Eternamente escrita por Mayara


Capítulo 55
Capítulo 55


Notas iniciais do capítulo

Hoje é meu aniversário, mas o presente são para vocês!
Capítulo novo!



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Eu e o Gabe estávamos comprando os móveis para a nossa casa. Já tínhamos algumas coisas, mas ainda estava faltando algumas. Nossos pais tinham nos ajudado bastante com essa parte, mas hoje veio somente eu e o Gabe, que estava abismado com o preço de um vaso e alguns outros itens de decoração.

— Olha isso aqui, princesa. Esse vaso de “mármore revestido de ouro” deve custar mais caro do que o silicone das tetas de pereba. Lembra-se da teta de pereba?

Eu olhei pra ele, com aquele olhar de matar. Não precisava se lembrar daquela mulherzinha.

— Porque eu não me lembro dela. Nem sei quem é. Saiu da minha cabeça. Puft! – ele dizia sem parar, mas é bom que ele não se lembre dela, senão ele vai se vir comigo.

— É bom que não se lembre dela, Gabe Hunter, senão eu vou me lembrar do Steven. Lembra-se dele, Gabe?

Aticei a fera. Agora eu quero ver.

— Desagradável, Emily. Não precisava se lembrar do tetudo sem mamoplastia. As tetas dele eram maiores do que teta de vaca, só que saia leite de outro lugar. – ele riu, e eu entendi a piada negra que ele fez.

— Gabe, nós estamos em uma loja!

Gabe ria sem parar, e eu estava me segurando para não rir.

— Ok! Nós viemos comprar os móveis da nossa casa, não ficar contando piada.

— Tudo bem! Eu vou me segurar, e não fazer nenhuma piada. – falou, seriamente.

— Nós precisamos comprar os móveis dos nossos bebês.

— Eu estou bem ansioso para isso. Pelo o que eu vi, os móveis de crianças ficam do outro lado. Quer ir agora?

— Sim! – falei, bem animada.

Fomos até o outro lado da loja, e quando nós chegamos, eu me derreti de tanto amor. Era cada coisa linda, e olha que eu não tinha visto nada. Era um mundo totalmente novo, e eu estava bem ansiosa para poder viver aquele mundo. Sabe quando a mulher sente que está prepara para ser mãe? Pois bem, eu me sentia desse mesmo jeito. Eu me sinto preparada para essa minha nova vida. Eu assustei no começo, mas depois o meu peito encheu de amor por eles.

Eu o Gabe olhávamos os berços, e babávamos cada vez mais. Era um mais lindo que o outro, mas nós tínhamos que decidir sobre um tema para o quarto dos bebês.

— Qual será o tema do quarto dos gêmeos, Gabe? – virei-me para ele, que sorria pra mim.

— Tem que ter um tema? Odeio esse negócio de tema, desde quando fazia redação na escola.

— O que tem a ver, Gabe?

— Nada a ver, mas eu quero deixar registrado que eu não gosto de temas. Elas fazem a gente se ferrar na vida, principalmente quando estamos prestando vestibular.

Eu sei muito bem do que ele está falando. Gabe sofreu quando prestou alguns vestibulares. Ele e o tema não eram melhores amigos.

— Mas vamos deixar isso de lado, meu amor. Podemos escolher um tema legal para o quarto dos nossos bebês. Eu deixo você escolher. – sorri.

Ele me olhou por alguns segundos, e eu rezei para que ele escolha algo legal.

— Podemos escolher o tema de princesa e príncipe. Seriam a nossa cara, e a deles. O que você acha?

— Eu amei! Será a coisa mais linda do mundo! – abracei-o. – Então nós já podemos escolher.

Fomos olhando os berços, mas nada era bom o bastante para nós. Ou era muito estranho, ou não seguro o suficiente. Uma moça veio nos atender depois de muito tempo, mas assim que ela nos viu, seus olhos foram para o meu marido. Não gostei disso. Tire os olhos do meu marido, sua vaca!

— Em que posso ajudá-lo? – ajudá-lo? Ela usou o singular?

— Nós queremos...

— Eu falo, Gabe. Nós queremos, eu e o meu marido. Mostra a aliança pra ela, Gabe. – ele mostrou, e eu sorri. – Nós dois, eu e ele, queremos ver berços para os nossos bebês gêmeos, que eu estou esperando. – mostrei a minha barriga, e ela quase nem olhou pra mim. Mil vezes vaca!

Gabe ficou sem entender nada, e é bom que ele não entenda que essa mulherzinha estava de olho nele.

— Você será papai? Que coisa mais linda! – suspirou.

Linda vai ser a minha mãe na sua cara.

— Obriga...

— Não precisa agradecer, Gabe. – sussurrei. – A noite que os bebês foram feitos foi realmente muito linda. Só de pensar, me dá um arrepio no corpo todo. Meu marido é perfeito, pena que são somente para os meus olhos.

— Emy, não precisa de tudo isso. – sussurrou pra mim.

É bom ele nem vir com isso. Eu aguento o ciúme dele, o que é pior do que os meus.

— Podemos ver os berços? – falei.

— Claro.

A vaca safada mostrou alguns, mas eu fingia que não gostava de nada. Até que tinha alguns bonitos, mas eu queria que ela sofresse mais um pouco. Quem mandou mexer com o marido das outras? E ela ainda estava de olho no Gabe. Ela vai se arrepender.

— Gabe, porque você não procura daquele lado. Eu acho que ali deve ter alguns bem bonitos.

— Tudo bem. Eu conheço o seu gosto, princesa. – beijou-me, e sorriu.

Acenei para ele, mas me virei rapidamente para a vendedora vaca.

— É uma pena que o seu marido tenha ido embora. – falou, voltando com um papel em suas mãos.

— Escuta aqui, porque eu só vou dizer uma vez: eu estou grávida de gêmeos, então estou com os hormônios duplicados. Se olhar para o meu marido outra vez, eu arranco os seus olhos com o alicate que eu levo na minha bolsa, ou eu derrubo você dessa escada, e finjo que foi um acidente de uma pobre mulher grávida. Sabe como é, né? Eu estou ficando pesada, e às vezes eu não consigo controlar os meus pés nervosos, que querem aparecer na frente de vendedoras oferecidas. Entendeu o meu recado?

— Eu não estava olhando para o seu marido.

— Eu sei que estava, porque eu não sou burra. Mas você está avisada, queridinha. Se olhar pra ele, eu te dou uma barrigada.

Ela me olhou assustada, e abriu a boca.

— Eu quero outra vendedora, senão eu chamo o gerente.

— Eu... Eu vou chamar outra moça.

— Que bom, querida. Fico feliz que tenha entendido o meu recadinho. Beijos de luz na sua vida. – pisquei.

