Nico era tolo por acreditar nas palavras de Percy? É, talvez ele fosse mesmo. Mas o que podia fazer? O que podia fazer se as palavras daquele maldito simplesmente encantavam o menor?

Mesmo com Will, Nico tinha completa noção de que nunca iria esquecer Percy. Não completamente. Era como se, de 100% de sua maldita paixão platônica e infantil, 75% tivesse ido embora. Mas, a cada palavra, Percy conquistava mais 1%.

O problema? O problema é que Percy Jackson não calava a porra da boca.

E Nico já havia se perdido em meio a toda aquela porcentagem.

Porcentagem, matemática... Nico não odiava nada mais do que odiava matemática, aqueles números malditos! Agradecia todos os dias por não precisar frequentar a escola - talvez o acampamento meio-sangue tenha servido pra algo, afinal... Ou não. Nico odiava matemática, sim, claro. Mas tinha uma coisa que Nico odiava quase tanto quanto matemática.

E dessa coisa ele não podia fugir.

Percy Jackson.

E sua - não tão - antiga quedinha pelo garoto.

Aliás, ele até poderia tentar fugir. Como tentara diversas vezes antes. O problema, é que o pobre Di Angelo parecia ter um chip, e o imbecil do Jackson controlava o chip, pois sempre conseguia acha-lo.

Hermes, será que da pra maneirar na tecnologia dos chips não-existentes, por favor? Um filho de Hades que tem vontade de te jogar no Tártaro agradece.

Talvez isso não fosse culpa de Hermes, nem de Percy.

Talvez Nico quisesse ser achado. Mas, é mais do que óbvio, ele precisava colocar a culpa em alguém.

E não seria nas estrelas, porque Zoe já estava muito bem morta.

E Zoe lembrava Bianca. Que lembrava da promessa de Percy.

Que ele não cumpriu, obviamente.

E isso deixava Nico com mais raiva ainda.

Porque apesar de toda essa porcentagem, todas essas estrelas, mortes, e matemática, Nico não conseguia odiar Percy.

Nico só conseguia odiar a si mesmo, por não conseguir odiar Percy.

Nico odiava Percy porque este fazia com que um sentimento nascesse em seu peito - um sentimento bom. Odiava-o pois Jackson fazia ama-lo.