O Adormecer escrita por Victoria Stefany Mendes


Capítulo 3
Capitulo 3


Notas iniciais do capítulo

Estarei postando os capitulos toda segundas-feiras e sextas-feiras



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Capitulo 3.

Já são quase 11:00, me levanto e vou até o quarto de minha mãe ver se ela chegou, mas quando entro está tudo exatamente como ela deixou antes de sair, olho o celular para ver se ela deixou alguma mensagem ou algo do tipo mas não há nada. Vou até a sala e me deito no sofá. Fico pensando na noite passada, por algum motivo não consigo tirar aquele simples beijo na testa que o Gus me deu da cabeça, a cena se repte mil vezes na minha mente e por mais que eu tente não consigo acabar com ela. A campainha toca, vou até a porta, mas quando abro não há ninguém exceto um bilhete jogado no chão, olho em volta para ver se encontro alguém escondido ou algo do tipo, mas não há nem sinal da pessoa que me mandou o bilhete. Abro o papel e leio oque está escrito:

"Querida Anna, muito cuidado com quem você anda ultimamente ou será tarde de mais. - De um amigo que só quer o seu bem. "

De alguma forma a letra me parece familiar mas não me lembro porque. O que será que esse tal "amigo", quer dizer com "tenha cuidado com quem você anda", fico tentando entender o que a pessoa quer dizer, mas por mais que eu tente não consigo. Pego meu celular e vejo que tem uma nova mensagem.
— "Oi amor, preciso falar com você, me liga ou não, mas se a resposta for não eu vou até ai" — é a voz do Gus.
Me desculpe Gus, mas você terá que vir até aqui mesmo, penso.
Vou até a cozinha e procuro algo para fazer, pego a torta de chocolate que a minha mãe fez semana passada e me sento no sofá para assistir mais um episódio de TVD.

Desperto do meu sono com o barulho da campainha, me levanto meio sonolenta e quase caio no meio do caminho. Abro a porta e os olhos do Gus penetram os meus.
— Eu avisei— ele diz sorrindo. — Você está péssima, amor.
— Não me diga! Deve ser porque eu estava dormindo quando você tocou essa maldita campainha — digo rabugenta.
— Você poderia ter feito do modo mais fácil — ele diz.
Endireito minha postura e digo:
— Cala a boca e entra logo, antes que eu perca o pouco de paciência que eu tenho e soque a mão na sua cara.
— Doce como um limão.
— Sem gracinhas, por favor — digo.
Ele segue em direção ao sofá e se senta, fecho a porta e me sento ao seu lado.
— Oque você precisa me falar? — pergunto.
Prendo o cabelo em um coque.
—Estava melhor com o cabelo solto.
Quando ele fala isso sinto uma louca vontade de soltar meus cabelos, mas não quero que ele se sinta o macho-alfa por isso apenas digo:
— Eu prefiro assim.
— Oque aconteceu com você? — ele pergunta.
Dou de ombros.
— Nada, porque?
— Você está ... estranha.
— Sim, eu estou estranha e sabe porque?
— Porque? — ele me desafia.
— Porque não te suporto — minto.
— Eu disse que você estava louca por min — ele diz.
Uma fúria incontrolável toma conta do meu corpo. Odeio o fato dele achar que por ser lindo consegue conquistar todas as garotas, eu sou apenas um troféu para ele e nada mais.
— VAI EMBORA DAQUI! — grito o mais alto que consigo.
Levanto do sofá e o puxo com toda a força que tenho mas não é o suficiente e acabo caindo em cima dele. Nossos olhos se encontram e todo meu corpo estremece, ficar assim tão perto dele acelera meu coração e minha única vontade é beija-lo. Ele segura meus braços com uma das mãos e passa a outra sobre a minha cintura, meu corpo se arrepia a cada toque dele.
— Sabe — ele diz, sem vacilar um segundo. — Eu tenho que confessar, também estou louco por você.

