INFECTADOS escrita por Clara Santiago


Capítulo 5
Capítulo 2 - 2ª parte.


Notas iniciais do capítulo

Demorou, mas tá aqui. Essa parte é a segunda parte do Cap. 2, já tava feito há um tempo mas tava com uma preguiiiiiça de postar.

Boa leitura.



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Cerca de duas horas depois estamos voltando para o meu Bairro. Foi uma LONGA e nada harmoniosa viajem. Todos conversam, ou melhor, discutem escandalosamente. Apesar de todos, exceto eu, participarem desse bate- papo nada harmonioso, que envolve lugares e nomes que não conheço, Meg e Mason, são os líderes da discussão.

– Sempre as mulheres. Elas são as culpadas de toda as merdas do mundo. Eu falei para o Jason me deixar no comando dessa vez, mas ele cismou que queria você. - Fico embasbacada no modo de como Mason parece ficar cada vez mais irritado a cada minuto.

– É claro que ele me escolheu, afinal, sou extremamente competente. - Responde Meg, com humor na voz.

– Sério ? Eu pensei que ele tinha te escolhido porque você tá dando pra ele. - É, realmente, muito irritado. E com uma boca bem suja, por sinal.

– Ei, Mason, não esquece que há Jovens Donzelas no recinto. - Fala, Micah como se lê-se meus pensamentos. - Quer mais Dipirona, Ruivinha ? Você tá fazendo uma careta bem engraçada. - Oferece rindo.

– Sim, por favor. - Agradeço me esforçando para sorrir. Não duvido mesmo que esteja fazendo careta. Apesar de ser a terceira ou quarta vez que tomo remédio para dor eles parecem não fazer muito efeito.

– Ainda bem que conseguimos salvar algumas coisas daquela farmácia incendiada. - Diz Sofie passando alguns comprimidos.

– Farmácia incendiada ? - Pergunto.

– Sim, por quê ?

– É que o mercado que eu fui na primeira vez, o que eu sempre conseguia alimento, também estava incendiado.

– E ? - Pergunta Mason, impaciente.

– Não, não. Nada. Esquece - Não sei porque, mas por um instante assemelho os casos. Será que foi uma mesma pessoa que fez isso ?... óbvio que não, mas que ideia. Deve ser apenas coincidência. Afinal, porque alguém iria destruir algo tão essencial como alimentos e remédios ? Ainda mais nesse mundo doido em que tudo é uma ajuda para que consigamos sobreviver.

Volto ao mundo real quando o Jeep bate forte em algo, fazendo todos se sacolejarem. Me viro para trás para poder ver no que batemos, mas não tenho muito sucesso, já que está muito tarde e a escuridão da noite me impede. Quando volto os olhos para a frente tomo um susto ao me deparar com um Infectado bem na mira do carro. Penso que Mason vai desviar da criatura, mas, para a minha surpresa, ele não o faz.

–Meu Deus ! - Exclamo logo depois que o carro se choca contra o Infectado jogando- o longe, deixando apenas um rastro de sangue no veículo. - Você acabou de atropelar uma pessoa ! - Agora tenho uma leve impressão de saber EM QUE o carro tinha batido há pouco.

Mason em resposta a minha exclamação acelera ainda mais, mas não, claro, antes de dar uma risadinha da minha cara.

–É melhor cês ficarem bem quietinhos aí.- Sussurra Meg. - Já estamos entrando para a rua principal.

–Bem quietinhos, por quê ? - Mas assim que termino a frase descubro o porque da necessidade de ficarmos quietos.

A rua principal, em que agora nos encontramos , está cheia deles. Não me lembro de ter visto tantos deles assim, exceto hoje de manhã no WallMart, ainda mais tão próximo assim da minha casa. Sinto uma pontada no peito.

Cllara e Mellyka.

Mason agora dirige com mais cautela - Graças a Deus - ele desvia de um grupo de Infectados invadindo uma calçada e quando volta para a pista atropela mais dois deles.

–Por que há tantos deles afinal ? - Pergunto nervosa.

–Eles gostam da noite. - Sussurra Caleb, ao meu lado, se afundando no banco.

–Eu e Caleb ficamos analisando eles durante algumas semanas. - Diz Sofie, também se abaixando mais no banco. - Aparentemente o sol faz a pele apodrecer com mais rapidez, por isso, a quantidade de Infectados a noite parece triplicar.

–Mas os jornais disseram que eles não tem consciência do que fazem e realmente parece ser verdade... se é assim, então como sabem que o sol não faz bem ? - Digo imitando o movimento dos dois e me abaixando também no assento.

–E como é que nós vamos saber ? - Pergunta Caleb impaciente. - Deve ser alguma espécie de intuição. Como é que recém- nascido sabe que tem que mamar o peito da mãe para se alimentar ou quando um animal sente que está sendo caçado e foge ?

–Você não tem mesmo muito contato com eles, né ? - Pergunta Sofie, enquanto acaricia os cabelos desgrenhados de Micah, que está com a cabeça apoiada em seu ombro.

Estava tão entretida com a conversa que não havia percebido que ele estava quieto demais. Espremido entre Sofie e a porta do carro, Micah dorme calmamente.

–Não. - Respondo, contendo um sorriso, enquanto desvio o olhar da baba que começa a sair da boca da sua boca. - Minha casa é o meu casulo. É o único lugar onde eu e minhas irmãs estamos em segurança. Em todo esse tempo nunca aconteceu nada com nenhuma de nós. Nem mesmo comigo nas minhas " aventuras" na procura de comida. Lá estamos bem apesar de tudo.

–Mesmo assim. Se você soubesse do que NÓS sabemos...sabe, vocês realmente tem muita sorte.

Sorrio em resposta. Acho que no final das contas nós três realmente temos sorte.

–Estamos chegando ? - Pergunta Meg.

O Jeep sacoleja na pista.

–Sim, é na próxima rua. Vire a esquerda.

Vou encontrar minhas irmãs !

–Espero que elas estejam bem - Digo.

O Jeep sacoleja na pista.

–Você é a menina de sorte, lembra ? - Pergunta, Sofie, gentilmente.

Nisso, tenho que concordar.

–Agora não precisa mais chorar bebezona. - Brinca Meg.

O Jeep sacoleja na pista.

–Ai ! - Reclama Micah acordando com o último solavanco, enquanto Mason vira á esquerda.

Estou chegando meninas.

–Aquilo ali é fumaça ? - Pergunta Micah sonolento.

O Jeep sacoleja na pista.

–Ai, meu Deus. - Diz Meg.

Conforme o carro entra na rua temos uma visão melhor da casinha azul bebê de dois andares, cujo o fogo, com grandes chamas vermelhas, já lhe consome mais da metade.

Minha casa.

Olhando de boca aberta para as labaredas a única coisa que consigo pensar é que não sou uma garota tão sortuda assim no final das contas.


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Notas finais do capítulo

Eu tenho que admitir que fiquei nervosa com esse final rsrs

E aí, gostaram ? Se sim, comentem e se não comentem assim mesmo.

Beijão.



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