Eternamente escrita por Mayara


Capítulo 60
Bônus de Páscoa




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Páscoa é uma data que me deixa muito feliz, e não só pelo fato de toda a sua história religiosa, mas porque temos uma coisa, que é capaz de me deixar mais feliz do que dormir: comer chocolate.

Pelo amor de Deus, gente, quem não gosta de chocolate? Tudo bem que eu sou mais gostoso, mas não deixem a Emy sonhar que eu disse isso, senão eu serei um homem sem sexo por um tempo. Ela fala que eu fico fazendo propaganda de mim mesmo, e que não gosta disso. Ela fica toda com ciuminho de mim, mas não assume.

Por falar nela, esse ano nós resolvemos fazer uma caça aos ovos de páscoa. Acho importante essa fase que a criança acredita no coelhinho, papai Noel e em milhares de outras coisas. É uma fase tão gostosa, e que passa rápido. Os gêmeos estão com 4 anos, e acreditam em muitas coisas, até que eles vieram da sementinha. Não, eles ainda não perguntaram a famosa frase, perguntando como foram parar na barriga da mamãe, e eu estou até fazendo yoga, para não ter um treco do coração quando essa fase chegar.

— Gabe, pare de conversar e vem me ajudar.

Ainda bem que vocês não estão escutando os gritos dela, senão iriam se assustar. Emy quando está nervosa, é preciso mantê-la em uma camisa de força, e eu espero que ela não consiga ler pensamentos.

— Estou aqui, amor. Só estava tomando um ar puro para limpar os pulmões.

— Sei. Você estava fugindo de todo o trabalho. – apontou uma cenoura pro meu lado, e eu fugindo de morrer, causado por um legume.

— Eu fugindo? Desde quando eu faço isso? Não responda.

— Ainda bem que não quer que eu responda, senão a lista seria longa.

— Olha aqui, Emily Campbell Hunter, eu estava com dor nos pulmões, por isso fui respirar. Mas é assim que eu sou nessa casa. Vivem dizendo que eu fico fugindo, e isso machuca. Fere o meu coração, porque eu dou o sangue por vocês. Eu pintei ovinho por ovinho, mas parece que eu não mereço um parabéns. Não merece um obrigada.

— Que exagero, meu amor. – chegou perto de mim, e pintou o meu nariz com um pingo de chocolate. — Você não muda nunca, né?

— E você quer que eu mude? – perguntei, olhando para ela com o meu jeito sedutor.

— Nunca, meu amor! Se você mudar, não será mais o meu melhor amigo, pelo qual eu me apaixonei desde que eu o vi pela primeira vez. Não será mais o meu marido, que é o melhor de todos.

— Para, senão eu vou chorar. – ri.

— Seu bobo! – deu um soco no meu braço, me fazendo rir. — Nós precisamos acabar com a caça aos ovos. Daqui a pouco as crianças irão chegar, e nós não acabamos de decorar tudo isso.

— Bem que a Beck poderia vir nos ajudar. – reclamei.

— Gabe, eu já te falei que ela e a Lis iriam ficar com as crianças, e nós ficamos com a decoração. Nossos pais estão nos ajudando, fazendo chocolate, e nós vamos acabar com a decoração. Já colocamos as patinhas do coelho, os enfeites nas árvores e só falta espalharmos os ovinhos nos esconderijos.

— Só de falar eu já cansei.

— Ah, é? – olhou de um jeito, que eu sabia o que ela iria dizer.

— Brincadeira, amor. Eu nunca me canso, principalmente pra você e para os nossos filhos.

— Que bom, querido. – sorriu. — Vamos espalhar os ovos de mentira por todo o jardim, e depois colocar os ovos de verdade na enorme cesta de vime, que as nossas mães enfeitaram.

— Anotado.

Fizemos tudo o que ela pediu, e o resultado final da nossa decoração foi surpreendente. Ficou a coisa mais fofa, e os meus bebês vão amar, assim como a Lara e o Nathan, que também virão para a nossa surpresa.

***

— Gabe, você tem certeza de que não irá se vestir de coelho? Ah, seria tão fofo! – me falou pela milésima vez.

— Nem louco, Emy. Aquela roupa de me deixou sufocado, apertado e eu suei mais que o porco no rolete.

—Amor...

— Nem adianta. Já mandei devolver aquilo. A minha cenoura ia virar salada se eu usasse aquilo. Fora que o olho daquela fantasia parecia o olho da menina do exorcista. As crianças iriam ter pesadelos com aquela troço, que você falou que era um coelho. Só se fosse um coelho depois da ressaca.

— Que exagero, Gabe!

— Você sabe que eu não é exagero da minha parte. Emy, eu fiz o nome do pai quando vi aquilo, Senti um arrepio quando vi o olho daquela coisa. Deus me livre! Meus filhos não iriam ver aquilo de jeito nenhum.