Ele me pressiona mais contra seu corpo e solta meus braços, se eu quiser posso fugir e correr, mas meu corpo reclama só de pensar nisso. Ele passa a mão nos meus cabelos e o solta, deixando os cachos cairem perfeitamente em meus ombros. Seus olhos negros continuam me fitando a cada movimento. Ele morde os lábios e faz com que o pouco de força de vontade que eu tinha, se vá completamente. Ele tenta me beijar e inclino a cabeça para esquivar, beijando-o debaixo da orelha, e então ao longo da mandíbula até a garganta. Sua pele é macia e tem gosto de sal, como uma corrida noturna. Seus dedos deslizam pela minha cintura e me puxam contra ele. Respiro contra a lateral de seu pescoço, incapaz de me mover. Finalmente nos beijamos, e é um alívio. Eu o beijo pela quantidade de tempo que desejo, por mais tempo do que eu deveria.
Passo minha mão ao redor das suas costas e tiro sua camisa. Seu corpo me faz perder o controle, jogo os cabelos para trás e me deito em cima dele, roço meus dedos sobre suas costas e então uma luz branca aparece. Já não estou na sala e sim no bar onde fui aquela primeira vez atrás do Gus, tudo está preto e branco, no começo acho que é alguma coisa com a minha visão, mas logo percebo que não. Gus está na mesa de bilhar com Carter e um outro garoto loiro de olhos azuis e rosto angelical que não conheço. Tento toca-lo mas não consigo, apenas consigo ouvir oque eles estão dizendo:
— ... Você tem certeza que quer se envolver com uma nephilim? — o garoto loiro pergunta.
— Você sabe que nunca tive na contra eles ou contro aquele exército que estão tentando criar, junto com os anjos caídos e arcanjos. E além do mais ela faz o meu tipo. — Gus responde.
— Você sabe que isso é suicídio, certo?
— È, eu sei, mas não posso deixa-la, não agora — Gus responde.
— Eu te entendo, cara — Carter diz.
— Oque, você está gostando daquela humana? - Gus parece surpreso.
— Gostar é uma palavra muito forte, vamos apenas dizer que ela não é de se jogar fora — Carter sorri.
— Vocês são dois imbecis , que gostam altamente do suicídio — o garoto loiro diz.
— Você só está falando isso porque a Dária te deu um fora — Carter rebate.
O garoto loiro fica vermelho.
— Eu não levei um fora — o garoto loiro diz nervoso.
— Claro que não — Gus ironiza
— Pelo menos ela é da mesma espécie que eu.
Carter e Gus reviram os olhos.
— Então vai lá atrás da sua Dária — Carter e Gus dizem ao mesmo tempo.
Eles dão uma gargalhada e o garoto loiro se vai.
A luz branca volta e o bar desaparece. Esfrego os olhos e vejo os olhos de nervosos de Gus me observando.
— Oque você viu? — ele pergunta nervoso.
— Você estava naquele bar onde fui te procurar, com o Carter e um garoto loiro que eu não conheço, falando sobre você gostar de uma nephilim e alguma coisa sobre exército e anjos. O que isso tudo quer dizer e como eu fui parar lá? — pergunto, preocupada com a resposta.
— O garoto loiro se chama Daniel, a nephilim que eu falei é você e o exército é o que a sua mãe e você deveriam fazer parte.
— O que? È primeiro de abril? — Dou um risinho nervoso.
— Não amor, é verdade — ele responde calmamente
— Você está querendo dizer que tudo o que eu já li nos livros sobre isso, é verdade? — pergunto incrédula.
— Sim — é tudo o que ele diz.
— E você fala isso assim? Como se fosse a coisa mais normal do mundo?
— Oque você queria? você me pediu a verdade e eu te dei, se você acredita nela ou não, o problema é todo seu — ele cruza os braços.
— A humana de quem o Carter fala, é a Claire? — pergunto.
— Sim — ele responde.
— Você está querendo me dizer, que um "estranho" de outra raça quer pegar a minha melhor amiga?
— Correção na frase: ele já pegou e ele não é nenhum ser estranho.
— Então o que ele é? Aposto que não é um coelhinho da páscoa.
— Um anjo caído, assim como eu e Daniel — ele responde.
— Informação de mais - digo.
— Para ficar mais fácil, tudo que você leu alguma vez em um livro sobre essas coisas "sobrenaturais" é verdade.
— Até que vocês possuem nephilins?
— Sim, mas só quando realmente precisamos — ele diz.
— E você não sentiu nada, quando me beijou? — pergunto cabisbaixa.
— Fisicamente não, mas emocionalmente sim — ele responde.
— Você disse que eu e a minha mãe deveríamos fazer parte desse tal exército, mas porque eu não sei nada sobre isso?
— Sua mãe deve acreditar, que você não tem idade para entender isso — ele diz.
Meu estômago se contorce.
— Vai embora, eu preciso ficar sozinha — digo.
— Tudo bem, mas antes eu preciso fazer algo — ele diz.
— Oque? — pergunto impaciente.
— Isso.
Ele me envolve em seus braços e me beija novamente. Por alguns instantes tudo oque ele acabou de dizer vai embora, mas então ele para de me beijar, veste a camisa e se em caminha para a porta. Me levanto o mais rápido que posso e vou em sua direção, seguro seu braço e digo:
— Obrigado, por me contar a verdade.
Ele suspira.
— Só não culpe a sua mãe por não ter te contado nada sobre isso, ela deve ter tido algum motivo e não a culpo por isso — ele fala.
— Tudo bem — minto.
Ele atravessa a porta e eu a fecho.

