O Fim do Universo escrita por BlueBox


Capítulo 21
De Volta Para o Presente


Notas iniciais do capítulo

Caros leitores, desculpe o longo hiato estilo "Sherlock" que realizei nessa fanfic. Fico muito grata as várias visualizações que teve, aos comentários e as recomendações. Agora tenho um pouco de tempo para prosseguir com ela. Foram mais de 2 anos de grande e imenso nada, mas acreditem em mim, não será necessário reler todos os capítulos anteriores. Espero que tenham curtido a história que ainda será desenvolvida em capítulos posteriores. Mais uma vez, me desculpem pelo longo hiato, pois fui introduzida a um universo de séries em expansão e acabei ficando vidrada. Dois anos atrás, quando aqui escrevia, devia assistir umas seis séries, agora está dez vezes maior, pra vocês terem uma noção do vício kkkkk. Espero que gostem do plot twist que acontece no capítulo e me desculpem pelos erros e falhas dos capítulos anteriores. Daqui pra frente, tentarei construir um enredo mais elaborado e menos confusos. Deixem comentários com sugestões, reclamações, opiniões e elogios que eu irei ler o que vocês tem a dizer e tentarei cumprir com as suas demandas de modo que a história se desenrole da maneira que eu elaborei, mas uma vez ou outra fazendo o fan service. Obrigada!!!



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Um barulho contínuo e irritante me desperta do mais profundo sono que já tive em toda minha vida. Desliguei o despertador insuportável e virei meu corpo para a parede ao lado da minha cama. Foi um dos – se não o mais – sonhos mais estranhos que já tive. E sou daquelas pessoas que quando tem sonho normal é porque não está sonhando.

O nosso corpo é interessante. Precisamos dormir e é muito esquisito isso, a gente tá vivo, mas não afeta nada, podendo achar que estamos mortos, mas na verdade estamos vivos, apenas dormindo. E na tentativa de nunca pararmos de pensar, o nosso cérebro – felizmente – criou os sonhos. Os sonhos são ótimos mecanismos de escapada da realidade e de treinamento mental. É interessante notar que o que sonhamos, de algum modo, está relacionado ao que vivemos no dia. Não interessa como, alguma mensagem escondida do seu dia está no seu sonho por mais irrealista que seja, tudo está ligado de alguma forma, só basta parar para pensar.

Ainda estou estupefata com o sonho que tive. Enquanto ainda podia lembrar, fiquei revivendo aquelas cenas absurdas que passaram diante de meus olhos dormentes. Aquilo tudo foi criado pelo meu cérebro ou eu vi em algum lugar?

Levantei-me da cama e fui ao banheiro. Estava lavando as mãos e tentando lembrar-se do sonho; já havia o esquecido em boa parte. Sequei as mãos e voltei ao quarto para me arrumar para escola. Assim o feito, fui à cozinha para tomar o famoso “leite com toddy”. Minha mãe apareceu e disse que faria a bebida para mim. Depois de arrumação aqui e ali ela me serviu o copo da bebida marrom. Tomei tudo em um gole de tanta sede depois de processar o sonho, escovei os dentes e voei para escola.

Quando cheguei à escola, o ambiente estava ofuscado pela neblina. Realmente fazia um frio que cheguei a tremer o queixo. Entrei quase que correndo e sentei na carteira. Não conversava com ninguém e ninguém conversava comigo. Sou uma pessoa muito reservada e por isso todos me acham estranha. Tinha “sorte” de uma professora gostar de mim e de não sofrer bullying, apesar de possuir um apelido pejorativo que eu não ligo muito para. Depois de uma manhã solitária na escola, fui andando para casa à espera de um almoço que venha satisfazer a fome que estava. Minha casa não era longe, a pé era no máximo trinta minutos e, se eu apertasse o passo, chegaria lá na metade do tempo.

Eu tinha um dinheiro de uns seis anos atrás ainda guardado na mochila, que era a mesma de uns oito anos atrás; poderia comprar alguma coisa para enganar a fome, mas fiquei com preguiça de tirar da mochila e, assim, continuei meu caminho.

Eu gostava de andar a pé e ainda mais sozinha, pois podia gastar o tempo para pensar e não para conversar com qualquer que me acompanhasse; era bom o caminho, passava por vários lugares que poderiam me fazer pensar em algo, o que tornava a volta para casa um dos melhores momentos do dia.

