Hinan escrita por Hakiny


Capítulo 17
Força Lily!


Notas iniciais do capítulo

Bom galera esse é mais um especial de Hinan! Para os de memória fraca, recomendo que releiam o cap 2,4 e 5, pois esse cap vão mesclar os momentos da Lily na Hinan do norte, juntamente com os momentos de seus amigos na Hinan do sul. O cap vai contar como aconteceu o ataque devastador que destruiu por completo a Hinan do Sul e se falar que contará um pouco do passado do Erii, Mia e Mary, além de explicar o motivo da Lily ficar tão surpresa de ver o Erii shikõ. Não se esqueça, esses asteriscos ** são indicativos para mudanças de cenário! Em fim, sem mais delongas... TA AI O CAP *w*



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‒ DEVOLVE!
A pequena garotinha de cabelos castanhos claros gritava enquanto se equilibrava na ponta dos pés.
‒ vamos Lily! Tente pegar!
Um garoto de estatura alta, erguia ainda mais uma boneca que havia tomado das mãos da garotinha, com intuito de zombar de sua baixa estatura.
‒ Dylan, por favor!
A menina implorava. Foi então que uma pancada fez Dylan bambear.
‒ CARAMBA ERII, ISSO DÓI!
Dylan gritava enquanto esfregava a cabeça.
‒ Erii!
Lily gritava animada. Após tomar a boneca das mãos do "malfeitor" Erii então a entregou para Lily.
‒ aqui está!
Ele dizia carinhosamente. Sem passar duas vezes a garotinha agarrou a boneca.
‒ obrigado Erii!
‒ dinada Lily... mas cuidado quando for dormir!
Erii dizia com um expressão séria.
‒ porque?
Lily perguntava confusa.
‒ roga a lenda, que essas bonecas francesas, são feitas de ossos humanos...
‒ PARA ERII!


8 anos depois...

