Our little girl grew up escrita por Belinda Frey


Capítulo 3
Cartas na mesa


Notas iniciais do capítulo

AH, Gigicalove, Mah e Mia, espero que continuem acompanhando



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Damon

— Foi, foi amor! — ouvi Stefan dizer assim que entrei ali, Amber não tinha uma cara boa e o momento parecia um pouco tenso, por um lado eu até poderia saber do que se tratava aquele assunto, e me doeu de uma forma inconveniente.

— Me amar foi a maldita desculpa que te fez ir embora? — ela arfava a cada palavra. — É pior do que a desculpa do beijo, conseguiu ser pior do que pensava! — saiu dali indo para o segundo andar.

— O que foi que aconteceu? — perguntei por impulso — De que beijo ela estava falando, Stefan? E que historia é essa de “amor”? O que foi que perdi, irmãozinho?

— Damon, agora não... — ele tentou sair dali, mais o impedi ficando em sua frente.

— Agora sim. Não estou afim de esperar por mais 3 anos, me conta logo!

— Eu e ela nos beijamos. — Stefan falou rapidamente e fechou os olhos em seguida. Aquilo me pegou desprevenido, dei um passo para trás e algo me distraiu, me deixou abalado talvez?

— Se beijaram? — ele assentiu — Quando isso?

— Quando ela tinha 17 anos. Foi, foi minha culpa, eu a beijei e depois disso...

— Depois disso? — ele estava hesitando em me dizer — Quer falar a droga do “depois disso”?

— Depois disso eu me apaixonei, foi isso. Não conseguia nem olhar para a cara dela e não me imaginar a tocando, voltando a beija-lá, fui covarde e resolvi deixa-lá, tentei tapar o sol com a peneira, mas nada adiantou muito, já que ela me odeia!

— Ainda a ama?

— Não sei, não tenho certeza disso, tenho Elena e ela me faz bem, é só isso. — terminou e saiu me deixando sozinho ali.

Fiquei ali matutando sobre aquilo, apoiei-me as mãos nas costas do sofá e uma memória tomou a minha mente, o verdadeiro motivo de mim ter a deixado...

“Ela estava quase adulta, uma menina linda, aquilo me deixava cada vez mais orgulhoso, a maneira como ela havia crescido no meio de seres que normalmente matam alguém como ela, cresceu feliz, aos poucos se mostrava capaz de ser madura o suficiente para sua idade. Mas a insanidade estava tomando a minha cabeça, comecei a olhar-la com outros olhos, desenvolvi outro tipo de feição pela a minha menina, e aquilo estava me assustando, nunca nada me deixou tão apavorado quanto o fato de mim estar se apaixonando pela garota que cresceu chamando-me de tio, foi ai que decidi que ir embora era o melhor a ser feito, inventei uma desculpa qualquer...

— Damon? Onde vai? — Stefan aparece não entendendo o porque das malas.

— Eu, eu vou embora.”

Passei a mão no cabelo e respirei fundo, uma bebida iria cair muito bem. Decidi ir até o Grill, beber seria o único modo de mim esquecer parte da burrada que cometi há alguns anos. Adentrei o local, as mesmas pessoas de sempre, Matt atendia e conversava com o pequeno Gilbert, irmão chato e marrento de Elena. Fiz questão de me sentar bem ao lado dele, pedi um Uísque.

— Não sabia que vampiros precisavam se embebedar! — Jeremy disse e o encarei.

— Eu que não sabia que aqui vendia bebidas para menores... — sorri cinicamente.

— Não é bebida!

Me inclinei um pouco pra ver o que continha no copo dele.

— Água não tem cheiro e muito menos cor. — zombei dele que se calou, quando a minha bebida chegou, virei de uma só vez, para sentir o ardor rapidamente.

Beber me fazia lembrar do passado, quando eu ainda era considerado o melhor tio, a melhor pessoa de convivência, quando ganhava presente nos dias de comemorações. Paguei o preço em deixar ela, era isso ou e ver cometendo uma besteira.

Amber

Eu estava irritadíssima com Stefan, a raiva era tanta que chegava superar a de que sentia por Damon. Ele me deixou só porque havia se apaixonado por mim? Quanta infantilidade! Peguei meu celular e liguei para Raquel, a minha amiga que tinha uma tara pelos Salvatore e não via esforço nenhum em passar algumas cantadas neles.

— Pensei que teria que ficar esperando você por mais de horas aqui, Ray. — falei andando de um lado pro outro com o celular na orelha e vendo qual roupa ficaria boa para aquela noite.

— Exagero só pode estar em seu sangue, não é mesmo? — a ironia era palpável, mas não a culpo, ela conviveu comigo desde os 11 anos, é normal.