Meu Deus, eu acho que estou convivendo demais com o Gabe. Até ameaçando eu estou, fora que estou aprendendo a ser sarcástica. O que a convivência não faz com as pessoas.

O Gabe veio até a mim, e eu fiz cara de anjinho.

— Ali tem alguns que eu acho que você vai gostar. – ele me falou, e procurou pela vendedora vaca. – Cadê a moça que estava nos ajudando.

— Ah, deve ter se cagado, porque saiu daqui correndo. – dei de ombros. – Tem outra moça vindo nos ajudar.

E veio mesmo, só que dessa vez era uma mulher, e não estava dando em cima do meu marido, graças a Deus,

Fomos até onde o Gabe disse que eu iria gostar, e eu realmente amei. Eram dois berços maravilhosos, e eram para gêmeos. Pensem em uma coisa fofa, delicada e linda. Gente, esses berços são maravilhosos. O Gabe pediu um na cor rosa e o outro azul. Olhei para a decoração do quarto, e imaginei como eu poderia fazer na nossa casa. O papel de parede, o jeitinho que tudo deve ficar. Ah, eu vou amar poder arrumar essa parte da nossa casa.

Escolhemos tudo o era necessário, e o Gabe fez questão de pagar por tudo, mesmo eu brigando, dizendo que queria dividir, mas ele é teimoso demais. A atendente disse o que dia que seria entregue os móveis e depois fomos embora felizes com a melhor compra que fizemos em nossas vidas.

Eu estava entretida no meu celular, quando senti as mãos do Gabe nas minhas pernas, e me arrepiei. As mãos dele eram maravilhosas. Pensa em uma mão poderosa, que é capaz de fazer maravilhas. Ai, ai...

— Posso te perguntar uma coisa?

— Claro que pode, Gabe. O que você quiser. – coloquei o celular na bolsa, e olhei pra ele.

— Você estava com ciúmes da vendedora?

— Eu? Imagina, Gabe. Eu com ciúmes da vaca safada? Não!

— Vaca safada? – riu. – Isso só demonstra que você estava com ciúmes.

— Talvez, mas você também não colaborou.

— O que eu fiz, mulher? Eu fiquei quieto no meu canto.

— Quem mandou ser lindo desse jeito, ter um sorriso lindo e ser gostoso. As mulheres dão em cima mesmo, e você todo educado. Ah, obrigado. Ah, blá, blá, blá... – bufei.

— Não precisa disso, princesa. Eu te amo.

— Eu também, mas imagina se fosse um homem dando em cima de mim.

— Pensando por esse lado, você tem razão. Não vamos mais discutir sobre isso, ok?

— Ok! – sorri, e fiquei olhando a bela imagem do meu marido.

***

Passaram-se algumas semanas, e a minha barriga crescia a cada dia. Adiantamos o chá de bebê, porque o Gabe estava neurótico, e com medo dos bebês nascerem antes, sendo que ainda faltava um bom tempo. A Beck e a Lis, que estava toda apaixonada e namorando o George, me ajudaram em tudo, assim como o resto da nossa família. O jardim da casa dos meus padrinhos estava todos decorados com coroas de príncipe e princesa, com mesas espalhadas e cheias de guloseimas maravilhosas. Gabe não saia do meu lado, nem por um segundo.

— Gabe, eu acho que o Alex está te chamando.

— Não está, porque ele não usou o código.

— Que código? – perguntei sem entender mais nada.

— Saco.

— Saco? Que código é esse, e pra que?

— Nós temos isso desde quando éramos jovens. Resumindo: quando alguma mulher não queria largar do nosso pé, nós inventávamos que tínhamos alguma coisa no saco, ou a gente coçava o saco quando vinha alguma mulher que não era para ficar. É mais ou menos isso.

Saco? O Gabe e a sua imaginação.

— Ok, senhor sacudo, então você pode circular pela festa, e não ficar pendurado em mim.

— Você não me quer por perto? Tudo bem, quando eu morrer, eu não quero ninguém chorando no meu caixão, e não quero flores. Eu sei que vou fazer falta para aqueles que me amam, mas eu vou em paz. Posso morrer aqui, cair no chão, sem nem aproveitar o chá de bebê dos meus filhos. É isso que você quer, Emily? Quer ficar viúva? Quer me afastar?

— Ai, que drama, Gabe. Sabe, você pode virar ator, e eu já te falei isso.

— Tenho várias vocações na vida, e ser ator está incluído no meu currículo. Eu já fiz até uma peça de teatro.

Pior que ele fez mesmo.

— Então, pare de drama, Gabezinho. Eu só quero que você aproveite a festa, e  eu vou falar com a Beck.

— Ah, a chatinha?

— Ela não é, Gabe. Só é criativa.

— Criativa a ponto de querer trazer um dançarino vestido de bebê, para o chá dos nossos bebês? Sei.

— Eu já falei com ela sobre isso, e ela pediu desculpas.

— Eu não vou esquecer isso, ela vai se vê comigo. – resmungou.

— Ok! Vá atrás dos meninos, e daqui a pouco eu volto.

— Tudo bem, mas daqui a pouco eu quero ficar com você, porque eu sinto a sua falta.

— Eu também, meu amor. – beijei-o.

Não adianta. Eu implico com o Gabe, mas não consigo ficar muito tempo longe. É muito amor envolvido. Fui atrás das meninas, que estavam conversando, sentadas em uma mesa.

— Finalmente o Gabe te largou um pouco, Emy. Eu quase fui te buscar.

— Estou aqui. – sentei-me, e tomei um copo de água. – O que me contam de bom?

— Lis estava me contando que ela o George estão mais sérios do que imaginávamos.

— Jura, Lis? Que legal!

— Pois é, Emy. Nós fomos viajar, e o George foi incrível. Ele é um cavalheiro, romântico, fofo e engraçado. Mostrou-me toda a cidade, me levou a lugares incríveis e foram os melhores dias da minha vida. Eu estou completamente apaixonada.

— Own! Eu fico muito feliz por você, Lis. Depois do que aquele safado fez, você merece ser feliz. O George é uma pessoa maravilhosa!

— Ele até falou em construir família, e disse que sonha com isso, desde que seja comigo.

— Meu Deus, eu acho que fiquei com diabetes com tanto açúcar.

— Ah, falou a garota que não ama o namorado. Com coisa que você e o Alex não ficam de melação.

— Somos diferentes.

— Falou a diferentona. – disse, dando risada.

— Mudando de assunto, eu ainda estou com brava com o seu noivo e pai dos meus sobrinhos. Ele não quis saber do dançarino vestido de bebê, Emy. Iria dar super certo, e o figurino era de bebê, mas o seu marido barrou a minha ideia, e me dedurou para o meu namorado, que está puto comigo.

