Eternamente escrita por Mayara


Capítulo 42
Capítulo 42


Notas iniciais do capítulo

Meninas, desculpem-me pela demora, mas é que eu estou sem o meu notebook para escrever. Estou usando o do meu tio, mas não é sempre que eu vou poder usá-lo! :(
Beijos



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Grávida? Eu ainda não conseguia digerir essa palavra. É como se eu soubesse que outra pessoa está, não eu. Gente, eu estou grávida do Gabe! Literalmente grávida. Não sei o que pensar sobre isso. Tudo bem que é o meu filho, mas eu ainda estou anestesiada com essa notícia. Mas eu sempre me protegi, mas... Ah, meu Deus, a minha menstruação estava atrasada, só que eu nem notei. Tanta coisa aconteceu nesse tempo, que eu nem percebi que estava atrasada. Mas que eu tomava os remédio, eu tomava.

— Emy? Emy? - Gabe me chamava, mas parecia tudo tão distante.

— Ah? - olhei pra ele, sem conseguir esboçar nenhuma reação.

— Está tudo bem? - perguntou preocupado.

Não! Eu estou assustada com tudo isso. Eu vou ser mãe!

— Aham!

Eu olhei para o Gabe, que sorria abertamente pra mim. Aquele sorriso foi a demonstração de que ele estava bem com essa notícia, e de que estava muito feliz. Eu também estava feliz com aquela notícia, mas ainda eu tinha que digerir tudo aquilo.

Olhei para o médico, que sorria pra mim.

— Srta Campbell, eu sei que é um momento a dois, mas eu posso lhe indicar um ótimo ginecologista, e ele é um grande amigo meu.

Eu concordei, mas o Gabe riu sarcasticamente, segurando a minha cintura, e colocando as mãos sobre a minha barriga.

— A minha mulher não precisa das suas indicações. Ela tem uma ótima médica.

Ah, senhor, lá vem o Gabe com esse ciúmes.

— Mas ele é...

—Nananana... A minha mulher vai na médica em que ela confia. Nosso bebê, o que fizemos com muito amor, irá ser cuidado nas mãos da médica da minha mulher. Agradeço o seu bondoso coração, mas dispensamos.

Eu queria matar o Gabe por ele estar fazendo aquilo com o médico. Isso tudo era ciúmes de outro médico? Eu só não o matava porque não quero que o meu filho nasça órfão de pai.

Respirei fundo antes de agradecê-lo.

— Obrigada, doutor. Mas eu vou com a minha médica, porque ela tem todo o histórico da minha saúde. - sorri, querendo enfiar a minha cara em um buraco por causa da vergonha que o Gabe me fez passar.

O médico sorriu, e disse que ia nos dar privacidade. Assim que ele saiu, eu me virei para o Gabe, e fechei a cara.

— Porque você fez aquilo, Gabe? - perguntei furiosa.

— Eu não fiz nada. - fez a maior cara de inocente. - Aliás, você não deve se alterar. Tem que falar baixo, senão o bebê vai só receber coisas ruins. Sente-se aqui, e relaxe. - apontou para a cama, colocando a mão na minha cintura.

Relaxar? Ah, meu Deus, agora estou vendo como eu irei sofrer com o Gabe nesses meses que virão.

— Imagina se tivesse feito. O médico foi super educado com a gente, e você nem o deixou falar. - falei, fechando a cara. - E eu estou bem, e o bebê também.

Gabe fez uma careta de indignação, e colocou a mão em seu coração. Lá vem o drama.

— Princesa, eu levei um tiro, acabei de sair de uma cirurgia e você me trata assim? Meu pobre coração dói em saber que você está brava comigo.

Como resistir ao Gabe? Mesmo com esse drama todo ele continuava fofo.

— Sem dramas, Gabe. Eu te conheço muito bem. - sorri – eu só te perdoo porque eu estou grávida, e você será pai.

Foi só eu falar a palavra grávida que o sorriso dele aumentou.

— Grávida! Caralho, eu sou foda! Nós somos demais, princesa. Já coloquei o moleque ai.

— Ah? - dei risada – Que moleque, Gabe?

— Nosso filho, princesa. Eu nem acredito que eu vou ser pai. É uma notícia tão maravilhosa!

Eu sorri ao ver a felicidade dele. Gabe estava tão radiante, e parecia que ia explodir de tanta felicidade. Eu estava me sentindo completa. Eu estava formando a minha família, mesmo sem saber.

— Eu ainda estou perdida, mas estou tão feliz. Eu nunca achei que estivesse grávida. - sorri, colocando a mão sobre a minha barriga.

Ele chegou mais perto de mim, e colocou as mãos sobre a minha. Aquele contato tão inesperado, mas que me fazia feliz.

— Nosso filho, meu amor! O fruto de tudo o nós somos: loucos um pelo outro. Eu serei um ótimo pai para ele, e tentarei passar só coisas boas. - olhou emocionado pra mim.