— Que seja! Olha, quero sair essa noite e quero ir em alguma lugar que eu possa esquecer qualquer coisa ou pessoa a minha volta, entendeu? — joguei uma jaqueta preta em cima da cama e fiquei fitando-a.

— Grill?

— Pode ser, me fazendo ficar bêbada o suficiente para mim esquecer... eu topo. Passo na sua casa umas 8hrs, tudo bem?

— Está tudo ótimo. Até lá então! — se despediu e eu desliguei o aparelho celular, peguei minha toalha e fui tomar meu banho.

No chuveiro, ali sozinha, eu poderia ser só eu, sem ter que me esconder por trás de nenhuma mascara ou mentir sobre o que estou passando e pensando. Olhar para Damon é como me ver há alguns anos atrás, aquele sorriso dizendo bom dia, ou aquelas caretas que ele fazia ao me ver fazendo algo que ele com certeza faria pior, sinto saudades desses momentos, que por mais distantes que tenham ficado , ainda faz uma grande diferença hoje.

Damon

“— Tio, o que é amor? — ela perguntou encarando uma flor que havia pegado do chão.

— Amor? — arqueei a sobrancelha, não sabia o que iria falar — Bem, amor é quando passamos a fazer tudo por uma pessoa e nos esquecemos, a gente para de existir quando há amor, pois o essencial é somente um só alguém, e tendo este, tudo se torna mais fácil. Mas porque perguntou isso para mim? Sendo que sempre digo que te amo?

— Bem, não sei. A professora disse que não existe só um tipo, há vários, entre namorados, irmãos, primos, amigos... mas esse que o senhor disse é algo diferente, meio eterno.

— Todos amores são eternos. — me abaixei de frente para ela.

— Então esse que o senhor sente por mim, é eterno? — ela perguntou e eu, antes de responder, sorri.

— É sim, é para toda a eternidade!”

Bufei e pedi mais um copo de uísque, já era o quinto, e ainda não sentia nem cócegas. Aquelas memórias vagavam minha cabeça como se estivesse me lembrando de como tudo era e como tudo ficou depois que fiz a pior escolha da minha vida.

— Damon, não acha que está bebendo demais? — Matt me encarou ao colocar a bebida em meu copo.

— Não acha que seria melhor cuidar da sua vida? — mexi o copo e virei novamente o liquido, senti arder rapidamente e passar.

— Só estou dizendo que...

— Você não tem nada o que dizer, lamento. — respirei fundo, paguei e me levantei dali, eu estava lá a mais ou menos 2 horas pensando no que aconteceu em meu passado e no que não aconteceu, perdi a noção do tempo, perdi toda a minha estabilidade. Antes que eu pudesse sair, a porta é aberta por duas garotas, cerrei os olhos para poder ver de quem se tratava, claro! Arfei ao ver que uma das garotas era Amber e a outra, uma de suas amigas. Elas estavam rindo de alguma coisa, mas o sorriso dela morreu ao encontrar meus olhos no meio daquele lugar, acenei e ela revirou os olhos puxando a outra garota para o outro lado. Eu não ia sair daqui, não agora. Me sentei em uma mesa afastada, lugar esse que dava pra ver perfeitamente bem o que ambas estavam fazendo.

Amber

Ver que Damon estava ali havia acabado com metade dos meus planos, o conheço suficientemente bem para saber que não vai tirar os olhos de mim, ele é possessivo.

— Nossa, eu ainda não sei como você consegue ficar lado a lado com aqueles dois! Não vê que tem dois deus grego morando sob o mesmo teto que ti? — Raquel como sempre não deixaria de comentar.

— Eles me criaram e Stefan está com Elena, eles se amam e não tem como nada acontecer! — disse após pedir uma askov e Raquel pedir o mesmo.

— Ainda tem aquele outro, um moreno de olhos azul piscina que incendeia até uma caixa de água... e que coincidência ou não, está atrás de nós! — falou e não contive a curiosidade de saber onde ele estava sentado, ele não tirava os olhos da nossa direção.

— Ele acha que vou perdoá-lo facilmente por ter me abandonado, não mesmo.

— Você ainda pensa nisso? É Damon, Amber! O cara que toda mulher quer pegar, você tem ele ao seu lado e não tirar nem se quer uma casquinha, sabe o que eu faria no seu lugar? — me olhou e eu ri.

— É, eu sei sim, sei o bastante para que você não precise entrar em detalhes... — agradeci ao Matt pela bebida e dei uma golada pequena.

— Então! Acha que precisa perdoar?

— Perdão não se ganha e sim, se conquista. Acha fácil dar o bolo no coração? — balancei a cabeça.