— Mas o Gabe tem razão, Beck.

— Ah, Lis, não defenda o Gabe. Mas deixa, quando a minha sobrinha sem nome fizer quinze anos, ela terá uma ótima festa.

— Ai, tadinha da minha filha. E ela terá um nome, ok?

— Não sei quando, porque logo nasce, e os bebês não tem um nome. Vão ser registrados como bebês sem nome.

— Eu e o Gabe não escolhemos ainda, mas iremos resolver isso logo, logo.

— Espero.

Ficamos conversando e rindo mais um pouco, até que a Lis sorriu, e eu imaginei quem seria. Aquele sorriso era o mesmo quando eu via o Gabe.

— Meu amor. – ele foi até ela, e a beijou.

— Oi, George. – sorriu, timidamente.

— Oi, meninas. Emy, você está linda, se me permite dizer isso.

— Claro, George. Muito obrigada pela presença, e eu fico muito feliz que esteja fazendo a nossa amiga feliz, porque senão você irá se arrepender. Beck sabe atirar muito bem e pratica tiro ao alvo, e eu posso não ser boa nisso, mas aprendi defesa pessoal, e ando com um alicate na bolsa.

— Ah... Eu estou com medo de vocês. Sério. Mas eu vou anotar essas ameaças, para nunca esquecê-las.

— Que bom, porque eu ando treinando tiro à distância, e a minha pontaria é ótima. – Beck piscou, deixando o coitado com mais medo ainda.

— Ai, está você, amor. Meus dois amores. – Gabe me pegou pela cintura, e me beijou.

Eu fiquei até sem fôlego.

— Oi, Gabe. – sorri.

— Ah, oi Lis, como você está?

— Bem, Gabe.

— Oi, Gabe.

— George, como vai a Peppa?

— Peppa? Eu não entendi. – George estava mais perdido do que água em deserto.

— Peppa pig roinc roinc. Você é o irmão da Peppa, George.

Quando eu acho que o Gabe não pode se superar, ele consegue.

Eu comecei a rir, sendo acompanhada da Lis e da Beck.

— Como você está, Gabe estraga prazeres?

— Estou bem, Beck inventa moda.

— Vamos parar, por favor. Estamos em festa, e queremos que continue assim.

Beck olhou para o Gabe, que não falou nada, graças a Deus.

— Princesa, alguns convidados chegaram.

— Ah, eu vou até lá. Fiquem o à vontade.

Eu o Gabe fomos de mesa e mesa, agradecemos a presença de todos, e muitos paparicavam a minha barriga, e até elogiavam. Eu estava tão feliz com tudo aquilo, e com a quase presença de todos, porque só faltava a Vic, e a vovó, que estava viajando em um cruzeiro, e não poderia vir.

— Tia Emy e tio Gabe! – escutei a voz da minha lindinha, e fui até ela.

Vic estava com um short jeans e uma blusinha linda. Estava tão fofa.

— Oi, meu amor. – eu e o Gabe falamos.

— Nossa, tia, meus priminhos já estão desse tamanho?

— Pois é. Eles estão bem grandinhos, né?

Ele concordou, enquanto passava a mãos sobre a minha barriga. Meus “tios” foram nos cumprimentar, e depois se sentaram. Vic ficou ao meu lado, olhando a minha barriga.

— Tio Gabe, como os bebês foram parar na barriga da tinha Emy?

Caramba! Como escapar dessa? Ai, droga, ela perguntou pro Gabe, que viria com aquela explicação absurda.

— Um carro decidiu trocar o óleo dentro da garagem, e...

— Gabe! Que bobagem, querido. Vic, depois você pede para a sua mamãe te explicar, porque o tio Gabe não sabe muito bem. Ok?

— Tudo bem. Mas eu posso beijar a sua barriga?

— Claro, minha flor.

Olhei para o Gabe, que ria. Ele iria dar uma explicação absurda para uma criança. Ai, o que eu faço com o Gabe, hein?

— Gabe, você não ia dar a sua bela explicação sobre o surgimento dos bebês, né?

— Princesa, ela me perguntou, e eu iria responder da forma mais pedagógica possível. Você sabe que eu sei explicar muito bem.

— Ah, nossa, você sabe explicar muito bem, Gabe. A Vic ia ficar traumatizada com a sua explicação. – ri.

— Não ria de mim, porque eu tenho vontade de te levar lá pra dentro, e entrar em você, sem hora para sair.

— Ai, eu gostei dessa ideia. Gostei muito. Mas a gente não pode deixar os convidados aqui, porém, mais tarde, eu vou querer isso.

— É o que eu mais quero, Emy. – beijou-me daquele jeito que me deixava louca.

O chá de bebê estava maravilhoso. Muita risada, brincadeiras e fotos. Todos aproveitaram para tirar foto comigo, mostrando a minha barriga, e de vários jeitos. Minha família estava babando em tudo, e já diziam que iam mimar os bebês. Meus filhos já eram tão amados por todos, principalmente pelas avós babonas, que achavam que eu era de vidro. Eu nem preciso dizer que eu comi demais, além do que eu poderia, mas eram doces. Quem resiste? Eu estou grávida, e posso ficar com vontade, então eu comi. E estava rezando para sobrar, porque eu já estava sentindo o gostinho daquelas maravilhas açucaradas.

Depois de quase todos irem embora, só estava a nossa família, que estava conversando e bebendo mais um pouco. Eu me sentei ao lado do Gabe, que me abraçou delicadamente.

— Gostou do chá de bebê dos nossos pequenos? – perguntou, sussurrando.

— Eu amei, meu amor. Amei cada segundo desse dia. A nossa família e amigos todos reunidos para comemorar a vinda dos nossos pequenos. Isso me faz querer chorar de emoção. – meus olhos já estavam em lágrimas de tanta emoção.

— Minha princesa, não precisa ficar assim. – beijou- me, sorrindo logo em seguida. – Eu amei o nosso dia, e amei ver a sua cara de felicidade. Nossos filhos já são muito amados por todos.

— Isso eu tenho certeza. – sorri, limpando as lágrimas. – Sabe o que a mamãe deles quer?

— Meu corpo nu?

— Hum, bem tentador. Eu quero isso também, mas eu queria aqueles docinhos maravilhosos, mas eu nem sei se sobraram.

Se não tivesse sobrado, eu iria ficar chateada, e iria sonhar com aquelas maravilhas.

— Você sabe que eu sou um homem prevenido nessas coisas. – sorriu. – Então, sim, tem vários daqueles doces e outros mais.

— Jura? Ai, eu te amo. Depois eu poderei comer os meus docinhos

— Eu sei, porque eu te amo muito mais. Sim, poderá comer seus docinhos e o seu marido. – riu.

