O corvo e o falcão escrita por MaruShi


Capítulo 1
One Shot


Notas iniciais do capítulo

Para conversa fiada, l no final!

Digam o que acharam, e aproveitem ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/564449/chapter/1

A noite era escura, sombria. Era o horário que sempre saia de seu esconderijo. As asas negras batendo silenciosamente enquanto alçava voo em meio as trevas. O único sinal de sua presença eram os pequenos pontos brilhantes em seus olhos também negros, reflexo das luzes da cidade a baixo de si.

Ele voava sozinho. Seu bando havia sido morto a muito tempo pelos bípedes que não voavam, quando o pequeno corvo ainda era quase indefeso. Foi praticamente um milagre ter sobrevivido todos aqueles anos sozinho.

Finalmente achou algo comestível em meio às sombras de um pequeno bosque. Seu pequeno banquete, carne relativamente fresca, estava maravilhoso! Tão incrível, que cometeu um erro terrível.

Um único segundo de distração foi o suficiente. Então, mesmo tendo tentado fugir, já era tarde demais. As enormes patas o imobilizavam sobre o chão, com as garas afia

A pesar da escuridão, o pequeno corvo podia distinguir muito bem seu captor. As penas amareladas, quase brilhantes, o bico recurvado, os olhos afiados e perspicazes, na mesma cor estranha do céu diurno que o pássaro negro havia visto apenas quando filhote. A ideia de um falcão caçar a noite era ridícula, mas ali estava ele, a apenas um movimento de tomar a vida de sua presa.

No entanto, os segundos se passaram, e ele não o fez.

Observava a outra ave em suas garras com um olhar curioso, quase divertido, perguntando-se que seria aquele ser completamente negro. Havia ouvido histórias sobre pássaros assim, que foram exterminados pelo medo que causavam nos bípedes que andavam durante o dia.

Mas ali estava um deles. Um pássaro pequeno, indefeso, preso entre suas garras, olhando com a raiva de uma presa por seu captor. Sempre imaginou serem seres terríveis para terem sido mortos, porém, ele lhe parecia magnífico. A plumagem, diferentemente do negro fosco e sujo dos pombos que infestavam os telhados, tinha reflexos com tons de azul, púrpura, verde, e até mesmo prateado, dependendo do ângulo que a observava.

Lentamente o soltou, tomando cuidado para não machucá-lo, e pôs-se a observar tão atentamente quanto só os de sua espécie são capazes. O pequeno não se moveu, ainda assustado, olhando desafiador e esperando seu golpe fatal que nunca chegava.

Será que seu predador queria que tentasse fugir, apenas para se divertir? Era o que imaginava enquanto levantava-se lentamente, desconfiado, decidido a encarar seu destino e não dar ao outro o gostinho de uma perseguição.

"Você é um dos que chamavam "corvo"?" - Perguntou o falcão, observando-o de forma interrogativa.

"... sim."

"Disseram que todos vocês foram mortos."

"... Sou o único que restou."

"E por que mataram vocês?"

"Por que diziam que trazíamos a morte."

"E é verdade?"

"Não."

Num bater de asas rápido que assustou novamente o jovem corvo, aproximou-se.

"O que estava fazendo?"

"Comendo" - Respondeu ele ainda na defensiva.

"Conseguiria coisa bem melhor se caçasse durante o dia."

"Durante o dia seria morto. Minha cor assusta os humanos."

"..."

"... por que não me atacou se não pretende me matar?"

"Eu pretendia, até vê-lo de perto. Você tem cores belas."

"Cores? Sou negro como a noite."

"É e não é. Suas penas brilham. Parecem ter um arco-íris."

"... o que é isso?" - perguntou, olhando confuso para a outra ave, agora bem próxima, antes de voltar a comer. Se ele ainda não o havia matado, e estava conversando, por certo não o faria mais. Havia um certo acordo silencioso sobre não conversar com suas presas.

A resposta a sua pergunta, seguiram-se mais perguntas, e mais respostas, Numa conversa que se prolongou por toda a noite. O amanhecer se aproximou mais rápido do que nunca, tingido de vermelho, e então dourado o horizonte.

Pela primeira vezem muito tempo, a luz do sol atingiu as penas do jovem corvo, poucos instantes depois de passarem pelas penas da outra ave que voava a seu lado, tornando-a quase tão dourada quanto o sol. Era um mundo novo para o pequeno corvo, e também parecia assim para o jovem falcão, mesmo que já tivesse visto aquelas cenas milhares de vezes.

Para ambos, voando lado a lado em direção ao horizonte, era o começo de algo incrível.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

"Mas tia Maru, falcões não são dourados/amarelos/nem-nada-parecido!" ok, mas não consegui pensar em outra ave ainda e queria MUITO escrever essa fic, quando conseguir uma ave melhor eu mudo aqui kkkk

Bem bem, ficou muito bizarra, mas andei lendo algumas fics sobre animais por ai, ai não resisti a escrever uma desse tipo.
Espero que tenha ficado ao menos bonitinha ^^

Como disse antes, digam-me o que acharam, sim? É bom saber e comentários deixam autores felizes!

Até mais ver o/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O corvo e o falcão" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.