‒ DEVOLVE!
A pequena garotinha de cabelos castanhos claros gritava enquanto se equilibrava na ponta dos pés.
‒ não importa se tenha 8 ou 16 anos Lily, a história é sempre a mesma!
Dylan dizia seguindo com uma grande gargalhada.
‒ Dylan...
Erii assistia tudo sentado na calçada do colégio.
‒ fica quieto Erii, sei cuidar dos meus próprios assuntos!
Lily dizia irritada.
‒ se toca Lily, você não sabe cuidar dos seus próprios assunto desde... desde nunca!
Uma bela garota de cabelos avermelhados e pele clara, que acabara de chegar tomou o livro de Lily das mãos de Dylan e jogou na direção da menina.
‒ Mia!
Lily reclamava enquanto agarrava o livro.
‒ chega de brincadeira, a aula está prestes a começar.
Mary dizia com um tom de voz sério.
Sentados na sala de aula, todos os alunos estavam concentrados em suas respectivas atividades, mas naquele momento todas as atenções foram voltadas para dois homens que haviam entrado na sala. Vestido com um uniforme preto e dourado, eles mantinham uma expressão séria.
‒ quem são?
Mia cochichava.
‒ são da I.O.S!
Dylan respondeu no mesmo tom.
‒ normalmente os uniformes deles não são azuis?
Mia parecia confusa.
‒ são da elite, da Hinan do norte! Nunca ouviu falar deles?
Erii dizia surpreso. Mia balançou negativamente a cabeça.
‒ já ouvi falar deles, saíram na capa da revista das Hinans, foi uma matéria de 4 páginas!
Mary comentou.
‒ 4 PÁGINAS??? Não consigo ler tanto!
Mia parecia surpresa.
‒ como você conseguiu passar nas provas de admissão para essa escola?
Dylan perguntava com certa ironia.
‒ simples! Só tirei a melhor nota da Hinan do sul em engenharia mecânica!
Mia respondia com um sorriso irônico no rosto.
‒ uii! Ela acabou de te reduzir a poeira!
Erii dizia, enquanto tentava segurar as risadas.
‒ shiii! Silêncio vocês!
Mary dizia, ao perceber os olhares da professora para eles.
‒ Bom garotos, esses são os tenentes Petter e Joe. E eles tem um recado para vocês.
A professora explicou. Saindo em seguida, seu lugar foi tomado pelo tenente Petter.
‒ Boa tarde.
‒ Boa tarde
Todos os alunos responderam.
‒ Como já foi dito, meu nome é Petter e eu sou tenente da elite I.O.S. Bom minha visita aqui foi para oferecer a vocês a oportunidade de entrar para a força militar de Hinan.
O homem dizia enquanto erguia um panfleto. Em seguida ele o entregou para o outro tenente que o colou no mural.
‒ os testes de admissão serão amanhã! E partiremos na segunda.
Dito isso os dois tenentes saíram da sala. Alguns segundos depois o sinal tocou. Foi naquele momento que Erii foi atropelado por um mini ser. Olhando mais atentamente ele pode notar Lily, se esticando para ler o panfleto. Ele então se aproximou.
‒ qual problema dessas pessoas? Porque colar essa droga tão alto?
Lily dizia enquanto ainda tentava alcançar o panfleto.
‒ levando em conta que o cara que colou isso aqui tinha uns 1,90... não é de se admirar que você não alcance.
Erii dizia enquanto arrancava o panfleto e entregava nas mãos de Lily.
‒ eles são incríveis!
Lily dizia com entusiasmo. Observando a expressão da garota, Erii parecia um tanto preocupado! Pouco a pouco os alunos saíam da sala.
‒ vamos gente!
Mia gritava animada ‒ nós vamos na lanchonete! E o Dylan vai pagar... mas só porque foi a Mary quem pediu!
Dylan ficou vermelho.
‒ CALA A BOCA MIA!
Sem dar muita atenção, Mary saiu na frente.
‒ ei Mary...
Dylan tentava impedir a garota.
‒ ta vendo o que você fez?
Dylan dizia irritado.
‒ Calma Dylan... e vê se comece a me tratar melhor! Afinal eu posso ser a sua futura cunhada!
Mia dizia em meio a gargalhadas.
**
Já na lanchonete, todos se divertiam muito.
‒ e ai quem vai se inscrever pros testes de domingo?
Dylan começou a conversa.
‒ EU!!!
Mia gritava animada.
‒ qual a vantagem de ser um soldado?
Mary perguntava, demonstrando seu desânimo habitual.
‒ você não paga imposto, recebe um salário gigantesco, viaja para vários lugares, pega várias mulheres.
Erii explicou.
‒ não tenho interesse em mulheres, mas sim em aparecer em uma revista! Esses soldados volta e meia aparecem na mídia! Eu estou disposta a dar uma entrevista, sobre como eu salvei o mundo com roupas de banho!
Mia demonstrava estar muito animada.
‒ uau Mia! Sua perspectiva de vida é fascinante.
Mary ironizava.
‒ o mais incrível de ser um I.O.S de elite é poder ajudar pessoas e ter o seu valor reconhecido.
Lily dizia com um brilho nos olhos.
‒ ser um I.O.S é por o seu pescoço em risco todos os dias.
Erii parecia irritado.
‒ existem sacrifícios que valem a pena.
Lily debateu.
‒ não é muito mais fácil viver em segurança e...
‒ e esperar que os outros se sacrifiquem por você? É isso parece bem cômodo não acha?
Lily interrompeu Erii enquanto ironizava.
‒ Lily você não está pensando em se alistar não é?
Erii perguntou.
‒ sim, estou pensando seriamente nisso, algum problema?
‒ e lá vamos nós com mais uma briga desses dois.
Dylan comentava em um tom de voz baixo.
‒ ISSO É LOUCURA!
Erii já havia alterado o tom de voz. Percebendo o descontrole do companheiro Lily se levantou e se retirou da lanchonete. Sem pensar duas vezes Erii a seguiu, os outros fizeram o mesmo.
‒ Lily esculta...
‒ não! Eu não quero ouvir! É sempre a mesma ladainha!
Lily continuava andando e Erii acompanhava.
‒ LADAINHA? AGORA DIZER A VERDADE É LADAINHA? VOCÊ MAL CONSEGUE SE LEVANTAR DA CAMA SEM GANHAR UM NOVO HEMATOMA E AGORA QUER LUTAR CONTRA KOTONARUS???
Erii já estava alterado.
‒ pare de falar de mim como se eu fosse um completa idiota.
Lily parou.
‒ Lily, fique aqui, em segurança.
Erii parecia ter se acalmado.
‒ NÃO! EU POSSO FAZER MAIS DO QUE FICAR AQUI EM SEGURANÇA!
‒ NÃO! NÃO PODE! VOCÊ É FRACA! E NA MAIORIA DAS VEZES EU PRECISO LIVRAR SUA CARA DAS BURRADAS QUE VOCÊ FAZ!
‒ EU NÃO PEDI PRA VOCÊ FAZER ISSO! EU NUNCA PEDI! EU POSSO LIDAR COM OS MEUS PRÓPRIOS PROBLEMAS!
‒ NÃO PODE!
Ambos estavam alterados.
‒ você não é ninguém pra determinar os limites dela. Só ela pode fazer isso.
Mary dizia com uma voz calma. Naquele momento Lily já estava em lágrimas.
‒ Mary... não encha a cabeça dela de esperanças estúpidas.
Erii repreendeu.
‒ quem é você para julgar as esperanças de alguém? Você é tão fraco quanto ela, alguns centímetros a mais não te faz superior!
