Casa Romana escrita por evabassa92


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Reyna merece um livro só para ela.



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Eu sabia.

Porque mesmo sabendo eu tentei, arrisquei e como sempre não deu certo. Depois das batalhas que enfrentamos, do que vivemos juntos, de termos sobrevividos e ainda sairmos com a vitoria, como não poderia me dar a chance? A chance de acreditar em um futuro, talvez até em uma vida feliz.

Aquele beijo... Era uma promessa, de que belos dias estavam por vir, ele me fez acreditar nisso, a situação me fez acreditar nisso. E se tivesse sido apenas um beijo, talvez eu não me encontraria no estado em que estou hoje. Destruída, despedaçada, meu orgulho ferido e minha esperança enterrada. Jamais poderei acreditar em alguma coisa que não seja a batalha novamente. As lutas, as legiões, são elas as únicas coisas reais em que posso acreditar. Jason Grace levou o ultimo sopro de ingenuidade e esperança de mim.

Depois daquele beijo, daquele contato, os braços dele ao redor do meu corpo, a cabeça descansando sobre a minha, a adrenalina de termos vencido, de termos sobrevividos, como poderia não acreditar que o futuro poderia existir? Que nós dois juntos iríamos derrotar o mundo. Isso parecia tão certo, assim como ele, ali ao meu lado, forte e seguro como uma rocha. Não tem como duvidar de Jason, ele tem a liderança, a segurança e a determinação que só um líder nato possui.

Ainda com a adrenalina nos corpos, voltamos para Nova Roma, de mãos dadas, um laço que parecia indestrutível. A ansiedade nos passos de cada um. Comemos e bebemos com nossos companheiros, rimos e cantamos com o vinho em nossas cabeças, cada vez mais a euforia se fazia presente. Quando as danças começaram, ele pegou minha mão e correu para o centro do circulo, segurou firme em minha cintura e me levantou. Eu sentia que iria voar. Ria, ria como só quem já passou por perto da morte, mas tinha conseguido engana-la conseguia. Éramos dois loucos, no meio de tantos outros com aquele mesmo sentimento festejando naquele lugar.

Ele me beijou, ali em frente de todos. Não que muitos tivessem reparado, estavam preocupados em dançar, beber e beijar outras pessoas. Mesmo assim, aquilo significou tanto, nós estávamos mesmo começando algo, sem medo de assumir pra ninguém. Ele era meu melhor amigo, e agora poderia ser mais, bem mais.

Ele me jogou em seu ombro, como um saco de batatas. Todos ao redor pararam o que estavam fazendo para verem aquela cena. Eu não conseguia parar de rir, e logo a multidão explodiu em gargalhadas e alguns outros casais começaram a fazer o mesmo. Eu deveria estar indignada com o gesto, com aquele ato rústico, tratando uma mulher como nada, colocando ela nas costas. Mas não conseguia, só pensava nos músculos dele embaixo daquela toga. Algo dentro de mim parecia ter despertado, e eu estava muito curiosa para saber o que era.

Ele me colocou no chão depois de ter rodado o salão, comigo nas costas como se eu fosse um prêmio. Ele olhou nos meus olhos, e o que eu vi foi diferente de tudo que já tinha visto nos olhos de alguém. Era algo animalesco, perturbador, hipnotizante. Jamais esperaria encontrar isso nos olhos de Jason, mas o que mais me fascinava é que aquele olhar era pra mim. Só pra mim, tinha certeza que ele jamais tinha mostrado essa face para mais ninguém. Ela era minha. Isso fez que aquela coisa que tinha despertado em mim parecesse querer sair pela minha pele, por toda parte do meu corpo.

O beijo que ele me deu em seguida... Como descreve-lo? Senti seus braços se fecharem em torno de mim, os lábios encontrarem com os meus, o sabor de vinho em ambas as bocas, misturado com o gosto dele. Era delicioso. Sua língua explorando com cada vez mais urgência a minha boca. Eu estava embriagada, não só pelo vinho, mas também por ele. Pareciam que raios disparavam da sua pele para a minha. Eu sentia uma corrente eletrizante pelo corpo, eu queria mais.

