INFECTADOS escrita por Clara Santiago


Capítulo 9
Capítulo 4 - 2ª Parte.


Notas iniciais do capítulo

Tô de volta com mais um capítulo quentinho. Espero que gostem !

P.S. Quem não conseguir visualizar a cap. me manda uma mensagem no privado. Minha conta tá de fogo : /



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Conforme caio a única coisa que me vem a cabeça é Mellyka. Tudo acontece tão rápido, mas, ao mesmo tempo tão devagar. Com os mais nítidos detalhes vejo o chão se aproximando e não há nada que eu possa fazer para impedir. Seguro minha irmã o mais forte possível contra o peito. Fecho os olhos com força, não posso ver o que vai acontecer, mas, um barulho de freio me faz abri-los novamente a tempo de ver, apenas, um um bando de lixo na minha frente.
Sinto o cheiro horroroso de podre bem antes de me chocar contra ele. A única coisa que é ainda maior que a minha vontade de vomitar é a minha confusão. Que diabos foi que aconteceu, agora ?
Tentando me apoiar no bando de lixo que se afunda onde estou, consigo me sentar.
– Você está bem ? - Sussurro para Mellyka, preocupada, que balança sua cabeça para cima e para baixo. Ela está bem. Menos mal.
Tentando me concentrar nos detalhes, percebo, que estamos no que parece ser um contêiner de lixo. A portinhola se abre, e, vejo para a minha felicidade, Meg, com um sorriso travesso desenhado em seus lábios.
Engatinho pelo lixo podre, com dificuldade, até chegar onde ela está. Quando chego perto o suficiente abro o Canguru com uma mão, enquanto seguro as costas de Mell com a outra. Quando consigo, enfim, solta-lá , seguro seus bracinhos magros e a entrego para Meg, que a pega hesitante.
Quando Meg a segura, olhando para ela como se fosse uma espécie de bicho em extinção, percebo que Mellyka está chorando. Me segura no ferro do contêiner e dou um pulo, saindo de dentro de todo aquele lixo e pego de volta minha irmãzinha que agora soluça de tanto chorar.
– Calma, calma. Agora vai ficar tudo bem. - Tento acalma-la, sem muito sucesso.
Caleb aparece desesperado e tremendo.
– Ela tá bem ? Por favor, diz que... Ah, você está bem. Pensei que tinha deixado você se espatifar no chão. - Diz, simplesmente, quando me vê e sai de perto de mim. Sua preocupação repentina já foi substituída pela sua fisionomia entediada. Garoto estranho, penso, enquanto vejo ele se afastar de mim.
– Desculpe não acreditar em você e deixa-los ir sozinhos atrás das suas irmãs. - Meg me puxa pelo cotovelo, enquanto seguro Mell, que treme, firmemente contra o peito. - A sua casa estava quase toda incendiada... nós não sabíamos... - Fala dando de ombros.
– Nós estamos bem. Isso não importa agora. - Minto. Meg me chateou quando não quis me ajudar, mas prefiro não pensar nisso agora que as minhas irmãs estão bem. Pelo menos é o que tento me convencer.
– Jen ! - Cllara, que estava ao lado de Sofie e Micah corre até mim e me abraça forte empresando Mell contra meu corpo.
– Meu Deus, eu fiquei com tanto medo de vocês se machucarem. - Diz e olha fixamente nos meus olhos. - Você tá fedendo a lixo, maninha. - Fala rindo. Se fosse em outro momento teria teria ficado com raiva e lhe acertado uma, agora, porém, apenas a acompanho no riso. Hoje, durante vários momentos, pensei que nunca mais iria ouvir suas implicâncias.
Assustando todos, uma buzina começa a ser tocada insistentemente.
– Vamos logo, porra. - Mason, que está no volante do Jeep grita furioso. O veículo está infestado de Infectados ao seu redor. Cllara parece perceber isso ao mesmo tempo do que eu e se esconde atrás de mim, como se eu fosse uma espécie de escudo.
– Precisamos sair daqui. - Fala Sofie, pela primeira vez.
Meg chama Mason com um gesto de mãos e ele liga o Jeep, passando por cima de três Infectados. De onde estou consigo ouvir o som dos ossos se quebrando.
Cllara olha para mim com os olhos arregalados.
– É, eu sei. - Respondo a pergunta não feita. Tapo os olhinhos de Mellyka. Ela também não precisa ter pesadelos a partir de agora.
Mason para com o Jeep bruscamente, levantando poeira. Caleb entra nele sem olhar em nossa direção, Sofie me da um abraço rápido e o segue. Momentos depois já perco o Jeep de vista. Tardiamente percebo que já há outro carro no lugar onde o Jeep estava há poucos segundos atrás.
Meg coloca a cabeça a para fora do carro com um sorriso meio sádico.
– Querem uma carona ou vão ficar aí parados e virar rango de Infectado ? - Nem havia percebido que Meg não estava mais ao meu lado. - Que foi, achou que íamos deixar vocês aqui, depois de tudo isso ?
– Não. - Na verdade era exatamente o que tinha pensado.
Micah abre a porta para mim e Cllara e depois se junta a Meg na frente. Acelera o carro e logo depois já estamos saindo da rua a tempo apenas de ver um grupo de Infectados enfeitiçados pelas chamas que emanam da minha casa.