Mary debateu. Erii era um rapaz de temperamento forte, e muitas das vezes não ouvia ninguém, mas Mary era uma exceção. Eles eram vizinhos desde sempre, e o seu contato com ela era continuo, ela sempre fora sábia. A Mia era fútil, Lily era emotiva e não lidava bem com pressão, Dylan era estúpido e infantil e Erii era explosivo e muitas vezes arrogante, mas Mary sempre foi tranquila, centrada e servia de conselheira para todos. Lily e Mia tinham 16 anos, e o restante 18, mas mesmo não possuindo tanta experiencia de vida ela era uma éspecie de exemplo.
‒ não adianta Mary, ele não entende... pra falar a verdade ninguem entende.
Lily dizia com voz chorosa. Parada alguns segundos diante de seus amigos silenciosos, ela então saiu correndo.
‒ LILY!
Erii tentou correr atrás de Lily, mas logo foi parado por um puxão no braço.
‒ deixe ela ficar sozinha! Você já fez o suficiente.
Mary dizia com uma expressão séria.
O silêncio reinou por alguns segundos.
‒ eu shippo EriLy!
‒ fica quieta Mia!
Dylan dizia enquanto batia na cabeça da garota
**
Deitada em sua cama Lily observava o girar do ventilador no teto. Nas duas horas que haviam passado ela já havia chorado tanto, que agora não via mais sentido em derramar suas lágrimas. Agora sentada, ela refletia sobre tudo o que havia acontecido. Ela então se levantou e vagarosamente andou até a janela, usando o braço como escudo, ela protegia os olhos dos raios de sol, debruçando-se sobre o para peito, sua mente viajava em um espécie de flash back. Lembrou-se de todas as vezes que precisou de ajuda para executar tarefas simples, e de como se sentia inútil por isso.
‒ LILY, NÃO SE ESQUEÇA DE LAVAR A LOUÇA.
Os pensamento de Lily foram interrompidos pelas voz feminina de sua mãe.
‒ sera que não posso ter nem um minuto para ficar a sós com os meus pensamentos?
Lily dizia em voz baixa.
‒ BOM, ESTOU SAINDO! ESPERO QUE QUANDO EU VOLTAR, AS LOUÇAS ESTEJAM LAVADAS E GUARDADAS.
O som de porta batendo foi o suficiente para que Lily deduzisse que estava sozinha.
Foi então que a pequena garota suspirou e em seguida, mais uma vez se jogou em sua cama.
‒ porque não? Porque eu não posso simplesmente fazer o que eu quero?
A menina dizia enquanto observava os quadros pintados por ela mesma quando tinha 10 anos pendurados na parede.
‒ pra saber a resposta dessa pergunta, você primeiro precisa saber o que você quer.
Olhando vagarosamente para a janela, Lily pôde então ver a imagem de Erii. Observando por um tempo, ela então novamente voltou sua atenção para os quadros.
‒ não se surpreende com o fato de um cara invadir o seu quarto pela janela?
Erii parecia estranhar a atitude da garota.
‒ me surpreendi na primeira vez, fiquei brava na segunda, te soquei na terceira, joguei um sapato em você na quarta... já estou acostumada. E além do mais, eu estou com muita preguiça pra reclamar.
Erii sorriu, e sentou ao lado de Lily.
‒ o que te fez desisti?
Erii também observava os quadros.
‒ não era minha vocação.
‒ você tinha talento.
‒ mas não estava feliz fazendo aquilo.
‒ do que está falando? Você amava pintar! Lembro de todas as vezes que me chamava para ver suas novas criações.
Erii dizia com entusiasmo.
‒ sei lá... só me cansei daquilo.
Lily parecia desinteressada naquele assunto.
‒ e o que te faz pensar que daqui a alguns anos você não vai se cansar da polícia também? Isso se você viver o suficiente para se arrepender.
Erii tentava mais uma vez convencer a garota. Ela se manteve em silêncio.
‒ não vai dizer nada?
Ele insistiu.
‒ não quero começar uma nova discussão Erii.
Erii ficou em silêncio por alguns segundos.
‒ Lily, eu só quero o seu bem...
‒ eu sei.
Lily o interrompeu. Observando a feição da garota ele pode notar um meio sorriso, talvez uma forma de fingir estar bem.
‒ me ajuda a lavar a louça?
Lily se levantou e mais uma vez forçou um sorriso.
Erii acenou positivamente com a cabeça, ambos desceram em direção a cozinha.
‒ Erii! Não use tanto sabão!
Lily dizia irritada.
‒ porque? Sua família está passando por alguma dificuldade financeira?
Erii ironizou.
‒ idiota.
Lily voltou a enxaguar os pratos. Passado alguns segundos a pia estava repleta de espuma.
‒ de onde veio tudo isso?
Erii perguntava assustado.
‒ eu avisei.
Lily demonstrava um certo orgulho.
Foi então que Erii olhou para Lily com um sorriso maldoso.
‒ não! Não! Erii não! Não pense em...
A frase da garota foi interrompida por uma rajada de espuma.
‒ DROGA ERII!
Erii ria descontroladamente.
‒ VOCÊ ME PAGA MALDITO!
A pequena garota encheu a mão de espuma e lançou contra Erii, na tentativa de desviar ele acabou escorregando e caindo.
Dessa vez era Lily quem estava se acabando em gargalhadas.
Observando mais uma vez a feição de Lily, Erii agora podia perceber que ela estava feliz! Feliz de verdade, sem meios sorrisos.
‒ Erii pegue um pano lá fora e cuide dessa bagunça, é melhor eu cuidar da louça!
Lily dizia enquanto tentava conter o riso.
Alguns minutos depois os dois já haviam completado suas respectivas tarefas.
‒ bem eu já vou!
Erii dizia enquanto se espreguiçava.
‒ ok... e obrigada!
Lily dizia enquanto desviava o olhar.
‒ pelo que?
‒ por me fazer sorrir.
Erii sorriu
‒ eu é que agradeço.
‒ por...?
Lily parecia confusa.
‒ você me faz sorrir todos os dias.
Lily corou.
‒ idiota!
Ela dizia enquanto socava o rapaz.
‒ sua meiguice me surpreende.
Erii ironizava.
Andando até a porta, ambos se mantinham em silencio.
‒ que horas devo passar aqui amanhã?
Erii dizia com entusiasmo.
‒ passar aqui?
Lily não compreendia.
‒ pro teste de alistamento.
Lily arregalou os olhos.
‒ mas...
‒ passo aqui as 7:30, levando em conta que você é meio perdida e sempre se atrasa vou chegar meia hora mais cedo pra você se apressar.
‒ Erii...
‒ até mais Lily!
Com essas palavras Erii foi embora. Parada na porta de casa, Lily não conseguia conter tamanha felicidade. Apesar de que muitas vezes Erii a irritava, era sempre ele que no final das contas... a fazia feliz.
Finalmente era domingo de manhã, Lily estava pronta em frente sua casa. Erii se aproximou.
‒ está atrasado!
A menina dizia ao notar a presença do amigo.
‒ são 7:32!
Erii dizia indignado. Lily se levantou e ajeitou a blusa.
‒ nós combinamos 7:30, não 7:32.
A menina dizia enquanto caminhava em direção a sede da policia local.
**
‒ LILY! ERII!
Mia acenava de longe.
Erii e Lily foram em direção a Mia, que estava junto de Mary e Dylan.
