Hinan escrita por Hakiny


Capítulo 33
As Lágrimas de Uma Maga


Notas iniciais do capítulo

Esse especial conta a história do pivô da discórdia entre Jon e Vallery, a nossa querida Jordy. Esse capitulo revelará os motivos pelos quais a shikõ atacou Hinan e contará também um pouco do cotidiano desse casal xD
Espero que gostem do cap, foi escrito com carinho hehehehe
Boa leitura :*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/564592/chapter/33

12 anos atrás...

― está atrasado!

Nael andava de um lado para o outro.

― liga pra reclamar na loja.

Jack dizia enquanto selecionava alguns DVDs.

― e você acha mesmo que eu já não fiz isso? Já liguei quatro vezes!

Nael dizia com indignação.

― você já deveria estar acostumado... o tráfico de produtos pelo mercado negro, sempre é demorado, por conta dos Kotonarus e tal. Sugiro que vá lá buscar.

Jack respondia sem olhar para o garoto.

― não posso! O Butcher ta no meu pé...

― por causa das garçonetes?

― sim...

― fez burrada agora aguenta as consequências!

― mas elas eram tão lindas!

Nael dizia enquanto limpava um pouco de sangue que escorria de seu nariz.

― e por esse motivo você congelou um cliente da lanchonete, o que resultou em uma perseguição da I.O.S?

― o que eu posso fazer? Sou um cara ciumento...

Nael dizia um pouco sem graça.

― ACHEI!

Jack gritava enquanto erguia um DVD.

― o que é isso?

O garoto se jogou no sofá.

― é a primeira temporada de Garoto Salva Vidas!

Jack dizia com entusiasmo.

― fala sobre o que?

― é a história de um garoto que salvava vidas.

Um silêncio reinou na sala.

― jura?

Nael franzia as sobrancelhas.

― ei Jack! Achou?

Lóris entrava na sala com um balde de pipocas.

― sim.

Jack dizia com um sorriso no rosto.

― o que vão assistir?

Marius entrou na sala e se sentou no sofá.

― Garoto Salva Vidas.

Lóris respondia enquanto se sentava ao lado de Marius.

― uau! Essa série é ótima!

Marius pegava um punhado de pipocas no balde.

― do que exatamente ela fala?

Nael tentou mais uma vez.

― é sobre um garoto que salvava vidas.

Marius respondeu.

― qual o problema de vocês?

**

― TORIKOWASE!

Jordy lançava seu ataque especial.

Posicionando as mãos a frente do corpo, Andy projetava um escudo de energia.

― Andy em uma batalha, é necessário lutar! Não apenas se esconder atrás de um campo de força.

Jordy dizia irritada.

― cada um sobrevive da forma que pode.

Com essas palavras Andy envolveu Jordy em uma barreira de energia, de forma tão rápida que ela não pode fugir.

― concordo plenamente.

Posicionando as mãos ao lado do corpo, Jordy reuniu uma grande quantidade de energia nas palmas, liberando com tanta agressividade que resultou na destruição completa do campo. Com o impacto do ataque, Andy caiu de costas.

Jogando sua imensa franja para o lado, Jordy sorriu maleficamente e andou em direção ao seu irmão caído.

―como eu disse, em uma batalha é preciso lutar.

**

―Jack, por favor! Eu imploro!

Nael se aproximava da área de treinamento.

― não vai rolar.

Jack o acompanhava.

― por favor!

―não! Posso voltar pro meu Yaoi?

Jack estava sem paciência.

― te pago 50.

O shikõ retirava a carteira do bolso.

Arqueando uma das sobrancelhas a garota o observou.

― 200.

― 100!

― 200... é arriscado, tem kotonarus lá e eu posso ser presa pelos humanos.

Jack argumentava.

― kotonarus e humanos nunca foram problemas pra você.

Nael estava indignado.

― 175 e não se fala mais nisso!

Jack dizia com um sorriso. Um pouco descontente, Nael retirou o dinheiro e entregou a garota.

