Loss escrita por Nymphadora


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oie! Há muito tempo que não posto aqui e peço desculpa aos leitores que acompanham a minha outra fic The story of other Black por ainda não ter postado. Um dia arranjo mais tempo e faço um capítulo em condições. Então... espero que gostem! :)



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Perda. Perder um amigo. Perder um familiar. Enfim perder alguém querido. É sempre doloroso. Muito doloroso. Ninguém sabe ao certo quanto dói até sentir. Sentir o corpo entorpecido como se estivesse dopado. Sentir-se a cair num buraco escuro e sem fundo. Perder o rumo da vida por uns tempos, ou quem sabe? , para o resto da vida. Sentir-se a sufocar… Era assim que ele se sentia agora… Entorpecido… Parecia um pesadelo e a única coisa que ele queria era acordar desta porcaria de sonho. Estavam todos a celebrar. Malditos… “ Um brinde ao Menino-que-sobreviveu!” E todos brindavam, davam vivas e abraçavam-se alegres. Bando de hipócritas! Quando alguém querido deles morria choravam, gritavam ou ficavam em silêncio, em estado de choque. Ele tinha o direito de ficar assim! Afinal foram os seus dois melhores amigos que morreram… Ele tinha…tinha… Merda! Porque é que tinha de ser assim? Eles tinham um bebé! Um bebé! Mais uma lágrima escorreu pelo rosto do homem. Oh Harry! Perdeu os pais tão cedo… e ainda tinha que ficar com os imprestáveis dos tios trouxas! O homem deu um sorriso irónico. Se ele soubessem… Olhou para o teto e sorriu triste… Perdera o seu irmão… Não era seu irmão de sangue mas era seu irmão! Apoiou-o quando fugiu da família cruel e imbecil que tinha… E agora foi-se… Ele e a ruiva… Ah! Aquela ruiva esquentada!

Virou mais uma dose de whisky de fogo. Queria embebedar-se e esquecer-se de tudo… Tudo! Desde o sorriso de Prongs quando ia fazer alguma marotagem ou como a gargalhada da ruiva era esquisita e engraçada… Soltou uma risadinha. O destino gostava de brincar com as pessoas. Fazer delas o seu brinquedo pessoal e alterar o rumo das suas vidas… Tantos planos! O Prongs queria ter sete filhos para poder formar uma equipa de Quidditch… Cada vez que ele dizia isso a ruiva olhava para ele como se fosse louco e dizia-lhe “ E eu como fico? Uma baleia não?” Ah! Aquela ruiva… De repente um soluço escapou dos seus lábios e um choro compulsivo apoderou-se dele. Só podia ser brincadeira… Eles são… eles eram os Marotos! Não havia traidores, não havia mortes ou cicatrizes… Eles eram um grupo de rapazes prontos para mostrarem o seu valor! Lutar pelo que acreditavam! Agora… não restava nada… Farelos do que em tempos foram… Migalhas aqui e ali do que em tempos foram quatro rapazes unidos pela amizade… Mas todos seguiram o seu rumo e isso levou à destruição… A destruição partiu de dentro deles e dilacerou tudo à sua volta…Em tudo que tocava destruía… Maldito rato! Como é que ele não desconfiou? O comportamento estranho, os desaparecimentos… Ele era o alvo perfeito! Deviam ter vindo atrás dele! Esse era o plano! Mas aquele idiota tinha de se tornar num deles, não era? Fraco demais para resistir… Fraco demais para proteger os amigos… Fraco, fraco, fraco… Ah! Mas isto não ia ficar assim! Aquele rato miserável passou-lhe a perna uma vez e ele não ia deixar que acontecesse mais… Afinal cada vez que o rato era mais esperto que ele as consequências eram… desastrosas. Ah! Mas aquele rato ia sofrer! Ia sofrer tanto que ia implorar a morte! Mas ele não o mataria! Oh, não! A morte era uma coisa demasiado boa para aquele miserável! Sem amigos, sem família a apoia-lo… Iria definhar… Definhar num sítio horrendo… Morrendo lentamente… Primeiro as memórias felizes com os marotos, com a família… Depois mais lentamente ainda perceber que estava a ficar louco… O frio entranhado até aos ossos. O som das ondas violentas do oceano a bater contra as paredes da prisão. Depois a escuridão a envolve-lo como se um abraço se tratasse e depois… uma sensação de conforto que depressa acabaria pois acordaria outra vez com os gritos dos outros prisioneiros, com o frio e com o som das ondas violentas. Isto todos os dias. Todos os meses. Todos os anos. Um ciclo vicioso que nunca acabaria. Então de repente está junto com os companheiros de cela a gritar. Louco. O barulho do bar acordou-o dos seus pensamentos tumultuosos. Afinal por que viera para aqui? Pediu mais um copo de whisky de fogo e virou-o todo de uma vez. E mais outro. Mais outro. E outro. E o barulho da festa continuava. Estas pessoas não se importavam com o casal. Claro que não! Afinal o Voldemort fora morto, nada mais importava! Não se interessavam pelos danos colaterais… Centenas de pessoas mortas incluindo James, Lily, Dorcas e Marlene. Atirou com o dinheiro para o balcão e levantou-se furioso. Estavam ali pessoas do mesmo ano que eles! Pessoas que conheciam James e Lily! Pessoas que estavam a festejar… Saiu do bar e foi um choque quando abriu a porta e sentiu o ar frio no seu rosto. Choque para o seu corpo quente porque a ele nada mais chocava. Não depois disto. Olhou para o céu e parecia que as estrelas brilhavam mais. Brilhavam para ele. Lily e James… Eles estavam lá. Eles brilhavam para ele… Não! Não podia pensar nisso! Estava sozinho. Fora abandonado por todos… Uma risada sem vida escapou dos lábios dele e ecoou pela rua vazia. Quem diria não era? Até bem menos de um ano estavam todos juntos e felizes na medida do possível e agora… Agora o mundo de fantasia deles desmoronou, o castelo ruiu e a realidade foi um choque para todos. Não viviam num conto de fadas mas sim num conto de falhas… Um passo em falso e tudo ia embora… Um esgar de dor e fúria passou pelo rosto do homem. O barulho do bar irritava-o profundamente. Abriu a porta do bar violentamente e entrou com a varinha em riste. Gritos foram ouvidos por toda a parte e de repente uma dúzia de varinhas estavam apontadas diretamente ao coração dele. Matem-me idiotas! Acabem já com isto! O som diminui até só se ouvir a respiração descompassada dele. Havia rostos amedrontados por toda a parte. Homens protegiam mulheres. James. Mulheres protegiam crianças. Lily. Mas ninguém disparou nenhum feitiço contra ele. Cobardes. Olhou cada rosto ali e virou costas. Não valia apena o esforço. Nenhum deles iria trazer James e Lily de volta. Mas… como é que não pensou nisso antes? Peter… Saiu porta fora e montou na mota enorme rapidamente. Iria encontra-lo nem que tivesse de ir até ao fim do mundo! Sobrevoou metade de Londres até o encontrar. Encontra-lo numa pequena rua trouxa… Um seguidor do Lord das Trevas numa rua trouxa?! Pousou a mota e mandou um Patrono a Hagrid. Não iria precisar da mota e o meio-gigante poderia ficar com ela para transportar o seu afilhado órfão para casa dos tios trouxas. Parou atrás de Pettigrew. Rato cobarde.