‒ cara eu to muito ansiosa!
Lily dizia enquanto batia palmas.
‒ nem me fale!
Mia repetia o movimento da amiga.
O local estava repleto de alunos, em sua maioria adolescentes.
‒ o teste vai começar agora!
Erii avisou.
O teste era uma forma de escolher os participantes mais fortes para serem levados para Hinan do norte. Era dividido em três partes: Mira, velocidade e por fim o combate. Os que se saíssem melhor nesses três testes ganharam sua passagem para os testes finais.
O primeiro teste começou. Um a um os participantes pegavam seus arcos e flechas na tentativa de acertar o alvo.
‒ MUITO BEM DYLAN!
O instrutor gritava ao ver o belo desempenho do garoto. Dylan sorria orgulhoso.
‒ PARABÉNS ERII!
O outro instrutor também havia se impressionado com o garoto.
‒ a Lily não acertou nenhuma flecha.
Ao longe, Mia comentava com Mary.
‒ sim... olha como ela esta tremendo, a Lily é muito distraída é impossível que ela consiga manter o foco no alvo.
Mary observava a garota.
‒ espero que ela se saia melhor na velocidade.
‒ acho pouco provável... pelo menos para alguém que passa a maior parte do tempo atrás de um computador.
**
‒ VAAAI!
O instrutor dava a ordem, todos os participantes começaram a correr. Havia começado o teste de velocidade.
Os jovens davam o melhor de si, a disputa era acirrada, até que um outro sinal decretou o vencedor.
‒ AEEEEE!
Mia gritava entusiasmada pela sua vitória. Erii havia chegado logo em seguida e pouco a pouco os participantes também. Com os olhos atentos Erii procurava por Lily. Alguns minutos depois ele então pode ver ao longe a imagem da menina exausta, se aproximando da linha de chegada.
‒ a ultima...
Erii sussurou.
**
‒ lutem!
O instrutor deu inicio ao primeiro combate. As regras eram simples, quem fosse jogado para fora do tatame, perdia.
Após alguns minutos de luta, um vencedor. Segunda luta, Lily havia sido chamada, sua adversária era uma garota que ela nunca tinha visto na vida, mas era bem maior do que ela.
‒ lutem!
A garota avançou para cima de Lily, assustada a menina corria para outra direção.
‒ ACERTA A CARA DELA LILY!
Mia gritava do auditório.
Enquanto corria da garota Lily escorregou. Levantando-se rapidamente a menina foi surpreendida por um soco no rosto.
Caída no chão Lily sentia uma dor insuportável.
‒ DEIXA ELA EM PAZ SUA GORDA!
A voz de Mia parecia tão distante para Lily, que ainda tentava se por de pé, o que foi em vão, já que logo ela perdeu a consciência.
**
‒ você ta legal?
Erii perguntava para Lily que aos poucos recobrava os sentidos.
‒ sim.
A menina dizia em voz baixa.
‒ foi um soco e tanto hem?
‒ aquela garota era um monstro.
‒ sim! Foi injusto!
Lily se manteve em silêncio.
‒ as lutas finais já começaram...
‒ vamos ver...
‒ você esta bem mesmo?
Erii parecia preocupado.
‒ sim! Para de chatice!
Lily dizia com um sorriso.
**
A primeira luta havia começado Mia vs a garota que havia vencido a Lily.
Mia avançou, a garota tentou desviar, mas Mia era mais rápida e com apenas um chute a lançou para fora do tatame.
‒ ESSA FOI PRA VOCÊ LILY!
Mia fazia um sinal de positivo para a amiga que retribuiu com muitas palmas.
Algumas lutas seguintes e Mia finalmente havia sido derrotada. Na final só restava Mary e uma outra candidata.
‒ eu aposto minhas cartas na Mary.
Dylan dizia animado.
‒ quem não apostaria?
Erii completou.
‒ LUTEM!
A adversária avançou, Mary desviou para esquerda, abaixou-se e deu uma rasteira na menina. Levantando-se rapidamente a adversária mais uma vez avançou, desviando-se novamente, dessa vez Mary a golpeou no estômago. A garota deu alguns passos para trás. Mesmo sentindo muita dor, a menina não estava disposta a desistir.
‒ KIKEN
Todos pararam...
‒ O QUE? MARY VOCÊ PIROU?
Mia gritava da arquibancada. Mary apenas sorriu e se retirou do tatame.
‒ E A VENCEDORA É TAYLA!
Correndo em direção a Mia, Tayla a puxou pelo braço.
‒ porque? A luta já estava ganha.
‒ não acho justo roubar a oportunidade de quem estava realmente interessada.
Depois de dizer essas palavras Mary saiu.
**
‒ Maaary porque você fez isso? Você sabe o que você fez? Tirou minha oportunidade de entrar na I.O.S!
Mia lamentava.
‒ sua oportunidade?
Mary perguntava confusa.
‒ claro! Com uma irmã lá dentro, minhas chances iam duplicar no ano que vem!
Debruçada sobre a grade de proteção, Lily parecia pensativa.
‒ logo chegará a vez do Erii... está preocupada?
Mary se aproximou de Lily.
‒ não muito. Acho que nem ele. Perder ou ganhar não vai fazer diferença pro Erii.
‒ você que pensa. A I.O.S é um sonho dele de muito tempo.
Lily parecia surpresa. ‒ lembro-me de quando nós tínhamos 6 anos e ele passava horas falando de como os soldados eram incriveis.
‒ eu não sabia disso.
Lily falava em um tom de voz triste.
‒ isso é compreensível...
Mary dizia com um sorriso de canto. ‒ o Erii sempre se preocupou com você, e também com o seu bem estar. É natural que ele não queira te incentivar a fazer algo que te coloque em perigo, ou pior, não quer que você fique triste por ele alcançar os objetivos que você almeja.
Lily sentiu seu coração doer. Como pode alguém desisti de seus próprios sonhos, pela felicidade do outro? O que levaria Erii a fazer isso.
‒ E O VENCEDOR É ERII!
Lily estava tão distraída que nem havia visto a luta de Erii.
Descendo as escadas em alta velocidade, a pequena garota corria em direção ao seu amigo. O avistando, ela então aumentou a felicidade e o abraçou, com todas as suas forças.
‒ Lily, o que te deu?
Erii perguntava confuso.
‒ estou feliz que tenha ganhado.
**
Era domingo a noite, seus pais haviam saído, seu irmão estava dormindo e Lily estava sozinha com um pote de sorvete no colo, as luzes apagadas e assistindo teve.
‒ ele vai amanhã.
Lily dizia a si mesma enquanto observava a colher cheia de sorvete. ‒ e eu vou ficar aqui... "em segurança"
Ela enfiou a colher na boca. Foi naquele momento que a campainha tocou. Apoiando se no sofá, Lily pôde então ver o rosto de Erii pelo vidro. Levantando-se vagarosamente, e ela se dirigiu até a porta.
‒ já é um pouco tarde você não acha?
Lily estava de mau humor.
‒ sim. Mas era importante.
Com essas palavras Erii tirou um papel do bolso e o mostrou para Lily.
‒ esse é o bilhete de passagem que os alistados receberam para embarcar no trem que sai amanha de madrugada.