― trago sua revista em algumas horas senhor!

A garota sorriu satisfeita.

Irritado Nael se retirou.

― mais um cliente satisfeito!

Jack dizia com um sorriso.

Um pouco distante dali, ela pôde notar a presença de Andy.

― hey Andy!

Jack gritava e acenava.

― o que foi Jack?

Andy dizia com desânimo.

―vamos até a Hinan do Norte?

A garota se aproximava.

― sabe as regras. Shikõs não podem se aproximar das Hinans.

Andy respondia de forma rápida.

― por favor Andy, o Nael me pagou, só que eu não quero ir sozinha. A gente racha o dinheiro!

―quanto ele te pagou?

Andy perguntou interessado.

― 50.

― pouco, não vai rolar.

Andy se retirava.

― os 50 todo pra você.

Jack o fez parar.

―ele não te deu só 50 né?

Andy perguntava sem olhar para a garota.

― vai topar?

A garota dizia com um sorriso.

― fechado.

**

Deitada na grama, próxima a imensa árvore dos mortos, Jordy parecia tranquila. Seus grandes olhos verdes fitavam aquele belo céu, que ficava estupidamente azul durante as manhãs de verão.

Um pequeno estalar de galho, entregou a aproximação de Jon.

― já voltou da missão?

Jordy perguntava sem olhar para o shikõ.

― sim. Eram só alguns poucos kotonarus rondando a Hinan do Sul.

Jon dizia com certo desanimo por ser descoberto.

― ouvi dizer que na Hinan do Sul tem tecnologia de ultima geração...

Jordy dizia em meio a suspiros.

― sim. E enormes prédios.

Jon se sentava ao lado da garota.

― deve ser legal viver naquela agitação, com pessoas andando por toda parte e o barulho dos carros indo de um lado para o outro...

Jordy parecia viajar em seus pensamentos. Jon a observava com carinho ― ...deve ser divertido ir a parques e museus...

Pouco a pouco a feição de entusiasmo da garota, era substituída por desânimo.

― um dia desses vou te levar ao cinema, você vai adorar.

Jon passava o braço por cima dos ombros da shikõ.

― mas você odeia entrar em uma Hinan, ou no mínimo ter contato com humanos... você os odeia.

Jordy estranhava a atitude do companheiro.

― você vai estar comigo, eu posso suportar qualquer coisa com você do meu lado.

Jordy sorriu.

― eu sempre vou estar do seu lado.

A garota se aproximava do rosto do shikõ.

― eu te amo.

Jon sussurrava, enquanto aproximava seus lábios dos dela.

― eu também te amo.

**

― mantenha o rosto coberto.

Andy ajeitava o capuz que Jack usava para cobrir a cabeça.

― qual a necessidade disso?

A shikõ questionava.

― sei lá. Só precaução.

Andy mantinha um semblante sério.

― o Tony mora ali.

Jack apontava para um barraco, no canto mais escuro da rua.

― Tony?

Andy parecia confuso.

― sim! Ele que contrabandeia as coisas daqui pra nós!

Jack dizia com entusiasmo enquanto se dirigia até o local.

Já dentro daquele mausoléu repleto de entulho, os dois shikõs estavam diante do tal Tony.

― que audácia de vocês virem até aqui.

O homem dizia enquanto, procurava pela revista em meio a várias caixas.

― por que diz isso Tony?

Jack parecia confusa.

― não ficou sabendo da proibição de shikõs nas Hinans? Vir para a Hinan do Norte, central militar da humanidade é quase suicídio.

O homem explicava.

― os humanos são sempre cheios desses mimimis, nunca foram desafios pra gente.

Jack se gabava.

― ouvi dizer que essa semana chegou uma entrega do Sul e aqueles riquinhos metidos a gênios não brincam em serviço.

― você acha que podem ser armas?

Jack parecia um tanto assustada.

― sim, e das melhores.

O homem entregava a revista para a garota. Sentado em um pequeno banco de madeira, Andy apenas os observava em silêncio.

