Wyrda escrita por Brisingrrr


Capítulo 4
Arya


Notas iniciais do capítulo

Hey, cá estou eu, mais cedo do que imaginava! Agora tentarei postar com o intervalo fixo de 15 dias, vou me esforçar!
E antes de tudo quero agradecer MUITO ao Lobo Alado, que além de ótimo leitor, foi de grande ajuda! Eu estava com um bloqueio e pedi a sua ajuda, e não poderia ter feito melhor! Ele me ajudou com muitas ideias e abriu minha mente!
Esse capítulo - apesar dele já conhecer basicamente o que acontece porque ele teve que ouvir um spoiler - é dedicado a ele, talvez se não fosse a ajuda dele eu teria desistido da escrita.
Então, estou feliz que a Arya apareça aqui, ou talvez não...
Novamente, esse capítulo é "acelerado", muitas coisas acontecem aqui, mas acho que dá pra acompanhar o ritmo, se estiver confuso, me digam.
Mas enfim, eu espero que gostem e que o rumo que a fic está tomando agradem vocês!



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– Eragon, venha comigo e se apresse, o que tenho a dizer é urgente – Blodhgärm parecia assustado e até mesmo amedrontado.

Eragon mal havia entrado no Salão quando Blodhgärm pronunciou essas palavras, mas fora tempo suficiente para notar que todos que estavam presente demonstravam apreensão. Seguiu o elfo a passos largos e seus pensamentos estavam confusos, se esforçando pra imaginar o que poderia ter acontecido.

O elfo subiu as escadas e passou por vários corredores, com Eragon sempre o seguindo, até que parou diante de uma porta enorme de madeira guardada por dois Cavaleiros, empurrou-a e ela se abriu com um rangido fraco. Eles estavam na Sala dos Espelhos.

Ali encontravam-se alguns espelhos que serviam de comunicação com quem estava longe, mas não era comum que a comunicação fosse feita ali na sala, geralmente levavam o espelho para um lugar mais privado. A sala era constantemente vigiada por um Cavaleiro, que era responsável por avisar se houvesse contato de algum dos espelhos, e entrar ali causou ainda mais confusão na mente de Eragon.

– Blodhgärm, o que está havendo? Por que estamos aqui?

Não houve tempo para resposta. Eragon correu os olhos pela fila de espelhos e parou no espelho de moldura verde musgo, o espelho que ligava a Ilha à Ellesméra, e viu algo assustador. Arya, sentada em seu trono, mas aquela não era a Arya de que ele se lembrava. Ela estava magra, com a pele cinzenta, olhos profundos e um aspecto doentio. Vestia um manto negro que pendia lateralmente em seus ombros e tinha sua espada resplandecendo e lançando pequenas faixas esverdeadas de luz no ambiente. Parecia que estava morrendo. Mas era um elfo, como isso podia estar acontecendo?

Junto com a surpresa e o medo que acometeram Eragon, surgiu algo há muito perdido, algo que ele vinha evitando desde que abandonara a Alagaësia e que com muito esforço havia superado. Não, ele sabia que não tinha superado, tinha apenas aceitado o destino.

– Eragon – Arya disse com uma voz vacilante e rouca, parecia estar fazendo um esforço enorme para falar.

– Arya? O que houve com você? - Eragon surpreendeu-se por não tratá-la com os títulos que lhe cabiam - Éhh, quero dizer, Dröttning, o que houve?

Durante todos os anos que ele esteve longe da Alagaësia se comunicou com a elfa algumas vezes, mas sempre em reuniões, sempre acompanhados de outras autoridades. Esse contato direto nunca havia acontecido, e arrependeu-se por tê-la tratado tão intimamente depois de tantos anos.

– Eragon, bloqueie a sala para que ninguém nos ouça – ela parou e respirou fundo – e sente-se, é uma história longa.

Rapidamente o Cavaleiro fez o que ela pediu, murmurou alguns feitiços na Língua Antiga e Blodhgärm o ajudou, depois de terminado postou-se defronte o espelho, não queria sentar, sentia-se alerta e Blodhgärm ficou um pouco atrás dele e sua apreensão também era aparente.