E ele faz questão de vir esfregar na minha cara... tipíco.

Lily pensou.
‒ Legal Erii, boa viagem.
Ela sorriu.
‒ está com o sorriso forçado de novo.
Lily virou o rosto.
‒ estou feliz por você, sério... mas é que...
‒ toma, fique com isso.
Erii estendia o bilhete.
‒ NÃO! ERII! TA MALUCO?
Lily gritava indignada.
‒ não eu não to maluco. Eu quero fazer isso!
‒ eu não me importo! Você ganhou! Você fica com ele! Eu me saí mal em todas as categorias, isso não é justo.
‒ Lily fica tranquila, ano que vem vai ter um outro teste e eu sei que eu vou conseguir! Mas pra você, essa é a sua ultima chance!
Erii tentava convencer a menina.
‒ esta me subestimando de novo.
Lily dizia em voz baixa.
‒ Lily... aceite por favor!
Erii tocava os ombros da garota.
‒ Erii não é justo que você desista das coisas que te fazem feliz!
Lily parecia segurar o choro.
‒ Lilyzinha... o seu sorriso é o que me faz feliz.
Lily deixou uma lágrima escorrer pelo se rosto.
‒ Isso foi muito gay.
A menina mesclava sorrisos com lágrimas.
‒ bom... o trem sai as 3 da madruga! Como eu não tenho planos de acordar tão cedo... Boa viagem! Te vejo mês que vem baixinha!
Erii fazia um sinal positivo.
‒ é uma promessa!
Lily repetia o gesto.
**
Eram três da manhã com o bilhete em mãos Lily embarcava no trem. Havia se despedido dos pais a noite e ambos ficaram com preguiça de acompanha-la até a estação, mas ela sabia que não faziam por mal, afinal quando se faz parte de uma família, é natural entender os defeitos dela.

