Maryam escrita por D C S Martim


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Eu não sei,só estava pensando: Caramba, eles realmente precisavam de uma sylph ali, quando me lembrei da Kanaya.

Quem sabe.

Não resolve o problema, mas, pelo menos, não estaria todo mundo morto.



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A situação passava dos limites. Até mesmo Kanaya Maryam podia ver que a situação passava dos limites, e já fazia algum tempo que ela decidira ser indulgente e abaixar um pouco seu padrão à respeito de coisas que passavam dos limites, afinal de contas, seu planeta havia sido destruído, seus amigos estavam mortos e Rose andava bebendo demais. Todos precisavam ser razoáveis e entender que simplesmente não era viável manter os mesmos padrões para passar dos limites. E ainda assim, aquilo passava dos limites. Superava as expectativas de passar dos limites. Superava as expectativas até mesmo de mais do que passar dos limites. Talvez precisasse abrir uma nova categoria para aquela atrocidade, e ainda assim, ela não se sentiria satisfeita.

Sentiu um horror profundo diante do quadro grotesco, imaginando como aquela interação prometia acabar. Os berros histéricos de Karkat, parado ao seu lado, lhe garantiram que o desfecho não seria bom.

Gamzee estava viajando em bananas coloridas. Perdera completamente a noção. Estava fora de si. Terezi, por outro lado, estava completamente consciente, e Oh, Meu, Deus, Pobrezinha!, seria tão melhor se não estivesse. As lágrimas escorriam abundantemente de seus olhos, enquanto a besta fera sangrava e babava e proferia ameaças de morte com seus olhos sanguinolentos.

Seu primeiro impulso foi o de investir contra ele, em um ímpeto de ira, e fazê-lo prostra-se, rasgado ao meio pela serra elétrica da justiça, de maneira mais que merecida, diante de seu próprio sangue, se seus próprios órgãos dilacerados, tendo alguns segundos para contemplar suas próprias entranhas, e seus próprios crimes antes de entregar-se à morte semipermanente. Seu primeiro impulso foi de destruição, mas já tivera destruição mais que suficiente para uma vida inteira. Presenciara destruição demais, causara destruição demais, e já estava farta daquilo. Perdera muito, por que deveria perder mais?

Havia coisas que precisava proteger.

A primeira delas era Karkat.

Respirou fundo. Kanaya não era God Tier, mas continuava sendo a Sylph of Space. E aquela cena precisava de uma Sylph. Bem, uma que não estivesse lá para estragar tudo, como parecia ser o caso de Aranea.

Ela fechou os olhos.

O que uma Sylph podia fazer? Ela nunca tentara nada do tipo antes. Oh céus. Nunca precisara, ou apenas nunca lhe ocorrera que poderia. Teria de descobrir depressa. Esticou as mãos e esperou que aquilo desse certo.

-Sinto Muito, Gamzee.- disse ela.

E talvez sentisse um pouco. Foram amigos, uma vez. Parecia que há muito tempo.

Transportou-o para longe de Terezi, que caiu de joelhos, tremendo, sem entender exatamente o que estava acontecendo. Karkat, já na metade do caminho, esfregou os olhos, assustado ao não mais ver o ex-moiral ali. Esqueceu-se de prestar atenção na aterrissagem, o que fez com que despencasse sobre Terezi e rolassem ambos para longe da beirada.

-Mas que filha-da-putagem é essa que está acontecendo aqui, filhos da PUTA!- gritou Gamzee, parecendo um pouco menos irado, com os olhos voltando a assumir uma coloração mais próxima do amarelo que do vermeho Karkat que estavam antes.

Ainda de olhos fechados, Kanaya o fez ficar pequeno, como uma semente. Mas ainda havia muito para resolver. De uma sylph para a outra, Aranea não estava fazendo bom uso de seus poderes. Kanaya correu em direção a ela, diminuindo a espada que Aranea tinha em mãos, deixando a moça surpresa.

-Não É Assim Que Se Ganha Uma Guerra!- disse, acertando um soco no maxilar dela.

-Kanaya!- Rose gritou, apontando para a Condessa, que tinha os olhos brilhando como se fosse...

-Ai Caramba.

Ela correu, tão rápido quanto podia, o que era bastante rápido, já que era uma rainbow drinker.

-Rose! Tire Sua Mãe Daqui!- gritou, arrastando atrás de si o garoto que estava de cuecas –O Que Eu Devo Fazer, O Que Eu Devo Fazer?!

-Corra mais rápido, corra mais rápido!- disse ele – Macacos me mordam, senhorita, ela vai nos alcançar!

-Não Tenho Tempo Pra isso! – grunhiu ela - Preciso Resolver Um Problema De Cada Vez.

-DEIXA COMIGO, KANAYA!- gritou Karkat, amparando Terezi no banco de areia.

Precisavam de um milagre, mas pelo menos ela havia feito alguma coisa.

Não gostaria nem de pensar em como poderia ter sido.


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Notas finais do capítulo

É isso aí. Se alguém concorda, discorda, estiver a fim de discutir este e outros tópicos de Homestuck comigo...