Era um dia de frio, quando todos os tripulantes estavam devidamente agasalhados contra a ventania e instabilidade do clima do Novo Mundo. Chopper era o único que fazia questão de mostrar o quão feliz estava, afinal o frio foi seu habitat natural por muito tempo. Para a rena, melhor do que aquilo só se encontrasse uma ilha de inverno. Enquanto os demais — ou pelo menos a maioria — estavam mais preocupados em arranjar um jeito de se manterem quentinhos.

Luffy era o maior motivo de chateação da tripulação. Como quando atracou em Drum, dois anos antes, o moreno não sentiu o impacto de imediato, foi preciso alertá-lo. Por isso agora corria para lá e para cá, se tremendo e implorando qualquer coisa para aumentar sua temperatura corporal.

— Nami-swan, Robin-chwan! — Sanji rodopiou ao redor das suas musas, trazendo consigo uma cestinha. — Dizem que chocolate é bom para dias frios, então fiz especialmente para vocês!

Ambas agradeceram pela cortesia, pegando uma cesta de bombons. Nami pôs um na boca. Eles derretiam numa lentidão prazerosa, realmente eram saborosos.

Tão saborosos que despertaram o desejo de certo moreno, que afinal já aprova qualquer tipo de alimento.

— Sanji, eu também quero! — Juntou-se a Usopp, que também parecia salivar pelos doces.

— Não tem pra vocês, então se calem — respondeu o loiro, voltando para a cozinha.

Desanimado, Usopp foi conversar com Chopper em algum canto, ao contrário de Luffy, que não se deu por vencido. O moreno esticou seu braço usando seus poderes da Gomu Gomu no mi em direção à Nami. Só queria um, precisava de um bombom daqueles, pareciam estar deliciosos.

Porém, antes mesmo de poder alcançar a cesta, sua mão levou um forte tapa que o fez recuar no mesmo instante.

— O que pensa que está fazendo? — Uma Nami irritada se aproximou dele, a cesta em suas mãos.

— Por favor, Namii — implorou. — Só um!

— Não! — a navegadora respondeu, pondo mais um na boca. Luffy encarou aquilo como uma provocação, e decidiu continuar tentando.

Tentou arrancar a cesta da mão da navegadora inúmeras vezes, todas sem sucesso. Quase desistiu e foi pedir a Robin, mas quando viu que a morena já não estava mais com eles no convés voltou para Nami. Estava na hora de arranjar uma nova estratégia: ela iria comer o último chocolate e ele não queria apanhar de novo.

A navegadora levou o chocolate à boca, reduzindo o tempo de Luffy para raciocinar algo. No entanto, ele agiu impulsivamente. Antes mesmo de Nami morder o bombom ele se adiantou, chegando mais perto e roubando-o da boca dela com a sua própria. Esse nada sutil movimento fez seus lábios se tocarem.

Luffy sorriu. O chocolate era muito bom mesmo, saboreou com tamanho gosto que se sentiu nas nuvens. Era uma pena ser o último!

— Obrigado, Nami! Shishishi — agradeceu mesmo que sem necessidade, enquanto a ruiva estava de cabeça baixa.

— LUFFY! — ela exclamou em crescente raiva, sem se controlar mais. Claro que não podia deixá-lo sair impune dessa!

Então, naquele dia, nenhum dos dois foi capaz de reclamar do frio. Ela, porque seu humor a deixou de sangue quente. E ele… Bom, depois de correr por todo o navio não há vento gelado que vença, certo?