Se Eu Fosse Você escrita por Matt_Willians


Capítulo 2
O Pesadelo Começa




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Capítulo 2: O Pesadelo Começa

N ~ Lily Evans

Acordei na ala hospítalar. Tudo que eu me lembrava era de que Amy tinha me oferecido um suco de abóbora, e que depois do primeiro gole, não consegui parar de tomar. Aaah, o que aconteceu comigo? Levantei devagar e olhei ao redor, não havia ninguém ali. Coçei a cabeça e sai da cama, mas logo parei, atônita. Ali, na minha frente, estava eu, deitada, desmaiada na cama ao lado. Esfreguei os olhos. Não podia ser verdade. Olhei de novo, e lá estava eu, meus mesmos cabelos ruivos bem arrumados, minhas mesmas vestes. Deitei na cama. Pensei que estav devaneando. Na verdade, eu tinha que estar imaginando coisas. Tentei dormir, mas não consegui tal proeza. Depois de alguns minutos, entraram pela porta Madame Pomfrey, a Prof. McGonagall, o Prof. Slughorn, Black, Lupin e Pettigrew. Onde estava o Potter?
-Ahhn, Srta. Evans? -Perguntou a Prof. McGonagall, com algum receio. Claro que sou eu.
-Oi? Professora? -Minha voz saiu diferente. Mais grave. Bem mais grave.
-Como eu pensava. -Falou ela. -Horácio, quanto tempo vai durar a poção?
-É uma situação ruim, a de Potter e Evans... -Falou ele. -O efeito da poção é quase eterno. Por isso é extremamente perigosa. Ela só pode ser quebrada por algum sentimento mútuo dos dois que tomaram a poção, e tem que ser dos fortes. Posso começar a pesquisar um antídoto, mas pode demorar. Esses três -Ele olhou para Black, Lupin e Pettigrew, com cara de riso. -Tem que receber detenções severas, se não for para serem expulsos por roubo!
-Pera aí! -Eu falei, ainda naquela voz grave. -O que está acontecendo aqui?! -Perguntei, alto. Olhei ao meu lado. Eu mesma continuava ali deitada, outra cama.
-Ah, querido... Ops, querida... Desculpe... -A Prof. McGonagall falou. Estranhei. -Estes três... -Ela olhou com desprezo para os três marotos ali. -Ah, traga um espelho, sim? -Ela olhou para a Madame Pomfrey. Comecei a ficar nervosa. O que estava acontecendo aqui?! Se aquela ali do lado sou eu, então quem...
-Aqui está. -Falou a Madame Pomfrey, me entregando o espelho. Estava nervosa e hesitante. Eu estava desfigurada? invisível? cheia de furúnculos?
Acabei olhando. Era bem pior que tudo isso.

Eu era Tiago Potter!

-O... o... q-que é i-isso? -Perguntei, ainda sem acreditar. Meu reflexo era daquele garoto chato, insuportável, exibido... Aquele garoto de cabelos castanhos desarrumados e vestes mal colocadas para a direita. -O que aconteceu...? -tentei não gritar, afinal, eu estava na presença da Prof. McGonagall e do Prof. Slughorn.
-Estes três roubaram e colocaram a poção Corpium do meu armário. -Falou o Prof. Slughorn. -Sei que você sabe o que ela faz, não é, aluna dez?
Fiquei pasma. Os três trapalhões, Black, Lupin e Pettigrew me trocaram de corpo com o Potter. E se eu me lembrava bem o que o Professor disse naquela aula...
Ah sim. O EFEITO É ETERNO!
-E-eu... -Eu tentei rir. Aquilo só podia ser uma brincadeira de mal gosto. -Vocês estão brincando, não é? Não é? -Enfatizei as ultimas duas palavras. Eles balançaram a cabeça -I-isso quer dizer que... p-pra sem... sempre...? -Eu perguntei, meio que já sabendo a resposta.
-Não. Talvez não. -Falou o Prof. Slughorn. -Achei que você se lembraria, mas o efeito da poção pode ser quebrado por um...
-Sentimento mútuo muito forte. -Completei. Essa parte eu sabia. Mas eu também sabia que nem aqui nem em outro mundo eu compartilharia algum sentimento com o tosco do Potter.
-É! Dez pontos para... -Prof. Slughorn tentou falar. -Opa, acho que agora não é hora. Bom, e eu também vou pesquisar bem a fundo um antídoto para que vocês voltem em segurança para seus corpos originais.
-Mas tem um porém. -Falou a Prof. McGonagall. -Vocês não podem falar nada sobre isso à ninguém. Tem que ficar em completo silêncio, manter as aparências. -Os três Marotos estavam quase se matando de rir, mas seguraram o riso. -E vocês, Sr. Black, Sr. Pettigrew e Sr. Lupin. O mesmo vale para vocês e agora vocês tem detenções todas as noites até o natal. Na minha sala, as sete horas. -Ela falou, severamente.

NÃO BASTA! NÃO BASTA SÓ ISSO!