Sentando em seu assento, a garota dava uma ultima olhada para sua querida Hinan.
O sol ainda não havia nascido mas a Hinan do Sul sempre ficava iluminada.
‒ vou voltar aqui como uma soldada!
Lily dizia enquanto encostava o rosto no vidro da janela.
**
‒ O QUE? VOCÊ DEU O SEU BILHETE PRA LILY?
‒ shiiii! Fale baixo Mia.
Erii repreendia a garota.
‒ achei legal da sua parte Erii!
Dylan comentou.
‒ acha que ela vai se sair bem?
Mary perguntava.
‒ eu espero que não.
Erii parecia pensativo.
Mary sorriu, algo que era pouco comum.
‒ você é uma pessoa horrível Erii!
‒ ISSO NÃO É JUSTO! PORQUE? PORQUE NÃO EUUU?
Mia ainda lamentava.
‒ acho que ela deve está chegando lá nesse momento.
Erii dizia com um sorriso ‒ independente do que aconteça, ela vai amar a experiência de conhecer outra Hinan!
**
Já eram 8 da manhã, Lily havia dormido toda a viagem. Abrindo vagarosamente os olhos Lily conseguia ver ao longe uma pequena luz. Os trens que levavam civis de uma Hinan para outra tinham seus trilhos construídos em túneis subterrâneos, para que os habitantes das Hinans pudessem viajar seguros e protegidos de Kotonarus.
‒ está chegando!
Ao ver a luz ficar cada vez mais forte, Lily ficava entusiasmada.
Ao chegar na estação do norte. Lily sentiu seu coração bater mais forte. Ela estava fascinada por toda aquela agitação! Apesar da Hinan do Sul ser a líder em tecnologia, a quantidade de habitantes no Norte era surpreendente.
Olhando para uma determinada direção Lily pôde ver um soldado cercado de adolescentes segurando uma placa "Alistados da I.O.S". Lily então respirou fundo, e foi até o soldado.
‒ bem, acho que essa é a ultima! Sigam-me.
Todos o seguiram. Chegando até uma espécie de ônibus todos os alunos entraram conforme o mandado.
Lily sentou-se sozinha do lado da janela, poucos segundos depois uma garota que aparentava ter a mesma idade que ela, sentou ao seu lado.
‒ olá! Me chamo Sayo.
A garota dizia com um sorriso.
‒ prazer Sayo, Lily!
Lily retribuiu o sorriso.
‒ onde ela está?
Sayo cochichava enquanto procurava algo. ‒ ALI! Sozinha na ultima cadeira do ônibus.
‒ quem?
Lily perguntava curiosa.
‒ a Lucy. Eu a conheci enquanto esperávamos o trem do Sul chegar. Ela é um pouco estranha, mas parece legal.
A menina dizia com um sorriso.
**
‒ aula de história... que saco.
Mia dizia, sem esconder seu tédio.
‒ calma faltam 15 minutos pro fim do período matutino.
Dylan tentava acalmar a garota.
‒ e você acha pouco? A gente ainda vai ter que voltar a tarde! Detesto segundas-feiras!
Mia se debruçava sobre a mesa.
‒ as quartas também são assim Mia.
Mary completou.
‒ o que eu estou dizendo? Os dias não tem culpa de nada! Eu odeio mesmo é estudar!
‒ shiiii!
A professora repreendia os alunos.
**
O ônibus havia parado em frente a sede, lá havia uma fila não muito grande.
‒ vem comigo Lily! Os forasteiros tem prioridade.
Sayo puxava Lily pelo braço. Enquanto isso Lucy entrava na fila.
‒ Uai Lucy! Vai ficar ai pagando de doida?
Sayo perguntava surpresa.
‒ cortar fila é errado.
Lucy dizia com uma expressão séria.
‒ não disse que ela era estranha?
Sayo cochichava para Lily. Logo depois as duas seguiram para dentro da sede
‒ uau! Aqui é mais bonito do que eu imaginei!
Lily parecia surpresa!
‒ olha eles tão dando comida de graça!
Sayo gritava enquanto corria em direção a cantina da sede.
‒ seu interesse me comove.
Lily ironizava.
Andando por mais alguns segundos, Lily se deparou com uma garota alta e de cabelos loiros falando sozinha.
‒ isso não pode acontecer! Eu não vou deixar que isso aconteça de jeito nenhum!
‒ o que não pode acontecer?
Lily perguntava um tanto assustada.
‒ ahh! Desculpe, só estava pensando um pouco alto.
**
‒ nossa! O milk shake daqui é uma delícia!
Mia dizia com um sorriso no rosto.
‒ semana passada você disse que tinha gosto de desinfetante.
Erii dizia enquanto arqueava uma de suas sobrancelhas.
‒ ela muda de ideia constantemente.
Mary explicou.
‒ acostume-se!
Mia completou.
‒ isso é coisa de mulher Erii!
Dylan dizia sorrindo
‒ nunca vou entende-las.
Erii dizia já um pouco impaciente.
Um estrondo gigantesco fez tudo estremecer.
‒ meu Deus o que foi isso?
Mia dizia assustada.
Eles então correram até a porta da lanchonete.
Um grito foi ouvido. Seguido de vários outros.
Em sua frente, os garotos tinham a imagem que jamais haviam visto antes.
‒ aquilo é um... ko-ko... KOTONARU!
Mia estava apática.
‒ VAMOS SAIR PELOS FUNDOS!
Erii gritava. Mary puxou o braço da irmã e todos foram na direção da cozinha. A saída dos funcionários era a salvação. Um barulho de vidro quebrado, denunciou a entrada do animal na lanchonete. Mais gritos eram ouvidos, dessa vez dos clientes e funcionários do estabelecimento. Os quatro amigos então saíram da lanchonete.
