O Adormecer escrita por Victoria Stefany Mendes


Capítulo 5
Capitulo 5


Notas iniciais do capítulo

Estarei postando os capitulos todas as segunda e sextas :3



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Capitulo 5.

Subo até meu quarto e coloco meu pijama de ursinho. Desço até a sala para preparar alguma coisa para comer, e é quando escuto um barulho vindo da cozinha. Pego o controle da tv em cima do sofá e me escondo atrás da parede, dou uma olhada para dentro da cozinha mas está muito escuro e não consigo enxergar muito bem. Escuto o barulho novamente e então corro, acendo a luz e me posiciono para seja la oque for que estiver provocando o barulho. Dou uma olhada ao redor e não vejo nada apenas as panelas e vários alimentos espalhados pelo chão. Pode ser um dos homens que vieram atrás de min e minha mãe na noite passada, penso. Olho para a janela e vejo que uma pequena fresta está aberta.
— Tem alguém ai? — minha voz falha, quase sumindo.
Nenhuma resposta.
Sigo para frente lentamente para acender a luz, quando alguém me segura por trás e antes que possa gritar ou fazer qualquer coisa a pessoa tapa minha boca.
— Sou eu — Gus.
Solto a respiração, que nem sequer percebi que estava segurando.
— Eu vou contar até três e você corre para o seu quarto, entendido? — Assinto com a cabeça, me preparando para correr. — Um, dois, AGORA! — ele grita.

Corro em direção as escadas e subo o mais rápido que posso. Abro a porta do quarto e pego meu celular em cima da cama, corro para dentro do armário e fico em silêncio. Do andar de baixo é possível ouvir o barulho das coisas se espatifando por todos os lados. A luz do quarto se acende e um calafrio percorre minha espinha, tento não fazer nenhum barulho, que possa me denunciar.
— Pode sair, sou eu, amor — a voz de Gus soa um pouco abafada por causa da porta do armário.
— Estou aqui — digo baixinho.

A porta do armário se abre. Seus olhos negros me encaram e percebo um olhar aliviado, ele me puxa do armário e me envolve em seus braços. Todas minhas defesas se vão e tudo oque resta é a vontade de ficar envolta em seus braços.
— Como você entrou aqui? — pergunto, encarando -o.
— Você esqueceu a porta da frente aberta — ele responde.
— Achei que você tivesse ido embora, depois que me deixou aqui.
— Resolvi ficar para dar uma olhada e pelo que me parece foi uma boa escolha.
— Quem estava aqui? — pergunto com a voz um pouco tremula.
Ele me aperta um pouco mais.
— Eu não consegui ver.
— Obrigado por me salvar — digo.
— De nada, amor.
— Eu tenho que ir, se acontecer alguma coisa, você sabe o que fazer — ele diz.
Assinto com a cabeça.
— E não esqueça de fechar as portas, amor.
— Sim senhor, capitão — digo sorrindo.

Desço até a sala com e ele. Ele me envolve em seus braços e me da um beijo na testa. E então se vai, engolido pela escuridão.
Dou uma arrumada na sala e enquanto estou arrumando o sofá um papel caí de uma das almofadas. Dou uma olhada rápida e percebo que a letra é da mesma pessoa que escreveu o primeiro bilhete. Abro o papel e em letras pequenas está escrito:

"Se você estiver lendo esse bilhete, me encontre no Lincon's - 8001
ás 19:00, venha sozinha"

Olho os outros lados do papel para ver se tem alguma referência de quem mandou mas não á nada. As palavras ficam flutuando na minha cabeça. Fecho o papel e subo até meu quarto. Coloco o papel em cima do criado mudo. Estou tão exausta depois da briga com a Kriss e tudo o que aconteceu com a minha mãe, que não demoro muito para pegar no sono.