Eu espumava de raiva dos três por dentro. Estou presa dentro do corpo do garoto que eu mais odeio no mundo, e tenho que "manter as aparências". Eu devia ser exibida, insuportável e chata, agora?!
"Expulsa os três logo", era o que eu queria falar. Eu queria sair da cama azarando todos eles, até que eles não consigam mais contar os furúnculos em seus corpos!
Era o pior acontecimento nos merus 15 anos de vida!
Se algum dia existir dia PIOR na minha vida, vai ser odia da minha morte! E estou achando até que vai ser melhor, porque pelo menos eu não vou estar perto do
Potter ou de qualquer um desses Marotos nojentos. AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!
-Bom, Srta. Evans -Falou a Prof. McGonagall. -Fique aí até que o Sr. Potter acorde, e explique tudo que eu lhe expliquei. Tenho uma aula para dar. -Ela saiu junto com o Prof. Slughorn.
-Eu odeio vocês do fundo do meu coração. -Falei, severamente, com os três á minha frente, agora caindo na gargalhada. Madame Pomfrey tinha saído para olhar um aluno atingido por um balaço. Como eles não pararam de rir, tirei a minha varinha, ou melhor, a varinha do Potter e murmurei uma azaração para eles. Para meu azar (Mas do que agora), a varinah voou da minha mão e bateu na parede do outro lado da Ala Hospitalar, o que só fez os três rirem mais de mim. Eu podia me levantar agora e dar uma bela surra nos dois, mas não vou arriscar na frente da Madame Pomfrey. Me deitei, irritadíssima, e tentei dormir. Não consegui, e os três, dali à alguns minutos, decidiram sair se preparar para a detenção com McGonagall dali a pouco, Potter acordou. Foi estranho me ver acordando com um enorme bocejo.
-Anh? -Ele perguntou, com a minha voz. Ah, que raiva, raiva, RAIVA! -Ah ta, estou sonhando...
-Não, mas bem que eu queria que você estivesse, Potter. -Falei. Ele me olhou com uma cara de extremamente confuso. -Antes que você pergunte, sim, eu estou no seu corpo e você no meu. E isso é culpa dos seus amiguinhos. -Falei, ríspida.
-Ah, mas como... Como... -Ele levou a MINHA mãozinha ao MEU queixo e começou a me olhar, pensativo. -Ahhh, eu bebi naquela hora. -Ele pareceu meio desapontado, mas logo tornou a me olhar. -Vamos ficar assim até quando?
-Até quando o Prof. Slughorn encontrar um antídoto. -Falei. -E a Prof. McGonagall pediu que até não falássemos sobre isso com ninguém. Que tentássemos "manter as aparências". -Tive até nojo daquelas palavras. Vi um sorriso se abrir no rosto de Potter. Ah não.
-Então, Potter -Ele pareceu pensar melhor. -Tiago, quer sair comigo hoje?
-EU NUNCA DIRIA ISSO! -Gritei, sem querer. Madame Pomfrey veio nos olhar.
-Ah, você já acordou. -Ela falou. -Vamos, saíam, vocês não precisam mais ficar aqui. -Ela falou, meio que tapando o ouvido direito. Acho que gritei um pouco alto demais. Eu não sou temperamental. Saímos sem falar nada. Eu me senti engraçada. Nunca fui tão alta. Quando saímos, Potter continuou.
-Eu sei que você diria. -Falou ele. -Sei que no fundo, você gosta de mim! -Ele falou, chegando mais perto de mim, ou dele, sei la. Isso tudo é muito confuso. Só sei que gritei com ele.
-CALA A BOCA POTTER! -Gritei. Logo percebi que havia feito um erro pavoroso. -Ou melhor, cala a boca, Evans.
-Ei, eu não te chamo assim! -Ele reclamou.
-Agora chama. -Falei. Se ele ía mudar a MINHA personalidade, eu poderia mudar a dele. Olhei pela primeira janela que encontrei e percebi que já estava de noite. Havíamos dormido demais!
Estavam passando agora um grupo grande de pessoas, e bem nessa hora, Potter falou.
-Ei, Tiago, sabia que você é lindo? -Perguntou. As meninas passaram dando risadinhas. Por impulso dei um soco em Potter, ou melhor, em mim!!
-Aaaaai! -Ele falou.
-Ahh, desculpa, corpinho lindo, desculpa... -Falei acariciando minhas costas. -Você, Potter, bem que mereceu. É para "manter as aparências", e não se aproveitar da situação.
-Então me chame de Lily, como eu sempre te chamo. -Ele exigiu. Doía-me aceitar.
-Ok, Lily. -Falei, com desgosto. Não que eu não gostasse do meu nome. Não, eu o adorava, mas eu odiava que o Potter me chamasse assim. Subimos para a sala comunal sem falar mais nada. Eu daria tudo para que aquilo fosse um sonho. Quando demos à senha à Mulher Gorda, vimos que éramos o centro das atenções. Todos vieram nos perguntar por que desmaiamos na hora do almoço. Preferimos não responder. Concordamos em subir para pensar sobre esse pavoroso dia que tinha começado tão bem e terminado tão mal. O desgraçado ainda estava animado porque poderia subir as escadas do dormitório feminino. Entrei na porcaria do dormitório masculino amaldiçoando essa porcaria de dia. Vi então que os três ainda não haviam voltado. Melhor assim, não preciso aturar eles me enchendo o saco. Nem ousei me trocar. Me joguei na cama e fiquei pensando nos próximos dias. Seriam uma tortura. Euzinha teria que fingir ser Tiago Potter, o garoto que eu mais odeio na minha vida!
Ah, não sou boa atriz!

Quem sabe se eu dormir agora, amanhã eu não acorde no meu corpo normal? Isso seria tão bom...
E foi nesse pensamento que adormeci.


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