‒ ATENÇÃO HABITANTES DE HINAN! UM TREM DE FUGA ESTÁ SAINDO NESSE MOMENTO DA ESTAÇÃO! REPITO! UM TREM DE FUGA ESTA SAINDO NESSE MOMENTO DA ESTAÇÃO! DIRIJAM-SE A ESTAÇÃO DE HINAN IMEDIATAMENTE.
Uma voz vinda dos alto falantes que cercavam a cidade, trazia esperança para todos!
‒ ok! Dylan, tome conta das garotas, eu vou até a minha casa buscar os meus pais e os pais da Mia e da Mary que moram na casa ao lado!
Dylan balançou positivamente a cabeça. Ele não se preocupava com sua família, afinal seu pai era um soldado da I.O.S e sua mãe já havia morrido há muitos anos.
‒ Erii nos encontraremos na estação!
Mia dizia ao garoto, que fez um sinal de positivo com a mão.
Após se despedir de seus amigos Erii correu em direção a sua casa, quando recebeu uma ligação.
‒ Alô?
‒ ERII? MEU DEUS! FILHO? VOCÊ ESTÁ BEM?
‒ MÃE? AONDE VOCÊ TÁ MÃE?
‒ eu e o seu pai estamos em uma igreja, uns policias passaram lá em casa e nós trouxeram pra cá! Parece que esse é o único lugar seguro da cidade!
‒ GRAÇAS A DEUS MÃE! E OS PAIS DA MIA E DA MARY, TAMBÉM ESTÃO AI?
‒ sim filho! E todos os nossos vizinhos! Vem pra cá Erii! Venha meu filho! É a igreja do centro!
‒ a senhora sabe se passaram na rua da Lily?
‒ não, chegaram mais daqueles monstros e os soldados também entraram na igreja.
‒ ok mãe! Estarei ai em breve!
‒ filho...
Erii então desligou o telefone e se dirigiu até a casa de Lily.
Chegando até a rua, Erii manteve uma certa distancia. Com uma passada de olho rápida ele percebeu dois Kotonarus forçando a porta da frente. Sorrateiramente ele foi até o fundo da casa. Escalando uma arvore que ficava ao lado da janela de Lily, o garoto então entrou dentro da casa, o que já não era nenhum desafio para ele.
Após abrir a porta do quarto, o rapaz adentrou os corredores.
‒ TEM ALGUÉM AI?
Ele gritava.
‒ Erii?
A voz feminina da mãe de Lily vinha do quarto de hospede. Abrindo a porta com brutalidade, Erii então se deparou com o pai de Lily segurando um taco de basebol e a mãe dela abraçada com Deni.
‒ venham comigo! Se ficarem aqui logo serão mortos! Falta pouco para que os Kotonarus consigam invadir.
Concordando com o garoto, eles o seguiram e por fim percorreram o mesmo caminho que Erii, e desceram a janela.
Correndo desesperadamente Erii e a família de Lily finalmente haviam chegado a igreja. Por sorte a entrada estava livre de Kotonarus. Aproximando-se da porta, Erii a socou com brutalidade.
‒ RÁPIDO! DEIXE-NOS ENTRAR!
A porta se abriu.
‒ entrem rápido!
Erii empurrava os três.
‒ e você meu rapaz? O que está esperando?
Um soldado que havia abrido a porta perguntava.
‒ meus amigos foram para o metrô e...
‒ Metrô? O metrô foi invadido por dezenas de monstros! Não estamos conseguindo comunicar aos habitantes, porque a entrada da torre foi tomada por aqueles demônios!
Com os olhos arregalados Erii não podia acreditar no que havia ouvido.
‒ Mia... Mary... Dylan...
Ele estava apático.
Sem pensar duas vezes, Erii correu em direção ao metrô. Várias pessoas corriam na mesma direção.
‒ NÃO VÃO! NÃO VÃO PARA A ESTAÇÃO! É SUICÍDIO! LÁ ESTA REPLETO DE MONSTROS!
Erii corria e gritava como um louco.
Pegando o celular do bolso, ele tentava digitar o número de Dylan.
‒ sem sinal! DROGAAA!
Erii atirava o celular no chão. Ao seu redor, Erii podia notar corpos caídos e sangue por toda parte. Por sorte os Kotonarus não o perseguiam, se é que poderia se chamar de sorte, assisti pessoas sendo devoradas vivas.
Freando bruscamente, Erii estava diante da escada que levava até o subterrâneo.
Sem hesitar o rapaz desceu até a estação. Chegando lá tudo o que ele podia ver era sangue e destruição. Um pouco mais distante, Erii pode notar uma movimentação. Um trem repleto de civis estava interditado por um desabamento.
A parede de pedra que cobria metade do trem, também servia de barreira para os Kotonarus que rugiam do outro lado.
Desesperado, Erii procurava por uma ferramente que o ajudasse a abrir a porta do trem.
‒ isso!
Erii havia avistado uma barra de ferro caída no local. Ele então a pegou e enfiou em uma fenda na porta do trem, usando a como uma espécie de pé de cabra. Pouco a pouco a fenda ia se abrindo, o suficiente para que as pessoas presas começassem a sair.
‒ muito obrigada!
Os civis estavam agradecidos!
‒ vão para a igreja do centro! E se acaso virem alguém vindo pra cá, avisem que não é mais seguro e também os mandem ir para igreja.
‒ ERII!
A voz familiar de Dylan fez Erii sorrir.
Ele saiu do metro e logo em seguida, Mia e Mary também.
‒ graças a Deus que vocês estão bem!
A fala de Erii foi interrompida por um tremor.
‒ VAI DESABAR! CORRE!
Dylan gritava. Uma nuvem de fumaça tomava conta do lugar.
‒ SOCORRO!
A voz de Mia atentou a todos. Olhando para a direção do desabamento, eles puderam ver a garota com metade do corpo coberto por pedras enormes.