-Não pensaste que eu vinha atrás de ti, Peter?

O animago olhou assustado para trás. É melhor teres medo cobarde. Olhou para os lados e começou a correr. Via-se jatos de luz verde a sair da sua varinha durante todo o trajeto. Trouxas caíam de ambos os lados da rua de olhos vidrados.

-James e Lily… Como podes-te Sirius? Como?!

A perseguição continuou até um pararem num beco sem saída. Pettigrew tremia e olhava para os lados em busca de escapatória. Mas não havia. Apontou a varinha diretamente ao coração daquele rato idiota e sorriu-lhe. Um sorriso desdenhoso.

-Já acabaste o teu show, Peter? Agora é a minha vez de começar o meu. Cruc…

Tudo aconteceu muito depressa. O homem amedrontado estava ali e de repente o ar encheu-se de fumo e guinchos e quando tudo acabou viu-se um rato a passar por uma grade diretamente para o esgoto. Pela segunda vez na vida aquele rato passara-lhe a perna, não parecia, mas aquilo tinha uma graça tremenda. E foi assim que o encontraram. No meio dos destroços de uma rua, rodeado de cadáveres e à sua frente o que restara de Peter Pettigrew. A ponta de um dedo.

Peter Pettigrew foi condecorado com a Ordem de Merlin 1º grau pela sua coragem.

Sirius Black passou 12 anos em Azkaban até conseguir fugir.

Mas não houve um dia em que não se lembrassem da família Potter. Um dia que não se lembrassem daquela família destruída pelo medo e loucura de um sádico e pela cobardia do que um dia chamaram de amigo. Afinal esquecer algo que os marcou para o resto da vida não é fácil… Fica marcado nas lembranças e nas cicatrizes de cada um a ferro e a fogo… Difícil de esquecer, impossível de tirar…

“Aqueles que nós amamos nunca

nos deixam de verdade”


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Espero que sim! Não gostaram? Digam-me o que posso melhorar!