Eu olhei emocionada para o homem da minha vida. Não sei se era por causa dos hormônios que já estavam atacando, ou se era por causa das palavras dele. Ah, quer saber, é tudo isso e muito mais. Gabe estava sendo Gabe no modo príncipe, e eu o amava muito mais a cada dia que passava.

— Você já é um ótimo pai, Gabe. Mas, você sabe que pode ser uma menina, né?

Ele me olhou sério, e parecia que estava pensando em alguma coisa.

— Não, vai ser menino. Um molecão.

—E se for menina? - insisti.

— Emy – suspirou – Eu vou amar o meu filho, mas eu juro que estou pedindo para que Deus fosse bem bonzinho comigo. Não sei como eu iria reagir ao saber que teríamos uma menina.

— Porque?

— Pelo simples fato de saber que terá um palhaço, babaca, metido a gostoso e muitos xingamentos que eu não posso falar aqui, correndo atrás da minha filha.

— É, coitada da menina, viu? Com um pai ciumento desses.

— Por isso que será um menino. - sorriu.

Eu não iria irritá-lo mais com essa ideia de ser menina ou menino. Eu só sei que ele será um pai maravilhoso, e que amará o nosso bebê de qualquer jeito. Ficamos juntos por alguns minutos, até que eu senti que ele estava tenso.

— O que aconteceu? Eu estou te machucando?

— Não, princesa. Eu só estou pensando em tudo o que aconteceu. Parecíamos que estávamos em um filme de ação.

— Pois é, mas graças a Deus tudo está bem.

— Ele morreu mesmo?- perguntou receoso.

— Sim. Confesso que eu sinto um alívio em saber que ele não irá nos atrapalhar mais. Posso soar cruel demais, mas sofremos muito por causa desse homem.

— A sorte é que ele morreu, senão eu iria acabar com a vida dele com as minhas próprias mãos.

Senti que o corpo dele estava tremendo, e isso poderia ser ruim para a sua recuperação. Eu não quero que ele fique pensando muito sobre isso. Quero esquecer qualquer resquício que lembre do Joe e de tudo o que passamos naquela casa.

— Vamos esquecer isso, ok? Vida nova, e com um bebê à caminho.

Ele suspirou, e sorriu pra mim.

— Nosso bebê, meu amor!

— Eu não sei como eu não desconfiei que estava grávida. A minha menstruação estava atrasada, mas é normal, pois sempre atrasa. Eu percebi que engordei, mas achei que fosse por causa da minha gula.

— Ah, querida, essa gula chama-se bebê! - riu, beijando-me delicadamente.

Ficamos conversando mais um pouco. Falamos sobre o trabalho dos policiais, e resolvemos que iríamos agradece-los pessoalmente. Escutamos alguém bater na porta. Gabe pediu para entrar, e quando vimos, era a nossa família. Minha madrinha e minha mãe estavam chorando, o meu padrinho estava com um semblante triste e o meu pai com a cara de preocupado.

— Gabe, meu filho, meu pequeno! - minha madrinha e padrinho vieram até ele, e se abraçaram. Eu me afastei para dar mais espaço para eles.

Fui até os meus pais, e os abracei. Eu queria sentir a proteção que eles conseguiam me passar só com um abraço. Fazia pouco tempo que havíamos voltado para a cá, mas eu já estava com saudades deles.

— Minha filha, como você está? - mamãe perguntou.

— Agora estamos bem, mamãe. Graças a Deus o pesadelo acabou.

— Minha linda, você está bem mesmo?

— Estou, papai. Estou muito bem. - sorri, imaginando quando eu contar que estou grávida.

Olhei para o Gabe, que ainda estava abraçado com a mãe dele. Corri para abraçar o meu padrinho.

— Que bom que vocês estão bem, Emy. - sorriu.

— Passamos por muitas coisas, mas estamos bem.

Ele era como um pai pra mim, assim como a minha madrinha é como se fosse uma segunda mãe.

— Ah, meu Deus, me perdoe, Emy. Eu cheguei tão nervosa, e querendo saber o que tinha acontecido, que eu nem te cumprimentei. Como você, minha querida?

— Não tem problemas, madrinha. Eu entendo a sua preocupação. Eu estou bem.

— Ah, minha filha, você não imagina o desespero que passamos. Quando Alex nos contou, nós enlouquecemos. Pegamos o primeiro voo que conseguimos, e viemos diretamente pra cá. Alex disse que logo virá também, e que Lis e Beck virão também.

— Eu juro que eu não queria assustá-la, madrinha, mas vocês tinham que saber o que estava acontecendo.

— E nós agradecemos, Emy. - o padrinho disse.

Olhei para o Gabe, que escutava tudo em silêncio, o que era bem estranho.

— Bem, eu vou comer alguma coisa, mãe e pai, vocês podem vir comigo?

Eles concordaram. Decidi deixá-los conversar a sós. Gabe vai querer falar sobre tudo o que havia acontecido, e eu quis dar privacidade.

Fomos até o refeitório do hospital, e eu senti meu estômago embrulhar. Pronto, só faltava vir o maldito enjoo logo agora. Respirei fundo, e pedi só um suco. Não quero que os meus pais saibam que eu estou grávida através de um enjoo, e no meio do hospital.