Ele me abraçou, e eu senti o seu perfume maravilhoso. Ficamos ali, parados, e aproveitando o silêncio.

***

As semanas foram passando, nossa casa estava sendo decorada e os móveis chegando. Mudamos pouca coisa, porque a casa já era perfeita para nós. Eu estava conversando com a decoradora, que escutava todos os meus pedidos. Que queria que o quarto dos meus bebês ficasse perfeito. Queria que ficasse como eu sempre planejei.

— Você anotou tudo o que quero? Eu quero que o quarto deles fique perfeito! Nesses tons que eu escolhi, e eu mostrei a cor dos móveis, então será do jeito que você me mostrou. Vai dar certo, né?

— Emily, vai dar tudo certo! Eu já irei começar a pensar na decoração, e ficará mais que perfeito. Você e o Gabe irão amar!

Eu sei que ficará, mas é a minha casa e o quarto dos meus filhos. Não é fácil decidir tudo isso. Eu nunca precisei escolher cores de tintas, móveis entre outras coisas. E tudo isso é bem cansativo.

— Ok! Eu confio em você, e sei que vai arrasar na decoração e no planejamento do quarto deles.

— Vai ficar maravilhoso. – sorriu.

— Eu sei que vai.

Combinamos mais algumas coisas, até que ela teve que ir embora.

Eu fiquei no quartinho deles, que ainda não tinha nada, e me imaginei cuidando deles, dando de mamar e ninando o sono deles. Eu sempre sonhei em ser mãe, mas eu nunca imaginei que seria tão fantástico, e olha que eles nem nasceram ainda. Eu fechei os olhos, e fiquei parada no meio do quarto. Queria imaginar o quartinho todo arrumado, e imaginá-los.

— Princesa? – escutei o Gabe me chamando, e dei um grito.

— Que susto, Gabe.

— Desculpa, meu amor. Eu não vi que você estava de olhos fechados.

— Tudo bem. – fui até ele, e o abracei. – Deu tudo certo na loja?

— Sim. Comprei o que faltava, e logo estarão aqui.

— Que bom! Não vejo a hora de a nossa casa estar toda arrumada.

— Eu não vejo a hora de ter a nossa cama. Ai, Emy, o bicho vai pegar.

— Promessas.

— Você sabe que eu sempre cumpro. – agarrou a minha cintura, e nós nos deitamos no chão.

— Você tem que aproveitar, porque depois teremos dois bebês pequenos.

— Mas isso não irá nos impedir, princesa. Eles dormem, e nós fazemos a festa. Ou nós iremos planejar os nossos horários, que caberá o sexo perfeitamente.

— Pensou em tudo, né?

— Meu cérebro não é feito só de piadas, ele também é movido a sexo com a minha bela esposa.

— E eu adoro tudo isso, e aprovo.

Eu e ele estávamos deitados no chão do quarto, e nos beijávamos calorosamente. Cada beijo que ele me dava me ascendia cada vez mais. Esse homem me enlouquece!

***

— OK, Gabe. Nós precisamos escolher um nome para os nossos bebês, porque até agora eles são chamados de gêmeos, bebês, Baby Gabe e Baby Emy, mas nada do nome deles. – falei, sentando na cama que era dele, mas que agora era minha também.

— Você tem razão, princesa. Precisamos escolher um nome bem legal também, e nada de Gabe Junior, porque isso é brega.

— Eu só dei uma sugestão, ok? – ri.

Imagina se, além do nome, o meu filho puxar o gênio e o humor do Gabe. Eu estou ferrada.

— Vamos pensar em um nome para a nossa garotinha.

Ele me olhou, e sorriu.

— Nossa filha pode chamar Esperança.

— Esperança? – não que o nome seja feio, mas eu acho que não combina muito. Parece nome de avó. – Porque você escolheu Esperança?

— Porque a esperança é a última que morre. – ele ria sem parar, e eu tentava achar graça na piada.

— Ah, foi engraçada, né?

— Não foi, Gabe. – ri.

— Mas você está rindo, então achou graça.

— Eu estou rindo, porque a piada é muito ruim.

— Não é tão ruim. – resmungou.

— Ok, senhor piada. Vamos escolher outro nome, sem ser Esperança.

— Eles podem se chamar B1 e B2. O que acha?

Eu acho que o Gabe está fumando orégano. De onde sai tanta besteira? Ele não é um ser normal.

— B1 e B2?

— É. Lembra-se do desenho de Bananas de Pijamas? Você amava, e cantava as músicas. Seria bem legal!

Seria legal o cérebro do Gabe ser estudado por algum cientista, porque não é normal o sai dali de dentro. São ideias malucas, e uma criatividade sem fim. Isso é raro!

— Nada disso! Nossos filhos não terão nomes de B1 e B2. – ri.

— Você tem razão. Foi uma ideia bem ruim.

— Jura? Ainda bem que você concordou.

— Eu sempre concordo com você, meu amor. Principalmente no que eu vou te propor.

— E o que é? – joguei o meu caderno e caneta de lado, e foquei nesse homem maravilhoso, que estava sem camisa, bem diante de mim.

— Eu vou cumprir as várias promessas que eu você duvidou. Nunca duvide de um homem quando se trata de sexo, querida. Sexo é coisa séria, ainda mais com você ao meu lado. Eu vou te mostrar que eu não estava brincando.

— Será? – provoquei mais um pouco.

Ele rasgou a minha blusa do pijama, e soltou os meus cabelos, deixando-me com os seios à mostra.

— Um homem tem que honrar com as promessas, e eu vou adorar cumprir com cada uma.

Ele me agarrou, enquanto cumpria com a sua palavra, e com louvor. Nunca mais irei duvidar disso. O Gabe sabe cumprir uma promessa, e me levava à loucura.

 

Gabe

Nossa casa estava ficando quase pronta, mas eu acho que a parte mais difícil é a escolha dos móveis. Não que isso seja muito chato, mas é complicado escolher essas coisas, porque tinham tantas opções. Nossos pais nos ajudaram muito, porém, eu e Emy teríamos que aprender a fazer isso, sozinhos. Eu estava olhando alguns itens de decoração, e me deparei com um vaso que deveria ter sido feita com algo raro, porque o preço disso é inacreditável. Custavam todos os órgãos de todos os seres humanos. O mercado nego perdia para isso aqui.

— Olha isso aqui, princesa. Esse vaso de “mármore revestido de ouro” deve custar mais caro do que o silicone das tetas de pereba. Lembra-se da teta de pereba? - os silicones dela eram caros, mas isso aqui ganhava e ainda eram bonitos, porque as perebas dela... Ui, Deus me livre!

Eu olhei pra Emy, e vi que ela não tinha gostado. Merda! Porque eu fui me lembrar daquela louca? Eu iria dormir no sofá, com toda a certeza. Maldita boca que não conseguia ficar calada.