— Você que sai perdendo, gatinha. Só sei que poderia ser eu a ter uma sorte dessas, pensa só, eu e ele...

— Shhhhh... — pedi antes que saísse coisas que não deveria daquela boca — Será que pode parar de falar em Damon ou em Stefan? Juro que não estou em um bom dia.

— Ok, chata!

Stefan

Elena e eu estávamos em meu quarto, ela olhava as fotos que tinha em cima da cômoda e acaba que optando em perguntar sobre a em que eu e Amber estávamos.

— Vocês sempre foram assim? Apegados? — perguntou com o porta retrato em mãos.

— Só depois que Damon se foi, ela também ficava comigo, mas parecia que Damon e ela tinham uma ligação na qual nunca ninguém soube explicar. Então, Amber ficou desconsolada e... — suspirei tomando de suas mãos a foto e a encarando e voltando a sentir como era boa aquela época — e aqui estava eu para dar-lhe uma mão, foi ai que ficamos apegados um ao outro! — coloquei-o no lugar.

— E porque foi embora? Já que pareciam tão próximos... — Elena deu a volta sentou-se na beirada da cama.

— Motivos nos quais já fizeram com que eu me arrependa, mas como quero que não haja mentiras entre nós, vou contar, não quero que saiba pela boca do Damon ou de Amber! — me sentei ao lado dela e segurei suas mãos, sei que Elena era madura o suficiente para entender tudo e não querer ir embora após a ultima palavra.

— Ok, me diga então! — se endireitou ficando de frente pra mim.

— Bem, quando Amber tinha 17 anos, eu e ela acabamos que nos beijando, mas foi eu que a beijei, claro que ela retribuiu — comecei a falar sem olhar nos olhos de Elena.

— Então, só por isso foi embora? — ergui meu rosto e neguei com a cabeça.

— Não, a gente conversava, convivia durante aquele tempo, e nesse tempo vi que estava me apaixonando por ela, o amor era tanto que... que me fez partir assim que Damon voltou para cá, me lembro como se fosse hoje o dia em que ela me pegou fazendo as malas...

“— Stefan, onde você vai? — direcionou os olhos de mim até as minhas bagagens, engoli seco e tomei toda coragem do mundo para poder dizer, ela veio até mim e ficou me fitando, esperando respostas.

— Eu... — comecei a dizer fechando a ultima das malas — eu vou embora, Amber!

Naquele momento, foi como sentir um estrondo, ouvi o coração dela batendo o dobro do que batia, ou até mesmo, seus punhos se fecharam e ela piscou lentamente como se recordasse daquele momento em outra ocasião.

— V-você vai o que? — percebi que engoliu grosso e seus olhos já estavam mareando.

— Vou ir embora, decidi que é melhor para todos!

— Melhor para todos? — vacilou um sorriso nada feliz, de angustia talvez.

— Sim, principalmente para nós!

— Não, você não pode cometer o mesmo erro que o imprestável do seu irmão fez... Eu não posso ser abandonada de novo, Stefan.

— Lexi estará aqui, não vai ficar sozinha.

— Não é a mesma coisa, não é! Quando Damon se foi, eu tinha você para me ajudar, e agora? Ele e eu não somos tão próximos quanto antes, e-e Lexi tem seus problemas também, não pode! Não pode! — gritou as ultimas palavras com lagrimas nos olhos.

— Por favor... — abracei-a e ela continuava chorando — eu não posso ficar tão perto de você! — Amber se afastou e voltou a me encarar.

— O que? Mas, porquê? — passou a mão no rosto.

— Não insista, por favor.

— Me fala qual é a droga do motivo de você me deixar aqui nessa maldita casa, anda! — gritou ainda mais.

— O beijo...

— Não me diga que vai ir embora por algo que aconteceu há mais de 1 ano atrás? É essa a sua desculpa? — abaixou o tom de voz, mas mantinha a decepção.

— É.”

Elena estava chocada e ao mesmo tempo atordoada, percebi pela sua face. Ela suspirou e quebrou o terrível silencio de alguns segundos.

— Você a deixou por isso?

— Não, não foi pelo beijo que a deixei... foi exatamente porque o amor que eu estava sentindo ia além do que qualquer ser humano poderia entender. O fato dela ter convivido conosco desde pequena, me fez sentir asco de mim mesmo e isso foi a decisão, só voltei quando achei que ela estaria preparada emocionalmente para me ver novamente.

— Ainda a ama? — nunca pensei que ela iria me perguntar algo como aquilo.

— Sinceramente? Não sei, eu amo você e sobre isso eu não minto, mas tudo em relação a ela é confuso, é complicado, até mesmo para mim!


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