2 escrita por agarotadoforninho


Capítulo 3
Nocaute


Notas iniciais do capítulo

AAAAAAAH ADOREI ESCREVER ESSE CAP! hahahahaha Sou uma escritora louca e fico rindo com a minha própria fanfic.

(Não vai ter música pra nenhum capítulo mais. Quando eu quiser eu coloco. Só pra esclarecer, ok?)

Esse cap ta MARAAA e eu quero todo mundo enlouquecendo nos coments.

MUITO AMOR PRA VCS!



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“Olha aí, o mundo girando e a gente se esbarrando outra vez. Olha aí, o meu coração indo contra a razão, sentimento não se desfez. Recaí quando te vi e a paixão veio à tona, fui a nocaute, beijei a lona, o meu corpo tremeu.” (Nocaute — Jorge e Mateus)

Dizer que aquele povo era louco, seria pouco.

A faculdade estava lotada de gente, eu tentava encontrar Bianca e passar através da multidão que se amontoava no pátio principal.

No meio da muvuca, eles estavam fazendo o que me parecia ser um trote com alguns calouros.

Todos tinham a palavra calouro escrita na testa e nos braços, uma gravata colorida no pescoço, estavam descalços, com um bambolê na cintura e uma garrafa abaixo de cada um.

A multidão cantava enlouquecida: “VAI DESCENDO NA BOQUINHA DA GARRAFA! É NA BOCA DA GARRAFA! DESCE MAIS, DESCE MAIS UM POUQUINHO! DESCE MAIS DESCE DEVAGARINHO!”♫♪♬

O povo se acabava dançando e rindo e filmando, alguns faziam passinhos, enquanto os calouros mais riam do que conseguiam dançar.

Esse lugar era no mínimo divertido.

Quando finalmente consegui chegar a lanchonete, pude ver Bianca.

— Irmãzinha, até que enfim.— nos abraçamos rápido e ela disparou a falar.— Já resolvi tudo do seu dormitório. Infelizmente não tinha mais vaga no meu, então eles abriram um pra você, que fica logo ao lado do meu. O bom é que você não vai ficar longe e o ruim é que vai ficar sozinha no quarto. Só tem uma cama mesmo, ao que parece eles não vão dividi-lo entre duas ou três meninas já que é pequeno. Mas, como você gosta mesmo de ter seu espaço, talvez seja bom estar sozinha.

— É bom te ver também, irmã.— disse sarcástica.

— É que eu to cheia de coisa pra fazer, estamos atolados com o evento e se eu não dissesse logo, iria esquecer. Mas conta tudo, como você está? E o papai?

Compramos algo pra comer e fui respondendo a todo interrogatório de Bianca sobre meu pai, Dandara, meu vestibular, a academia, as fofocas da galera...

— Ah Ka, eu tô muito feliz de você ter vindo pra cá. Você vai gostar daqui.

— Percebi que só tem doido, mas ok. Vem cá, que evento é esse que você tá enrolada?

— Já já você vai saber. Primeiro, deixa eu pegar umas coisas com as menin...

Nesse momento eu parei de escutar o que minha irmã falava.

Meu olhar estava especificamente no garoto que vinha caminhando do outro lado do pátio.

— Aí você me encontra no auditório, já que tem essa reunião de boas vindas, de praxe no primeiro dia, ok? Karina? Tá me escutando? O que tanto você olha?

Bianca seguiu meu olhar.

— Pedro, vem cá! Precisava mesmo falar com você.

— VOCÊ CONHECE ELE?— perguntei nervosa até demais. Bianca percebeu.

— Ele é tipo primo do João, passou pra Artes Cênicas e também vai morar aqui. Acredita? Mas por que o interesse, hein dona Karina?

Pedro se aproximava e meu coração acelerava a ponto de eu achar que não resistiria.

Eu estava tendo um treco.

— Fala aí, Bianca. Beleza?

— Oi Pedro, essa é minha irmãzi...

— Você? Caramba, achei que nunca mais fosse te ver na vida e olha só.— ele deu aquele maldito sorriso perfeito.

— Eu também.— consegui sorrir amarelo. Estava suando.

— Pera aí, vocês se conhecem?

— Longa história.— eu respondi, tentando respirar e parecer normal.

— Fizemos a prova do vestibular na mesma sala. Sua irmã me ajudou e eu a derrubei em troca.— ele riu.— Não exatamente nessa ordem. E desculpa de novo. Foi sem querer mesmo.— completou, se virando pra mim.

— Ah, então dispensam apresentações, né? Como te disse, vou ter que terminar de resolver umas coisas, mas você pode indo pro quarto, Ka. Vou pedir pra uma das meninas te levarem. E você, Pedro, to precisando urgente de um favor seu. Conhece algum DJ bom?

Eles foram se afastando e minha irmã não parava de falar.

Foi quando Pedro virou para trás e disse um “até depois” com uma piscadela, que se eu não estivesse sentada, juro que tinha caído.

MELDEUS QUE MENINO PERFEITO!