– Rainha, conte-nos o que está acontecendo – Eragon parecia suplicante e agora aplicou seu tom casual de formalidade, até um pouco frio.

– Vou contar desde o começo, e perdoe-me pelas coisas que confessarei, agora vejo como fui tola - a elfa tomou fôlego - Algum tempo atrás, vários elfos perceberam que a Árvore Menoa estava fraquejando, ela estava doente e isso foi um caos. Os elfos fizeram de tudo pra tentar alguma melhora, alguns de nós passou dias e noites cantando em meio a suas raízes, mas nada surtia efeito na Árvore. Nossa raça é orgulhosa e manteve isso em segredo das outras raças, mas até mesmo os elfos de longe começaram a perceber algo diferente e muitos vieram até aqui, mas eu os proibi de revelar qualquer coisa, até mesmo pra você – seu olhar era suplicante, parecia prestes a desmaiar.

“Há alguns meses senti que as coisas não estavam como deveriam estar, eu fui acometida de sintomas inexplicáveis para um elfo, principalmente a uma elfa Cavaleira, mas mantive silêncio porque pensei que se resolveria. Mas Fírnen começou a se preocupar, e os outros elfos começaram a perceber a minha fraqueza. Convoquei os melhores feiticeiros elfos, os fiz jurar segredo, e depois de muito tentarem uma cura, fracassaram.

“Eu tinha dois problemas: a Menoa que morria, e eu também. Primeiro pensei que meu estado fosse reflexo da enfermidade da Árvore, pensava que talvez a minha ligação forte com a raça élfica e com a floresta causaram de alguma forma esse contágio da doença, mas passaram-se alguns dias e todos notaram a melhora na Árvore, e não tardou a ela estar viva e forte novamente. Mas eu continuei a perecer, cada dia mais, até que tornou-se evidente a qualquer um a minha situação. Eragon, a Menoa se alimenta das minhas forças, e eu estou morrendo”.

Eragon estava perplexo com o que tinha ouvido, não sabia o que estava sentindo. Receio, confusão, curiosidade, medo talvez? Não sabia.

– Dröttning, por que esperou tanto para nos avisar? - Blodhgärm aproximou-se do espelho.

– Vor Blodhgärm, sabe como o orgulho e a prepotência são os piores e maiores equívocos que temos, e eu não estou fora disso. Optei por sigilo porque me avaliei capaz de resolver tudo sozinha, e não quis causar alarde nas demais raças. Não vi o tamanho do problema, até que ele já estava incontrolável. Deveria ter avisado logo quando a Menoa adoeceu, peço que vocês me perdoem por essa atitude.

– Mas Dröttning, há algo que possa ser feito? - Blodhgärm parecia saber a resposta.

– Temo que não, Mestre Blodhgärm. Já procurei todos os meios de cura possíveis, nada resolveu, e é algo totalmente desconhecido... a enfermidade de um elfo.

– Mas o poder dos Cavaleiros ainda não foi testado, pode ser que ao juntar a magia dos Cavaleiros e dos dragões resolva, ou então...

– Blodhgärm, lamento, mas acho que nada disso vai surtir efeito, tenho minhas suspeitas sobre o motivo disso... - lançou um olhar melancólico a Eragon, mas ele não percebeu. Estava perdido, sua mente era bombardeada de lembranças e visões. Viu coisas que há muito havia esquecido, e por um momento pensou ter encontrado a resposta para o problema.

Um turbilhão de imagens distorcidas retornou à sua memória.

Oh, grande árvore, me escuta, por favor! Precisa da tua ajuda! Todo o país está em guerra, os Elfos abandonaram a segurança de Du Weldenvarden e eu não tenho espada para lutar! Solembum, o menino-gato, me disse para procurar debaixo da árvore Menoa, se precisasse de uma arma. E esse momento chegou! Oh, mãe da floresta, escuta-me, por favor! Ajuda-me na minha demanda!”