— Porque eu não me lembro dela. Nem sei quem é. Saiu da minha cabeça. Puft! – eu era bom em disfarçar, mas acho que não deu tão certo.

— É bom que não se lembre dela, Gabe Hunter, senão eu vou me lembrar do Steven. Lembra-se dele, Gabe?

O que? Eu nem me lembrar do tetudo, maníaco de gravidas. Eu quero é distância daquele cara, até em pensamento. E eu não quero que a minha mulher fique lembrando-se do cara que deu em cima dele, diversas vezes. Isso nunca!

— Desagradável, Emily. Não precisava se lembrar do tetudo sem mamoplastia. As tetas dele eram maiores do que teta de vaca, só que saia leite de outro lugar. – ri.

O pior é que é verdade. A teta dele era tão grande, que, quando ele se sentava, ele tinha que colocar a teta em cima da mesa.

— Gabe, nós estamos em uma loja!

Só que eu não consigo parar de rir. Minha boca não consegue parar.

— Ok! Nós viemos comprar os móveis da nossa casa, não ficar contando piada.

— Tudo bem! Eu vou me segurar, e não fazer nenhuma piada. – falei, seriamente, ou tentando ser sério.

— Nós precisamos comprar os móveis dos nossos bebês.

Isso me animava bastante. Eu queria comprar logo, arrumar o quarto e vê-los ali. Era tão lindo ver a cara de animação da Emy.

— Eu estou bem ansioso para isso. Pelo o que eu vi, os móveis de crianças ficam do outro lado. Quer ir agora?

— Sim! – falou, bem animada.

Fomos até lá, e derretemos de tanto amor. Eu nunca tinha visto tantos móveis de bebês, e só de imaginar que dois daqueles seriam dos meus filhos, o meu coração encheu de ansiedade. Eu ainda estou com medo de não ser um bom pai, mas eu sei que via dar tudo certo, porque a Emy está ao meu lado. Somos um time!

Olhávamos cada bercinhos, e quase que o meu queixo caiu com tanta fofura.

— Qual será o tema do quarto dos gêmeos, Gabe? – virou-se para mim.

— Tem que ter um tema? Odeio esse negócio de tema, desde quando fazia redação na escola.

Temas de redações eram as piores coisas da escola. Eu ia todo animado para começar a minha história, quando a professora dava um tema. Dava vontade de gritar que eu não tinha ideia para aquele tema, eu tinha para o meu tema, que era livre. Quando fui prestar o vestibular para entrar nas faculdades, quem me atormentou? Temas! O tema da redação me ferrou, e eu tenho certeza que eu passei porque sou bonito demais para esse mundo universitário, e todos me queriam. Brincadeira. Eu fui bem às outras questões, mas a redação me ferrou, porque eu não sabia escrever sobre aquilo. Disserte sobre isso, disserte sobre aquilo. Eu quero falar o que eu quero, caramba! Enfim, temas, eu não vou com a sua cara!

— O que tem a ver, Gabe?

— Nada a ver, mas eu quero deixar registrado que eu não gosto de temas. Elas fazem a gente se ferrar na vida, principalmente quando estamos prestando vestibular.

— Mas vamos deixar isso de lado, meu amor. Podemos escolher um tema legal para o quarto dos nossos bebês. Eu deixo você escolher. – sorriu.

Pensando bem, isso seria bem divertido. Eu poderia escolher para ela um tema de “seja freira”. Seria bem legal! Não! A Emy me mataria por isso, então eu deveria pensar em algo mais aceitável, se eu quisesse continuar casado com ela.

— Podemos escolher o tema de princesa e príncipe. Seriam a nossa cara, e a deles. O que você acha?

Melhor que isso, só a minha ideia anterior.

— Eu amei! Será a coisa mais linda do mundo! – abraçou-me. – Então nós já podemos escolher.

Essa era a parte mais complicada, porque eram tantas opções, e nós não tínhamos nada “pronto” dentro das nossas cabeças. A vendedora Miley Cyrus veio nos ajudar, mas ela não tirava os olhos de mim. É você, satanás? Sai de mim!

— Em que posso ajudá-lo?  

Treta! Vai dar treta! Ela usou o singular e masculino. Ferrou!

— Nós queremos...

— Eu falo, Gabe. Nós queremos, eu e o meu marido. Mostra a aliança pra ela, Gabe. – eu mostrei, senão ficaria sem um dedo e sem mulher. – Nós dois, eu e ele, queremos ver berços para os nossos bebês gêmeos, que eu estou esperando. – mostrou a minha barriga, só que o satanás ainda olhava pra mim. Ela tinha uma verruga, ou uma pinta com cabelo? Credo!

— Você será papai? Que coisa mais linda! – suspirou.

Sério, a Emy está com sangue nos olhos! Ela vai dar peitada de leite na cara dela.

— Obriga...

— Não precisa agradecer, Gabe. – sussurrou, e eu me borrei um pouco, porque a Emy quando fica brava já é complicado, mas quando ela fica brava e grávida, é morte! – A noite que os bebês foram feitos foi realmente muito linda. Só de pensar, me dá um arrepio no corpo todo. Meu marido é perfeito, pena que são somente para os meus olhos.

— Emy, não precisa de tudo isso. – sussurrei pra ela.

Eu não estava nem ai para a vendedora, mas a Emy não poderia passar nervoso.

— Podemos ver os berços? – falou.

— Claro.

 O satanás, ops, a vendedora nos mostrou algum, mas a Emy fingia que não gostava de nenhum. Eu a conheço bem, e sei que ela estava implicando com a moça. Treta de mulher é sempre legal, porque rola cabelo de um lado, peitada do outro, unhada e por ai vai. A pessoa sai toda desmontada, mas a Emy não iria fazer isso, porque eu não deixaria.

— Gabe, porque você não procura daquele lado. Eu acho que ali deve ter alguns bem bonitos.

Quer me tirar da jogada, tudo bem, Eu finjo que vou, mas vou ficar de olho.

— Tudo bem. Eu conheço o seu gosto, princesa. – beijei-a, e sorri.

Fui “olhar” os berços, mas os meus olhos estavam na minha mulher. Se ela fosse arrumar briga, eu iria impedir. Ela está grávida, e não pode ficar se estressando por ai. Eu queria ser um mosquito para escutar o que estão dizendo. Será que vai rolar puxão de cabelo? A Emy é boa nisso. Parece que treinou para isso.

Eu vi quando a vendedora saiu, e eu voltei para lá. Quero saber o que aconteceu.

— Ali tem alguns que eu acho que você vai gostar. – falei, mas nem sabia se ela ia gostar, porque eu nem olhei direito. O meu foco era ela – Cadê a moça que estava nos ajudando.