Pedro Ramos ainda vai me matar. Nem acredito que vamos nos ver TODO DIA!

Antes de eu completar meus pensamentos chegou uma ruiva toda saltitante.

— Você é a Karina, não é? Sua irmã sempre fala de você. Prazer, Bárbara Boaz, mas pode me chamar de ruiva como todo mundo.

— Oi.— respondi com um meio sorriso.

— Bianca disse que você era meio tímida, mas isso logo muda aqui.— a ruiva deu uma risada maliciosa e foi me puxando pra levantar.— Bora, que eu vou te levar pro seu quarto. Daqui a 10 minutos é aquela reunião geral com o reitor.

— Ah sim, Bianca falou sobre isso aí. É obrigada a ir?

— Sim.— ela riu.— Infelizmente tem uma lista para que todos assinem, comprovando que escutaram as boas vindas do Seu Barriga.

— Seu Barriga?— tive que rir.

— É como chamamos o reitor. Você vai entender porque quando vê-lo.

Esse lugar definitivamente não tinha ninguém normal.

Ao andarmos pelos corredores dos dormitórios, podíamos ver a bagunça formada.

Meninas gritando por se reencontrarem. Malas espalhadas por todo lugar. Gente perdida sem saber o número do próprio quarto.

Graças ao bom Deus, além de eu ter alguém conhecido aqui, meu pai trouxe minhas malas ontem. Porque se não, não sobreviveria.

Falar no meu pai, foi cômica nossa despedida. Ele quase chorou quando chegamos a faculdade.

Ele me trouxe até a porta e teve que voltar correndo, pois hoje a academia receberia novos alunos. A Academia do Gael agora era uma referência em todo estado e muitos iam para lá na busca de melhor treinamento.

Meu pai falou pra eu ter juízo, que me amava muito, que a menininha dele tinha crescido muito rápido e claro, que meu short estava muito curto.

Realmente estava.

Fabi fez questão de separar essa roupa pra mim: uma blusa fina azul clara, o que destacava meu olhos, de botões e um nó na barra, que deixava minha barriga um pouco a mostra. Tênis cinza e um micro short jeans claro, com algumas tachinhas. Os cabelos estavam soltos.

Eu mudei muito. Inclusive meus looks, que não eram mais tão masculinos. Eu já me permitia usar esses acessoriozinhos de menininha de vez em quando. Roupas mais justas. Até vestidos quando era necessário.

— Quarto 007, Karina. Karina, quarto 007.

— Ótimo número.— já estou gostando do meu quarto.

Ele era no mínimo espaçoso para uma pessoa, mas realmente não caberiam duas naquele lugar. Tinha um guarda roupas, uma estante de livros, uma escrivaninha perto da janela, com persianas cor de chumbo. E uma enorme cama de casal, com um pequeno criado mudo ao lado.

Tudo muito clean com as paredes gelo. Pronto para ser decorado.

— Vou deixar você se organizar. Bi, pediu pra avisar que sua mala está atrás da porta. Não demora.

Me joguei na cama assim que a ruiva saiu, assimilando tudo o que havia acontecido só nesta primeira hora que cheguei ao campus.

Ela era macia e realmente grande. Sempre quis ter uma cama enorme dessas. Bastante espaço pra dormir esparramada.

Joguei tudo da mala dentro do guarda roupas sem muito capricho, mais tarde eu arrumaria tudo. Dei uma última checada no quarto pra ver como eu iria decorá-lo.

A parede atrás da cama estava perfeita pra colocar meu quadro de medalhas. Sem falar em todo espaço existente no quarto pra colocar minhas tralhas.

— Bem vindos ao lugar que pode mudar suas vidas completamente!

Quando cheguei ao imenso auditório, o reitor já começava o discurso.

Realmente ele era a cara do Seu Barriga: baixinho, de óculos, com um bigodão e aquela pança enorme.

Bianca estava perto da porta conversando escandalosamente com a ruiva.

— Achei que tinha se perdido no caminho!

— Quase.— respondi rindo.

Eu realmente tive que dar duas voltas no pátio pra achar o caminho do auditório.

— Já assinou a lista?

— Aham.

— Então a gente espera uns 10 minutos e vaza daqui.

— E pode?

— Podemos tudo!— foi ruiva quem respondeu alegrinha.

Dados os 10 minutos, conseguimos sair e voltamos para a lanchonete em que nos encontramos inicialmente.

— Irmãzinhaaaa!

João veio correndo como nos filmes, em câmera lenta, quando acontecem aqueles reencontros emocionantes.

— Já tinha me esquecido o quanto você é idiota!

— Para, que você me ama e tava morta de saudades.

— Não ter com quem jogar e ficar rindo a madrugada toda realmente é triste.— sorri verdadeiramente.

— Viu como você precisa do Jonny aqui? Pô, fiquei feliz de você vir pra cá. Família completa!— ele passou um dos braços em volta da Bianca e o outro em mim.

João fazia faculdade de cinema e também morava no campus, desde o semestre passado.