São 09:30 da manhã, vou até o banheiro e escovo os dentes, arrumo meu cabelo em um rabo de cavalo, coloco minha blusa preta e minha saia azul. Vou até a cozinha e vejo minha mãe sentada comendo cereal. Seus cabelos negros estão presos em um coque único, seus olhos azuis encontram os meus. Um sorriso se forma em seus lábios quando ela me olha.
— Dormiu bem, meu amor? — ela pergunta.
— Sim, quando você chegou?
Como um pedaço de pão com geleia.
— Ontem a noite, você estava dormindo. A Sra. Prior me disse que alguém te trouxe ontem a noite, foi o seu amigo?
Eu engasgo.
— Èh ... han ... sim, foi ele, algum problema?
Minha mãe solta uma gargalhada.
— Meu amor, você está vermelha.
— È claro que não mãe! — digo rindo e por alguns segundos me esqueço de tudo o que aconteceu.
— Adoro quando você sorri — ela diz.
Mas não demora muito para o baque do que aconteceu, voltar a tona.
— Não finja que nada aconteceu — digo.
—Meu amor, eu já expliquei o porque não te contei.
—Mas poderia ter confiado mais em min — digo.
— Fiquei sabendo que você e a Kriss brigaram — ela troca de assunto.
— Porque ela começou — digo na defensiva.
— Meu amor, eu entendo que vocês tenham diferenças, mas vocês tem que tentar ser amigas — ela fala calmamente.
— Amigas? Fala sério mãe, tudo bem você sair com o pai dela mas não me peça para ser amiga daquela ... vadia — digo irritada.
— Anna, o quê aconteceu com você? Você não era assim — ela diz.
— Aconteceu, que a partir do momento que você escondeu as coisas de min, eu perdi todo respeito e confiança que tinha em você — digo sem pensar.
— Tenho que ir trabalhar — ela fala.
— Fugir não vai mudar as coisas — múrmuro.

Pego o ford que está na garagem e vou para a casa da Claire, demoro uns dois minutos para chegar até lá. Aperto a campainha e logo um vulto de cabelos negros aparece na porta. A Claire realmente se parece com a mãe, elas tem o mesmo sorriso, os mesmos olhos verde-azulados e claros e até o mesmo corpo, a única diferença entre as duas é no gênio. Enquanto Claire é mais solta, as Sra. Prior é bem mais reservada.
— Olá Anna, como você está? — ela me pergunta.
— Estou bem, a Claire está ai?
— Achei que ela estivesse na sua casa — ela diz confusa.
Tento parecer normal.
— Ah claro ela estava mas me disse que passaria aqui, então resolvi ver se ela já havia chegado — digo na esperança de que ela acredite em min.
— Se ela vier eu aviso.
— Muito obrigado, Sra. Prior.
— De nada querida..

Me viro e entro no ford, pego o celular dentro da bolsa e disco o número de Claire mas só caí na caixa postal. Onde será que ela está? Provavelmente com o Carter, penso. Quando chego em casa e abro a porta tudo está fora do lugar, dou uma olhada ao redor para ver se nada sumiu ou se tem alguma coisa aberta por onde alguém possa ter entrado. Mas todas as janelas estão trancadas, como á alguns minutos atrás. Será que é a mesma pessoa que esteve aqui ontem a noite? Vou até o jardim e dou mais uma olhada, mas nada parece está fora do lugar a não ser a sala. Coloco as coisas no lugar e vou até o escritório onde meu pai costumava trabalhar mas a porta está trancada, oque é estranho porque sempre fica aberta. Escuto um barulho vindo de dentro dele e bato na porta, mas não tenho nenhuma resposta.
— Quem está ai? — grito.
Nenhuma resposta.
— Eu perguntei. Quem está ai? — grito mais forte.
Novamente nenhuma resposta.

