Our little girl grew up escrita por Belinda Frey
Notas iniciais do capítulo
Ol, espero que gostem da fic e comentem.
Boa leitura!
1994 – 12 de dezembro.
Ela estava tão franzina, pequena e molhada pela chuva que havia caído naquela noite. A minha sede de sangue era enorme, mas a minha parte humana ainda habitava meu ser e não seria capaz de deixar-la lá, sabe se lá o que poderia acontecer. Os olhos fechados, quem poderia ter a deixado aqui? A peguei no colo e olhei em volta, não havia nada, não tinha cheiro humano além do da garotinha. Parecia ter uns 3 á 4 anos, pequena demais e sozinha. A ajeitei em meus braços e a carreguei para dentro da mansão.
— Damon, o que... — Stefan parou assim que me viu entrar ensopado na sala e colocar a menina no sofá, não disse nada até que eu o olhasse — Quem é ela?
— Não sei. A encontrei na raiz de uma árvore, só não fui capaz de passar por ali e fazer como se não tivesse a visto. — falei, arfei e voltei a fitar-lá, cabelos castanhos , pele branca e um rosto de anjo.
— Quem será que poderia ter feito isso com uma pobre garotinha? — ele deu a volta e se aproximou da menina.
— E eu que sei? — dei de ombros — Pode vigiar-lá, enquanto vou me trocar? — Stefan apenas assentiu, me afastei e imediatamente já me encontrava lá em cima.
••
Após ter tomado um banho, desci secando o cabelo na toalha. Stefan sorria todo babão, enquanto a menina, já acordada, andava pela sala com uma bola verde nas mãos. Ela então olhou pra mim e sorriu, um pequeno sorriso ainda com apenas dois dentes e falou Oi com uma das mãozinhas.
— Ela acordou... — Stefan disse virando-se para mim rapidamente e voltando a atenção para ela. — Ela é encantadora!
Me aproximei, e seus olhos era uma cor diferente, nem verde e nem azul, meio a meio. Me ofereceu a bolinha enquanto me sentava na poltrona de frente para ela e depois bateu palmas.
— Ela não fala? Não resmunga? — perguntei, não tenho experiência com bebês.
— Perguntei o nome dela — dizia enquanto a mesma ia até ele e brincava de colocar os objetos da mesa em suas mãos — Ela resmungou um, “Ambe”, seria Amber talvez?
— É o mais provável. — falei revirando os olhos.
— O que vamos fazer com ela?
— Não podemos mandar ela embora, seria totalmente injusto, ela é só uma criança... — falei.
— Ficamos com ela, então? — fitei Stefan e ele estava com um ar de riso no rosto.
— Quer rir? Pode rir!
— Qual é, Damon, não é sempre que vejo você com esse tom paternal, alias, isso é totalmente novo para mim e pra você, presumo.
— É, totalmente novo. — bufei — É claro que vamos ficar com ela, será nossa mascotinha — ao falar aquilo, ela novamente sorriu de forma extremamente fofa.
— Ok então, — ele disse — Amber, vem cá — a chamou e ela foi para os braços dele e se sentou em sua perna direita — Esse é o Tio Damon, ok? — ele apontou pra mim e eu sorri, não tenho pratica com crianças. — Eu sou o Tio Stefan!
— Tefan? — Amber falou de forma engraçada, acabamos que eu e ele rimos daquilo.
— Isso! — ele a parabenizou.
— Tio Damon!? — ela havia falado meu nome, e aquilo havia despertado algo que eu não conseguia explicar.
1999 – 12 de dezembro.
Amber havia crescido, e havia se tornado uma garota incrível, aquela humanidade dela tinha ressuscitado a minha novamente. Ser um “pai” não é tão fácil, mesmo que Stefan esteja me ajudando desde que ela veio para cá. Coloquei ela na escola, comecei a ensinar varias coisas, isso foi o que jamais imaginei passar. Lexi veio para nossa casa nos ajudar com ela, acabou que virando uma tia também, confesso, nunca aprenderia a cuidar de uma criança sem ela.
— Tio Damon! — ela aparece correndo ali na sala, seu vestido lilás esbanjava alegria, dava cor para aquela casa escura.
