram tantas coisas nesses três anos. Ainda se lembrava do dia em que entrou no clube de vôlei, dos treinamentos rigorosos que tiveram com o Ukai-sensei, dos torneios que participaram, das frustrações de derrota, da felicidade da vitória. Parecia longo e ao mesmo tempo curto, e de todo esse período o que Sugawara jamais iria esquecer era o dia em que Sawamura declarou-se para o ele. Tinha ficado tão feliz, ficava toda hora se perguntando se aquilo não foi um sonho, se era uma ilusão, a felicidade era tanto que nem conseguia esconder o sorriso que aparecia em seu rosto.

- Ei Suga.

- Hum?

- Você viu que hoje o Nishinoya e Tanaka estavam agitados mais do que o normal?

-Ah é. Eles estavam falando que hoje era o dia do Pocky. Acho que estavam com esperança ou imaginando que iriam fazer o famoso Pocky Game com a Shimizu.

- Aqueles dois não tem jeito mesmo.

Os dois continuaram com a conversa sobre o vôlei até que viraram uma esquina onde não havia gente, foi aí que o Sugawara lembrou que tinha um pacote de Pocky que o Tanaka tinha dado para ele e pegou o doce da sua bolsa.

-D-Daichi.

- Hum?

O garoto de cabelos cinza parou de andar e o Sawamura fez o mesmo e reparou que o Sugawara estava com o rosto corado.

- Que foi Suga? Não está se sentindo bem?

- N-não é isso. E-eu estou bem. É que... Eu... Eu queria... Queria... “Droga fala logo”

Suas palavras não saiam direito da sua boca. Sugawara estava com tanta vergonha, que se tivesse um buraco no chão ele entrava lá sem pensar duas vezes, mas ele não iria desistir, já que começou a falar iria terminar a sua fala. Olhou fixadamente nos olhos do Sawamura, respirou fundo e disse.

- Eu queria fazer pocky game com você.

O capitão olhou estático para o garoto que estava na sua frente que acabara de falar que queria fazer pocky game com ele. Sugawara estava tão vermelho que parecia uma pimenta.

- Ah, s-se você n-não quiser f-fazer o p-p-pocky game comigo t-tudo bem. E-eu só a-achei que...

Sawamura começou a rir sem parar. Como uma pessoa poderia ser tão fofa?

- E-ei, pare de rir!

- Desculpe – Se aproximou do seu amado pegando um palitinho do pocky e colocando na boca de Sugawara. – Não é que não quero fazer o pocky game com você, é muito pelo contrário. Eu quero, e muito.

Aquilo foi o suficiente para dar o golpe final no Sugawara. Se não fosse pelo Sawamura estar segurando na cintura do garoto com certeza ele iria desmaiar. O capitão do time deu um pequeno sorriso, abocanhou o pocky e começou a morder. À medida que o palitinho ia diminuindo o rosto dos dois iam se aproximando até que chegou numa distancia que o Sugawara não aguentou de ficar olhando para o Sawamura e fechou os seus olhos, logo depois sentiu algo macio em seus lábios e deduziu que estavam se beijando.

Sawamura colocou uma das suas mãos na nuca de Sugawara mexendo nos fios de cabelo do mesmo, e foi colocando a sua língua na boca do garoto de cabelos cinza dando um profundo beijo, e ficou assim até que a falta de ar veio e o capitão começou a dar leves beijos no pescoço de Sugawara.

-D-Daichi, aqui não.

- Então se for na minha casa ou na sua podemos continuar? – disse com um sorriso maroto.

- E-eu não quis dizer isso.

- Então você não quer continuar? – desceu a sua mão até a bunda do garoto e deu uma pequena apertada na região.

- Daichi!

- Tudo bem. – soltou o garoto e logo depois aproximou a sua boca no ouvido de Sugawara e sussurrou – Vamos para a minha casa. Hoje você não vai embora.

Enquanto o Sugawara abaixava a sua cabeça para tentar esconder o seu rosto vermelho Sawamura se divertia com a situação. Hoje a noite seria longa e o capitão nem queria saber se amanhã o seu parceiro iria ficar com dor ou não durante o treino. Foi ele quem começou com a brincadeira, se com essa brincadeira o Sawamura ficou excitado ou não a culpa não era dele e sim do Sugawara.