Vou até meu quarto e visto meu pijama, me deito mas o sono não vem, a única coisa em que consigo pensar é no momento em que eu e Gus nos beijamos, nada importa além disso, nem mesmo aquela história maluca de anjos caídos e nephilins, sei que eu deveria está pirando por saber tanta coisa assim de uma vez, mas eu não o faço. De algum modo isso não me parece estranho é como se eu soubesse que isso existice mas precisava de uma prova que era real, e agora pela primeira vez entendo o porque sou tão atraída pelo perigo e por tudo relacionado á anjos caídos e nephilins. Fecho meus olhos deixando que o sono venha de uma vez e acabo a dormecendo.

+++

— ANNAAAAAAA!
Eu abro os olhos e quase levo um susto quando vejo a minha mãe segurando um homem pela roupa e com o nariz sangrando. Esfrego os olhos para ver se não é uma alucinação, mas é real. — Corre meu amor, o mais rápido que puder — ela diz enquanto segura o home.

Faço oque ela pede e saio correndo o mais rápido que posso, abro a porta da sala e corro para o quintal mas então alguém me pega pela roupa. Tento me soltar mas não consigo, me debato o mais forte que posso para sair do aperto de quem está me segurando mas ele ou ela é muito mais forte que eu.
— Fica calma garotinha — a voz é de um homem.
— Me solta seu imbecil.
— Você não é tão forte como achei que seria - o homem diz.
Ele afrouxa um pouco os braços ao redor do meu corpo e então o chuto na canela e saio correndo.
— Nunca me subestime, seu idiota — digo mostrando a língua.
Ele corre atrás de mim, mas alguém chega por trás e lhe derruba no chão, fico para tentando ver se consigo encontrar o rosto dessa pessoa, mas está escuro de mais.
— Corra — a voz da pessoa me diz e não consigo dizer se se é homem ou mulher.
Eu faço o que a voz manda e continuo correndo, quando estou quase chegando a rua bato de frente com alguém, olho para cima e encontro os olhos do Gus.
— Está tudo bem — ele diz.
— Quem são aquelas pessoas? — pergunto ofegante.
Gus me encara.
— São os resistentes que não querem que nephilins e anjos governem os submundo juntos — ele responde.
— E por quê não? — pergunto — não vejo problema algum nisso.
— Porque para eles os nephilin são apenas corpos que devem ser usados quando necessitam e não merecem ter voz. Além disso ambos os lados querem uma guerra — Gus responde.
— Uma guerra? — pergunto apreensiva
— Sim.
— Mas ... porque?
— Para ver quem é o melhor grupo para governar o submundo.
— Eles são detestáveis - digo sem pensar.
— Eu sei, mas agora precisamos ir embora daqui, antes que eles venham atrás de você.
A imagem da minha mãe lutando com aquele homem vem a minha mente.
— Precisamos voltar, preciso pegar a minha mãe.
Gus me encara e morde a parte inferior dos lábios.
— Ela ficará bem.
— Você tem certeza?
— Claro que sim, sua mãe é uma das melhores caçadoras de sombras, ela pode lidar muito bem com alguns nephilins
— Ok, vamos então — aperto o passo.
Corremos em direção a rua principal e viramos a esquina, não demora muito e vejo onde o Jeep do Gus está estacionado, corremos em direção á ele e entramos o mais rápido possível, o homem que estava no quarto com a minha mãe quando acordei está logo atrás de nós, reparo que ele está com um olho roxo e vários ematomas nao resto do rosto. Coloco o cinto de segurança e Gus acelera o máxímo que pode. Meu celular toca e para o meu alívio é a minha mãe.