— Ok! Já que você devolveu, eu não posso fazer nada. – deu de ombros.

— E eu também quero ver a reação deles ao verem todas as patinhas, os ovinhos até acharem a cesta cheia de ovos.

— Eu estou bem ansiosa também. A cada ano é uma reação diferente. Eles vão amar, né? – Emy perguntou.

— Claro que vão! É uma fase gostosa, tão inocente, que acaba contagiando todos nós. – abracei-a por trás, e beijei o seu pescoço.

Senti o celular da Emy vibrar, e vi a mensagem da Lis, avisando que já estava chegando com as crianças. Avisamos os nossos pais, e nos preparamos para recebê-los. A Emy separou a câmera, e o meu pai e o meu padrinho iriam tirar as fotos e filmar.

Escutamos os passinhos deles, e abrimos a porta. Os gêmeos correram para o nosso colo, dando aqueles gritinhos que me deixava tão feliz, e cada vez mais apaixonados por eles.

— Papai, é verdade que o coelhinho veio aqui? – Sophie perguntou, e Lucas já esperava pela resposta.

— Eu acho que é verdade. Ele passou por aqui, e parece que deixou uma surpresa para vocês quatro.

— Nós queremos ver a surpresa! – gritaram.

Levamos todos eles ao jardim, e assim que viram as pegadinhas do coelho, ficaram radiantes. Demos dicas de como acharem os ovinhos de mentira, e ajudamos algumas vezes. Eles corriam por todos os lados, e riam cada vez que achavam uma dica. No final, a cesta estava escondida atrás da enorme árvore no nosso jardim,

Era uma cesta enorme, toda pintada e decorada com laços e as patinhas do coelho. Dentro dela, tinha cenouras que fingiam que o coelho havia comido, e ovos para todos eles. Nem preciso dizer que eles amaram, e eu também, porque eu fico com o chocolate, e as crianças com os brinquedos.

Riamos da alegria deles, quando a Sophie veio correndo até a mim. Eu me abaixei, e esperei ela vir.

— Não corra, Sophie. Correr pode dar acidente. Acidente deixará o papai triste, se eu ficar triste, a mamãe fica também, se a mamãe ficar triste, o Lucas também ficará, e...

— Papi, tudo bem! Respira! – colocou as mãozinhas no meu rosto, e beijou. — Respirou? A mamãe disse que você é muito dra.. dra... Ai, essa palavra que começa com dra.

— Dramático? – sorri. — Eu não sou dramático, eu sou...

— Resalista.

— Realista, Sophie. – rimos. — O que é isso que você trouxe?

— Ah, o Nathan me deu um ovo de chocolate de coração, papi. Ele disse que o coelhinho pediu para ele me entregar. Não é lindo, papi? Nathan sempre vai estar no meu coração. – suspirou.

Minha filha suspirando por isso? Que absurdo é esse, Deus? Minha filha não vai ter ninguém em seu coração, a não ser a família. Eu espero que seja só esse ovo que ele dê, porque se der o outro, que vem com uma cenoura junto, eu acabo com ele.

— Lindo, filha! Espero que seja só isso. – resmunguei.

Sophie sorriu toda inocente, e saiu indo atrás das outras crianças. Eu preciso ficar de olho nesse menino, que ainda por cima é meu afilhado. Ele é muito suspeito!

— Eles são apenas crianças, Gabe. Deixe de pensar muito.

— Você viu o que a Sophie disse? É um absurdo! Já vou me benzer, porque pode ser olho gordo pra cima de nós.

— Que besteira. – sorriu. — Vamos comemorar a páscoa, que é um momento em família, de amor e paz.

— É você tem razão, mas eu posso comemorar a páscoa, e ficar de olho neles.

— São crianças, querido.

— Por isso mesmo. Ah, eu vou pegar o meu binóculo. – fui saindo, até ser segurado por ela.

— Nada disso. Você vai ficar aqui, bem quietinho e com a nossa família.

— Emy...

— Nem vem, querido.

Soltei a respiração e emburrei. Ela acabava com a minha graça.

— Eu adoro quando você fica todo irritadinho, sabia? À noite eu quero ver o meu coelhão em ação.

Olhei pra ela, e a vi sorrindo.

— Ah, isso você vai ver mesmo. Um coelhão, seus dois ovos e um cenourão.

— Gabe! – rimos.

Eu a segurei, dando-lhe um beijo. Era mais uma páscoa ao lado da minha família, e casado com a mulher mais incrível do mundo, que me deixava cada vez mais apaixonado. A páscoa era uma das minhas datas preferidas, mesmo com esses contratempos. Pois é, feliz páscoa, pessoal! Curtam ai, que eu fico de olho no Nathan por aqui.


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