— É né, vamos ver no que vai dar. Se nada der certo, viro lutadora!— ergui a guarda e fiquei em posição para acertá-lo com um jeb.

Adoro ver João se cagando de medo.

— Como nos velhos tempos.— Bianca constatou, rindo acompanhada da ruiva, enquanto eu encarava João.

— Sabe que eu sou da paz!— levantou as mãos ao dizer isso.

— Sai dessa, arregão!

A frase veio de traz de mim e eu quase perdi o ar. Já reconheceria essa voz a 30 km de distância.

— É porque você ainda não viu ela lutando, ô mané!— corei nesse momento.

— Você luta? Obrigado por não ter me matado então. Fui me meter logo com uma lutadora?

— Se meter? Perdi alguma coisa? Em que universo paralelo vocês se conheceram?

— Fiquei tão surpresa quanto você, João. Esses dois aí ó... — Bianca nos olhou maliciosamente e nesse momento eu tinha certeza que meu rosto parecia um tomate. Eu o sentia queimar de tão envergonhada.

— E aí rapaziada! – Duca chegou e já foi cumprimentando os meninos.

OBRIGADA SENHOR! OBRIGADA DUCA!

Ele chegou no melhor momento possível, me salvando daquela situação.

— Bom dia meu amor!— Bianca foi toda melosa abraçá-lo.

— Como tá sobrevivendo a esses loucos, Ka?

— Até agora tô viva.— respondi sorrindo pra ele.

Duca era um amigão e tê-lo como cunhado, além de parceiro de luta, era bom.

— Trouxe os flyers, amor. Pelo que vi tá tudo certinho.

— Ai que tudo! Não aguentava mais esperar. Vamos sair distribuindo AGORA! Ruiva, chama o pessoal e entrega isso pra distribuírem.— minha irmã entregou o pacote para a amiga.

— Vem comigo João?

— Só se for agora, gatinha.— ela revirou os olhos e seguiu com ele ao seu lado.

— Ka, eu vou dar uma saída com o Duca. Já não nos vemos a semana toda e vamos aproveitar que hoje o dia é livre. Qualquer coisa você me liga.

— Pode deixar, vou ver se arrumo meu quarto.

— Ah... — ela começou, enquanto se afastava, indo em direção ao carro de Duca.— Juízo! Tchau Pedrinho, toma conta dela!— Bianca teve a cara de pau de piscar para Pedro após a última frase, com um sorriso malicioso, nos olhando ao entrar no carro.

Eu até tinha me esquecido do fato de Pedro ainda estar na mesa sentado.

— Então, vou nessa!— me forcei a olhá-lo e tratei de fugir.

— Espera.— droga, meu plano de fugir foi por água abaixo.— Você vai pro evento na sexta?

— Eu ainda não sei que bendito evento é esse.— já estava curiosa pra saber.

— Pera aí então, vou pegar o flyer. Porque também não sei direito.— Pedro riu tão lindamente que eu me permiti sorrir com ele.

— Esse povo não tem mesmo o que inventar, né?— ele já veio rindo com o papel nas mãos, que havia pegado com uma das dezenas de pessoas que já distribuíam o flyer do evento.

— Deixa eu ver.

O safado fingiu me dar o papel e quando fui pegar, puxou de volta.

— Olha que eu luto, hein. Me dá logo isso, vai.— tentei falar séria mas terminei rindo.

— O que eu ganho em troca?— ele perguntou, levantando uma das sobrancelhas.

Ah você ganha um beijo nessa sua boca gostosa, Pedro Ramos.

Claro que não disse isso. Mas ri da minha resposta silenciosa.

— Acho que esse seu sorriso já tá de bom tamanho.— sorri mais abertamente ainda com a fofura dita por ele.

ESSE MENINO VAI ME MATAR!

— Escuta só o nome do evento...

— Fala então.— eu ri antes dele falar, já imaginando o que poderia ser.

— CHOPPADA DOS AMANTES.

— Tá de sacanagem?— peguei o papel de suas mãos e não parava de rir ao ler.

— Ainda diz que só pode ir acompanhado: “Só é permitida a entrada de casais. Vale tudo! Até se arranjar na fila. Divirta-se!”

— Não é possível! Que povo louco!

“Neste Valentine Days, temos a honra de promover a CHOPPADA DOS AMANTES! Só é permitida a entrada de casais. Vale tudo! Até se arranjar na fila. Divirta-se! 5h de Open Bar. DJ e muita música para os amantes! Sexta, 14 de fevereiro, a partir das 23h.”

O flyer ainda continha uma vasta lista das bebidas disponíveis no Open Bar.

Se esse povo já era louco normalmente, imagine bêbado.

— Quer dizer que se não tivermos um par, não entramos.

— Então eu tenho certeza que não irei.— constatei rindo.— Conheço ninguém. Quanto mais um garoto pra ir numa choppada comigo.

— Serve eu?


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Notas finais do capítulo

AAAAAAHHHHHHHHHHHHHH! PODE GRITAR MUITO! PORQUE EU TÔ GRITANDO AQUI!

Quem quer o próximo capítulo?????