― bom, o pedido está entregue! Peça desculpas ao seu amigo pervertido por mim! Mas sair de Hinan está se tornando uma missão quase impossível nesses últimos dias.

O homem se explicava.

― fica tranquilo Tony!

Jack sorria.

― tome cuidado pequena shikõ! Desde que o Carter assumiu a liderança da I.O.S, Shikõs se tornaram inimigos.

Tony tocava os ombros de Jack.

― relaxa Tony, eu sei me cuidar.

Jack piscou.

― vamos Jack.

Andy fazia um sinal para a garota, que após se despedir, o seguiu.

**

Na sociedade, durante o almoço, Jordy procurava por Andy.

― porque ele não está aqui?

A shikõ batia com força na mesa.

― deve estar em seus aposentos.

Kannot dizia com uma voz calma enquanto entornava uma taça de vinho.

― já fui lá. E ele não tava. Já fui em tudo quanto é lugar da sociedade e ele não estava!

Jordy não escondia sua irritação.

― ele é grandinho já. Não vejo necessidade de tanta preocupação.

Nael comentava.

― e eu não vejo necessidade de você opinar em uma situação que não lhe diz respeito!

Jordy abusava de um tom de arrogância.

― amor...

Jon se aproximava. Um olhar fuzilante por parte da companheira foi o suficiente para fazê-lo se calar. Sem dizer mais nenhuma palavra Jordy se retirou. No corredor que a conduzia até o seu quarto, ela esbarrou com Dragon que passava ali naquele momento.

Os poucos segundos em que os dois se mantiveram próximos, foram suficientes para uma troca de olhares inimigos. Jordy e Dragon nunca se deram bem, pelo simples motivo da jovem shikõ não demonstrar respeito nem a ele e muito menos a Kannot.

― o que deu nela?

Dragon perguntava após assegurasse da ausência da garota.

― Andy está desaparecido.

Marius respondia em voz baixa.

― por acaso o quatro olhos é alguma criança ou algum tipo de deficiente mental que não tem a capacidade de se cuidar sozinho?

Dragon parecia irritado com a situação.

― foi o que eu tentei dizer, mas ela quase me agrediu pelo comentário.

Nael se justificava.

― cala a boca idiota!

Jon o repreendia.

― eles são irmãos, natural a preocupação. Ainda mais tendo em vista que ela é a mais velha.

Cute comentava.

― isso não é desculpa! Jon também é meu irmão, nem por isso fico atrás de cada passo dele! Na verdade to cagando pro que acontece com ele!

Dragon rebatia.

― legal estar informado de sua preocupação Dragon.

Jon demonstrava certo desdém.

― só não gosto de gente estúpida que toma as dores dos outros! Isso me dá náuseas!

Dragon se sentava juntamente com o restante dos shikõs. Sem dizer mais nenhuma palavra, Jon se retirou da sala.

**

― mantenha o rosto coberto Jack.

Andy repreendia a garota que já havia retirado o capuz que lhe cobria a face.

― Andy para de neura!

Jack afastava a mão do garoto de seu rosto.

― alto!

Uma voz masculina fez com que ambos os shikõs parassem.

― não se entregue, aja naturalmente.

Andy cochichava, Jack acenava positivamente com a cabeça. Vagarosamente os dois garotos se viraram na direção da voz e em sua frente presenciaram a imagem de um soldado vestindo um uniforme dourado.

―vocês são forasteiros?

O homem os encarava.

― sim. Nós somos da Hinan do Sul.

Andy respondia rapidamente na tentativa de parecer o mais convincente possível.

― hum... estranho.

O homem coçava o queixo demonstrando certa desconfiança.

Jack desviava os olhos, não disfarçando sua aflição.

― acompanhe-me até a central da sede.

O homem dizia enquanto se virava para sair. Percebendo a distração do soldado, Jack fez um sinal para Andy, demonstrando não entender por que o shikõ o seguia.

― assim que ele baixar a guarda, nós fugiremos sem dar chance para sermos perseguidos.