— Filha, o que aconteceu? Por qual razão o Gabe levou um tiro? - papai perguntou, enquanto sentávamos na sala de espera.

Contei para eles o que realmente havia acontecido, e motivo do Gabe ter pedido a separação. Eu queria que meu pai entendesse que ele só fez isso para me defender, e para resolver o que ele achava que iria conseguir sozinho. Eu sei que o m eu pai e o Gabe tiveram uma briga feia antes de ele vir pra cá, por isso estou explicando nos mínimos detalhes.

— Então foi por isso que ele fez tudo aquilo? Eu sabia que tinha algo de errado. O Gabe nunca iria querer ficar separado de você, e ele nunca iria agir daquela maneira.

— Foi por isso, mãe. O Gabe só quis me proteger. - dei de ombros, e bebi um pouco mais do meu suco. Meu enjoo estava melhorando, graças a Deus.

— Ele te ama muito, Emy.

— E eu a ele, papai. Eu fiquei chateada quando soube da briga de vocês, mas eu entendo o seu lado.

— Eu vou pedir desculpas ao Gabe. Ele protegeu a minha filha, e isso só faz com que eu o considere ainda mais.

Sorri ao saber que meu pai iria fazer aquilo, e acabar com a briga dos dois. Não gosto de ver os dois homens da minha vida sem conversar.

Enfim, continuei a história, e contei tudo. Só de lembrar de todas as palavras que o Joe nos falou, de tudo o que ele fez. Argh! Eu quero esquecer e virar essa página da minha vida. Nem mencionar o nome dele, muito menos ficar remoendo uma história que só nos fez mal.

Meus pais ficaram loucos quando souberam o que eu fiz, e ainda me deram uma bronca, falando o quão maluca e irresponsável eu fui com a minha própria vida. Meu pai ainda disse que, se eu fosse criança, ele me colocaria de castigo por tempo indeterminado. Isso porque ele não sabe que eu estou grávida, e eu nem me casei. Ai é que ele vai pirar.

— Emy, nós realmente achamos que o que você fez foi imprudente, mas estamos orgulhosos por termos criado uma filha corajosa, e que coloca o amor acima de tudo, mesmo dos perigos. - minha mãe sorria orgulhosa.

— Mas eu não concordo com isso, Emily Campbell. Espero que nunca mais faça isso.

— Não irei fazer isso de novo, pai. Ainda mais agora... - ops! Eu falei alto demais.

— O que tem agora, filha?

Droga! Eu queria contar junto com o Gabe, mas a minha boca grande falou alto demais.

— Ah, justo agora que o Gabe está se recuperando de uma cirurgia, e que estamos todos bem, né?

Acho que essa desculpa rolou. Eu espero.

— Vamos ver o Gabe? - papai perguntou.

Acho que ele quer resolver toda essa situação de briga, porque o meu pai pode ser turrão, mas ele odeia ficar bravo com quem ele ama.

Acho que ele quer resolver toda essa situação de briga, porque o meu pai pode ser turrão, mas ele odeia ficar bravo com quem ele ama.

***

Assim que chegamos ao quarto, eu fui correndo para ficar ao lado do Gabe. Qualquer minuto longe dele já era demais.

— Ah, o amor é lindo! - a madrinha disse.

Nós rimos, e acabamos concordando. Sim, o nosso amor é lindo, e não há quem vai dizer ao contrário. Somo um só!

Papai olhou para o Gabe, e eu sabia que ele estava se preparando para pedir desculpas para ele.

— Gabe, eu quero pedir desculpas pelo o que eu falei pra você sobre ficar longe da Emy. Eu fiquei cego na hora, mas hoje eu vejo que você só fez isso por ela. Para salvar a Emy! Eu tenho que te agradecer por tudo. Você me desculpa, filho?

Gabe olhou pra mim, e logo em seguida para o meu pai. O sorriso dele se alargou

— Claro que eu te desculpo, padrinho. O senhor é o meu segundo pai, e eu entendi o seu lado de pai. O senhor quis protegê-la, e eu faria o mesmo com a minha filha, no caso se for menina, mas eu acho que vem um menino por ai.

Todos olharam sem entender o que o Gabe realmente quis dizer com " se no caso for menina". Acho que era hora de contar.

Gabe olhou pra mim, e eu assenti. Ele segurou a minha mão, e eu sorri.

— Família, eu estou grávida! - disse, já chorando de emoção.

Minha mãe e madrinha vieram correndo em abraçar, e choravam de emoção. É tão sentir o abraço delas, e saber que elas estavam emocionadas ao saberem que serão vovós.

— Ei, vocês vão amassar a Emy e o meu filho. - escutei o Gabe dizendo, e acabei rindo em meio às lagrimas.

Elas me soltaram, e o meu padrinho veio me abraçar. Ele também estava emocionado e feliz em saber que será vovó. Olhei para o meu pai, que estava chorando. Meu Deus, meu pai estava chorando!