— Ah, deve ter se cagado, porque saiu daqui correndo. – deu de ombros. – Tem outra moça vindo nos ajudar.

Então ela tinha falado alguma coisa para a mulher, e ela ficou com medo. A Emy só tem essa carinha de anjo, porque ela era foda. Nunca era de brigar, mas quando mexiam com ela, sai de perto!

Depois de um tempo, escolhemos as cores e os modelos. Eram as coisas mais fofas do mundo! Se eu já estou babando apenas na escolha, imagina quando eles nascerem.

Eu dirigia calmante, e coloquei as mãos nas pernas dela. Senti que ela ficou arrepiada, então eu a provoquei mais ainda. Mas não era isso que eu queria agora, eu queria tirar uma duvida, que eu já tenho certeza.

— Posso te perguntar uma coisa?

— Claro que pode, Gabe. O que você quiser.

— Você estava com ciúmes da vendedora?

— Eu? Imagina, Gabe. Eu com ciúmes da vaca safada? Não!

Sim, ela estava com ciúmes de mim. Ai, se ela soubesse que eu  não tenho olhos para ninguém.

— Vaca safada? – ri. – Isso só demonstra que você estava com ciúmes.

— Talvez, mas você também não colaborou.

— O que eu fiz, mulher? Eu fiquei quieto no meu canto.

Oxi, eu não fiz nada, e ela me culpou? Sou inocente, pela primeira vez na vida.

— Quem mandou ser lindo desse jeito, ter um sorriso lindo e ser gostoso. As mulheres dão em cima mesmo, e você todo educado. Ah, obrigado. Ah, blá, blá, blá... – bufou.

— Não precisa disso, princesa. Eu te amo.

Amo mais do que eu poderia suportar. Se eu a amasse mais, eu ficaria louco. É algo muito maior do que qualquer coisa que eu já senti na vida.

— Eu também, mas imagina se fosse um homem dando em cima de mim.

Homens dando em cima dela? Eu iria matá-los, um por um.

— Pensando por esse lado, você tem razão. Não vamos mais discutir sobre isso, ok?

— Ok! – sorriu, e eu voltei a minha atenção para a estrada.

***

Chá de bebê é algo épico na vida de qualquer mulher. É quando o bebê já está na fase bem avançada do crescimento, mas ainda não está para nascer. Eu fiquei bem ansioso pelo chá de bebê, porque queria que tudo desse certo, mas a Beck inventa moda veio com uma loucura pra cima de mim. Ela queria trazer um dançarino vestido de bebê. Eu respirei fundo, e amaldiçoei a vida dela, inteira. Como ela pôde ter uma ideia dessas? Eu ainda não sei como aguento essa chatinha. Ela me perturba, e implica comigo. Obviamente eu contei para o Alex, que ficou uma fera com ela. Eu achei é pouco! Ela vive aprontando comigo, e merece isso.

Enfim, tudo estava perfeito, nossa família reunida, e eu do lado do meu amor. Não queria desgrudar dela, nem por um segundo.

— Gabe, eu acho que o Alex está te chamando.

Olhei em direção a ele, mas o Alex estava conversando com um amigo nosso, e não tinha usado o nosso código de conversa.

— Não está, porque ele não usou o código.

— Que código? – perguntou sem entender mais nada.

— Saco.

— Saco? Que código é esse, e pra que?

Ok, nós temos esse código desde quando começamos a sair. Percebemos que as mulheres usam os códigos delas, e nós criamos o nosso. Não tínhamos muita criatividade, então a palavra saco era para conversar em particular, ou dar o fora em alguém e TPM para assuntos sérios. Dava certo com a gente, e sempre nos entendíamos.

— Nós temos isso desde quando éramos jovens. Resumindo: quando alguma mulher não queria largar do nosso pé, nós inventávamos que tínhamos alguma coisa no saco, ou a gente coçava o saco quando vinha alguma mulher que não era para ficar. É mais ou menos isso.

— Ok, senhor sacudo, então você pode circular pela festa, e não ficar pendurado em mim.

Ai doeu o meu ego. Alguém me quer por perto? Porque a minha linda mulher não me quer. Que triste essa vida!

— Você não me quer por perto? Tudo bem, quando eu morrer, eu não quero ninguém chorando no meu caixão, e não quero flores. Eu sei que vou fazer falta para aqueles que me amam, mas eu vou em paz. Posso morrer aqui, cair no chão, sem nem aproveitar o chá de bebê dos meus filhos. É isso que você quer, Emily? Quer ficar viúva? Quer me afastar?

— Ai, que drama, Gabe. Sabe, você pode virar ator, e eu já te falei isso.

— Tenho várias vocações na vida, e ser ator está incluído no meu currículo. Eu já fiz até uma peça de teatro.

Que eu quero esquecer, porque eu decorei texto, para ser uma maldita árvore, que foi cortada ao meio. Decepção com esse meio artístico.

— Então, pare de drama, Gabezinho. Eu só quero que você aproveite a festa, e eu vou falar com a Beck.

— Ah, a chatinha? – que me odeia também.

— Ela não é, Gabe. Só é criativa.

— Criativa a ponto de querer trazer um dançarino vestido de bebê, para o chá dos nossos bebês? Sei.

— Eu já falei com ela sobre isso, e ela pediu desculpas.

Desculpas? Só perdoei porque tenho Deus no coração, mas não vou esquecer isso.

— Eu não vou esquecer isso, ela vai se vê comigo. – resmunguei.

— Ok! Vá atrás dos meninos, e daqui a pouco eu volto.

— Tudo bem, mas daqui a pouco eu quero ficar com você, porque eu sinto a sua falta.

— Eu também, meu amor. – beijou-me.

Alex estava pegando uma bebida, quando me viu. Pegou uma cerveja pra mim, e fomos nos sentar.

— A Emy deve estar feliz com tudo isso, né? Vocês juntos, os bebês, a família reunida... Cara, você merece tudo isso!

— Obrigado, Alex. Eu nunca me senti tão feliz! A Emy e os meus filhos me faz o homem mais feliz. E ver toda a nossa família e amigos, me deixa muito feliz e agradecido.

— Eu sei o quanto se amam, melhor, o quanto sempre se amaram.

— Isso é verdade. – sorri. – E você e a Beck. – ela pode não gostar tanto de mim, mas o Alex é meu melhor amigo, e eu quero que ele seja feliz, assim como eu sou.

— A Beck é maluca! Eu estou bravo com ela, mas logo nós resolvemos os nossos assuntos. Eu a amo muito, e ela também, mas a Beck tem que parar de ter essas ideias malucas.

— Eu concordo. Mesmo ela me infernizando, vocês merecem a felicidade.

