Somos amigas...certo, Ellen? escrita por Majo


Capítulo 1
Capítulo 1 - Minha doce Viola...


Notas iniciais do capítulo

olá! essa fic é um final alternativo para the witch's house, escrito por mim ^^está bem curtinha, mas queria escrever sobre a amizade dessas duas fofas que eu amo ♥ espero que gostem



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Seus olhos ensanguentados não podem me ver, suas pernas estão mutiladas e sua voz falha pronuncia sons estranhos. Mas ainda sim, Viola continua a rastejar em meu encalço.

Mesmo fora da casa, ainda ouvi os sons do seu corpo destroçado arrastando no chão. Virei-me com minha faca nas mãos, apontada para ela.

– Me deixe em paz Viola, deixe-me viver as coisas que não pude viver até hoje! – gritei para ela, que se aproximou rastejando, mas dessa vez eu não corri.

– .....E....lle.....en..... – ela murmurou meu nome, com muita dificuldade.

– Eu prometo cuidar do seu pai, eu juro. Vou me lembrar de você pra sempre. Mas me deixe ir, Viola. Eu queria viver, e não só por um dia... – cai de joelhos, perto dela. Seus olhos vazios e ensanguentados pareciam tentar me localizar.

Ela veio rastejando seu pequeno corpo, tentando murmurar algo que parecia ser “meu pai”. Suas mãos cheias de sangue se apoiaram em “meu” vestido sujando-o, mas isso não era importante agora.

– Não vai conseguir deixa-la, eu sabia Ellen. – disse o gato preto, saindo do meio de uma roseira.

– Eu não consigo, você estava certo. Posso ter deixado tantos outros morrerem sem me importar, posso ter matado meus pais, mas Viola é diferente. Porque eles não me amavam...

–.....m-maa...as.......e-e...e..u.....aa.....mo...... – completou Viola.

Repentinamente, o pai de Viola surgiu, berrando.

– Viola? O que é isso filha? Fique longe deste mostro! – disse apontando a arma.

– Você é...pai? – Ellen demorou para lembrar-se que estava no corpo da amiga.

Ellen ficou na frente de Viola, que tentava chamar pelo pai, mesmo sem poder vê-lo. Ela chorava muito, e isso fazia o coração de Ellen doer.

– Pai, não machuque ela, ela é minha amiga! Foi...foi a bruxa que fez isso com ela, precisamos salva-la! – o pai de Viola abaixou a arma, e correu até as duas. Antes que ele estivesse perto delas, Ellen cochichou para o gato – Você sabe o que fazer.

– Mas você não poderá se curar e com certeza morrera, garota burra. Vai se sacrificar depois de ter tido tanto trabalho? – indagou o gato, indignado.

– Vou. Porque Viola não é diferente por ter me amado, ela é diferente por ter me feito ama-la.

Dito isso, o gato fez um gesto com a pata. Ele ainda parecia frustrado com a decisão da bruxa, mas o fez. Antes que o pai de Viola chegasse a elas, Ellen sentiu uma tontura. Quando percebeu, sentia uma dor insuportável em todo o corpo, não conseguia ver nada, e sua garganta queimava. Ela então percebeu o que tinha feito sua Viola sentir. O mal que tinha feito a ela, por puro egoísmo. Mas no fundo, a própria Ellen sabia que não poderia deixa-la, desde o inicio ela sabia.

Ela ouviu Viola gritar seu nome, e então desmaiou. Não sentiu mais nada, somente a sensação boa de ter morrido amada, nos braços de sua Viola, que mesmo depois do mal que fez para ela, estava abraçando e soluçando seu nome.

A morte não era tão ruim, se fosse pra morrer assim. Então Ellen aconchegou-se naquele colo conformável, e ficou inconsciente.

.......................................

Ellen sentiu uma coceira no braço, e abriu os olhos. O que viu foi um pedaço de gaze, que devia ter escorregado de sua testa. Ela tentou mover as pernas, mas algo estava preso a elas, e ela não conseguia senti-las abaixo dos joelhos.

Ela então se lembrou, e levantou rápido, fazendo a gaze cair. Do seu lado, veio um gritinho e um som de vidro quebrando.

– Ellen, você me assustou! Esses remédios custam caro sabia? – disse apontando para os cacos de um frasco de remédio no chão.

A garota de cabelos violeta começou a chorar, e a loira correu até ela.

– O que foi? Esta doendo em algum lugar? – perguntava a loira com uma expressão aflita.

Ellen limitou-se a puxar o lençol. No lugar das pernas, duas próteses. Então ela virou para Viola, com ou pouco de receio, mesmo não sentindo dor em sua garganta, mas tentou pronunciar.

– Viola...? – sua voz saiu primeiro baixa, seguida de muitas lágrimas, e então ela pulou na amiga, berrando o nome da mesma varias vezes – Onde eu estou? Eu não sinto dor, eu consigo te ver, meu corpo não doí...o que você fez comigo?

A loira sorriu, seu sorriso amigável de sempre.

– Eu trouxe você pro vilarejo, você está na minha casa. Chamei um médico que cuidou de você, e me deu esses remédios. Eles não tem uma cura, mas isso vai controlar sua doença. E eu comecei a ajudar varias pessoas da cidade, desde na escola até a padaria, para conseguir o dinheiro dos seus remédios.

– Porque Viola, porque você me salvou? Eu quase te deixei pra morrer, porque você faria tudo isso por mim?

– Porque nós somos amiga, certo Ellen? – disse sorrindo.

Ellen abraçou a amiga novamente, chorando, até ouvir uma voz na porta do quarto onde estavam.

– Meninas, aconteceu alguma coisa? Ah, olá Ellen. Que bom que acordou, estava ficando preocupado. – disse o pai de Viola, que ela logo reconheceu.

– Senhor, tudo bem eu ficar aqui? Nesta casa como vocês dois? – disse Ellen, com um pouco de medo da cara de mal do pai de Viola.

– É claro. Você é amiga da minha filha. Você viverá conosco, e eu serei seu novo pai. – ele então abriu um sorriso como o da filha, o que fez a de cabelos violeta chorar ainda mais.

......................................

– É, parece que nem eu consigo melhora a vida da Ellen agora. Ela tem tudo que queria. – fungou o gato, que via a cena de cima de uma árvore.

Ele desceu da árvore, e ia embora revoltado. Quando passou próximo a uma praça, ouviu um chorinho baixo. Ele seguiu o som e encontrou um garoto chorando sozinho, e encheu-se de animação.

Ele aproximou-se devagarinho, e miou, sentando-se na frente do garoto. O garoto levantou os olhinhos e encarou o gato.

– Precisa de ajuda, amiguinho?


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Notas finais do capítulo

então, espero que tenham gostado >< comentem, digam o que acharam, seus lindjos ^^