— Filha, eu estou tão feliz em saber que serei avô. - me abraçou delicadamente, como se estivesse com medo de me quebrar.

—Ai, pai, que bom que o senhor ficou feliz.

— É óbvio que eu fiquei feliz, minha filha. - ele olhou para o Gabe. — E você, senhor Gabe, terá que se casar com a minha filha. - disse sério.

— É o que eu mais quero, padrinho. - beijou o meu rosto. — Pode ter certeza que eu vou me casa com ela.

Ficamos conversando um bom tempo, e o assunto era sobre o meu bebê. Eu iria marcar com a minha médica no outro dia, porque senão o Gabe iria surtar se eu não fosse ao médico o mais rápido possível. Até sugeri ir ao médico que nos sugeriram, mas o Gabe foi claro em dizer que seria uma médica, com a vogal A no final. Eu nem tentei relutar, pois eu sei que será em vão.

***

Eu e o Gabe finalmente havíamos recebido alta. No meu caso, o médico disse que era para eu procurar a minha médica, e evitar passar nervoso. Já o Gabe deveria repousar, e ainda tomar alguns remédios, mas, graças a Deus, tudo estava bem. Nossos pais estavam no meu apartamento, e estavam esperando por nós. Eu havia ligado para a minha médica, e marquei uma consulta para hoje à tarde e, claro que o Gabe disse que iria, e que iria filmar e tudo mais.

Meu pai veio nos buscar, e estávamos indo para o apartamento do Gabe, onde iríamos almoçar e depois ir para a minha primeira consulta como uma mãe de primeira viagem.

Assim que chegamos, fomos tomar um bom banho, separados, pois os meus pais estão aqui, e o meu pai não gostaria de saber que eu estava tomando banho com o Gabe, mesmo eu estando grávida.

Almoçamos uma comida maravilhosa, e eu me empanturrei de comida. Ah, eu estou grávida, então eu como enquanto não sinto enjoos.

Nossos pais foram com a gente para a consulta. O policial Calton fez a gentileza de trazer o meu carro até o meu prédio, senão o coitado iria ficar parado na rua. E eu iria no meu carro, se ele estivesse em boas condições. Acho que vou ter que aposentar o meu carrinho, mesmo eu o amando. Preciso comprar um carro maior e mais confortável. Tem um bebê vindo por ai, e que quero que o nosso filho ande em um carro confortável, e que não pare no meio do caminho.

Chegamos à clinica, e ficamos esperando na salinha de espera. Parecia que o Gabe iria surtar de tão nervoso que ele estava.

— Gabe, acalme-se, meu amor! Não precisa ficar nervoso. - sussurrei pra ele.

— Eu estou tentando, mas é muita ansiedade. Eu quero saber se está tudo bem com você e o bebê.

— Gabe, nós estamos bem! - sorri.

Quando ele ia dizer alguma coisa, a moça nos chamou. Nossos pais ficariam nos esperando, porque disseram que era um momento meu e do Gabe.

Entramos no consultório, e a minha médica veio nos cumprimentar.

— Emily, como você está? - perguntou, me abraçando.

— Bem... e grávida! - sorri. — Ah, esse aqui é o Gabe, meu noivo.

Ela o cumprimentou, e o Gabe sorriu.

— Ah, mas é claro que eu me lembro do Gabe. Você sempre falava dele, e algumas vezes ele te trouxe aqui, não foi?

— Sim. Ele é o meu melhor amigo, noivo e agora o pai do nosso filho.

— Que evolução, hein? - ela riu, e nós concordamos.

Ela fez tudo o que tinha que fazer antes da ultrassom. Mediu o meu peso, a minha pressão e tudo mais. Ela já tinha o meu histórico de saúde, e sabia do que eu tinha alergia e tudo mais. A médica nos explicou como seria o exame, e o Gabe ficou o tempo todo do meu lado, e não tirou os olhos de mim.

— Emily, o exame será transvaginal, porque você deve estar de poucos meses. Pelos nossos cálculos, você deve estar de quase dois meses.

— Mas eu tomava remédio, doutora.- respondi assustada

— Você tomou algum remédio que deve ter cortado o efeito.

Eu olhei para o Gabe, e ele parecia que estava pensando. Eu não tomei remédio nenhum, só aquela vez que... Claro! Aquela vez que nós sofremos o acidente, e eu tive que tomar os antibióticos.

— Gabe, lembra aquela vez que eu tive que tomar os antibióticos?

Ele abriu a boca, e logo em seguida sorriu.

— Esse safadinho já estava ai esse tempo todo.

A médica sorriu com a brincadeira do Gabe.

— Preparados?

— Sim! - respondemos juntos.

Eu senti algo gelado dentro de mim, e ela explicou que eu sentiria um incomodo no começo, mas que iria passar.

— Olhem o bebê de vocês! - ela nos mostrou na tela, e parecia um feijãozinho de tão pequeno.

Ah, meu Deus, que coisa linda! É o nosso bebê, Gabe! Nós fizemos! - falei, emocionada.

Gabe estava chorando, e filmava pelo celular.