Me jogo contra a porta tentando usar meu corpo para abri-la mas não sou pesada o suficiente. Alguns minutos se passam e então alguma coisa ou alguém destranca a porta. Mesmo com o medo perfurando meu estômago eu viro maçaneta. Quando entro no escritório, está tudo no seu devido lugar exceto a foto que estava no porta-retratos em cima da mesa, onde estava a foto da última viagem que passamos todos juntos. Olho ao redor para ver se nada mais sumiu e é quando uma mão me agarra e tapa minha boca, minha respiração acelera, meu medo diz para ficar parada mas por algum motivo meus instintos querem que eu lute. Dou uma olhada na mesa e vejo que tem um telefone antigo e se eu for rápida o suficiente posso pega-lo e acertar a pessoa que está me segurando. A adrenalina percorre todo meu corpo. Mordo a mão da pessoa que está me segurando e dou um chute na virilha, aproveito enquanto ele está distraído e corro para pegar o telefone em cima da mesa, me viro para trás a procura de quem estava me segurando mas ele ou ela já foi embora. Pego meu celular e disco o número da policia, depois de vários toques alguém finalmente atende:
— Delegacia, no que posso ajudar? — uma voz feminina pergunta
— Tem alguém na minha casa, eu não sei o por quê, mas revirou o escritório que pertencia ao meu pai e toda a minha sala, será que tem como mandar alguém até aqui? — pergunto.
— Qual o endereço? — ela pergunta.
— Rua Splimgam 401 — respondo.
— Estamos mandando alguém ai.
—Obrigado.

Vinte minutos mais tarde a campainha toca, abro a porta e dois homens, vestindo fardas de policiais entram. Um é bem alto e o outro uns 10 centímetros menor.

— Oque aconteceu, querida? — o mais baixo pergunta.
— Não me chame de "querida" — digo secamente. — O que aconteceu é que algum idiota entrou na minha casa e bagunçou a minha sala e o antigo escritório do meu pai — digo por fim.
— Roubaram alguma coisa? — o mais alto pergunta.
— Não, apenas uma foto — respondo.
— Mais alguma coisa? — o mais baixo pergunta.
— Vamos prestar a queixa, mas não podemos dizer se vai mudar alguma coisa já que não temos nenhuma pista de quem possa ter feito isso — o mais baixo continua.
— Só isso? — pergunto espantada.
— Sinto muito queri ... quer dizer senhorita mas é o máximo que podemos fazer, temos assuntos mais graves a resolver, até mais.

Eles se viram e vão embora. Vou novamente ao escritiório do meu pai e dou mais uma olhada e é então que percebo que tem mais bilhete escrito com a mesma letra do primeiro, abro o papel e leio:

"Se você quiser respostas é melhor me encontrar no horário que disse no bilhete anterior, caso contrário ficarei votando até você ir ao meu encontro, te espero. "

Forço a memória para ver se me lembro de quem escreve desse jeito mas continuo sem saber, fecho o bilhete em minha mão e o jogo no lixo. Vou até a sala e assisto a um episódio de The Vampire Diáries. Meu celular toca. Claire.
— Onde você está? — pergunto.
— Oi love! Eu estou na casa do Carter — ela responde.
Sábia, penso.
— Porque disse para sua mãe que estava aqui?
— Ah Love, porque se ela souber vai ficar me enchendo o saco, você sabe como ela é.
— Mas da próxima vez, me avisa.
— Te vejo mais tarde, love!
Antes mesmo que eu possa responder, ela desliga.
Ela desliga.

Me deito no sofá, assisto mais um episódio de TVD e acabo adormecendo. São quase 18:00 quando acordo, subo até meu quarto e pego um vestido preto não muito curto e minha sapatilha roxa, tomo um banho rápido e solto meu cabelo, passo creme nos cachos rebeldes e visto a roupa e a sapatilha, desço o mais rápido que posso até a garagem e pego o Ford, olho o primeiro papel que a pessoa misteriosa me deixou e vejo se o endereço está certo: "Lincon's - 8001", tento decorar o endereço.