Andy cochichava com uma voz quase inaudível. Jack acenou positivamente com a cabeça e eles seguiram o homem.

**

― vovó que dia que o painho volta?

Uma pequena garota de cabelos e olhos negros se debruçava sobre uma janela de madeira, se direcionando a uma velha senhora que abaixada, parecia podar algumas plantas.

― não sei menina. Sua mãe disse que o trem que deveria trazer os trabalhadores foi interditado por causa de uns transportes de carga lá do sul.

A velha explicava.

― então ele não vai aparecer pro meu aniversário amanhã?

A menina parecia entristecida.

― calma Sayo. Parece que não conhece seu pai. Ele sempre dá um jeito de aparecer!

Uma mulher jovem se aproximava da garota e tocava-lhe os ombros.

A menina sorriu para mãe, com toda inocência de uma criança de 8 anos.

**

Andando por alguns minutos, Jack e Andy observavam aquele estranho guarda. Foi então que o soldado parou.

― aqui já está bom.

O homem dizia em voz baixa.

― mas nós não iríamos para a sede?

Jack parecia confusa. O homem se manteve em silêncio ― ei, eu estou falando com você...

Uma forte carga de energia foi o suficiente para interromper as palavras de Jack, e também para jogá-la no chão.

― JACK!

Andy se abaixava para ajudar a companheira, uma segunda descarga foi lançada na direção dos shikõs, mas dessa vez impedida pelo mago através de um campo de força.

― como... como sabiam que nós éramos shikõs?

Aos poucos Jack tentava recuperar o fôlego.

De todos os cantos daquela pequena rua isolada para qual aqueles dois shikõs desavisados foram levados, surgia uma enorme quantidade de soldados armados com canhões.

― isso foi uma armadilha, muito bem armada! Eles não descobriram que nós éramos shikõs, estavam a nossa espera!

Andy dizia com um semblante de desespero nos olhos.

― mas como...

As palavras de Jack falharam ao ver sair daquela enorme multidão, um rosto conhecido ― Tony...

Jack sussurrava.

― COMO PÔDE CRETINO!

A shikõ avançava para cima do traidor, mas era impedida pelo campo feito pelo seu companheiro.

― ah! Eu sinto muito pequena Jack... mas eles me pagaram uma quantia alta pela cabeça de vocês.

O homem tentava se justificar.

― isso lá é desculpa para entregar um amigo?

Andy não reprimia sua revolta.

― você não entende... me pagaram 25 mil!

O homem mostrava desespero em sua expressão.

― ISSO É RIDICULO E...

― calma Andy...

Jack levava a mão ao braço de Andy. O shikõ se assustou ― por 25 mil eu entregaria até o Allk! Não devemos ser tão duros com o pobre homem!

A garota dizia com uma voz calma.

― eu não acredito que eu ouvi isso.

A indignação de Andy era notada por qualquer um ali presente.

― as regras são claras... shikõs são proibidos em qualquer uma das hinans!

O soldado que os havia levado para a armadilha, gritava em alto e bom som.

― deixe-nos ir. Prometemos não voltar nunca mais!

Jack tentava sua liberdade.

― deixá-los ir?

O homem dizia de forma irônica ― vocês serviram de exemplo para qualquer animal de sua raça, que pensar em vir aqui outra vez.

― senhor Carter, pense bem! Eles já estão assustados! Deixem os ir e já vai ser suficiente.

Tony intercedia por Jack e Andy.

― já tem o seu dinheiro. Agora vá embora! A não ser que queira se juntar a eles...

Um olhar ameaçador por parte de Carter foi o suficiente para fazer com que Tony recuasse.

― FOGO!

O homem havia lançado o comando.

Nos primeiros ataques o campo de força começava a se rachar. Aquelas armas eram diferentes de tudo que os shikõs já haviam visto.

― TORIKOWASE!

Um único segundo, foi suficiente para que Andy substituísse o campo por um ataque.

― CORRE JACK!