— É nosso, meu amor! Nosso filho! Eu estou tão feliz! Obrigada, Emy! - ele me beijou delicadamente, e sorriu para a médica.

— Escutem este som. Vai ser o mais lindo de todos!

O som de um coração batendo ecoou pela sala, e o meu coração palpitou de tanta felicidade. Meu bebê estava bem, e saudável! E, sim, é som mais bonito que eu escutei em toda a minha vida!

— É o coração do nosso bebê, Gabe! - eu chorava sem parar.

Gabe não conseguia dizer nada, ele só chorava, filmava e me beijava.

Eu olhei para a médica, e ela chegou mais perto no monitor. Eu comecei a ficar em alerta, e meu desespero aumentou.

— Está tudo bem com o nosso filho? - Gabe perguntou, preocupado.

— Eu não...

— O que tem o nosso bebê? - perguntei desesperada.

Ela chegou perto de mim, e respirou fundo.

— Bem, eu posso dizer que vocês são sortudos.

— Como assim? - perguntamos.

Ela olhou pra gente, e sorriu. Que merda de sorriso era aquele? Eu quero saber do meu filho!

— Parabéns, vocês terão gêmeos!

O quê? Eu... Eu... Eu vou ser mãe de gêmeos? Meu Deus! Serão dois meninos, ou duas meninas, ou um casal. Ah, Jesus, eu acabei de saber que serei mãe, e agora serei de gêmeos! Dois!

Gabe

Meu Deus, a minha mulher está grávida! Acho que eu fui para o céu com essa notícia. Eu estou tão feliz em saber que logo teremos uma pessoinha que me chamará de papai. O antigo Gabe não iria gostar disso, mas eu não sou como antigamente. Hoje eu tenho a mulher da minha vida, e ela será mãe do meu filho. Nosso filho. É o resultado de nós dois.

Eu olhei para ela, que parecia estar em choque. Isso é normal, até eu, mesmo feliz, ainda estou em choque com essa notícia.

— Emy? Emy? - chamei, mas ela parecia distante.

Coloquei as minhas mãos no ombro dela, e foi então que ela despertou.

— Ah? - olhou pra mim, sem conseguir esboçar nenhuma reação.

— Está tudo bem? - perguntei preocupado.

Dava para perceber que ela estava assustada com tudo aquilo. Eu só não queria que ela ficasse com muita preocupação na cabeça.

— Aham!

Eu quero passar confiança pra ela. Quero que ela saiba que eu sempre estarei ao lado dela, e que eu estou feliz com essa notícia. Que o nosso filho já é muito amado por mim.

— Srta Campbell, eu sei que é um momento a dois, mas eu posso lhe indicar um ótimo ginecologista, e ele é um grande amigo meu.

Essa porra está de brincadeira comigo. Eu estou aqui, sorrindo para a minha mulher, e ele vem indicar um médico? E eu lá pedi alguma ajuda? Ah? Coloquei a minha mão na barriga dela, mostrando que ela tem um noivo para indicar alguma coisa.

— A minha mulher não precisa das suas indicações. Ela tem uma ótima médica.

Já fui avisando. Não quero palpites. Ainda mais se for amigo dele. Vai saber se esse amigo não vai falar pra ele como é a vagina da minha mulher, ou como foi mexer lá. Não confio!

— Mas ele é...

—Nananana... A minha mulher vai na médica em que ela confia. Nosso bebê, o que fizemos com muito amor, irá ser cuidado nas mãos da médica da minha mulher. Agradeço o seu bondoso coração, mas dispensamos.

Sarcasmo é comigo mesmo. Não fui grosso, eu apenas dispensei o seu olho gordo de cima da minha mulher grávida.

Eu senti eu levaria um bronquinha depois, mas eu sei muito bem o que fazer.

— Obrigada, doutor. Mas eu vou com a minha médica, porque ela tem todo o histórico da minha saúde.

Chupa! Ah, eu queria era rir da cara dele, ou mostrar o dedo do meio e fazer a dança da vitória.

Ele teve a capacidade de sorrir, mas logo saiu. Glória a Deus!

— Porque você fez aquilo, Gabe? - perguntou furiosa.

— Eu não fiz nada. - fiz a maior cara de inocente. - Aliás, você não deve se alterar. Tem que falar baixo, senão o bebê vai só receber coisas ruins. Sente-se aqui, e relaxe. - apontei para a cama, colocando a mão na sua minha cintura.

Isso é verdade! Uma vez eu ouvi falar que os bebês sentem quando a mãe está nervosa. Eu não quero que o meu filho sinta isso. Quero só paz durante a gravidez. E não quero que ela dê um passo sem que eu esteja ao lado dela. Vai que ela pode cair, ou passa mal.

— Imagina se tivesse feito. O médico foi super educado com a gente, e você nem o deixou falar. - falou, fechando a cara. - E eu estou bem, e o bebê também.

El está defendendo o médico curioso que tem cara de dentista por causa do seu sorriso pra cima da minha mulher? Não curti! Apelei para o ponto fraco: apelo emocional.