Lembrou-se de suas tentativas frustrantes de fazer contato com a árvore, lembrou-se da determinação em encontrar uma resposta para o enigma de Solembum, e lembrou-se da fúria de Saphira quando não obtiveram sucesso em sua busca. Até as palavras do dragão vieram claras à sua mente: “Chega de humilhação!” declarou ela “Eu sou um dragão e não aceito ser ignorada, nem mesmo por uma árvore!

Muitas lembranças que eram tão distantes pareciam enevoadas pra ele, mas essas vieram claras e reais, parecia reviver aquele momento.

Viu Saphira cravar suas garras nas raízes da Árvore – naquela época Saphira era tão pequena -, ouviu seus rugidos e foi capaz de lembrar a sensação do calor das labaredas que o dragão projetou. Sentiu o medo que havia presenciado quando a floresta ao redor tomou vida, ouviu a voz da Árvore em sua cabeça e a fúria que emanava dela e as suas palavras de ameaça “Boa morte, Eragon, Matador de Espectros e Saphira, Escamas Brilhantes”, depois viu lampejos da conversa com a Árvore e por fim, as palavras que deixavam claro que ela cobraria um preço caro por aquela ousadia.

Em meio a todas essas lembranças, sentiu-se tolo. Como poderia ter ignorado essa dívida com a Menoa? Admitia que achava que a sua partida da Alagaësia fosse o preço a pagar, embora muitas vezes pensasse que o fato de não existir mais metal estelar fosse um bom motivo, já que foi uma das maiores dificuldades que a Nova Ordem encontrou, e se parava pra pensar, achava que todas as provações que passou eram um preço digno: apesar das conquistas, viu pessoas queridas morrerem e abriu mão da vida que tinha. Isso já não era suficiente? Não, ele sabia. Isso era reflexo do tempo, a Menoa nada tinha com isso.

– Arya Dröttning, não pode desistir assim – os pensamentos de Eragon foram interrompidos por Blodhgärm – eu irei até Ellesméra e levarei comigo os Cavaleiros Mestres e os melhores Feiticeiros, juntos podemos reverter isso.

– Blodhgärm, escute – o Cavaleiro resolveu interferir – acho que tanto Arya quanto eu sabemos qual é o motivo disso, e penso que você também deve saber. Você irá até Ellesméra e tentará tudo que estiver a seu alcance. Levará os Eldunarí junto, e levará todos os Mestres. Mas, Blodhgärm-elda, não deixe que ninguém de fora saiba disso, porque pode ser perigoso. Peço que junte toda a sua sabedoria e experiência, essa é uma decisão tomada as pressas, mas é o que as circunstâncias permitem.

– Sim, Eragon está certo Blodhgärm, seja cauteloso e sábio. Lamento que eu tenha causado essa desordem – o olhar da Rainha dos Elfos era triste e fraco e Eragon pensou que ela iria chorar ali mesmo.

– Rainha, temos que nos despedir, os preparativos são longos e o tempo é curto. Espero que as coisas dêem certo, lamento pelo que está acontecendo – Eragon falou na Língua Antiga e fez uma reverência.

A elfa tão frágil acenou e agradeceu, e em um piscar de olhos a imagem no espelho tremulou e desapareceu, deixando Cavaleiro e Feiticeiro sozinhos na sala. Olharam um para o outro, e Eragon viu o medo nos olhos do amigo.


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Notas finais do capítulo

ééé isso! Por favor, me digam se gostaram, se não gostaram e eu estou sempre aberta à críticas! Me digam se algo pode ser melhorado, e me corrijam se for o caso.
Comentários são obviamente muito bem-vindos e me deixam extremamente feliz!
Ah, e é claro, podem dar sugestões sobre o que pode e querem ver acontecendo...
Além disso, façam suas apostas! Podem me dizer o que acham que vai acontecer a partir daqui heheh
Hm, outra coisa! No próximo capítulo eu darei um jeito de esclarecer alguns acontecimentos da Alagaësia e da Nova Ordem, então se tiverem alguma dúvida (Angela, por exemplo) podem me perguntar que tentarei deixar claro no capítulo seguinte!
Chega de falar, sintam-se a vontade para comentar - ou não.
Atra du evarínya ono varda!



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