Não demora muito para eu chegar. Só vim a esse lugar uma vez em toda minha vida, quando ainda tinha 8 anos o filho da Natallie (uma amiga da minha mãe), me desafiou a vir aqui e conseguir roubar o cigarro de um dos caras que estavam nesse lugar, lembro que consegui pegar o cigarro, mas o cara me seguiu até em casa e meu pai teve que conversar com ele para finalmente ele me deixar em paz, desde então nunca mais pude aceitar os desafios que o Chuck me fazia, mas nunca fui o tipo de garota que segue as regras e sempre aceitava os desafios, porém tinha mais cuidado. Depois de alguns anos eu e Chuck nos afastamos e então ele foi para Londres e nunca mais nos vimos. Bons tempos aqueles, penso.

Entro no Lincon's e logo de cara vejo que não mudou muita coisa exceto que agora ao invés de caras bem mais velhos e mal-encarados, tem adolescentes góticos e hardcore até mais que o Gus para dizer a verdade, todos me encaram como se fossem me comer na primeira oportunidade, me sento em uma mesa perto da janela e espero até que a tal pessoa misteriosa apareça.
— Anna? — uma voz familiar diz logo atrás de min.
Como não pude perceber antes?
— Chuck? — pergunto espantada.
È claro que a letra era familiar, como pude me esquecer.
— Sentiu minha falta? — ele pergunta com um sorriso arrogante no rosto.
– Na verdade. Não - respondo.
— Você cresceu — ele diz.
– È o mal hábito que as pessoas tem — digo.

O tempo fez muito bem para ele, seus cabelos estão ainda mais vermelhos do que me lembro, seus olhos verdes claros parecem duas bolas de gude e seu corpo é tão perfeito como o de Gus. Ele está usando uma camiseta apertada que valoriza ainda mais seus músculos, uma calça cáqui e um tênis surrado da Nike.
— Porque você me mandou vir aqui?
Arqueio a sobrancelha.
— Porque está na hora de você descobrir a verdade.
— Que verdade?
— Sobre o seu pai.
Meu estômago se contorce.
— Eu sei oque aconteceu com o meu pai v rebato. — Não preciso que você me diga nada.
Saio andando, mas ele é mais rápido e me segura pelo braço.
— Mesmo depois de todos esses anos, você continua a mesma orgulhosa de sempre — ele fala.
— E você continua o mesmo idiota que colocava bolinha de gude nas minhas calças.
— Você tem que admitir que era engraçado — ele ri.
— Não, não era.
— Não estou aqui para falar sobre isso e sim sobre o seu ...
Eu o interrompo.
— Eu já disse que sei a verdade e não quero saber sua versão da história.
— Cala a boca e me escuta! — ele grita.
Coloco a mão nos quadris e faço menção para que ele comece.
— Seu pai foi assassinado por um cara do submundo e eu acho que posso encontra-lo.
— Do que você está falando? — pergunto entediada.
— Não vai me dizer que você não sabe nada, sobre: Anjos caídos, Nephilins, Caçadores de sombras, Vampiros [...]
— Claro que sim, só não sei o que meu pai tem a ver com isso — solto meus braços.
— Menos mal, estou tentando descobrir quem é o verdadeiro assassino dele.
— Quando tiver alguma coisa concreta me chama.
— Ok Grey, eu vou achar alguma coisa concreta, mas você precisa me prometer uma coisa.
— Oque? - pergunto.
— Que vai se cuidar.
— Eu sei me cuidar sozinha — digo. — Mais uma coisa, porque você pegou a foto que estava no escritório do meu pai?
— Que foto? — ele pergunta surpreso.
— Não ... foi você?
— Não, sabe Grey cada ano que passa você fica mais pirada, te vejo quando tiver alguma coisa.
Ele da de ombros e se vai.