— Princesa, eu levei um tiro, acabei de sair de uma cirurgia e você me trata assim? Meu pobre coração dói em saber que você está brava comigo.

Pronto! Fiz o meu drama, e eu sei que ela não resiste ao meu charme.

— Sem dramas, Gabe. Eu te conheço muito bem. - sorriu – eu só te perdoo porque eu estou grávida, e você será pai.

Ela falou a palavra grávida, e eu me senti completo. Como que uma palavra pode mudar o humor e as pessoas, né? Eu nunca me imaginei pai, mas a sensação de saber que agora eu sou, me deixa tão realizado.

— Grávida! Caralho, eu sou foda! Nós somos demais, princesa. Já coloquei o moleque ai.

— Ah? Que moleque, Gabe?

— Nosso filho, princesa. Eu nem acredito que eu vou ser pai. É uma notícia tão maravilhosa!

— Eu ainda estou perdida, mas estou tão feliz. Eu nunca achei que estivesse grávida. - sorriu, colocando a mão sobre a barriga.

Coloquei as minhas mãos sobre as mãos dela, e imaginei a barriga dela quando estivesse maior. Eu iria querer tirar fotos e filmar cada momento da gestação. Quero viver cada momento ao lado dela e do nosso filho.

— Nosso filho, meu amor! O fruto de tudo o nós somos: loucos um pelo outro. Eu serei um ótimo pai para ele, e tentarei passar só coisas boas. - olhei emocionado pra ela.

— Você já é um ótimo pai, Gabe. Mas, você sabe que pode ser uma menina, né?

Senhor, não brinca com o meu coração, pelo amor de Deus! Imagina se for... Não! Deus não faria uma pegadinha comigo. Imagina só, aqueles moleques correndo atrás da minha filha. Minha menina! Deus, por favor, não seja engraçadinho comigo, e mande um menino.

— Não, vai ser menino. Um molecão.

—E se for menina? - insistiu.

Eu vou ter uam conversa com Deus! Ele sabe que eu posso ir preso se for menina. E isso não será bom!

— Emy – suspirei – Eu vou amar o meu filho, mas eu juro que estou pedindo para que Deus fosse bem bonzinho comigo. Não sei como eu iria reagir ao saber que teríamos uma menina.

— Por que?

— Pelo simples fato de saber que terá um palhaço, babaca, metido a gostoso e muitos xingamentos que eu não posso falar aqui, correndo atrás da minha filha.

Filho da puta também!

— É, coitada da menina, viu? Com um pai ciumento desses.

— Por isso que será um menino. - sorri.

Se Deus quiser! Amém!

Ela não entrou mais no assunto sobre o sexo do nosso filho, o que foi bom. Posso soar ciumento, mas qualquer homem protegeria a filha de um marmanjo, não é? Por falarem proteger, eu me lembrei do que passamos. Eu não quero mais passar por aquilo, mas eu não me arrependo de ter levado um tiro por ela. Emy é tudo na minha vida, Tudo! Tencionei o corpo ao me lembrar do desespero que eu passei quando eu a vi naquela casa.

— O que aconteceu? Eu estou te machucando?

— Não, princesa. Eu só estou pensando em tudo o que aconteceu. Parecíamos que estávamos em um filme de ação.

— Pois é, mas graças a Deus tudo está bem.

— Ele morreu mesmo?- perguntei receoso.

Eu quero muito saber se ele está realmente morto. Não sou uma pessoa ruim, mas saber que alguém deseja a minha morte, e quase matou a minha mulher, não tem perdão.

— Sim. Confesso que eu sinto um alívio em saber que ele não irá nos atrapalhar mais. Posso soar cruel demais, mas sofremos muito por causa desse homem.

— A sorte é que ele morreu, senão eu iria acabar com a vida dele com as minhas próprias mãos.

E essa era a minha vontade, mas Deus abe o que faz, porque senão eu iria acabar com ele, e iria fazer ele pagar por cada maldita palavra que ele falou.

— Vamos esquecer isso, ok? Vida nova, e com um bebê à caminho.

A Emy é o meu porto seguro, e saber que ela está em meus braços, e que está bem, grávida e feliz, isso me faz esquecer a merda que passamos.

— Nosso bebê, meu amor!

— Eu não sei como eu não desconfiei que estava grávida. A minha menstruação estava atrasada, mas é normal, pois sempre atrasa. Eu percebi que engordei, mas achei que fosse por causa da minha gula.

— Ah, querida, essa gula chama-se bebê!

Nosso bebê!

Após um tempo, escutamos alguém bater na porta. Assim que a porta se abriu, nossos pais entraram quase correndo. Minha mãe estava chorando sem parar, e a minha madrinha não ficava para trás.

— Gabe, meu filho, meu pequeno! - meus pais vierem me abraçar, e eu senti o conforto de casa naquele abraço. Não dissemos nada. O simples abraço já dizia por si.

Meu pai se distanciou de mim para ir abraçar a Emy. Minha mãe dizia que me amava muito, e que estava com medo.

—Está tudo bem, mãe. Eu e a Emy estamos bem.