Faltando uns quatro quarteirões para chegar ao meu bairro, tornei a me lembrar do sonho excêntrico. Realmente era algo muito além da minha capacidade rústica de imaginar. Foi um sonho bom apesar de tudo, confuso, mas bom. Fez de minha manhã na escola menos tediosa.

Lembrei-me dos momentos mais legais do sonho, parecia algo saído quentinho do cinema. Se os efeitos de filmes fossem iguais aos do sonho seriam incríveis, pois no sonho o que seria efeito nos filmes é real nele, fazendo uma experiência visual fantástica. Porém não conseguia me lembrar de muito e acabei mudando de pensamento sem perceber.

Começou a chover o necessário para me fazer por o capuz do casaco para que não chegasse em casa ensopada. Foi a melhor caminhada depois da escola que já fiz em anos: minha imaginação estava além da minha capacidade de controlá-la e se juntava a um dia chuvoso e frio, o jeito de torna-lo melhor ainda seria um bom e velho chocolate quente, cobertores, talvez um livro ou Netflix.

As ruas estavam bem movimentadas para uma quarta-feira chuvosa. Algumas andavam com os seus belos guarda-chuvas padronizados, outras se alojavam abaixo de marquises e ainda havia outras que andavam descobertas na chuva que ia engrossando. Era uma cena bonita de se observar, tanto que fiquei hipnotizada por um tempo, apenas contemplando a beleza do agora. Fui retirada do transe por uma figura que ia a minha direção e gritava meu nome no meio da chuva.

— Kelly! – disse a figura, não pude distinguir se era masculina ou feminina – Kelly!

— Como sabe o meu nome? – gritei de volta.

A figura encharcada era um homem, pude notar mesmo com metade do rosto encoberto pelo capuz azul. Ele me puxou pela calçada cinzenta até uma faixa; atravessamos a rua e ele me levou a um estreito beco. Ele já abriu a boca para começar a falar, mas o interrompi:

— O que você quer? – perguntei o empurrando para a outra parede assustada e preparada para correr. No beco, ninguém podia nos ver por causa da correria que todos viviam.

— Você não se lembra de mim? – perguntou o homem retirando o capuz e revelando seu rosto.

— Não. – disse encarando-o com a testa franzida – Deveria?

Ele me encarou por uns instantes na esperança de me lembrar de sua pessoa. Ele estava ofegante e de boca aberta tentando respirar o máximo possível. Ele olhou para a rua como quem estivesse preocupado com o tempo, olhou para o seu velho e quebrado relógio de pulso e disse:

— Você seriamente não se lembra de mim?

— Eu seriamente não me lembro de você. – respondi. – Quem é você?

Ele me olhou por uns segundos, me pegou pelo braço e disse:

— Venha comigo. Eu vou te relembrar de tudo que você deveria estar fazendo agora.

— Eu não vou! – disse me soltando do braço dele – Eu não sei quem você é! Estamos num beco e sabe-se lá o que você pode fazer comigo!

— Kelly... – ele disse colocando cada mão em cada bochecha minha – Entendo que você não se lembra, mas pode vir comigo, por favor?

— Não sei... – disse olhando para os olhos dele que estavam vidrados em mim – Tenho que estar em casa senão minha mãe me mata!

— Quanto tempo você tem? – ele perguntou tirando as mãos do meu rosto e olhando novamente para o relógio.

— Não sei, uns dez minutos talvez. – respondi.

— É o suficiente. – ele disse pegando no meu braço novamente e me puxando para dentro do beco. Ele parou de frente a uma porta cinza que estava trancada. Ele ergueu o relógio à fechadura que logo depois se abriu.

— Como você fez isso? – perguntei.

— Bom... – ele abriu a porta, e entrou no lugar. Estendeu sua mão a mim – Vamos?

— Minha mãe vai me matar... – disse estendendo minha mão a dele. – Posso avisar ela que estarei esquartejada nesse beco aqui por volta de dez minutos?

Ele abriu um sorriso largo e apertou minha mão.

— Não será necessário. – e me puxou para dentro do lugar, fechando a porta atrás de nós.


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Notas finais do capítulo

Deixem comentários com sugestões, reclamações, opiniões e elogios. Próximo capítulo com data indefinida, mas possivelmente sairá esse ano! Obrigada!



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