Andy puxava o braço da garota. Ainda com o corpo fraco devido ao ataque inicial, Jack não conseguia muita velocidade apesar de seu esforço.

― TORIKOWASE!

Andy lançava mais ataques, na esperança de ganhar tempo para que sua companheira conseguisse fugir.

**

Andando pelo belo jardim do palácio, Jon buscava por Jordy. Uma forte luz vinda do canto próximo a arvore dos mortos, denunciava sua localização.

― o que faz ai amor?

Jon se aproximava.

― é um feitiço de localização.

Jordy respondia de forma ríspida.

― está conseguindo bons resultados?

O shikõ se aproximava de sua amada mal humorada.

― ele fez um feitiço de bloqueio! Maldito pirralho, não quer ser achado.

Jordy cravava as unhas na grama.

―Jordy amor... já faz tempos que venho querendo conversar com você sobre isso...

Jordy agora o encarava. Um pouco receoso, o shikõ prosseguiu ― o Andy já é bem crescido, e tem quase 100 anos! Já é hora de você deixá-lo mais livre. E não pirar quando ele der uma saída sem te avisar.

Franzindo as sobrancelhas, Jon já estava preparado para ouvir os berros de descontentamento de Jordy e seu temperamento forte.

― você não entende...

O tom doce que a voz da shikõ havia assumido fez Jon se espantar.

― quando eu acordei entre as raízes daquela arvore, eu tinha medo. Eu não me lembrava de nada alem do meu nome, vi todos aqueles shikõs reunidos me olhando... o Kannot se aproximou e me cobriu com sua capa. Eu não disse uma palavra se quer, mesmo com um turbilhão de palavras em minha mente, sentia como se não soubesse expressá-las. E eu permaneci assim por seis meses. Eu não queria estar perto de vocês, não queria ouvir a voz de ninguém... era como se algo ruim tivesse acontecido comigo, como se faltasse algo para dar sentido a minha vida. Foi então que naquele dia eu vi toda aquela aglomeração de pessoas ao redor dessa arvore...

Jordy dizia enquanto olhava para as belas folhas da Arvore dos Mortos. Jon a observava ― quando eu o vi, saindo do meio das raízes, eu não pensei em mais nada! Eu abracei e a primeira palavra que eu disse foi “ irmão”. Não me pergunte o porquê, porque eu não sei! Eu só sei que eu tinha sensação de tê-lo perdido, e aquilo doía, mas tê-lo em meus braços me deu um sentido pra vida. Então sim Jon, eu vou continuar pirando toda vez que ele sair sem me avisar, porque ele é meu irmãozinho e sempre será! E não importa se ele tem 100 ou 1000 anos! Vai continuar sendo um pirralho e eu a irmã mais velha que precisa cuidar dele!

Disfarçadamente Jordy limpava uma pequena lágrima que escorri de seu rosto.

Naquele momento Jon havia ficado sem argumentos, a relação entre aqueles irmãos era no mínimo incomum. Butcher e Cute haviam nascido na mesma hora, por isso eram considerados irmãos. Mas Jordy e Andy tiveram seis meses de separação, mas um reconhecia o outro. Não se lembravam de mais nada, além de seus nomes e de que eram irmãos. Situações como essas faziam os shikõs na sociedade refletirem sobre as vidas que cada um tinha antes de se tornarem shikõs. De que todos ali já haviam morrido, já era de conhecimento geral. Mas o que veio antes da morte, sempre fora um mistério para qualquer shikõ existente. Logo foi concluído que os shikõs nada mais eram do que cascas vazias, que eram preenchidas por uma nova existência. Mas isso não se aplicava a aqueles dois magos.

― comandante Jon! Permissão para ir a Hinan do Norte buscar a Jack!

Allk havia acabado de se aproximar dos dois shikõs.

― buscar a Jack? Como assim?

Jon não compreendia o sentido das palavras do shikõ.

― cheguei a pouco da minha ultima missão e não a encontrei na sociedade, então o Nael me informou que ela havia se dirigido até a Hinan do Norte, ao que parece buscar uma entrega dele.

