Patricinha? Será? escrita por Alima


Capítulo 8
O pior dia.


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Estou de volta, com mais um capítulo é claro. Boa leitura!
Espero que gostem!



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Finalmente decidi voltar para aula, mas já estava saindo sem minha mochila, que tinha ficado perto do vaso sanitário, entro e pego, mas ao sair paralisei na cena que vi. Verônica estava tirando sua blusa, tirou uma, duas, três, quatro, cinco, seis, sete, até ela me ver.

Ela me olhou com uma cara de que me mataria se não fosse um crime.

–O que você... Ta fazendo? –Tomei um gole de coragem e disse.

–Nada. Você não viu nada. –Verônica balbuciou, Que estranho!

Isso parecia ser interessante ela colocava as blusas para parecer... Mais forte. E isso era um... Segredo.

–Bem, que tal fazermos um trato? Você pega leve comigo nas aulas de educação física, e eu não conto nada pra ninguém. –Disse sorrindo com a oportunidade.

Verônica gargalhou, até me deixando sem graça.

–Ou podemos fazer assim, Se você contar. Acabo com você. –Verônica recolheu as camisas, jogou dentro da mochila e saiu.

–Tudo bem. –Respondi para mim mesma.

Depois daquele dia infernal, com direito a bolada na cara, e ameaça de surra, voltei para casa, agradecendo a Deus por estar viva. Rebeca e Beatriz me ligaram implorando para acompanhá-las em umas comprinhas no Shopping. Aceitei não sei nem porque, pois eu tinha Ethan para me escutar. Liguei para ele para dispensá-lo por hoje.

–Fala. –Ethan atendeu.

–Um simples “Alô”, é demais pra você. –Eu disse quase besta ao ver o jeito que ele atendeu.

–Alô. –Ethan suspirou. –Assim está bom para você?

–Ótimo. –Falei. –Só liguei pra dizer que não precisa vir hoje. –Disse logo, não estava querendo enrola.

–Ta. Você que sabe. –Ethan desligou. Custava falar “tchau”?

Em questão de segundos. Rebeca e Beatriz estavam no meu quarto, tagarelando como maritacas.

–A gente podia ir pra noite amanhã. –Beatriz se jogou na minha cama, como todas as vezes que vinha aqui.

–Podíamos. O que acha Clara? –Rebeca me fitou.

–É podíamos. –Dessa vez não consegui esconder minha falta de animação.

–E por que não? –Rebeca riu, ao ver minha cara de “tanto faz”. –A gente pode dançar. Dançar de novo, e dançar, eu já falei dançar?

–Já. –Beatriz riu. –Exibir a roupa nova.

–Conhecer outros boys. –Rebeca caiu na cama gargalhando, revirei os olhos quando ela não estava olhando.

Em minha opinião, festas são ilusórias, na hora você é a pessoa mais feliz do mundo, depois você volta pra sua vida medíocre.

–Enfim não estou afim. –Sento no pedaço de cama, que me resta.

–Não está, mas vai. Você estava mesmo precisando de um... –Rebeca começa mais eu interrompo.

–Não fala essa palavra. –Tampo a boca de Rebeca que chega a se contorcer rindo.

Só o que me faltava agora, Rebeca me recomendando um namorado.

–Vamos? –Me levantei, deixando bem claro que queria um ponto final naquela história.

–Vamos! –As duas responderam, saltando da cama.

Em menos de meia hora, lá estávamos nós no começo da chatice. Entramos na primeira loja, mas como já era de se esperar a primeira loja nunca é a escolhida. E entramos em mais duas, sempre com as duas tagarelando, até que nos concentramos em olhar batons importados super caros.

–Esse está lindo! –Beatriz experimentou uma amostra, o batom era rosa claro quase florescente, o que combinou com seu tom de pele.

Rebeca pegou outro vermelho vivo, daqueles que sempre quis usar e não tive atitude suficiente.

–Pode pegar outro em tom coral. Não estou vendo aqui... –Rebeca disse se olhando no espelho, que a verdade seja dita: Não tinha ficado nada mal.

–Claro, só um minuto. –A vendedora, se virou para as prateleiras, ficando de costas para nos. Foi o tempo de eu ver Rebeca enfiando o batom vermelho na bolsa de mãos.