— Ah, meu Deus, eu me esqueci dela.

Mamãe virou-se para a princesa, e sorriu.

— Ah, meu Deus, me perdoe, Emy. Eu cheguei tão nervosa, e querendo saber o que tinha acontecido, que eu nem te cumprimentei. Como você, minha querida?

— Não tem problemas, madrinha. Eu entendo a sua preocupação. Eu estou bem.

— Ah, minha filha, você não imagina o desespero que passamos. Quando Alex nos contou, nós enlouquecemos. Pegamos o primeiro voo que conseguimos, e viemos diretamente pra cá. Alex disse que logo virá também, e que Lis e Beck virão também.

— Eu juro que eu não queria assustá-la, madrinha, mas vocês tinham que saber o que estava acontecendo.

— E nós agradecemos, Emy. - meu pai disse.

Eu estava olhando para a minha família, e agradecendo por estarem aqui. Eu não sei o que seria de mim sem eles.

— Bem, eu vou comer alguma coisa, mãe e pai, vocês podem vir comigo?

Assim que a Emy, eu pedi para os meus pais se sentarem. Eu quero contar tudo o que havia acontecido, mesmo sabendo que o meu pai já sabia de tudo, até do Joe.

Mamãe ficou abismada ao saber de tudo. Que o nosso acidente não foi acidental, o motivo da nossa separação e sobre as ameaças que eu estava sofrendo.

— E por qual motivo você não me contou tudo isso, Gabe? Eu sou a sua mãe! - repreendeu-me.

— Eu imaginei que a senhora iria ficar mais preocupada ainda, e eu não queria isso. Contei para o papai por causa da minha briga com o padrinho.

Isso era outro assunto que eu tinha que resolver. Meu padrinho e o meu segundo pai, e não quero e nem acho justo ficarmos brigados desse jeito.

— Então a Emy invadiu a casa para te salvar? - meu pai perguntou.

— Pois é! Eu quase enlouqueci quando eu a vi atrás do Joe. Ela segurava uma faca, e o meu desespero só aumentou quando eu vi.

— Ah, meu filho! Graças a Deus esse monstro está morto. Você e a Emy poderão ser felizes agora. Só falta nos dar um netinho.

Se a minha mãe soubesse que o seu desejo vai se realizar. Esse item ela pode riscar da lista dela.

Meus pais vierem me abraçar novamente, e choramos de emoção, e agrademos a Deus pela nova vida e oportunidade que ele havia me dado.

***

Assim que a Emy entrou novamente no quarto, eu senti o meu coração se enchendo de amor. Ela correu, e me abraçou. Não gostei de vê-la correndo, mesmo que for para os meus braços. Ela pode cair.

— Ah, o amor é lindo! - a mamãe disse.

Sim, o nosso amor e lindo e eterno. Ainda mais agora com a chegada do fruto do que somos.

— Gabe, eu quero pedir desculpas pelo o que eu falei pra você sobre ficar longe da Emy. Eu fiquei cego na hora, mas hoje eu vejo que você só fez isso por ela. Para salvar a Emy! Eu tenho que te agradecer por tudo. Você me desculpa, filho?

Uau! Eu fiquei surpreso com isso. Eu iria conversar com ele depois, e dizer que eu estava errado de ter escondido algo tão importante para ele.

— Claro que eu te desculpo, padrinho. O senhor é o meu segundo pai, e eu entendi o seu lado de pai. O senhor quis protegê-la, e eu faria o mesmo com a minha filha, no caso se for menina, mas eu acho que vem um menino por ai.

Eu olhei para Emy, e ela sabia que era o momento de contar a nossa novidade. Segurei a mão dela, dando toda a segurança que ela precisava.

— Família, eu estou grávida! - disse, chorando de emoção.

Começou o show de choro e abraços. Minha mãe e madrinha correram para abraçar a Emy, e choravam tanto que poderiam acabar com a seca do universo.

— Ei, vocês vão amassar a Emy e o meu filho.

Qual é? Isso pode ser verdade. Vai saber se não vão amassá-lo. Isso é perigoso! Meu pai veio abraçá-la, e ninguém chorara pra mim. Ei, fui eu que fiz o projeto também. Houve um sexo, do qual eu participei ativamente. Então chorem pra mim também.

— Filha, eu estou tão feliz em saber que serei avô. - ele a abraçou delicadamente.

—Ai, pai, que bom que o senhor ficou feliz.

— É óbvio que eu fiquei feliz, minha filha. - ele olhou para mim. — E você, senhor Gabe, terá que se casar com a minha filha. - disse sério.

— É o que eu mais quero, padrinho. Pode ter certeza que eu vou me casa com ela.

Era o que eu mais queria no mundo. Tê-la por completo, e saber que terá o meu sobrenome e que estaremos juntos para sempre.

***

Graças a Deus nós já estávamos indo embora. Não aguentava ficar mais nesse hospital. Principalmente perto do médico que dava em cima da Emy na cara dura. Nós ainda íamos ver como estava o nosso bebê. Nossa primeira consulta!