Coloco a mão no bolço e tiro a única coisa que não podia deixar as chamas destruírem. A foto dos meus pais. Deixo algumas lágrimas caírem e aperto Mell contra mim. É a única coisa que posso fazer agora.
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Não sei quanto tempo já se passou desde que eu vi a minha casa, ou, pelo menos o que sobrou dela, pela última vez. Podem ter se passado minutos ou, até mesmo horas. A única coisa que fiz durante esse tempo todo foi ficar perdida nos meus pensamentos.
O dia de hoje se passa lentamente pela a minha cabeça. Foi tudo tão surreal que poderia até acreditar que tudo não se passou de um sonho se não fosse os dois desconhecidos no banco da frente e as dores do meu corpo.
Agora que já não há nem um pingo da adrenalina correndo pela minhas veias consigo sentir cada parte do meu corpo latejando de tanta dor, isso, sem contar a fome.
Já perdi a conta das vezes que a minha barriga roncou,e, não aqueles ronquinhos que se consegue despistar e sim aqueles roncos altos e constrangedores. Muito, MUITO, constrangedores.
– Esse motor de avião está bem potente aí atrás não é Jen ? - Zomba meg, depois que a minha barriga ronca mais uma vez.
– Desculpe. - Peço, infeliz.
– Não tem que se desculpar. Só tô tirando uma com a sua cara. - Ela fala e posso ver o seu grande sorriso pelo espelho retrovisor. - Não se preocupe. Em breve você vai comer algo.
– Obrigado. Para onde estamos indo, afinal ? - Pergunto, finalmente, aquilo que não saia da minha cabeça desde que entrei no carro.
– Para onde moramos. O Refúgio. - Diz, sem mais explicações e olha para o relógio. São 01:15 da manhã. Já é tão tarde. Eu e minha irmãs estamos acostumadas a dormir cedo, já que nunca tinha muito o que fazer, mas, mesmo estando morta de cansaço não consigo adormecer, o que não posso dizer o mesmo de Cllara e Mell que parecem estar até desmaiadas de tanto sono.
– Estamos tão ferrados. - Fala Meg, do nada.
– Acha que ele está atrás de nós ? - Micah que estava tão calado a pergunta. Sua voz é temerosa.
– Com certeza. - Responde. Quero perguntar sobre o que, ou melhor, sobre quem estão falando, mas não consigo. A forma como estão conversando me parece muito particular e prefiro não me meter.
O carro pequeno se move por uma espécie de campo. Perguntei a Meg o porque de estar dirigindo por aqui no lugar da pista e ela me respondeu que é porque as pistas estariam lotadas de Infectados. Mesmo não gostando de vê-la destruir as lindas flores que aparecem em seu caminho prefiro isso aos Infectados.
Depois de mais alguns quilômetros Meg retorna a pista e reencontramos o Jeep estacionado ao lado de alguns carros abandonados. Tinha me esquecido completamente de Caleb, Sofie e,argh, Mason.
– Vocês demoraram. Já estamos esperando há quase meia hora. - Mason diz, sem olhar para Meg, batucando os dedos no volante.
– Podia ter ido na frente. - Ela responde.
– E enfrenta-lo sozinho ? - Ri. - Com certeza não. Afinal você é a líder da vez. - Responde debochado.
Meg lhe da o dedo do meio e depois volta a dirigir pela estrada escura. Há alguns Infectados na pista, mas não muito, o que é bom. Meg acelera e o carro se sacode depois de passar por algum buraco. Cllara acorda assustada.
– Atropelaram outro Infectado ? - Pergunta assustada.
– Vocês se preocupam mesmo em relação a essas coisas, não ? - Meg pergunta franzindo o cenho.
Ia responder a ela para não os chamá-los de coisas mas me calo com o que vejo na minha frente.
Um quartel grande e iluminado invade a minha visão, mas não é só isso, há pessoas do lado de dentro das grades. Muitas pessoas, pelo que consigo ver. Incrível.
– UAU, quanta gente. - Cllara repete meus pensamentos em voz alta.
As grandes grades se abrem e Meg avança o carro seguido pelo Jeep. Quando estamos do lado de dentro Meg para o carro e saí, seguida por Micah. Eu e Cllara ficamos lá dentro, uma olhando para a outra sem saber o que fazer até que Meg abre a porta com um olhar impaciente e nós saímos do carro.
Me sinto tão estranha, há tantas pessoas... olhando para nós. É um pouco constrangedor.
– Onde é que vocês estavam, droga. - Uma garota pálida e de cabelos longos passa por mim, me empurrando com Mell nos braços, e para em frente a Meg com as mãos na cintura.
– Aconteceu um pequeno acidente. - Meg responde de mal gosto.
– Um acidente ? Você está... - Mas para de falar quando Meg lhe lança um olhar selvagem.
– Não te devo explicações, vaquinha.
– Não, não me deve. - A garota que antes estava com uma cara raivosa para Meg, por ter sido xingada, lhe abre um sorriso falso. - Mas deve a ele. - Aponta para nossas costas.
Quando me viro me vejo encarando um garoto alto cercado por outras pessoas.O olhar do garoto é assassino.


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Notas finais do capítulo

E aí, gente, ansiosos para conhecer os novos personagens e tudo o que o Refúgio esconde ?

Desculpem qualquer erro.

Beijos e até a próxima.



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