— Oi meu amor — ela diz.
— Oi mãe, onde você está? — pergunto.
— Não se preocupe comigo, eu vou ficar bem, com quem você está?
— Com um amigo e não se preocupe eu já sei de tudo. — Silêncio. — Mãe? — pergunto novamente, preocupada.
— Anna com quem você está? — ela pergunta outra vez.
— Eu já disse — respondo determinada.
— Que amigo Anna?
— Ele se chama Gus e me contou tudo e ele é amigo não se preocupe — digo por fim.
— Deixa eu adivinhar: cabelos negros, corpo definido, sorriso sexy e olhos pretos? — ela pergunta confiante.
— Sim — respondo
— Você está com um anjo caído? Fico muito feliz em saber isso — ela diz sarcasticamente.
— O que você queria que eu fizesse? Se ele não tivesse me contado eu não saberia de nada e provavelmente estaria morta agora — elevo a voz.
— Eu não te contei antes, porque ainda não era o momento.
— Não era o momento — solto uma gargalhada. — Quantos anos você acha que eu tenho mãe? 4 ou 5? Eu já tenho 16 anos, sou bem grandinha se você quer saber — retruco.
— Eu sei meu amor, mas você não tem experiência ainda.
— Claro, se você tivesse me dito antes, talvez eu não precisaria de um anjo caído para me contar toda a verdade, que você insistiu em me esconder.
— Anna meu amor, você não entende — ela diz quase chorando.
— È, você tem razão, eu não entendo.
— Meu amor, me escuta.
— Desculpa mãe mas já que você está bem, eu preciso desligar, te vejo mais tarde — respondo.
Desligo o celular e espero que ás lágrimas venham mas nada acontece.
— Você está bem? — Gus me pergunta.
— Vou ficar — respondo.
Seguimos o resto do caminho em silêncio. Chegamos a uma casa abandonada, mato cobre todo o local. Desço do carro e sigo Gus até a porta, assim que ele a abre vejo uma vista completamente diferente da que tinha pelo lado de fora. A casa é completamente organizada, as paredes são de um preto e cinza bem escuros, a cozinha tem uma geladeira prata e uma pia de mármore.
— Você está com fome? — ele pergunta.
— Na verdade, estou sim — respondo.
— Tudo bem, eu vou preparar alguma coisa para você comer.
— Você sabe cozinhar? — fico surpresa.
— Amor, quando você vai entender que eu sou perfeito? — ele pergunta com um sorriso flertante no rosto.
Vou até o sofá e ligo a televisão, entro na netflix e coloco o login e senha, Procuro o episódio de TVD em que eu parei e começo a assistir mas não presto muita atenção, meu único foco é no que aconteceu alguns minutos atrás e então finalmente ás lágrimas veem. As gotas rolam pela minha bochecha e queimam meus olhos, meu coração dói como se eu tivesse levado um tiro. Porque ela mentiu para mentiu todo esse tempo? Porque?.
— Pronto am ... — ele começa.
Gus coloca o prato com alguns nachos em cima da mesinha de centro e se senta ao meu lado. Ele envolve seus braços na minha cintura e eu encosto meu rosto em seus ombros e choro, esperando que toda a dor se vá com as lágrimas.


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Notas finais do capítulo

Se tiver algum erro de ortografia e pontuação, por favor me avise. Sem spoiler :3