Chegamos a casa, tomamos um banho, separados, e fomos almoçar. A comida estava divina. Bem melhor do que a comida de hospital. Argh!

Nossos pais foram com a gente no meu carro, porque no dela era impossível. Ela me contou que o carro tinha parado no meio do caminho, e que o policial Calton fez a gentileza de trazer para o prédio.

Estávamos na sala de espera, e aqui tudo se remetia em gravidez. Revistas, quadros, poltronas confortáveis. Eu olhava quadro por quadro, e via as fotos das barrigas. Será que a dela vai crescer muito? Será que ela vai aguentar todo o peso? Será que terá problemas? Não! Eu tenho que pensar positivo! Eu sou um futuro pai ansioso!

— Gabe, acalme-se, meu amor! Não precisa ficar nervoso. - sussurrou pra mim.

— Eu estou tentando, mas é muita ansiedade. Eu quero saber se está tudo bem com você e o bebê.

— Gabe, nós estamos bem! - sorriu.

Eu quero escutar o coração dele bater. Será que dava para ver o sexo do bebê? Não! Acho que não! Deus, olha a nossa conversa, hein!

Fomos chamados para entrar. Uma mulher, que aparenta ter uns 4o e poucos anos, veio nos cumprimentar.

— Emily, como você está? - perguntou, abraçando-a.

— Bem... e grávida! - sorriu. — Ah, esse aqui é o Gabe, meu noivo.

Nós nos cumprimentamos, e ela sorriu pra mim, como se lembrasse de quem eu era.

— Ah, mas é claro que eu me lembro do Gabe. Você sempre falava dele, e algumas vezes ele te trouxe aqui, não foi?

— Sim. Ele é o meu melhor amigo, noivo e agora o pai do nosso filho.

— Que evolução, hein? - ela riu, e nós concordamos.

Ela começou a pesar a Emy, aferir a pressão, entre outros exames que eram de praxe.Eu fiquei o tempo todo ao lado dela, querendo saber se o peso dela estava bom, senão eu iria engordá-la de alguma maneira. Graças a Deus a pressão dela estava normal, e ela não tinha diabetes.

— Emily, o exame será transvaginal, porque você deve estar de poucos meses. Pelos nossos cálculos, você deve estar de quase dois meses.

Quase dois meses? Eita porra, então ela estava grávida esse tempo todo, e nós nem desconfiamos.

— Mas eu tomava remédio, doutora.- respondeu assustada

— Você tomou algum remédio que deve ter cortado o efeito.

Remédio? Que raios de remédio foi esse? Eu não me lembro quando ela tomou algum remédio que possa ter cortado o efeito.

— Gabe, lembra aquela vez que eu tive que tomar os antibióticos?

Aquela vez? Que vez que... O acidente! Ela teve que tomar os remédios por causa disso. E nós nem reparamos que eram remédios fortes.

— Esse safadinho já estava ai esse tempo todo.

A médica riu.

— Preparados?

— Sim! - respondemos juntos.

A ansiedade estava correndo dentro de mim. Eu queria vê-lo, mesmo pequeno, mas eu queria poder realmente sentir a sensação de ser pai.

— Olhem o bebê de vocês! - ela nos mostrou na tela.

Peguei meu celular, e comecei a filmar tudo. Quero que os nossos familiares também sintam a alegria que estávamos sentindo. Era algo tão especial e único. Eu não tenho que pedir mais nada. Só agradecer a cada minuto por isso.

— É nosso, meu amor! Nosso filho! Eu estou tão feliz! Obrigada, Emy! -

— Escutem este som. Vai ser o mais lindo de todos!

Ah, gente, estou parecendo uma mulher. Chorando mais do que propaganda de margarina. Esse realmente é o som mais lindo que eu escutei na face da terra. Saber que ele está vivo e forte como um touro. Sou a porra do homem mais sortudo do universo. Obrigado, meu Deus!

— É o coração do nosso bebê, Gabe! - ela chorava sem parar.

Eu não tinha palavras naquele momento. Só sabia filmar e chorar. Meus ouvidos eram somente para o som do coração do meu pequeno.

Eu olhei para a médica, e ela fez uma cara estranha. Eu raios será que está acontecendo? Será que o meu filho tem algum problema?

— Está tudo bem com o nosso filho? - perguntou, preocupado.

— Eu não...

— O que tem o nosso bebê? - A Emy perguntou desesperada.

— Bem, eu posso dizer que vocês são sortudos.

— Como assim? - perguntamos.

Lá vem esse sorriso! A última vez que sorriram desse jeito foi quando falaram que a Emy estava grávida.

— Parabéns, vocês terão gêmeos!

Minha mão paralisou, e eu deixei cair o celular cair no meu bolso. Gêmeos? Só pode ser brincadeira! Alguém ai em cima está brincando comigo. Acha que isso aqui jogo? Não! Aqui é vida real! A única coisa que eu sei de gêmeos é o signo. Não! Agora eu vou pai... gêmeos. Eu, Gabe Hunter, pai de gêmeos! Só Jesus na causa!


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