Allk explicava.

― mas isso é idiotice! O que a kouhai tinha na cabeça? O Kannot disse que toda e qualquer aproximação nossa das Hinans precisa ser avisada a um superior.

Jon se levantava com brutalidade.

― agora faz todo sentido! O Andy foi ajudar a Jack!

Jordy também se levantava.

― sim Allk! Pode ir, e se possível traga o Andy com você!

Jon dizia com um tom sério.

Naquele momento Jordy arregalou os olhos e deu alguns passos para trás, por um instante, parecia estar perdendo o equilíbrio.

― amor?

Jon segurava o braço da shikõ.

― é uma comunicação por telepatia.

Jordy levava a mão direita até a testa e fechava os olhos demonstrando concentração. Jon e Allk se mantinham em silêncio, se uma coisa eles haviam aprendido em todos esses anos de convívio, era que não se deve fazer barulho durante esse tipo de contato.

― o Andy está em perigo!

Jordy havia arregalado os olhos.

― como? Aonde?

Jon estava confuso.

― ele e Jack foram atacados na Hinan do Norte! Parece que eles possuem algum tipo novo de arma... a Jack está machucada!

Jordy explicava.

― não...

Allk não escondia sua preocupação.

― Allk chame o Cute, precisamos chegar lá o mais rápido possível.

Jon dava as ordens para seu subordinado, sem perder um segundo sequer, Allk se dirigiu em direção ao castelo.

― eu vou só vou pegar meu livro e...

― você fica.

Jon a interrompeu.

― como assim? Ele é meu irmão? Ta maluco?

Jordy se irritava.

― eu prefiro que permaneça aqui! Por favor...

A voz apreensiva de Jon fez Jordy se calar ― eu trarei ele de volta! Vivo! Juro pela minha vida... mas que isso, juro pelo amor que sinto por você.

Jon agora tocava os ombros de Jordy. A expressão da shikõ agora era de medo.

― eu confio em você amor.

Jordy o abraçava.

― ESTAMOS PRONTOS JON!

A voz de Allk anunciava a partida do pelotão de resgate.

Após se despedir de Jordy, Jon correu em direção aos dois shikõs.

**

― TORIKOWASE!

― a gente não vai conseguir.

Jack chorava.

― eles estão cercados por um campo de energia! Isso também é tecnologia?

Andy parecia assustado com tamanho avanço.

― eu gostava mais deles quando eram burros e fracos!

Jack continuava chorando.

― Jack! Levanta daí e foge! Eu dou cobertura!

Andy chutava a shikõ, que estava sentada no chão.

― ai! Não me trate assim! Mereço respeito nos meus ultimo minutos de vida! Pelo menos nos últimos!

Jack se levantava com dificuldades e corria em direção aos muros de Hinan. Ao perceber a distancia que a shikõ havia tomado, Andy também começou a correr, mas logo foi interrompido por um grande impacto nas costas, impacto esse que fez o shikõ ser lançado longe. Um pouco distante dali, Jack pode obervar seu amigo caído. Ela estava do outro lado da rua, tendo como proteção as paredes daquele beco escuro. Com a mão tapando os lábios, ela não escondia seu espanto ao ouvir os gritos de agonia de Andy. Mesmo ao longe era possível notar uma pequena alteração na pele do garoto, como se algo se movimentasse por debaixo dela. Foi então que aquelas pequenas elevações explodiram e de dentro delas pequenas criaturas metálicas saíram. Andy gritava desesperado, Jack tapava os olhos e chorava sem ter ideia do que fazer.

― alguém ajuda a gente.

As palavras cochichadas de Jack, ficavam ainda mais incompreensíveis devido a sua voz chorosa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

sorry pelo final incompleto... hehehehe
mas em breve estarei com a continuação postada xD
não queria que ficasse tão longo e cansativo! Essa história é bem legal e merece ser lida com calma :)
Boa noitee leitores e até logo ^^



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Hinan" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.