Me perdoe.

Por K. J. Medeiros.

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Eu nasci para matar os humanos...

Em 5 anos eu poderia transformar a próxima geração em meus companheiros. Contudo, este seria um mundo onde você não poderia viver. Kouta, você só foi um sonho efêmero.

Que mal consegui ver do inferno.

Os dias em que eu passei com você foram os únicos onde eu... Kouta, você...

Eu queria lhe pedir desculpas.

Foi apenas por essa causa que sobrevivi a tudo, e eu só queria esquecer essas coisas; continuar ao seu lado. Me desculpe pelas lembranças ruins que te deixei.

Me desculpe. Por favor.

Eu queria esquecer de quando as minhas mãos estavam acorrentadas e pressionadas sem nenhuma liberdade. Eles temiam a minha saída. Sim, eles tinham medo de mim.

Eu não podia libertar-me das correntes. Eu... Não conseguia mais suportar isso.

Está me queimando por dentro e eu já consegui perder todas as minhas lágrimas. Mas eu não posso chorar. Não posso procurá-las no âmago do meu depósito vazio delas e derramar o nada sem significado algum.

Sem razão alguma.

Eu... Não consigo.

Tenho somente ódio e nasci para matar a sua espécie. Não importa o quanto eu tentar. Já busquei arduamente parar com isso, mas existe uma besta dentro de mim. E ela está crescendo. Ela está esperando só para lhe machucar.

Seu coração foi machucado por mim.

Eu vejo o mundo e a dor que você tentou negar. Tudo o que você amava foi destruído. Arruinado por mim. Tudo o que você amava foi devastado por mim.Tudo porque... porque eu lhe amava.

Mas eu era bem egoísta. Eu sempre fui assim.

É sempre o mesmo: eles me temiam. Todos. E eu não podia me libertar, e eu não me saía bem em suportar isso.

Aquilo me queimava por dentro. E eu tinha perdido todas as minhas lágrimas.

Gostaria de deixar o vazio e saber o que se passa em mim. Gostaria de deixar a escuridão porque a única luz – mesmo que fraca - que consigo avistar dentro do negro é a sua. E eu não poderia ir atrás dela sem razão ou significado algum.

Eu havia destruído todos que você amava. Eu havia lhe feito sofrer. E por consequência eu não merecia ir atrás da sua luz.

Eu era somente o ódio e você era o amor. Éramos antônimos. Diferentes. E não importava o quão arduamente eu tentasse. Eu mesma temia a besta que havia dentro de mim.

Ela só cresce. E espera ansiosamente pra lhe machucar. Só pra lhe ferir. Você não pode ver a minha alma.

Porque você não conseguiu ver as mentiras que habitavam no fundo do meu coração? No centro da minha alma?

Ela já desistiu e minha alma já não brilha quanto antes. E brevemente ela terminará o último choro antes que eu volte para ti e ela torne a se ascender.

Eu havia lhe feito sofrer. Eu lhe destruíra, e portanto eu não te mereço. Mas como eu só pensava em mim mesma e no quanto eu lhe amava, eu voltei.

A música cessou-se.

O relógio voltou a funcionar.

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FIM