Sábado – 3:45
            
   Nos levantamos da mesa e eu tive a plena certeza que a bebida realmente não tinha me feito bem, pois na hora que levantei meu mundo girou, dei um passo para trás e segurei na cadeira para não cair.

   - Você esta bem? – Disse ele me segurando.

   - Estou! Só um pouco tonta. Não sou acostumada a beber.

   Ele riu.

   - Vem. – Ele segurou na minha cintura e entramos naquela sala. Parecia que as pessoas estavam piores do que antes.

   Começamos a subir as escadas. Para onde ele estava me levando mesmo? Paramos em frente a uma porta e ele a abriu.

   - Esse aqui é meu quarto. – Ele abriu a porta e deu passagem para eu entrar. Entrei e ele entrou atrás.

   Estava analisando o quarto quando escutei a porta sendo fechada e... Espera, ele trancou a porta? Isso não é bom – ou talvez seja.

   Quando me virei, ele já estava atrás de mim. Ele colocou suas mãos na minha cintura. Aproximou seu rosto do meu, mas parou alguns centímetros, como se estivesse esperando alguma resposta minha. E eu dei a minha resposta: passei meus braços em volta do seu pescoço e o puxei para perto de mim, lhe beijando.

   Ele não beijava exatamente como eu tinha em mente: delicado. Seu beijo era mais agressivo (não que eu estivesse me importando com isso). Sua língua explorava minha boca, e às vezes ele dava leves mordidas no lábio inferior.

   Ele me puxou para mais perto de seu corpo. Suas mãos percorriam minhas costas. Da minha boca ele desceu para meu queixo e depois para meu colo. Minha mão involuntariamente percorria seu peitoral sentindo cada músculo dele. Uma de suas mão adentrou a minha blusa. Pude sentir sua mão quente na minha cintura. Voltou a me beijar.

   Ele foi andando de frente e me fazendo andar de costas até chegar a sua cama e ele me fez deitar nela. Sua mão – já fora da minha blusa – passou por cima de meu seio e desceu toda a extensão de meu corpo até chegar a minha coxa. Chegando à mesma, ele apertou me fazendo soltar um gemido abafado por causas de seus beijos. Já podia sentir seu membro rígido dentro de sua calça e... Espera! O que estou fazendo? Nunca transei com um cara logo na primeira ficada e não vou fazer isso agora. Na verdade, nunca transei com outro cara a não ser meu namorado. Digo, ex-namorado.

   Parei de beijá-lo e ele perguntou, me encarando ofegante:

   - O que foi? Por que parou?

   - Michel, desculpa! Não dá. – Disse fazendo-o sair de cima de mim e sentando-me na beirada da cama.

   - Você é virgem? – Ele não esperou minha resposta e continuou: – Tudo bem, eu não me importo. – Ele sentou ao meu lado beijando meu pescoço.

   - Não! Eu não sou virgem. – Me levantei da cama. – É que eu te conheci hoje, e fazendo isso vou me sentir quase uma vadia. – Peguei meu celular no bolso e olhei as horas: 4h da manhã. – E também já está tarde. É melhor eu ir.

   - Tudo bem. Mas me passa seu número?

   Jura que ele estava pedindo meu número? Passei o mesmo para ele e nos despedimos.

   Desci as escadas e de cara encontrei a Suh pendurada no pescoço de um cara.

   - Vamos! – Falei em seu ouvido.

   Ela se soltou dele e fomos procurar o Josh.

   Quando o encontramos ele estava de papo com uma loira peituda. E de longe vi que ela estava se jogando em cima dele. Eles estavam conversando bem próximos um ao outro. Foi quando ela passou os braços no pescoço dele e ele passou os seus na cintura dela e começou a beijar-lhe o pescoço.

   - Nossa! – Disse Suh. – A coisa lá ta esquentando. Vou esperar perto do carro

   - Ta! – Respondi sem prestar muita atenção no que ela dizia.

   - Josh! Vamos! – Disse já ao lado dos dois. Nem eu mesma sei como fui parar lá.

   - Sua namorada? – A vaca loira perguntou. Mas não esperei ele responder e disse chegando um pouco mais perto dela:

   - Você acha que se ele fosse meu namorado eu o deixaria ficar andando sozinho em uma festa onde só tem... - A olhei de cima a baixo e continuei: - piranha? – Opa! Isso saiu mesmo da minha boca?

   Ela levantou a mão pra mim, mas Josh a segurou e falou:

   - Tenho que ir. – E saiu deixando ela sozinha e segurando firme meu braço e me puxando para fora da festa.

   - Ficou maluca Amy? – Ele me perguntou já do lado de fora da festa e soltando meu braço. – O que deu em você chegar falando aquilo pra ela? – Ele chegou mais perto de mim, parou por alguns segundo e continuou: – Está cheirando a álcool! Você tava bebendo?

   - Me divertindo! – Disse cruzando os braços em meu peito e desviando o olhar do dele.

   - Se divertindo bebendo? Você não bebe Amy!

   - Resolvi beber! Por que você pode e eu não?

   - Onde você ficou a festa toda?

   - Estava do lado de fora com o Michel. E depois fomos... Dar uma volta!

   - Uma volta? Uma volta onde Amy?

   - Josh! Para com essa preocupação. Ta parecendo minha mãe. Que saco! – Disse aumentando minha voz e dando as costas para ele. Eu mesma não estava me reconhecendo agindo dessa forma. Isso era efeito da bebida. Nota para mim: se for inventar de beber, nunca misture bebidas. Ou melhor, não invente de beber.

   - Amy! – Ele segurou meu braço e me fez virar para ele. – Eu me preocupo com você. Sabe disso! Onde você estava com o Michel?

   Revirei os olhos e dei uma suspirada

   - No quarto dele. Sim, eu fiquei com ele!

   - Espera um estante... Você e ele...? Os dois...? Sozinhos?

   - Não! Não aconteceu isso que você ta pensando.

   "Mas foi quase." - Pensei comigo.
 
   Ele suspirou aliviado.

   - Vamos. Vou te levar para casa. Cadê a Suh?

   - Sei lá! Deve estar no carro.

   Chegamos ao carro e a Suh estava encostada no mesmo. Da casa de Michel até minha casa eu e Josh não trocamos nenhuma palavra. Chegando em casa a Suh desceu primeiro do carro e eu fiquei dentro dele com o Josh.

   - Desculpa! – Eu disse.

   - Tudo bem Amy! – Ele disse com um sorriso e me puxou me dando um abraço.

   Retribui o sorriso. Dei um “tchau” pra ele e sai do carro.

   Eu e Suh entramos, fomos para o quarto, arrumamos nossas camas, trocamos de roupa (não tomamos banho porque estávamos muito cansadas), deitamos nas camas e ficamos conversando. Contei pra ela o que rolou entre eu e Michel. Ela quase fez um escândalo, mas se conteve. O nosso sono aumentou e demos “boa noite” uma para a outra e fomos dormir.