— Fale, pequena. — me inclinei para frente e fiquei a esperando falar.
— Não vamos comemorar nosso aniversario? — ela me abraçou e colei-a em meu colo, Amber diz “nosso aniversário” pois desde que ela começou a entender parcialmente as coisas, eu disse que quando havia a encontrado, foi como renascer de novo, e como nunca soube sua data de nascimento ao certo, fiz daquele dia o nosso dia, onde ambos renasceram.
— Hmm, que aniversário? — fiz-me de desentendido e ela fez um bico — Estou brincando, vamos sim! Onde quer ir? Parque ou Shopping?
— Aqui não tem shopping... então, quero ir no parque, pode ser? — assentiu e então recebi um beijo na bochecha como agradecimento.
— Gosto disso!
— Ah, podemos levar o Kevin?
— Aquele garotinho chato?
— Tio...!
— Ok, pode sim. Avisa a mãe dele para levar uma fralda, eu sei que ele ainda faz xixi na cama e olha, não estou nada afim de ter que trocar-lo, tudo bem? — a mesma assentiu rindo.
— Eu te amo.
— Eu também te amo, princesa. — beijei sua testa e ela saiu pulando para o Jardim.
— Nossa garotinha cresceu, não é mesmo? — Stefan apareceu ali, estava encostado na parede.
— Quer dar um de Batman e aparecer do nada? — me levantei — É, e continua crescendo... crescendo... — respirei fundo — Logo ela está adolescente e bem, o que vou fazer?
— Se comportar como pai e levar tudo em compreensão.
— Stef, sou um vampiro, vampiro não são pais e muito menos tem compreensão. — o corrigi.
— Teve por ela, ouvi dizer que a ama, isso é ter mais do que compreensão, não acha? — se aproximou e revirei os olhos de um jeito debochado.
— Ok, sei que nesses últimos anos eu virei uma mulherzinha, estou mais afetado do que imaginei. Isso é terrível! Mas não vou negar que, ela me faz bem. — dei um meio sorriso — “Nos” fez bem, quero dizer. — ele concordava e assentia.
••
Eu segurava sua mão, e ia mostrando quais atrações o parque tinha. Ela estava chupando um sorvete, e eu também.
— Vamos na montanha russa? — ela pediu.
— Não é muito alto para alguém como você? — perguntei enquanto olhava aquele brinquedo enorme.
— Sou grande, estou fazendo 8 anos, sou uma moça! — me encarou e dei de ombros.
— Não sou eu que vou discutir contigo, ok?
Ela gargalhou e fomos comprar uma ficha. Tudo era incrível, estar com ela, perceber que uma simples menina fez a minha humanidade voltar e por ela eu seria capaz de morrer quantas vezes fosse necessário.
Ao sairmos do brinquedo, Amber saiu pulando e pedindo mais, neguei e disse que íamos nos sentar debaixo de alguma sombra, o calor estava um caos. Sentamos um de frente pro outro.
— Tio? — ergui meu olhar pra ela — Feliz Aniversário! — ela se inclinou sobre a mesa e beijou o meu nariz, voltou-se para o lugar ainda sorrindo.
— Feliz Aniversario para você também, rouxinol. — acariciei seu rosto.
— Damon? — uma voz feminina me fez virar o rosto, a olhei de cima embaixo e vi uma loira exuberante, mas também tinha o tal Kevin no encalço dela.
— Olá. — dei o meu melhor sorriso — Oi, Kevin!
O pestinha mostrou a língua para mim. Fitei de relance Amber, e ela não estava com uma cara boa.
— Posso deixar Kevin aqui? — perguntou sedutoramente e retirou um papel da sua bolsa e me entregou, nele estava escrito “Me encontra no Grill as 8hrs, lindo!”, voltei e a encarei e assentiu.
— É claro que pode deixar ele aqui...
••
Entrei no Grill, e a vi lá, sentada perto do balcão bebendo alguma bebida. Confesso que o que mais me atraiu fo seu sangue, mas fiz uma promessa pela Amber de que não voltaria a colocar sangue humano na boca, ou seja, me contentaria apenas com uma noite com ela.
