Lost escrita por XXX


Capítulo 1
Prólogo




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Vendo TV quando criança acreditei no amor verdadeiro, vi que todos os filmes terminavam com um "felizes para sempre", vi que talvez um beijo seria a solução para tudo. O amor transformava as coisas parecendo magia, completava a vida, mudava a visão daquilo que chamamos de felicidade e não tirava aquele sorriso bobo do rosto. Hoje cresci e já percebi que o amor não é somente entre um homem e mulher, ele pode ser entre dois homens ou duas mulheres e por empirismo me encaixei no grupo homossexual, é claro que não foi um mar de rosas esse trajeto da minha vida, a aceitação pra mim foi uma fase difícil, o bullying na escola e parece que tudo complica mas graças a Deus meus pais hoje de certa forma me respeitam (o que já é um ponto alto pra mim), nem todos os pais aceitam seus filhos homossexuais e me sinto sortudo por ter pais compreensivos e que sempre me ajudam quando necessário. O que acontece é que a vida parece muito monótona, as coisas não são como parecem na televisão pois achei que chegando a minha juventude seriam beijos, festas e amigos mas, na realidade, eu estudo, trabalho e sobra pouco tempo para o restante das coisas. Tenho sorte por não ser popular afinal isso é um conceito muito superficial e eu aprendi a não ser supérfluo a ponto de me importar somente com a aparência, a beleza que realmente importa pra mim é aquela de dentro, o coração, e voltamos novamente ao assunto do amor.

Com quinze anos eu tive uma namorada (isso mesmo, namorada) e ela foi aquela coisa de escola sabe, cheguei ao ponto de dar uma aliança pra ela, mesmo ela sendo mulher ela era bastante legal e gostava de mim de verdade, o que me preocupou e meio que incentivou o término desse breve romance: eu não era capaz de corresponder os sentimentos dela e ainda por cima eu era gay, mesmo ela sendo super, era como trair a mim mesmo, e eu estava na fase em que estava descobrindo a minha personalidade. Infelizmente com um mês de namoro tudo se terminou, não achei que fosse ser um problema pois era pouco tempo para causar amor em uma pessoa, mas infelizmente ela me amava e esse episódio de esquecimento foi longo.

Depois dessa fase “hétero” eu passei a mentir para meus pais, mentir que ia na casa de um amigo fazer trabalho quando na realidade estava indo assistir filme no cinema, mentia que ia dormir na casa de uma amiga e ao invés disso estava numa festa, fora que o meu círculo de amigos era grande de certa forma e então toda festa, encontro ou mesmo estudo tinha todo tipo de gente, inclusive outros gays, então era sempre uma paixonite, um momento, me fazia bem, é gostoso quando você sente pelo menos um pouco de carinho, de certa forma te faz sentir especial, e eu gostava de me sentir especial para alguém.

E até meus dezessete anos foram “namorados” por todo o lado, eram casinhos mais “sérios”, daquele tipo que vai te ver depois da aula, aquele que fica abraçado com você na rua, o tipo americano que é sonho das meninas e de alguns homens, chegava a ser invejável, não querendo me gabar mas eu sabia escolher, não pela beleza, mas por muitas vezes ser correspondido emocionalmente, mesmo que por pouco tempo ou sendo simplório o sentimento, era bom ter essa felicidade completa que cresci vendo. O mais engraçado era o término, eu sou o rei (quase rainha) do drama, então era choro, rosas, era artístico e ao mesmo tempo superficial, o que fazia da felicidade citada acima ser falsa, e essa época foi conturbada assim como esse parágrafo, sentimentos reais e falsos, drama, identidade.

Tudo isso foi bom até eu chegar na faculdade, foi lá onde tudo começou...


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