Se não foi ele quem pegou a foto quem poderia ser? Será que foi a Kriss? mas porque motivo ela roubaria uma foto do escritório do meu pai? Odeio não ter respostas e odeio ainda mais todas essas menitras. Entro dentro do ford e vou para casa, quando estou no quintal quase perto da porta vejo um vulto preto encostado nela. Me aproximo mais um pouco e vejo que é o Gus.
— Oque você está fazendo aqui? — pergunto.
Gus cruza as mãos na nuca e fecha os olhos. Ele fica completamente quieto. Exceto pelo tremor de emoção que parecia vibrar sob sua pele.
— Eu preciso falar com você.
— Fala.
— Eu preciso de você, amor — meu corpo estremece.
— Piadinha de primeiro de abril? — pergunto.
— Não, mas poderia — ele responde suavemente.
Um cheiro de álcool toma conta do ar.
— Gus, você está bebâdo?
— Só um pouquinho — ele faz um sinal com a mão
— Entra, você precisa de ajuda.

Passo os braços sobre sua cintura e o levo para dentro. Tranco a porta e subo com ele até o banheiro, tiro sua jaqueta e sua camiseta. Quase perco o ar quando vejo seu corpo nu da cintura para cima. Seu corpo é desenhado e perfeitamente alinhado, percebo que ele tem uma tatuagem, que vai da sua nuca até a cintura. O desenho é de uma mulher com asas de anjo e uma coroa de flores na cabeça. Seu corpo é quente e o cheiro de sabão caseiro exala sobre ele. Uma onda de calor invade meu corpo, mas me concentro no que realmente preciso fazer, que no caso é coloca-lo em baixo da água gelada. Quando tiro suas calças, meus olhos percorrem sua cueca box e como vocês já devem imaginar, ela é preta. Se concentra Anna, digo a mim mesma. Ligo o chuveiro e o empurro para de baixo da água gelada. As gotas percorrem cada centímetro de seu corpo, deslizando delicadamente até cair no chão.
— Por quê você bebeu? — pergunto.
— Para esquecer os problemas — ele responde.
— Que problemas Gus?
— Você realmente quer conversar, amor?

Pego uma bucha e esfrego sua barriga com sabonete liquido de alecrim para tirar o cheiro de álcool impregnado nela. Ao tocar seus músculos, meu corpo estremece.
— Eu quero — respondo.
— Tem certeza, amor? Poderíamos fazer coisas bem mais divertidas — Um sorrio malicioso nasce em seus lábios.
— Que saber? Dane-se, só fica quieto e deixa eu terminar meu trabalho — respondo.

Nesse momento Gus me segura pela cintura e me leva para de baixo do chuveiro com ele. Quando nossos corpos se juntam uma fome cresce dentro de min, tudo o que eu quero é seu corpo ainda mais perto do meu e seus lábios beijando cada centímetro do meu corpo. Nossos olhos se encontram e algo me puxa para ele, eu o quero, mas sei que não posso. Me afasto, mesmo com todo meu corpo reclamando e respiro fundo.
— Eu vou ali me trocar, não saia daqui entendeu?
— Pode deixar, amor.
Coloco meu pijama e volto para o banheiro.
— Bonito pijama — ele diz.
Finjo não ouvir.
— Vamos colocar a sua roupa agora.
— Mais já? A brincadeira nem começou ainda, amor.
— Gus, por favor cala a boca.

Ele me puxa para seus braços. Sinto a água penetrar o tecido do meu pijama e molhar a minha pele, a sensação é tão boa, que desta vez não consigo resistir. Pressiono seu corpo mais forte contra o meu e passo a mão em sua cintura, seus lábios pressionam os meus e o pouco de força que eu tinha vai embora. A fome que havia ido embora alguns minutos atrás retorna com mais força, quanto mais o beijo mais o quero. Ele me pressiona contra a parede do banheiro e beija do meu pescoço e roça delicadamente meus lábios. Ele me prende com mais força contra a parede e paço minhas pernas ao redor de sua cintura. Pressiono minha boca contra sua com mais força e passo minhas mãos pelos seus cabelos. Seus olhos neros se encontram com os meus. È quando a luz do banheiro acende, minha mãe fica parada na porta e pergunta boquiaberta.
— O quê está acontecendo aqui, Anna?
Gus me solta.
— Nada — respondo constrangida.
— Nada? Tem um garoto quase nu no seu banheiro e você me diz que não está acontecendo nada? — ela levanta a voz.
— Eu não sou apenas uma garoto — Gus diz.
— E ainda está bêbado — ela joga as mãos ao redor dos quadris.
— Só um pouquinho — ele diz.
—Gus, cala aboca. Você só está complicando a situação — Sussurro em seu ouvido.
— Será que você pode ir embora? Preciso falar com a minha filha — ela pergunta a Gus.