Stefan
Amber já estava vestida com seu pijama, mas estava eu e ela jogando xadrez, Lexi estava sentada no sofá ao lado bebendo vinho, sua feição era meio triste ao mover as peças.
— Há algo de errado ? — perguntei movendo na minha vez.
— Não. — foi só o que disse.
— Tem certeza? Amber, eu te conheço... não estaria triste por nada, é algo relacionado ao tio Damon? — tentei mais uma vez, então ela me olhou e mexeu sua peça.
— Ele deveria estar aqui comemorando o nosso aniversário e não sair com a mãe do Kevin, isso é injusto! Ele tinha que cumprir o que prometeu, ele mesmo falou que nunca devemos romper uma promessa. — falou, olhei de soslaio para Lexi e ela deu de ombros bebericando seu vinho.
— Pequena, ele só saiu um pouco, logo vai estar aqui de novo — segurei sua mãozinha — Ele foi contigo no parque, vocês comemoraram o seu dia. Agora ele só foi dar uma volta.
Ela se calou e correu para o quarto. Suspirei e me levantei do chão e me sentei ao lado de Lexi no sofá.
— É... Damon deveria saber que ao plantar amor, o mínimo que ele tem que fazer é cultivar. — ela citou.
— Ela é muito apegada ao Damon, sente ciúmes... — passei a mão pelo o rosto e encarei o nada.
— Relaxe, ela só tem 8 anos!
— Não vai ter 8 anos para sempre, ela vai crescer.
— Até lá todos nós temos todo tempo e a eternidade do mundo, ah, você já decidiu quando vai contar sobre serem vampiros?
— Isso não. Ela pode se assustar, ainda não é hora!
— Stefan, a menina tem que saber, o que ela vai pensar ao se ver envelhecendo e vocês continuarem com a cara de dois garotos jovens?
Nada disse.
Damon
O momento estava até sendo agradável, mas algo não dava certo, pela primeira vez em toda minha eterna vida, não consegui me deitar com uma mulher.
— O que foi, Damon? — Alicia perguntava beijando meu pescoço, rosto, boca, tudo.
— Não sei... — falei sério e me sentindo um idiota ali, não fazia nem cócegas em minhas partes todas aquelas caricias. — Alicia, para! — a empurrei.
— Mas que diabos te aconteceu?
— Não consigo.
— Como é? Damon Salvatore não consegue? É piada?
— Não, Não é piada. Estou pensando na Amber... — ela revirou os olhos e bufou — tenho que ir embora! — me virei e me abaixei para pegar minha camisa.
— Qual é, Damon! Ela é só uma menina. — voltei a encarar-lá.
— Ela é a minha menina! — fiz questão de dar ênfase na palavra “minha”, ninguém tinha esse direito. A hipnotizei para que nunca mais me atormentasse e sai dali o quanto antes.
Eram 2:30 da manhã quando cheguei em casa, abri a porta com a jaqueta em mãos e adentrei sem fazer muito barulho.
— Chegou tarde... — levo um susto e Stefan estava lá, como sempre aparecendo do nada.
— É, tive imprevistos.
— Humm. Amber dormiu faz meia hora, ela queria ficar te esperando, Lexi a convenceu de que você ia chegar logo e ir no quarto dela, ela estava triste por você não ter ficado com ela. — Stefan falou, mas eu sabia disso, e me sentia um tremendo babaca, já como eu não sei.
— Ela deve estar me odiando, não está?
— Ela é incapaz de te odiar, Damon, ela te ama! — ele passou por mim e colocou a mão em meu ombro — Vá dar boa noite para ela... vou dormir, até amanha. — assenti e esperei ele sair da sala, fiquei pensando em coisas e resolvi subir logo para poder ver-lá.
Abri a porta de seu quarto lentamente, a lua iluminava-a, adentrei e me aproximei da cama, sentei-me ao seu lado e acariciei as costas de sua mão.
— Desculpa por não ter estado contigo, fui um idiota, eu sei, deixo você fazer um desenho meu com chifres, como daquela vez... — ri sozinho. — Boa noite minha menina, eu amo você — beijei seu rosto.
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