–Esta aqui. –A vendedora disse sem ao menos ver o que tinha acabado de acontecer.

Não que eu quisesse dar uma de politicamente-correta, mas isso não podia ficar assim, e eu não ia para o purgatório, por culpa de uma vaidade de Rebeca.

–Por que você fez isso? –Sussurrei no seu ouvido. –Você tem dinheiro, não precisa roubar. –Declarei, mesmo sabendo que Rebeca poderia não gosta por acabar de ter a chamado de ladra.

Rebeca sorriu travessa, como se fosse uma criança que descobriu o esconderijo do doce, que a mãe escondeu.

–Eu não roubei. –Ela disse.

–Se não foi roubo, o que foi? –Beatriz disse, se juntando ao nosso grupinho de cochichos.

–Não faz mal, já que eu tenho dinheiro pra pagar... E essa loja é muito rica nem vai notar o prejuízo, na verdade nem vai ser um prejuízo. –Rebeca e suas teorias. Quer dizer que se você tem o dinheiro pra pagar, você pode roubar?

Rebeca e eu decidimos ignorá-la. Eu pelo menos deixei pra lá, pois tive uma ideia melhor. O segurança.

Avistei o segurança na porta, e decidi denunciar Rebeca.

–Vou ver aqueles perfumes ali. –Inventei a desculpa e saí. Olhei para as duas que estavam ainda experimentando batom, e tomei distancia.

Garanti que as duas não estivessem olhando para mim, e me virei para o segurança.

–Oi, com licença. –Eu disse, ele então assentiu, me dando passe livre para falar. –Esta vendo aquela moça de cabelos loiros, lá na frente falando com a vendedora de batons?

Ele assentiu, e continuei.

–Acabei de ver ela... Roubando um batom. –A palavra roubando saiu com dificuldade.

Ele me analisou por um segundo, antes de concordar de ir falar com ela para comprovar o fato.

–Moço, só não fala que fui eu. Sei lá, diz que viu nas câmeras. –Interrompi depois que ele deu seus primeiros passos.

–Trabalho aqui há doze anos. Sei o que tenho que fazer. –Ele disse.

–Ta desculpa. –Disse e sai andando para a perfumaria.

De lá pude ouvir o segurança falando com Rebeca, ele disse que viu nas câmeras, e depois de Rebeca negar, negar e negar. Ela suspira e entrega a pequena bolsa. O segurança retira o celular de Rebeca, um Gloss labial, que Rebeca afirma ser dela, e por ultimo o batom, o segurança mostra a vendedora que chocada assenti. O segurança discursa varias coisas como: A próxima vez ela será presa, e esta proibida de entrar na loja, e que deve ir embora agora e Blá-blá-blá. E é quando vejo Rebeca caminhar em minha direção.

–Você viu o que aconteceu? –Rebeca disse indignada.

–Sim. –Foi o máximo que consegui dizer.

Caminhamos para fora, enquanto Beatriz e eu ouvimos sem dizer uma palavra o desabafo sem lógica de Rebeca, sendo que ela era principal culpada.

–Clara! –Uma voz feminina me gritou, olhei para trás encontrando o sorriso satisfeito de Lisa, que instantaneamente me lembrei de Ethan. –Parabéns. –Ela disse.

Será que ela viu o lance com o segurança?

–Que eu saiba hoje não e o aniversario dela. –Rebeca se intrometeu.

–E se fosse você saberia? –Lisa disparou. –Você parece ter mingau na cabeça, de onde se viu... Roubar?

–Olha aqui sua desclassificada... –Rebeca disse, mas a cortei.

–Espera, do que esta falando? –Falei esperando que se fosse aquilo, ela não falasse.

–Você sabe. –Lisa disse. Ela tinha me visto denunciando Rebeca. –Não importa, por que você é bem diferente delas.

–Do que “essa aí”, esta falando? –Dessa vez Beatriz.

–Algo que aconteceu na escola. –Menti. –Conto no caminho. Ainda querem uma roupa para a festa? –Troquei de assunto.

–Claro, deixa essa estúpida aí. –Rebeca disse a Lisa, e saímos andando.

Arrisco uma olhada para trás, e sussurro um obrigado a Lisa, mas não espero para ver sua reação.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Por favor deixem comentários...
Nós vemos no próximo capítulo... Beijocas!!!



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