Ele faz que sim com a cabeça, pega a roupa do chão, da uma última olhada em mim e se vai.

— O quê está acontecendo com você Anna? — Fico em silêncio. — Em Anna? Eu estou falando com você.
— Não está acontecendo nada — respondo.
— Nada? Se eu não chego na hora ... você estava prestes a perder a virgindade com aquele garoto — ela diz.
— Eu não estava fazendo nada de mais — digo ofendida.
— Que seja Anna! — ela exclama.
— Vai embora do meu quarto, agora. — Digo calmamente.
— Não Anna, você vai me escutar.
— Não mãe, eu não vou, saí por favor.
Seus olhos se enchem de lágrimas e então ela se vai.

Me sinto culpada pelo que acabei de fazer, mas eu tinha que fazer isso ou ela não me deixaria em paz. Me deito na cama e fecho os olhos. As lágrimas começam a cair e uma dor latejante se instala em meu corpo.


+++

São 10:00 da manhã quando acordo, percebo que as toalhas estão jogadas no chão e que a luz do banheiro ficou acesa. Arrumo rapidamente meu quarto e desço para a sala, quando estou quase na metade do caminho, escuto alguns risos abafados, dou uma olhada para baixo e desejo nunca ter visto quilo.

Minha mãe e o pai da Kriss Miller estão sentados no sofá, minha mãe com a cabeça em seu colo e ele lhe fazendo caricias na cabeça (como ela costumava ficar com o meu pai). Uma raiva incontrolável, toma conta do meu corpo. Tudo bem ela sair com alguém, mas justo com o pai da garota que eu mais odeio no mundo? Volto correndo para o meu quarto e tranco a porta. Pego o celular em cima do criado mudo e disco o número da Claire.
— Oi love!
— Você não vai acreditar no que eu acabei de ver — digo irritada.
— O quê? — ela pergunta preocupada.
— Minha mãe e Henry Miller estão na sala rindo como dois adolescentes apaixonados — digo.
— O quê? — ela pergunta surpresa.
— È isso mesmo que você ouviu.
— Meu deus, como isso aconteceu?
— Eu não sei, mas juro que não vai durar muito tempo.
— O quê você está pensando em fazer, love?
— Ainda não sei, mas juntos eles não ficam — respondo.
— Se precisar de ajuda é só me chamar, love.
— Obrigado. Vou desligar Claire, te vejo a manhã na aula.
— Até amanhã love!
O telefone fica mudo.

Coloco o celular novamente no criado mudo e fecho os olhos. Não me importa como ou que consequências terá mas minha mãe não vai ficar com Henry Miller, nem que para isso eu tenha que mata-lo. Deixo os pensamentos sobre minha mãe e o pai da Kriss Miller irem embora e começo a lembrar da noite passada quando Gus estava tão perto de mim que minha única vontade era te-lo cada vez mais perto. Nunca senti nada parecido por outra pessoa, nem mesmo com os meus dois únicos ex-namorados. A fome que sinto toda vez que o beijo, a sensação de conforto que sinto quando ele está perto, a proteção que encontro quando o abraço e aquele calor que me aquece. Como é possível sentir tantas coisas, por uma apenas uma pessoa? Suspiro e coloco uma música bem alta nos meus fones, para espantar os problemas. Me viro de lado e deixo que o sono venha para me levar para um lugar bem melhor que esse, um lugar onde eu e Gus possamos ficar juntos, pelo menos por um bom tempo.


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Notas finais do capítulo

Se tiver algum erro de pontuação/ortográfico, por favor me avisem, obrigado :3