— Daqui a pouco nós estaremos muito bem.

— Espero.

Eu esperava que ela pagasse mais um pouco, mas o Alex é apaixonado por ela, e não aguentava ficar sem falar com a chatinha. Eu o entendo, porque sou do mesmo jeito. O amor faz a gente ficar assim.

— Cara, TPM. – ele disse, olhando pra mim.

— O que aconteceu, Alex?

Ele apontou para algo atrás de mim, e eu vi o George conversando bem animado com a minha mulher. Ele retorna da tumba pra isso? Ficasse lá, filhote de Tutancâmon.

Levantei-me, e fui até lá. Foda-se! Eu estou com ciúmes, e não nego!

— Ai, está você, amor. Meus dois amores. – peguei-a pela cintura, e mostrei quem manda nessa porra toda. Ela é minha mulher, idiota!

— Oi, Gabe. – sorriu.

— Ah, oi Lis, como você está?

— Bem, Gabe.

Lis era uma boa garota, e eu a adorava.

— Oi, Gabe.

— George, como vai a Peppa?

— Peppa? Eu não entendi.

— Peppa pig roinc roinc. Você é o irmão da Peppa, George.

A Vic adorava aquele desenho chato, mas bem que ele parecia o irmão daquela porca chata, que acha graça de tudo. Ele não entendia nada. Eu não iria explicar a minha piada.

— Como você está, Gabe estraga prazeres?

Ah, a chatinha falou comigo? Não estou disposto.

— Estou bem, Beck inventa moda.

— Vamos parar, por favor. Estamos em festa, e queremos que continue assim.

O que a Emy pede chorando, que eu não faço sorrindo. Ela quer paz, ela terá!

— Princesa, alguns convidados chegaram.

— Ah, eu vou até lá. Fiquem o à vontade.

Fomos cumprimentando u m por ai, até que eu vi a menina mais linda: Vic.

— Tia Emy e tio Gabe!

Eu a peguei no colo, e a beijei na bochecha. Vic era tão doce, mas tinha um gênio forte.

— Oi, meu amor. – falamos

— Nossa, tia, meus priminhos já estão desse tamanho?

— Pois é. Eles estão bem grandinhos, né?

Ela olhava admirada, e sorria muito. Adorou tocar na barriga da Emy, e se sentia orgulhosa por isso. Eu estava amando aquela imagem, até que uma simples pergunta me desestabilizou.

— Tio Gabe, como os bebês foram parar na barriga da tinha Emy?

Ah? Ai. Meu. Deus! O que eu falo? Eu não posso dizer a verdade, porque seria “forte” para ela. Droga! Pensa, Gabe! Pensa um pouco!

— Um carro decidiu trocar o óleo dentro da garagem, e...

— Gabe! Que bobagem, querido. Vic, depois você pede para a sua mamãe te explicar, porque o tio Gabe não sabe muito bem. Ok?

Emy parou com a minha explicação, e isso doeu. Eu sei explicar de uma forma prática e educativa.

— Tudo bem. Mas eu posso beijar a sua barriga?

— Claro, minha flor.

Eu estou imaginado aqui: eu poderia criar vídeo aulas com aulas explicativas sobre sexo. Seria muito bom! Imaginem a minhas presença com as vídeo aulas educativas. Ganharia um bom dinheiro com isso. É um caso para se pensar.

— Gabe, você não ia dar a sua bela explicação sobre o surgimento dos bebês, né?

— Princesa, ela me perguntou, e eu iria responder da forma mais pedagógica possível. Você sabe que eu sei explicar muito bem.

E fazer também.

— Ah, nossa, você sabe explicar muito bem, Gabe. A Vic ia ficar traumatizada com a sua explicação. – riu.

O som da risada dela me ascende de um jeito absurdo. É um dos melhores sons da minha vida. Eu amo tudo o que é dela.

— Não ria de mim, porque eu tenho vontade de te levar lá pra dentro, e entrar em você, sem hora para sair.

— Ai, eu gostei dessa ideia. Gostei muito. Mas a gente não pode deixar os convidados aqui, porém, mais tarde, eu vou querer isso.

— É o que eu mais quero, Emy. – beijei-a.

A Emy se divertia nas brincadeiras, quando eu decidi comer um pouco. Estava morrendo de fome, e fui até a mesa de doces.

Peguei alguns, e fiquei por ali mesmo. O garçom pegou a bandeja com os doces, que eu sabia que a Emy amava, mas eu tinha um plano. Pedi que ele fosse levar mais suco, e peguei as bandejas com os doces, e escondi no fundo da geladeira. O que? Doce no outro dia era bem melhor, e a gente fica com mais vontade de comer, mas sempre não tem. Por isso que eu sempre guardo doce e bolo, por falar nisso, eu vou guardar uns pedaços. Esse bolo no café da manhã será maravilhoso! Sempre tem aqueles parentes querendo levar bolos pros primos, para as tias, vizinha e cachorro. Ah, mas ele não pôde vir na festa. Foda-se! Você veio e comeu por ele. Está ótimo. Eu não sou mão de vaca, mas quando se trata de comigo, não há amizade verdadeira. Comida é como dinheiro: falou em algum deles, a treta rola solta.

Arrumei a minha roupa, e voltei para o jardim para tirarmos fotos.

Após um bom tempo, eu e a Emy estávamos sozinhos, um pouco distante da nossa família.

— Gostou do chá de bebê dos nossos pequenos? – perguntei, sussurrando.

— Eu amei, meu amor. Amei cada segundo desse dia. A nossa família e amigos todos reunidos para comemorar a vinda dos nossos pequenos. Isso me faz querer chorar de emoção.

— Minha princesa, não precisa ficar assim. – beijei-a, sorrindo logo em seguida. – Eu amei o nosso dia, e amei ver a sua cara de felicidade. Nossos filhos já são muito amados por todos.

— Isso eu tenho certeza. – sorriu, limpando as lágrimas. – Sabe o que a mamãe deles quer?

— Meu corpo nu?

Eu sei que ela quer.

— Hum, bem tentador. Eu quero isso também, mas eu queria aqueles docinhos maravilhosos, mas eu nem sei se sobraram.

Eu falei. Eu sou um homem prevenido, menos na hora de fazer filho, mas eu sou.

— Você sabe que eu sou um homem prevenido nessas coisas. – sorri. – Então, sim, tem vários daqueles doces e outros mais.

— Jura? Ai, eu te amo. Depois eu poderei comer os meus docinhos

— Eu sei, porque eu te amo muito mais. Sim, poderá comer seus docinhos e o seu marido. – ri.

Eu a abracei, e contemplamos o paraíso dos nossos braços, um ao redor do outro.