Parecendo escutar meus pensamentos, Jason se afastou, me olhou nos olhos com tamanha intensidade que minhas pernas pareceram fraquejar. Pareceu uma pergunta silenciosa, em que os meus olhos responderam por mim. Não sabia mais como utilizar as palavras, deixei com que o instinto fizesse o que deveria fazer.

Ele me levou para um lado deserto de Nova Roma, subimos uma colina com vista para todo o lugar, era perfeito. Ainda podíamos escutar a comemoração que ficou abaixo de nós. O lugar tinha uma casa romana abandonada vista por fora. Ele entrou parecendo que conhecia bem cada canto da casa, me conduziu até o andar superior, onde parecia ter um colchão feito precariamente com o material que deixaram naquele lugar. Olhei um pouco melhor ao redor e me pareceu que era um local dele. Um esconderijo, onde vinha pensar e descansar sem que ninguém o incomodasse. Aquilo me deixou eufórica, ele estava começando a se mostrar para mim.

- Reyna eu... Não sei o que dizer, isso parece um sonho, tudo... Tudo o que aconteceu... Eu não consigo pensar com clareza, isso me assusta. Mas você, você parece a única coisa certa no momento.

Dito isso, ele me olhou daquela maneira que tinha olhado momentos antes quando tinha me colocado no chão. Hipnotizada, caminhei em sua direção, ele segurou forte minha cintura, meus braços subiram pelo seu pescoço.

- Reyna...

- Xiish... Não fale mais nada Jason. - falei e o beijei com força.

O que aconteceu ali, naquela casa romana, me faz querer morrer todos os dias. Mas eu acho que no fundo, talvez tenha sido aquele primeiro beijo mesmo, se ele não tivesse acontecido, nenhuns dos eventos que se sucederam naquele dia teriam ocorrido, e essas lembranças dolorosas não existiriam. Os beijos úmidos, as bocas ávidas por mais, as mãos explorando o corpo do outro, as pernas se tocando. O momento em que caímos naquilo que parecia ser um colchão, as risadas entre os beijos. A hora em que ele tirou a camisa e se deitou sobre mim, o rubor em meu rosto ao ver o seu corpo e a minha ousadia em encosta-lo no chão, montar em cima dele e tirar o que me restava de roupa. Não tinha ideia do que estava fazendo, e ele também não. Não estávamos preocupados, cautelosos, estávamos apenas vivendo cada instante, cada momento como se não houvesse o amanhã. Os beijos nos meus seios, o suor nas nossas peles. A hora em que ele finalmente entrou em mim, ele me esperou a acostumar com a parte de seu corpo dentro de mim, para então começarmos uma corrida frenética, onde mais tarde nós dois chegaríamos ofegantes a chegada.

Enroscados um no outro, foi assim que adormecemos e acordamos. Encaixados, em harmonia perfeita um com o outro. O vinho nos deixou um pouco zonzos, o constrangimento de acordarmos nus, o rubor na nossa cara. Mesmo assim, Jason beijou meus lábios e sorriu, dando-me a certeza de que tudo ficaria bem. Nos vestimos e saímos abraçados da casa.

Agora me pergunto se fui mesmo tonta em acreditar que poderia dar certo. Não sei se alguém veria alguma falha aí, eu não consegui. Mas sempre fico cautelosa quando tudo sai extremamente perfeito. As coisas não acontecem assim na minha vida. Tudo que consigo é a base de muito esforço e perdas. Sempre foi assim. Meu instinto me dizia isso, nos meses em que ficamos juntos, antes dele desaparecer. Mas eu não queria acreditar, eu gostava de pensar que já havíamos passado pelo pior, aquilo era a recompensa. Mal sabia que era só o começo de uma peça, em que no final quem ficaria sozinha, como de costume, seria eu.


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Notas finais do capítulo

Estou apaixonada pela Reyna, gostei muito do que escrevi aqui, espero que o Rick escreva alguma coisa dela ainda. ela merece muito alguém legal! Sempre estou aberta a sugestões!
Espero que curtam!
Bjos ;)



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