‒ MIAAA!
Mary gritava desesperada enquanto corria na direção de Mia, foi então que ela sentiu alguém puxar o seu braço.
‒ Mary! Vá com o Dylan até a igreja e chamem reforços! Eu a defenderei com a minha vida!
Mary acenou positivamente com a cabeça. Dylan então puxou o braço da garota e ambos correram em direção a saída.
‒ vai ficar tudo bem Mia! No final tudo vai acabar bem!
Erii tentava confortar a garota, que não parava de chorar.
No caminho até a igreja, Mary e Dylan corriam a toda velocidade. Foi naquele momento que Mary parou.
‒ Mary vamos! Rápido! Não temos tempo!
Dylan dizia para a garota.
‒ eu não vou abandona-la.
Mary dizia com os olhos cheios de lágrimas.
‒ Nós vamos conseguir Mary! Vamos chamar reforços e...
‒ adeus Dylan.
Com essas palavras, Mary correu na direção da estação.
‒ MAAAARY!!!
Dylan pensou em correr atrás dela, mas parou. Olhando para a torre de comunicação de Hinan, naquele momento ele sabia que tinha uma missão muito importante a fazer.
Nos túneis subterrâneos, Erii sentiu seu coração bater mais forte ao notar que o desabamento havia enfraquecido a barreira que separava eles dos muitos Kotonarus da estação.
‒ Erii... eles estão cavando... eles querem passar para esse lado.
Mia estava apavorada.
‒ MIA!
Mary gritava enquanto corria na direção da irmã.
‒ Mary! Porque você veio? Mary...
‒ não se preocupe o Dylan foi chamar reforços.
Foi então que a pata de um kotonaru, repleta de garras vazou por um buraco na barreira.
‒ AI MEU DEUS! ELES ESTÃO ENTRANDO! AI MEU DEUS!
Mia estava desesperada.
‒ Erii, vai embora! Você não é obrigado a ficar aqui! Eu vou estar com ela nos últimos... nos últimos...
As palavras de Mary foram intercaladas por lágrimas.
‒ vou protegê-las... até o ultimo minuto!
Erii dizia enquanto tocava os ombros de Mary.
‒ JÁ CHEGA!
Mia gritou. ‒ VÃO EMBORA! SALVEM SUAS VIDAS!
‒ NÃO DIGA BESTEIRAS MIA!
Mary também gritou.
‒ pelo amor de Deus... vão!
‒ não vamos sair daqui sem você!
Erii completou.
‒ ATENÇÃO HABITANTES DE HINAN! O METRÔ FOI INVADIDO POR KOTONARUS, NÃO VÃO PARA LÁ! ENTENDERAM? NÃO VÃO PARA LÁ! I.O.S MEUS AMIGOS ESTÃO PRESOS NO METRÔ, UMA FRÁGIL BARREIRA É TUDO O QUE OS SEPARAM DE MUITOS KOTONARUS! EU IMPLORO... VÃO AJUDÁ-LOS! POR FAVOR! NÃO OS DEIXEM MORRER!
Os alto falantes soavam novamente.
‒ Dylan!
Mary dizia com lágrimas nos olhos.
‒ quando a gente sair dessa, eu prometo que vou pagar aquele milk shake tamanho família que você me pediu Mia.
Erii também estava chorando.
‒ finalmente.
Mia sorria e chorava ao mesmo tempo.
Uma forte explosão vinda da barreira de pedra, fez com que os três amigos fossem lançados longe.
‒ o que foi isso?
Mary dizia enquanto tentava enxergar em meio a toda a poeira. Foi então que ela pode notar que estavam cercados por um círculo de kotonarus.
Mia estava finalmente livre, mas não havia para onde fugir.
Pondo se de pé, Erii levantava a barra de ferro que ainda tinha em suas mãos.
‒ eu distraio eles e vocês duas fogem!
‒ que tocante!
Uma voz masculina vinha da escuridão, em seguida a imagem de um ser estranho foi se formando no meio da fumaça.
‒ quem você?
Erii perguntou.
Pouco a pouco os Kotonarus abriram espaço para entrada do estranho.
‒ meu nome é Taiko!
**
– recebemos uma chamada de emergência da Hinan do Sul! Ouve uma explosão e grande parte do muro foi destruído e uma grande quantidade de Kotonarus invadiram a cidade. Como essa notícia chegou de repente os I.O.S não estão com uma quantidade de soldados disponíveis para essa missão no momento. Porque foram chamados aqui? Aqueles que estão preparados serão mandados para essa missão.

Naquele momento, todos ali presentes ficaram surpresos. Blade continuou:

– lembrem-se, ser membro da I.O.S é saber lidar com qualquer situação, isso inclui uma missão inesperada. Aqueles que se sentirem preparados para essa missão, deem um passo à frente. Qualquer um aqui dentro que não tomar essa decisão, não será culpado! Vocês são jovens... e inexperientes! Façam só aqueles que estiverem confiantes!

Começa então um alvoroço no pátio principal os 40 participantes restantes se entreolharam, alguns assustados, outros duvidosos...

– vamos! Façam logo sua escolha.

Blade gritou.
Após ouvir aquelas palavras, Lily sentiu seu coração doer.

Minha familia... meus amigos.

Todos estavam parados, provavelmente assustados, até mesmo os alistados da Hinan do Sul reecoavam. Foi então que uma voz interrompeu seus pensamentos.
‒ eu vou!

Lucy!

Mesmo com medo, Lily não hesitou, respirou fundo e também foi em direção.
Ela estava disposta a lutar mesmo que aquilo lhe custasse a vida.


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Notas finais do capítulo

Bom gente! É só! Até o próximo cap :P



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