***

Sabe qual era a minha missão do dia? Comprar um colchão para a nossa cama. Estava tudo comprado, mas o outro colchão era muito duro, e eu pedi para devolverem. Fiz um pequeno drama, e consegui reverter a situação. Agora, eu estava tentando escolher um, que pelo menos fosse mais macio.

Olhei alguns, e a Emy me disse algumas marcas que eram boas. Sentava em uns e deitava. Eu queria sentir o colchão, e a sua maciez.

— Senhor, você não pode deitar no colchão?

— Como assim? – eu sou o consumidor. Cadê os meus direitos?

— É ordem da loja.

— Ah, no Harry Potter tinha a ordem da fênix, mas quiseram acabar, porque eu tenho que seguir as ordens da loja? Você é meu pai? Minha mãe? Então eu posso experimentar o colchão que eu vou dormir, porque se me der uma hérnia de disco, problemas na coluna, dor no pescoço, coluna torta, desvio de algum osso, tudo isso será culpa de vocês.

— Mas...

— Cadê o gerente? Irei trazer a conta do tratamento da minha coluna, hein! Será culpa de vocês! Fiquem com remorso.

— O senhor tem esses problemas? – perguntou-me.

— Infelizmente, mas o importante é ter amor próprio, não é? – suspirei. – A vida é assim, como uma mar. Vai e volta.

— Que dó! O senhor pode experimentar o colchão, e escolher o melhor para a sua saúde.

— Obrigado. O meu médico agradece.

O vendedor saiu, e eu me senti um ator em cena. Bati na madeira por estar mentindo, mas foi foda.

Após a compra do melhor colchão da loja, eu fui até a minha casa. Já estava com saudades da minha mulher, e queria senti-la em meus braços.

***

Entrei na única porta que estava aberta, e a vi, parada no meio do quarto, pensando em alguma coisa. Era tão linda, doce e pura! A cada segundo, eu me apaixonava mais. Ela era tão minha, meu encaixe perfeito, assim como os nossos filhos eram o complemento do nosso amor.

— Princesa?

— Que susto, Gabe.

Ela se virou, e colocou a mão em seu coração, percebendo que ela estava com os olhos fechados.

— Desculpa, meu amor. Eu não vi que você estava de olhos fechados.

— Tudo bem. – veio até a mim, e me abraçou. – Deu tudo certo na loja?

— Sim. Comprei o que faltava, e logo estarão aqui.

— Que bom! Não vejo a hora de a nossa casa estar toda arrumada.

— Eu não vejo a hora de ter a nossa cama. Ai, Emy, o bicho vai pegar.

Vamos testar o colchão sem parar, porque temos que ver se a compra valeu a pena, não é? Testar a procedência é comigo mesmo.

— Promessas.

— Você sabe que eu sempre cumpro. – agarrei a sua cintura, e nós nos deitamos no chão.

— Você tem que aproveitar, porque depois teremos dois bebês pequenos.

Quem disse que isso irá me impedir?  Nada me impede, muito pelo contrário. Sou um homem para aguentar qualquer coisa.

— Mas isso não irá nos impedir, princesa. Eles dormem, e nós fazemos a festa. Ou nós iremos planejar os nossos horários, que caberá o sexo perfeitamente.

Estou até planejando uma tabela. Tudo muito organizado.

— Pensou em tudo, né?

— Meu cérebro não é feito só de piadas, ele também é movido a sexo com a minha bela esposa.

— E eu adoro tudo isso, e aprovo.

Ah, como essa mulher consegue me provocar cada vez mais. Eu não vou aguentar ficar sem sexo, porque ela é a mulher mais incrível do mundo.

***

— OK, Gabe. Nós precisamos escolher um nome para os nossos bebês, porque até agora eles são chamados de gêmeos, bebês, Baby Gabe e Baby Emy, mas nada do nome deles. – falou, sentando na cama.

— Você tem razão, princesa. Precisamos escolher um nome bem legal também, e nada de Gabe Junior, porque isso é brega.

Ela disse que tinha uma sugestão para um nome

— Eu só dei uma sugestão, ok? – ri.

Meu filho não pode ter o mesmo nome que o meu, mas o gênio ele terá. Ah, ele vai ter.

— Vamos pensar em um nome para a nossa garotinha.

Eu tenho um nome para ela, e é maravilhoso!

— Nossa filha pode chamar Esperança.

— Esperança? – ela fez uma careta, e não gostou muito. – Porque você escolheu Esperança?

— Porque a esperança é a última que morre. – Eu sempre quis fazer essa piada. Estava aguardando o momento certo. Era muito engraçada, não era? Ah, vai, eu sei que estão rindo.

— Ah, foi engraçada, né?

— Não foi, Gabe. – riu.

— Mas você está rindo, então achou graça.

— Eu estou rindo, porque a piada é muito ruim.

— Não é tão ruim. – resmunguei. Eu nunca conto uma piada ruim.

— Ok, senhor piada. Vamos escolher outro nome, sem ser Esperança.

— Eles podem se chamar B1 e B2. O que acha?

Ai, eu adorava aquele desenho. Mesmo eles sendo umas bananas, mas era muito legal!

— B1 e B2?

— É. Lembra-se do desenho de Bananas de Pijamas? Você amava, e cantava as músicas. Seria bem legal!

Uma bela homenagem também.

— Nada disso! Nossos filhos não terão nomes de B1 e B2. – riu.

Pensando bem. Meu filho com banana... Não! Ele vai chupar muita manga, até ficar com os fiapos nos dentes. E a minha filha não vai gostar de banana, porque isso me lembra outra coisa.

— Você tem razão. Foi uma ideia bem ruim.

— Jura? Ainda bem que você concordou.

— Eu sempre concordo com você, meu amor. Principalmente no que eu vou te propor.

— E o que é? – jogou o caderno de lado, e olhou pra mim. Quero dizer, olhou para o meu corpo quase nu. Eu sabia que ela me queria.  

— Eu vou cumprir as várias promessas que eu você duvidou. Nunca duvide de um homem quando se trata de sexo, querida. Sexo é coisa séria, ainda mais com você ao meu lado. Eu vou te mostrar que eu não estava brincando.

— Será? – provocou mais um pouco.

Rasguei a blusa do pijama, e puta que pariu, ela estava sem sutiã. Isso me deixava louco! Soltei os cabelos dela, que quase cobriam os seus seios maravilhosos.

— Um homem tem que honrar com as promessas, e eu vou adorar cumprir com cada uma.

Agarrei-a com vontade, e fiz uma nota em minha cabeça de sempre deixá-la me provocar, porque isso me deixava mais acesso do que eu já era. Nunca fui de descumprir nenhuma promessa, e não seria a primeira vez que faria isso. Ela vai ver do que eu sou capaz, ainda mais quando sou provocado.


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